quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Na UEFA tudo bem

Noite grande em Alvalade. Pouco público e é pena, porque goleadas destas só têm sido regra contra o Sarilhense na pré-época. Foi bom ver Paulo Sérgio a sorrir outra vez e a reconhecer as "verdades" dos adeptos. Palmas também para como defendeu Liedson, colocando-o no banco e a utilização de Salomão, algo que os sportinguistas já vêm a pedir há tanto tempo.

Resta saber se foi sorte búlgara ou se esta equipa descobriu de repente como jogar e marcar golos.Um Postiga que serviu de Liedson fez a diferença.

Até breve

Quem defende quem?

Paulo Sérgio já não é treinador do Sporting. Foi promovido. Agora é porta-voz de Bettencourt. Se isto não fosse tão ridículo, era um gesto muito nobre por parte do técnico. Mas é. Não cabe na cabeça de ninguém, ter de ser um treinador de futebol com 2 meses de trabalho a dar a cara pela defesa de toda a estrutura. Habilmente JEB parece delegar a todos menos ele próprio as acusações que “quer fazer”.

Penso que pelas últimas declarações de Paulo Sérgio, já deve ter chegado a casa do mesmo o tal colete à prova de bala, que tantas alegrias dava a JEB nos tempos de Paulo Bento. Nunca vi Pinto da Costa ou LF Vieira precisarem dos seus técnicos para na imprensa justificarem as suas direcções. É mais uma inovação a juntar ao dress code que Alvalade exigirá aos futuros espectadores. Não entendo, acho que também não é para ninguém entender.

Regulamentar as vuvuzelas é uma coisa, mas impedir um espectador de entrar em Alvalade pelo que traz vestido é outra. Uma defende a qualidade do espectáculo, a outra defende algo que só os casinos e alguns restaurantes de preços proibitivos parecem estar preocupados. Aparentemente alguns sócios (?) sentiram-se chocados com alguém que usando havaianas e calções, desprestigiava largamente a conduta e estatutos do clube (?). Isto nem merece mais comentários.

Numa semana em que Costinha apontou tantos problemas ao Alvalade XXI, desde a relva até a problemas de visionamento era de todo conveniente o departamento de comunicação ter “pedido” alguma calma na divulgação deste novo dress code. Aliás só posso apelidar de amadores as pessoas que com responsabilidade na comunicação externa do Sporting continuam a dar constantes “gaffes” em matérias tão sensíveis. É grave. Não me interessa a competência de quem está nesse departamento. Simplesmente não entende nada do que é um clube de futebol e a imprensa que o rodeia.

Voltando ao guarda-costas de Bettencourt, que por acaso também é treinador principal do Sporting, será engraçado (no sentido mais dramático to termo) ver Paulo Sérgio despedido depois de tanto defender quem o despede. Sintomático de alguma falta de coragem mediática que tem este nosso presidente, que tantas entrevistas dava. Que animal lhe terá comido a língua?  Apareça senhor. É para isso que lhe pagamos.

Até breve.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

A madrugada de uma revolução

Nas vésperas da Revolução Francesa, sucedeu um fenómeno meteorológico que viria anos mais tarde a mudar o regime político do planeta. Depois de anos de seca a França que até aí era o país mais produtivo do mundo, atravessa uma fome épica, com as cidades à mingua por pão e outros bens alimentares essenciais.

A fome do povo alimentou um rastilho que as massas burguesas cansadas do predomínio político da nobreza fizeram acender. A 14 de Julho o povo de Paris convenientemente armado e instruído assalta a Bastilha dando início à substituição do status quo social, económico e político.

Séculos depois, outras “fomes” produzirão o mesmo efeito no Sporting. O “povo” leonino está a ser agitado e “instruído” num pronuncio de revolta que além de previsível, talvez seja necessário. Desde Roquette que sucessivas Direcções, de brasão ao peito, galantes e bem falantes se organizam para ocuparem os destinos de um clube que costuma ter estima pelas suas altas individualidades.

Mas, verdade seja dita, esta cúpula pensante não trazido mais resultados desportivos e muito menos tem sabido desenvolver o clube para que saia da sua postura de nobre endividado. Ou muito me engano ou está a chegar a hora da burguesia (de onde JEB foi resgatado para alinhar por outra classe). A hora de um qualquer business man de sucesso que com umas boas malas de conversa de “resgatar o clube”, “devolver o Sporting aos sócios” ou “transformar o clube numa equipa símbolo de vitórias”.

Não penso que seja um caminho evitável, nem mesmo tenho como certo que seja negativo para o Sporting renovar as suas fontes decisoras acabando com uma certa oligarquia que apodreceu na estética de dirigir com calma e perder com ainda mais serenidade. Pela minha parte não peço nenhum Sousa Cintra ou Jorge Gonçalves, penso que o tempo do circo já lá vai, mas pode muito bem surgir alguém que tão apaixonados como estas figuras inglórias, produza um abanão numa massa associativa que pasma por tudo e por nada.

Sei que para muitos Sportinguistas o que interessa é ganhar, na verdade essa necessidade é real e urgente, mas tenho receio das pressas e preferia que não chegássemos a um “golpe de estado”, mas uma vez “aceso” o povo não haverá lugar para transições calmas e apesar do slogan revolucionário, acho que o “povo não é nada sereno”.

JEB pode se ir preparando para, ou tomar as decisões que devia já ter tomado ou cair perante as teimosas calmas de que é tão adepto. Não é uma profecia, é a mais simples contemplação do cenário que hoje já está a ser montado.

Até breve.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Eu insisto em dizer mal?

Nunca me passou pela cabeça ver um presidente do Sporting a responder às críticas dos associados com identificações de forças de bloqueio externas. Supostamente estas pessoas, passam a vida a dizer mal do clube, afectando a imagem do mesmo.

Estas declarações são tão problemáticas que é melhor responder a JEB por partes:

1- O senhor presidente deveria saber quando se candidatou que o clube que dirige é uma organização que depende de vitórias e é para esse fim, e não outro, que foi eleito. Quando não existe vislumbre desse rumo, obviamente a sua acção, assim como a de todos os outros mandatados para esse objectivo, será sempre posta em causa.

2- Acho que JEB confunde identificar problemas, com criar problemas. Muitos sócios têm como eu vindo a alertar sistematicamente para alguns erros, falhas e decisões com pouco sentido. Estes sócios, não são de facto dirigentes do clube e expõem as suas diferenças em espaços mais ou menos públicos. O que não faz destes, onde me incluo, pessoas de má fé, que queiram denegrir a acção desta direcção.

3- Quando escolheu Costinha e Paulo Sérgio para a sua chefia do futebol, o Sr. Bettencourt sabia que estava a “inventar” uma solução arriscada. Pedia-se depois de Paulo Bento e Carvalhal pessoas com algum currículo e experiência para lidar com um conjunto de jogadores ou novos ou completamente de rastos com uma época vergonhosa. Agravante o facto de se ter vendido 2 jogadores dos 3 ou 4 fundamentais na equipa.

4- Ao verificar que as suas escolhas técnicas, que não foram ratificadas em nenhuma assembleia, não estão a resultar tinha 1 de 2 soluções, despedir o treinador e ou o director desportivo ou dar a cara pela má prestação da equipa apontando a sua visão de como se irá inverter a tendência.

5- O inimigo do Sporting não é o que o critica, é o que lhe der os parabéns pela prestação até agora conseguida. 1 época miserável e outra a caminho. Portanto convém é ouvir as críticas e equacionar se o rumo que definiu não pode ser reformulado.

Por minha parte continuarei a expressar todas as dúvidas que tenho, além das discordâncias, sendo certo que se o sucesso agradará sempre a todos, o insucesso custa também a todos. O fracasso de JEB será sempre o meu também, agravado pelo facto de nele ter depositado a minha confiança nas eleições.

Até breve.

domingo, 26 de setembro de 2010

Menos uma semana

O que se pode dizer depois do jogo frente ao Nacional é que não empatámos um jogo, perdemos uma semana.
Uma semana a menos para mudar, para abanar a equipa, para tentar dar um novo rumo ao futebol do clube. Retive o ar desolado de Paulo Sérgio ao atravessar o relvado para...cumprimentar o árbitro. É isto a nossa equipa, um permanente deserto de ideias colectivas.

Quase toda a equipa se esforçou, lutou, mas a inspiração nunca chegou, Vukcevic tentou e muito dar qualquer coisa ao jogo, mas esteve sozinho e depois de um golo inesperado de Saleiro, a equipa desarmou um pouco e o Nacional que não fez nada para o conseguir empatou. Menos 2 pontos. Menos uma semana. Que tristeza agonizante ver a prestação deste Sporting. Em 6 jogos, 2 vitórias, 2 empates (em casa!!) e 2 derrotas. É um pecúlio digno de um clube que luta pelo meio da tabela e não de um candidato sequer aos lugares UEFA.

Qualquer um pode entender que a equipa não está bem, que o treinador não é capaz de dar a volta à situação, que Bettencourt e Costinha estão a dar demasiado tempo a Paulo Sérgio. Não sou bruxo e nem adivinho muita coisa, mas consigo adivinhar o ambiente de balneário de uma equipa que com o horizonte no título, não vence à quatro jogos, marcou 1 golos nas mesmas partidas e sente que está mal e sem rumo para melhorar.

Aos adeptos leoninos que se contentavam com o facto de estarmos 1 ponto à frente do Benfica, aí está o fim dessa alegria tosca...estamos a 2 pontos do Benfica, a 3 pontos do Braga e a 10 do Porto, estamos em 7º lugar e com a ligação entre equipa e adeptos completamente destroçada.

Já referi que não podendo mudar de presidente e sendo cedo para despedir Costinha, temos de mudar de treinador. O risco de fazer uma época ainda pior do que a passada já não é distante é real e muito previsível. Tenho vindo a repetir-me nesta ideia e vou continuar a fazê-lo até que veja alguém com competência no banco leonino, alguém a que se veja alguma capacidade de inverter a lógica de futebol de meio da tabela, que neste momento rege os nossos jogadores.

Quantas derrotas, quantos empates caseiros, quantas humilhações teremos de aguentar até que JEB agarre nos destinos do clube e confronte Paulo Sérgio com a fraqueza da sua prestação, com a desilusão que nos traz ver os jogos do Sporting. Isto nunca mais acaba e começo a pensar que dirigentes que não tomam decisões, não estão a defender a equipa e a saber ter calma - estão a adiar o futuro do clube e a jogar fora mais uma época. Não posso mais com o ar pacifico e calmo de JEB nas bancadas, a ver o clube a ser constantemente ineficaz e incompetente.

O que custa arriscar, o que custa tentar algo diferente, o que custa admitir que se errou. O orgulho é um defeito e não uma virtude e está a custar-nos não uma equipa, mas uma ideia de clube. Este Sporting que passeia a sua calma de derrota em derrota é me estranho, prefiro a impaciência, a raiva, a exaltação. Pelo menos estas últimas expressão paixão e emoção e isso é tudo o que o clube não pode perder, se o fizer deixará de ser de facto grande.

Peço desculpa pela verborreia, mas confesso que me dá raiva esperar por apenas mais uma semana de humilhação em vez de esperar por ver futebol e espectáculo. A raiva vem da evidência que o clube não tem um bom treinador, a frustração vem da incapacidade que os dirigentes revelam em entender isto.

Até breve.

Banalidades













No lançamento do jogo frente ao Nacional, um Paulo Sérgio com semblante pesado afirmou que é da mais extrema importância não deixar descolar os mais directos adversários na tabela, ganhando, com ou sem bom futebol. Apesar da eficácia Portista colocar para já todos os candidatos bastante longe do título, é conveniente relançar o clube nas vitórias, e assim salvar este técnico que dá uma conferência de imprensa que não motiva, não esclarece, não apresenta nada de novo a não ser um conjunto de frases feitas que qualquer jogador poderia ter dito.

Obviamente que os jogos não se ganham com mind games, mas convém que o técnico Leonino se lembre que o futebol é o desporto em que mais se joga fora das quatro linhas e não adianta ter camisolas lindas, cachecóis muito bonitos, cheerleaders no relvado para que o porta-voz mor do clube e primeiro interlocutor da equipa encare a comunicação para os media como um item de agenda. O tempo de passear o sponsor no boné acabou senhor Paulo Sérgio, e os sócios do Sporting não habitam nas tascas de Paços de Ferreira, uma conferência de imprensa é um espaço importante para falar aos adeptos, criar dúvidas ou condicionar os adversários e por último ajudar a que a imprensa canalize as suas ideias nos noticiários.

Mas como em muitas outras coisas, PS ainda não entendeu o que é treinar um grande e por agora temos de nos deleitar com o bombardeamento em massa de clichés futebolísticos que roçam gravemente a banalidade. Espero que a equipa não exiba o mesmo comportamento em campo.

Até breve.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

As más dores de cabeças

Lentamente o trabalho de Paulo Sérgio vai sendo facilitado da pior forma, ou seja com lesões. O panorama de ausências para o próximo jogo é um pouco preocupante. Valdês, Maniche, Izmailov, Grimi, Pedro Mendes não vão equipar para o encontro o que deixa as opções para a linha média limitada a Zapater, André Santos, Vukcevic, Salomão e Tales Souza. Temos portanto a equipa feita, pelo menos na zona central.

Talvez este momento seja aproveitado para dar mais uma aberta a Salomão, mas não acredito que o nosso treinador deixe Djaló no banco. Não sou bruxo mas acho que PS irá alinhar com Patrício, Pereira, Evaldo, Carriço, Polga, Santos, Zapater, Djaló, Vukcevic, Liedson e Postiga. O que também quer dizer que vamos sofrer para ver golos em Alvalade.

Não tenho mais palavras para descrever a pouca fé que esta equipa me transmite e a somar-se às lacunas óbvias do plantel temos lesões que preocupam as alternativas aos titulares de início de época. Isto só lá vai com muita capacidade de superação, o que sinceramente não tenho visto. Mas como o futebol é rico em surpresas, pode até acontecer que o Sporting faça um grande jogo, o tal que o treinador viu na Luz, mas desta vez em versão verdade.

Até breve.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Exclusivos de Setembro

A arte de gerir no futebol













Quando a imprensa começa a dar muitos palpites quanto à táctica e entradas e saídas do onze de uma equipa, normalmente isso é reflexo da fragilidade que as opções do treinador revelam. No ano de Quique Flores, isso era regra básica. Todas as semanas à quarta ou quinta-feira os jornais começavam a planear o jogo, com todas as nuances típicas de um bom treinador de bancada. Normalmente falhavam. Primeiro porque a visão do espanhol do que era o futebol português estava errada e depois porque qualquer técnico detesta corresponder à previsibilidade das suas opções.

Seja como for, é um braço de ferro que nunca será ganho pelo técnico. Se errar revelará falta de “sentido táctico”, se acertar estará só a cumprir a sua função. Assim começa a desenrolar-se a passadeira vermelha que conduz a um rótulo de incompetência e à pressão para sair no final. Para Paulo Sérgio já começou. Se olharmos à imprensa desta semana, está lá tudo.

Complemento ideal a este cenário são as declarações dos jogadores que preservando o seu “estado de graça” atiram frases de motivação para os adeptos do género “Queremos mostrar que somos capazes…”, “Só pensamos no título…”, “Temos de criar uma dinâmica de vitórias…”. Mais do que reflectir um panorama de vontade colectiva, estas afirmações são um instrumento (um pouco labrego) de convencer as massas que a equipa “está unida” e não se deixou abater pelos desaires.

Esta tentativa de osmose, regra geral, não serve para nada. Apenas as vitórias e os bons desempenhos levantam o moral de um adepto, era bom que o departamento de comunicação do Sporting entendesse isto. Era milhares de vezes mais útil e refrescante ouvir alguém do clube dar o tal “peito às balas” que Bettencourt tanto gostava de dividir com Paulo Bento. Aliás este ano, nem o treinador, nem Costinha, nem Bettencourt parecem muito disponíveis para grandes análises, especialmente nas semanas a seguir aos maus resultados.

Estes mini-blackouts, são estratégicos sem dúvida, mas o que querem dizer para os adeptos? Penso que as seguintes frases poderiam ser uma resposta honesta:

“Aguentem-se lá com mais uma derrota e vão se habituando.”
“Porra correu muita mal, mas o que vocês querem?”
“Azarucho, mas pode ser que para a semana isto melhore”
“Não se preocupem, esta época era mesmo para esquecer”
“A sorte é que até Junho, só faltam 10 meses”

Se o Manchester tem o “Teatro dos Sonhos”, o Sporting tem um verdadeiro “Teatro do Burlesco” onde todas as semanas se vai despindo a roupa de vencedor e exibindo a nudez de erros sistemáticos. Gostava que parasse e que alguém tivesse a coragem de entender o muito que falta fazer, começando por entender o que é o clube, o que é um clube, o que é o futebol e como se ganha. Se não o sabem, não estão lá a fazer nada, é que por aproximação, ou tentativa e erro, até eu podia lá estar. Ganharia bem menos.

Até breve.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Forever Portugal

















Parabéns ao Paulo Bento. Seja o que for que lhe foi pedido para fazer com a Selecção, temos de dar os parabéns a um treinador que soube esperar uma grande oportunidade. Gostava de renovar este gesto daqui a um ano com o apuramento, mas será muito difícil face à trapalhada que já foi feita.

Tenho muita estima por este treinador, que apesar de ter feito uma última época miserável no Sporting sempre foi duma correcção para com o clube e os sócios inexcedível. É o prémio por uma aura de seriedade que soube construir com muito sentido de dever, palavra e humildade.

Não sei se será forever na Selecção, só espero é que não o tratem da forma como trataram o último seleccionador.

Até breve.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Quando mudar

No futebol costuma-se dizer que em equipa que ganha não se mexe. A mesma função matemática se deve aplicar ao inverso. Mas a questão que se coloca é...quando. Existem dois tipos de Sportinguistas, os mais conservadores que após o derby pensaram que ainda só estamos na 5ª jornada e os mais exigentes que pensaram já estamos na 5ª jornada. Confesso que pertenço aos últimos.

Na verdade o facto de estarmos na 5ª jornada com os pontos que temos nada me preocupa. O que me inquieta é a probabilidade destes 5 jogos espelharem a realidade e a capacidade da equipa ao comando de Paulo Sérgio. De facto parece não haver dúvidas que uns furos mais acima (Brondby fora), ou mais abaixo (Brondby em casa), esta é a valia da equipa de PS. Estão realizadas 10 partidas das 50 e tal ( com uma grande epopeia nas taças) que costuma perfazer a época. Ou seja mais ou menos um quinto do ano está feito.

E o que está feito? A equipa oscila, cai mais vezes do que se agiganta, quebra mais do que faz partir, escorrega mais do que se equilibra. Temos um jogador em grande forma, Carriço, o resto é talento à toa, muito empenho e pouca inteligência, muito músculo e pouco cérebro, muita precipitação e nervosismo e nada de classe. É este o cunho de Paulo Sérgio? Talvez não, mas não se sabe muito bem o que é que PS realmente quer, pelos vistos nem os próprios jogadores, que mostraram o quão perdidos andam no último clássico, justamente onde deveriam, sem desculpas, ser mais fortes que um Benfica à beira de um ataque de nervos.

Até quando devemos dar o beneficio da dúvida a Paulo Sérgio? Até quando devemos sonhar com uma equipa bem treinada e competente, preparada e instruída? Penso que pela ausência de fumo da porta 10A essa fasquia estará colocada no preciso momento quando todos os objectivos estiverem comprometidos, taças, liga, etc. Foi assim na época passada e nada me leva a crer que JEB mudará de paradigma. Admito que não sou partidário de mudança por tudo e por nada, mas nesta altura acredito genuinamente que estamos a chegar bem perto do tudo.

Hoje todos reflectem que Paulo Bento esteve tempo a mais no Sporting, no futuro todos dirão que com PS se repetiu o mesmo erro. Porquê? Porque se perdeu tempo a dar semanas a quem de facto não consegue repetir 2 ou 3 boas semanas. A culpa não é apenas do treinador, mas infelizmente não podemos contratar uma nova equipa nem marcar eleições para a próxima semana. Existe pois uma única medida que pode e deve ser tomada o quanto antes. Sem mais, nem menos, devemos fechar o ciclo Paulo Sérgio.

Não conseguir admitir um erro cedo é hipotecar as hipóteses de o resolver.

Até breve.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O que será mais caro?

Se um dos problemas se chama treinador, talvez um destes seguintes nomes seja solução. São caros? São, mas será que serão mais caros de que mais uma época sem glória e jogadores desvalorizados?

Manuel José
Mennoti
Jose Pekerman
Jande Ramos
Fatih Terim
Javier Clemente
Manuel Pellegrini
Rodomir Antić
Javier Irueta

O Sporting não se pode dar ao luxo de tanta desvalorização. Paulo Sérgio é um bom homem e não questiono o seu trabalho. Questiono a sua preparação para a montanha de problemas que o clube tem neste momento, problemas que além de não ter resolvido, não mostra capacidade de adaptação para o fazer. Comentar o derby da forma como o fez, só prova para mim a sua falta de experiência para se impor.

Se não concordam comigo, não faz mal. Daqui a uns meses pode ser que mudem de ideias. Eu disse meses? Perdão, semanas.

Até breve.

A hora dos líderes


São reflexos emocionais e nada lógicos de um adepto que se vê forçado a apoiar equívocos, a defender irracionalidades, a construir muralhas de fé sobre nuvens.
A cada ano que passa a esperança renova-se, mas a desilusão é sempre a mesma. Já não há nada que me iluda neste futebol atabalhoado, sem rumo, exposto a contradições que qualquer adepto de bancada distingue.

Tantos anos enchi a barriga de riso com o desnorte de equipas benfiquistas, desde Autuori, Artur Jorge, Fernando Santos, Manuel José, Mário Wilson. Agora sofro do mesmo mal que muitos adeptos benfiquistas padeceram. Humilhação, desmotivação, um prazer mórbido em criticar os jogadores, os treinadores, o presidente…É o que acontece quando num adepto o ideal do seu clube se perde em manobras de paciência quando devia ter pressa e pressa desmedida quando devia estar tranquilo.

Não há chefia, desaparece nas horas más, como se não fosse útil sequer comunicar com os adeptos. Como se não fosse razoável dar a cara perante o fracasso. Os adeptos viram-se para si mesmos tentando justificar entre eles o que se pode fazer, como se chegou até este ponto. Não há a manifestação de força e liderança, deixando passar o tempo pelas derrotas à espera de uma erosão diluente do seu sabor amargo e corrosivo.

Era agora, senhores Bettencourt e Costinha, que se devia dar a cara, as tais conferências de imprensa, as tais entrevistas em prime-time, era agora. Não quando se atinge uma vitória moralizadora, a seguir a essas dispensamos aparições de circunstância.  E todos sabemos porque ninguém aparece, na verdade não há nada a dizer à excepção de assumir erros. De assumir que Paulo Sérgio foi uma má aposta, que faltou dar reforços em lugares chave, de assumir que se dá demasiados tiros no pé em planeamento e comunicação.

Até breve.

Uma noite para esquecer ou lembrar?

Já referi que consequências deve acarretar esta nova derrota, não vos vou maçar com campanhas anti-treinador, mas olhando para o jogo de hoje à noite fica uma sensação de missão não cumprida, falhanço e não acho que devemos "saltar" em cima dos jogadores. Já leio por aí autênticas crucificações a Patrício, a Pereira, a Coelho, Maniche, Fernandez, Valdez, Liedson, Postiga, Djaló. Pelos vistos só Evaldo, Carriço e André Santos se salvam da "fogueira".

É impressionante não entender que o falhanço da equipa foi completamente colectivo e não assente em nenhuma prestação individual. Quando um jogador se exibe abaixo do colectivo, é automática a noção que falhou, mas faço a pergunta: foi um jogador que falhou ou foram 10? Excluo sinceramente Carriço que fez uma partida de leão. Mas foi uma ilha perdida num mar de dúvidas. Quando assim é, julgo ser o mais correcto possível dizer que falhou a equipa. Quando isto acontece, de quem é a culpa? Quem vamos substituir? Quem salvará este Sporting?

Em dois meses, Paulo Sérgio não consolidou a equipa, continua a fazer testes, continua a hesitar entre esquemas tácticos e parece ter alguma dificuldade em resolver problemas. Vejamos:

Problema 1 - Finalização

Nordsielland - Sporting 0-1 (Vukcevic)
Sporting - Nordsielland 2-1 (Postiga, Maniche)
P.Ferreira - Sporting 1-0
Sporting - Brondby 0-2
Sporting - Maritimo 1-0 (Fernandez g.p.)
Brondby - Sporting 0-3 (Coelho, Evaldo, Djaló)
Naval - Sporting 1-3 (Liedson, Fernandez g.p., Djaló)
Sporting - Olhanense 0-0
Lille - Sporting 1-2 (Vukcevic, Postiga)
Benfica - Sporting 2-0

Quando Liedson tem 1 golo marcado, Postiga 2 golos, Djaló 2 golos, Saleiro 0, em 10 jogos realizados, isso quer dizer muita coisa. O diferencial entre golos marcados e sofridos é 12-8. Não enfrentámos grandes adversários e à excepção do Benfica, que de facto é "do nosso campeonato" os outros jogos eram acessíveis. Em 4 dos 10 jogos não marcámos golos, o que quer dizer quem em 40% das partidas, os nossos jogadores não conseguem encontrar o caminho da baliza. Mesmo com Bento ou Carvalhal, duvido que tivéssemos estes rácios. 

Aqui reside o maior dos dilemas. Mandar Liedson para o banco não resolve nada. De facto nada nos diz que temos mais probabilidades de marcar com Postiga, Djaló ou Saleiro. O levezinho está em baixo de forma? Não. Não me parece. Liedson está naturalmente a perder fulgor e a entrar no ocaso da sua carreira, é pois normal que não tenha o rendimento de outras épocas. Depositar nos outros atacantes do plantel a responsabilidade de marcar é estar cego às prestações dos mesmos nas anteriores épocas.

Solução? Esperar por Dezembro. Esperar por um bom avançado. Parece-me que a equipa pode fazer muito mais com um goleador no onze, mas ele não existe neste momento nem vai cair do céu.

Problema 2 - Criar ocasiões de golo

Não marcar é um problema, mas tal como vimos hoje, não criar oportunidades é ainda mais aflitivo. Os mais ingénuos vão cair na conversa do "criámos várias oportunidade..." e não verão que neste último jogo a primeira oportunidade chegou aos 70 e tal minutos de jogo e em boa verdade foi a única. Não confundo remates com ocasiões reais para marcar. Esta incapacidade, que é mais gritante quando temos pela frente equipas que não se importam de defender o resultado, é por demais evidente.

A culpa? Existem muitas, mas a principal quanto a mim é a incapacidade de criar superioridade numérica no ataque. Os médios e os avançados deslocam-se, mas parecem sempre muito distantes da área, como que se "protegessem" da missão difícil que é jogar nos últimos 30 metros de campo em ataque continuado. Temos bons médios que transportam bola, Vukcevic, Valdez, Fernandez, mas incrivelmente não conseguem chegar à área em condições de realizar o último passe, obrigando os avançados a jogar sempre de costas para a baliza à espera de uma bola metida pelos trincos, centrais ou laterais.

Solução? Treinar a equipa para realizar movimentos de subida colectiva, jogadas de envolvimento, dar aos jogadores a exacta ideia do que estão a fazer mal. Começando com o básico. Fernandez é um excelente jogador, mas não pode andar um jogo à procura da bola, assim que tem a bola nos pés os seus colegas devem abrir linhas de passe em progressão, mas basta ver 2 ou 3 jogadas para entender que é o contrário que acontece, os jogadores afastam-se do portador da bola...problemas que já vêm da época passada que quanto a mim deve-se a uma deficiente preparação técnica.

Problema 3 - Bolas paradas

Somos completamente permeáveis a defender livres e cantos e somos completamente ineficazes nas mesmas situações quando atacamos. A altura não justifica tudo.
Solução? Treino e confiança. A primeira parte não está a ser conseguida, apesar das repetidas admissões de culpa e a segunda parece ainda mais problemática.

Só uma última mensagem de tristeza para os Sportinguistas que se dão como satisfeitos por estarmos 1 ponto à frente do Benfica e acharem que isso vale de alguma coisa. A missão do Sporting não é ficar à frente do Benfica, é ficar à frente de todos. Para os que ainda não estiverem convencidos, chamo à atenção que fora paixões clubísticas  o Benfica foi melhor do que o Sporting no derby, o que nos deverá por a pensar por quanto tempo estaremos acima do clube da Luz. E depois? Quando formos relegados para 4º ou 5º lugar (ou se conseguirmos lá chegar) talvez aí os últimos defensores de Paulo Sérgio abram os olhos.

Até breve.

domingo, 19 de setembro de 2010

Para mim chega de Paulo Sérgio

Com toda a paciência do mundo aturei, como muito adeptos sportinguistas fizeram, a escolha do treinador Paulo Sérgio como técnico do Sporting. Chega de paciência. Está na altura de todos nos consciencializarmos de que este treinador não serve o Sporting. Esta derrota na Luz é simplesmente uma tareia táctica dada por Jesus a Paulo Sérgio. O Benfica jogou nos pontos fracos do Sporting, o Sporting jogou como é costume.

Com 5 jornadas, o Sporting tem 7 pontos. Em 15 pontos, temos 7!!! Pior só o Benfica e mesmo esses derrotaram-nos nas calmas. Chega. Espero que na próxima partida já não seja o ar pensante e reflectivo a orientar o treino da equipa. O que se passou na Luz é um retrato do Sporting de Paulo Sérgio. Cheio de coragem, cheio de força e muito despiciente, desorganizado, tolo, sem calma.

Durante a transmissão foram várias as imagens do desânimo dos adeptos leoninos a ver o jogo, o espelho exacto do que eu senti. Imagino que o espelho exacto de todos os Sportinguistas. Convinhamos o Benfica desta época não está a jogar nada  e nem assim conseguimos um resultado positivo. É demais. Foi aflitivo ver Cardoso marcar dois golos e mostrar a Liedson como é que se ganha um jogo. Foi ilustrativo ver a incapacidade de Fernandez e Valdez, dois grandes jogadores sem ordem, sem saber como liderar a equipa em campo.

Já estou farto de apontar sempre os mesmos defeitos, a ausência de um ponta de lança capaz de fazer golos, uma incapacidade para construir oportunidades frente a equipas que defendem com as linhas juntas. Desde o primeiro jogo em casa contra o Marítimo que se vê a olhos claros que falta qualquer coisa e Paulo Sérgio não é capaz de solucionar este e outros problemas. É vergonhoso ouvir Jesus no flash interview a defender a qualidade do Sporting e a orientação técnica de Paulo Sérgio. Isto depois de lhe ter dado uma lição de como preparar uma equipa só nos deve convencer que o treinador do Sporting não é treinador para o Sporting. Pode ser um bom treinador para o Guimarães, para o Paços de Ferreira, mas para nós não.

Ao ouvir no flash interview as mesmas justificações de sempre, a falta de eficácia, as bolas paradas, a felicidade do adversário. Faltou ao técnico admitir que a sua equipa foi mal preparada e que fez o jogo que o adversário quis. Que o clube sai de rastos, com todas as limitações à vista, com todas as carências a cansar de ver para quem lê o futebol. Fica demasiado fácil vencer ou empatar com o Sporting.

Com Paulo Sérgio iremos ganhar o mesmo que com o Carvalhal e Paulo Bento, ou seja nada. Daqui para a frente apoiarei a equipa, ficarei feliz com as vitórias do clube, mas não defenderei a permanência do treinador actual. Para mim quanto mais cedo ceder o lugar ao próximo, melhor será para a equipa e para os adeptos. Dou assim a mão à palmatória a quem sempre vaticinou este fim. Ainda acreditei ver algo, especialmente na digressão pelos EUA, mas não chegou nunca a ser.

Senhor JEB e Costinha, façam um favor ao clube, a vocês e ao próprio Paulo Sérgio e cheguem a um acordo para o fim deste técnico. Eu não quero ficar em 4º lugar, mas assim é para lá que caminhamos a passos largos, isto se o Guimarães não acabar por ficar à nossa frente. Sinto toda a frustração de um adepto que vê 25 ou 26 bons jogadores mal preparados para vencer sempre, e não é só às vezes quando calha.

Até breve.

Dignidade, Coragem e Sorte

É o que todos o adeptos leoninos devem estar a pedir para a equipa de Paulo Sérgio no derby que se joga daqui a poucas horas. É certo que muita da responsabilidade de ganhar está do lado encarnado, mas é a segunda oportunidade que o Sporting tem em poucas semanas para se transcender e assumir-se como grande competidor nesta Liga.

Veremos o que fazem os jogadores verde-e-brancos e de que forma vão aproveitar o "desespero" de Jesus e companhia para ganhar a partida. Uma equipa calma, segura e atrevida é o pior que o Benfica pode desejar neste derby, não somos cipriotas e para alguma irá servir a vitória moralizadora em França. Aguardemos.

Até breve.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Como é difícil ganhar uma vitória


Sempre
Complicamos a coisa mais simples
E simplificamos a complicada
Sai em rajada
O tiro pela culatra
Às vezes mata
Às vezes ressurreição
Foi de raspão


Este poema, parte da música Só neste país de Sérgio Godinho ilustra bem a atitude esquizofrénica e bipolar de um país que não se satisfaz com vitórias e saboreia derrotas, que não elogia o mérito, mas foca-se nos defeitos até à exaustão, que passa da absoluta depressão para a euforia descontrolada.

Só assim é possível julgar a vitória do Sporting como sofrível, afortunada, atabalhoada ou casual. O que é que alguns adeptos leoninos e a imprensa pensa que é uma vitória? Para todos os clubes ganhar por mais um golo chega, para nós não…tem de ser por 3 ou quatro golos de diferença. O Torsiglieiri devia ter fintado 20 e rematado 30, envergonhando Maldini, Cole ou Evra. Postiga devia ter feito uma exibição capaz de mostrar a Romário, Van Basten e Dzeko o que é um ponta-de-lança e André Santos devia ter ganho 10 anos de experiência com 5 ou 6 jogos a titular.

Ganhamos e pronto. Elogio à equipa que veio de França com 3 pontos, que mal ou bem foi superior a uma outra equipa que é das melhores nas terras gaulesas. O que é que custa dar os parabéns a um ou outro jogador que só tem como culpa não ter o talento que achamos que devia ter.
Por estas e outras jogadores como Gimenez, Moutinho, Tello, Varela ou Heinze que de discutíveis em Alvalade passaram a ser estrelas noutros campos. Valorizemos o que é nosso, pelo menos até que chegue algo melhor. Se chegar.

Até breve.

Suplentes ? Quem? Nós?

A coisa correu bem. O Sporting venceu o Lille e ninguém pode dizer que não foi melhor que o adversário. Ok, não esmagou o clube francês com futebol ofensivo, de alto índices técnicos, de não deixar respirar os jogadores oponentes. Mas convínhamos o Sporting não é o Barcelona. Para uma equipa que ainda procura uma identidade dentro de campo, não confundir com atitude, isso a equipa revela ter, o jogo foi bem conseguido.

Passes falhados, alguma dessincronização nas saídas de bola e aqui e ali algum esquecimento defensivo são próprios de um onze nada rodado e sem as empatias que advêm de muitos jogos em conjunto. Apesar disso, a equipa mostrou a garra e a coragem de querer mais do que apenas o cuidadoso empate. Paulo Sérgio teve alguns cuidados extra com a posse de bola dos franceses, Saleiro e Postiga tiveram ordens para “morder” os médios a todo o custo e os médios Zapater e Santos nunca se aventuraram demasiado em lances ofensivos.

Não se foi uma vitória da coragem de Paulo Sérgio ou um atrevimento dos suplentes, o que é certo é que começamos a Liga Europa da melhor forma vencendo no terreno mais difícil. O sabor deste arranque pode e deve inspirar os jogadores para o derby e alimentar ainda mais a concorrência por um lugar no onze. Agora a análise um a um:

Tiago
Bem no geral. Falhou no golo do Lille, mas justificou a aposta, pareceu sempre seguro e focado.

Abel
Segundo aviso do lateral a Pereira, se continuar a exibir-se tranquilo na defesa e afoito no ataque pode ser que lhe garanta a titularidade um dia destes. Fez um bom jogo.

Torsiglieri
Grande surpresa. Para quem ainda quase não tinha jogado o argentino mostrou valor e personalidade. Não é um lateral, mas pode ser um boa alternativa a defesa-esquerdo. Uma entrada muito dura no inicio podia ter estragado a sua prestação, mas foi-se aguentando a defender. Como uma muralha, nunca deu hipóteses aos atacantes e salvou muitas bolas. Atacou pouco, mas bem.

Carriço

Grande jogo do capitão. Está a assumir-se como um dos valores inquestionáveis da equipa. Tirou tudo, varreu tudo, cortou tudo. Nota-se que quer “mandar” na equipa o que é excelente.

Polga
Outra surpresa. Se jogasse sempre como jogou contra o Lille nunca Coelho e Torsigleiri teriam hipótese de lhe ganhar o lugar. Ter um central assim como alternativa, ou seja o Polga bom, é uma garantia no lugar.

André Santos

Ás vezes faz lembrar o Paulo Sousa e para o ser completamente só lhe falta um pouco mais de sentido posicional, para não ter de andar a recuperar terreno que nem um louco. No lance do 1º golo, surge adiantado o que ajudou, mas também é uma prova de que talvez não devesse estar ali. Bom jogo e está a ser um dos mais estáveis na equipa exibicionalmente.

Zapater

Apesar de falhar alguns passes, não ter a melhor noção do espaço entre os colegas e faltar-lhe algum fulgor físico, revelou ser de uma utilidade extrema no meio campo. Não engana é um médio que sabe defender e atacar, é o tal box-to-box. Precisa de mais entrosamento e jogos nas pernas para crescer e ganhar confiança.

Salomão
Muito talento e rapidez. Podia ter marcado, mas essa falha não manchou uma exibição atrevida do garoto. Tal como Zapater e Torsiglieri faltam jogos e conhecimento dos colegas.

Vukcevic
O sérvio abriu com um golo e apesar de óptimos detalhes técnicos, não foi muito participante na partida. Contribuiu para a vitória, mas precisa de estar mais em campo e não esperar tanto que a bola lhe chegue redonda. Lutou defensivamente o que o desgastou mais cedo do que é habitual.

Postiga
É dos avançados que conheço com mais jeito para tratar a bola, se o jeito para criar espaço para rematar fosse tão bom seria dos melhores avançados do mundo. Mas Postiga muitas das vezes faz um sprint a mais, uma finta a mais e perde o tempo e a energia que devia guardar para ser mais incisivo na área. Um golo e muita correria para recuperar bolas dão-lhe mesmo assim uma nota bem positiva.

Saleiro
A disponibilidade que mostrou em conjunto com Postiga para tapar a zona central da saída de ataque do Lille foi uma surpresa. Tem de ser assim Saleiro. Um avançado tem de fazer muito mais do que apenas esperar que a bola lhe caia no pé para rematar à baliza. Não foi uma dor de cabeça para os centrais, mas esteve bem na maior parte dos lances. Falta-lhe um golo ou outro para ganhar mais atrevimento.

Pereira
Entrou para substituir Vukcevic e ainda teve tempo para criar uma boa oportunidade. Serviu para o que foi chamado ou seja ajudar Abel a aguentar o flanco.

Evaldo
O mesmo que se aplica a Pereira.

Coelho
Substituiu Saleiro para impedir o chuveirinho nos últimos minutos. Afinal não houve.

Até breve.

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Arriscar

Ao ver o onze inicial do Sporting para defrontar o Lille, entendemos agora o porquê da não preocupação com o tempo de repouso para o derby. Ao alinhar apenas com André Santos, Carriço e Vukcevic como habituais titulares, Paulo Sérgio faz descansar quase toda a equipa. Não sei que resultado terá esta opção, mas uma coisa é certa, revela enorme confiança nas segundas escolhas.

O jogo em Lille é o jogo mais difícil, em teoria, deste grupo da Liga Europa. Seria de todo expectável que fizesse alinhar o melhor onze, deixando para outro encontros o “descanso” dos titulares. Mas não. Arrisca Paulo Sérgio numa manobra “à Mourinho” quando ainda tem o lugar quentinho depois da péssima prestação frente ao Olhanense e antes de defrontar o Benfica na Luz.

Seja qual for o resultado, teve coragem e destes atrevimentos que queremos ver à frente da equipa. Espero que tenha sorte. Será bom para ele e muito bom para todos os Sportinguistas que bem precisam de um bom resultado para moralizar o derby.

Até breve

A ideotice inesgotável

A ida de Madail a Mourinho "pedir" ao mesmo que oriente a Selecção Nacional durante os próximos dois jogos, só pode ser piada e de muito mau gosto. Poderia arranjar 234 motivos para explicar porquê, mas coloco só 5.

1- O técnico que vier a seguir a Mourinho só poderá sentir-se como o "outro que vem porque o Mourinho não pode", o que só por si já é desprestigiante

2- Mourinho deve pedir por esta acção de freelancer, uma "pequena" enormidade, provavelmente o mesmo que um ano inteiro de salário do "outro" técnico

3- Para o técnico do Real Madrid, a carreira da Selecção não é um objectivo pessoal, e sendo responsável por apenas 2 jogos, continuaria a não ser.

4- A uma direcção tão contestada estes "golpes de algibeira" só vão enriquecer as críticas e a desmotivação dos adeptos.

5- Está se a perder tempo quanto à aquisição de um treinador que pegue nos inúmeros problemas que a equipa nacional revela, e os tente resolver, dava jeito que quando se realizar o próximo jogo já exista algum caminho feito neste sentido.

Todas estas razões somam-se a uma mais importante: Mourinho não iria aceitar nunca esta proposta, que não tem nada de tentadora. Aliás seria difícil ao Real Madrid entender que o seu treinador, pago a peso de ouro, se disperse por outras preocupações.

Até breve

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O Lille é uma equipa que vale pelo colectivo

Foi a constatação de Carriço sobre a valia do próximo adversário na Liga Europa. Mas a questão que se põe é: O Sporting vale pelo quê? O colectivo leonino vive neste momento de três condições:

1- Os golos de Liedson
2- A força dos seus trincos Santos e Maniche
3- O que Pereira e Evaldo conseguem dar em profundidade nas alas
4- As linhas que Valdez e Vukcevic abrem para Fernandes poder pensar o jogo

No último jogo, o Olhanense, entendo tudo isto impediu que estes pontos fortes entrassem em campo, portanto o resto das características da equipa foram insuficientes para marcar um golo à equipa algarvia. Frente ao Lille, jogando em contra-ataque, pode ser que exista mais espaço para jogar, mas o Sporting não tem matrizes de jogo de tracção a trás e será um erro enorme "esperar pelo golo francês".

Ainda para mais Valdez, Liedson e Maniche não vão poder jogar, obrigando PS a recorrer a Djaló para uma das alas em parceria com Vukcevic. Na frente talvez Saleiro faça as vezes de Liedson e no meio campo será Zapater a tomar o lugar de Maniche. Os franceses gostam de um jogo apoiado, assente em dois interiores a dar apoio a um ponta-de-lança e um 2º avançado. Quebrar o predomínio no centro do terreno do adversário será a primeira batalha a ser ganha pelo Sporting e para isso Vuk e Djaló nunca serão boas hipóteses, não recuam bem e não têm a potencialidade de lutar pela bola.

Penso que a melhor alternativa seria jogar com Djaló pelo centro, solto a combinar com Fernandes e Zapater atrás de si, com André Santos no centro e Vuk e Pereira nas alas. Na defesa, Abel e Evaldo nas laterais, Carriço e Coelho no centro. Patrício "merece" a titularidade. É uma espécie de 4-1-4-1 que daria muito jogo pelas alas, impedindo o avanço dos interiores do Lille e a sua supremacia no meio-campo. Nesta táctica de "bancada" tiramos o melhor partido dos jogadores disponíveis e salvaguardamos um jogo apoiado nas linhas. Pelo centro falta-nos um avançado e um 10 em grande forma.

Mas o técnico, por agora é PS e veremos o que preparou para este encontro, sendo que é pacifico que vai ser preciso encontrar uma forma de por o 4-2-3-1 habitual a manobrar de forma diferente, o Lille não é o Olhanense e a equipa não mostra "saúde" para obrigar o adversário a correr atrás do seu jogo. Oxalá me engane.

Até breve.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Lágrimas vermelhas

Não são lágrimas de crocodilo, mas andam lá perto. O escândalo que o Benfica diz ter chegado à sua porta, já assolou muitas vezes as portas de Alvalade e as Antas e nunca com este "motim". O desespero nas mais altas instâncias do clube é feroz e ameaça tudo e todos. De lado ficam derrotas e más exibições que estão completamente sobrepostas por camadas de "lixo informativo".

É óbvio que o que o jogo com clube israelita para a Liga dos Campeões será aproveitado para "mostrar" o quão é forte a equipa benfiquista e não tenho dúvidas que a imprensa "cavalgará" sobre a glória de tão importante e moralizadora vitória. O filme do costume. Está tudo a postos para um derby daqueles com um cheiro intenso a "pagamento de juros". Era bom que os leões avisassem as "comadres" que vão estar de olhos e ouvidos bem abertos para o jogo da Luz.

Confesso que sempre duvidei da calma e sobriedade com que Vieira e Rui Costa esnobavam os protestos da equipas adversárias quanto às arbitragens. Vê-se agora a classe e o pedigree destes senhores que à mínima dificuldade montam um verdadeiro circo. Esperemos que não sejamos os "palhaços" convidados.

Até breve.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Os três de JEB

Um.
Paulo Bento quis sair. JEB inebriado por uma esmagadora vitória nas urnas leoninas, encheu-se de uma vontade de agradecer a tudo e a todos. Apanhou o treinador demissionário na saída da porta e anunciando-lhe um novo tempo, convidou-o para ser o seu braço direito. Paulo Bento aceitou, talvez por ser um homem de lutas e árduas batalhas, talvez por uma promessa de talento que chegaria. Não chegou. JEB nunca conseguiria colocar o clube numa rota de mudança, algo que manifestasse uma diferença de politica. Trocou Pedro Barbosa por Sá Pinto e a tríade parecia imparável. Bettencourt, Bento e Sá Pinto. Saíram os dois e talvez a maior dose de culpa fosse de quem ficou.

Dois.
Esgotados, fartos, desmotivados, os sócios recebiam a promessa de um novo técnico como uma luz ao fundo de um enorme túnel. A luz piscou e com o anúncio do nome, desapareceu. Carlos Carvalhal dificilmente vestiria o manto de "herói" do Sporting quando tinha sido despedido sem honra à 5ª ou 6ª jornada pelo Marítimo. Não se lhe conhecia melhor proeza do que 2 boas temporadas no Leixões e Vitória de Setúbal, o que para um Sporting é muito pouco. Esperou-se pouco de CC e pouco foi o que se viu. A equipa entrou em piloto automático até às últimas jornadas e teve um vislumbre de glória na Liga Europa. Depois de um repetido expressar de "recados" para a direcção, Carvalhal saiu sem uma palavra de JEB, que se esforçou tanto por defende-lo como se deve esforçar para beber uma bica.

Três.
Dir-se-ia que depois de dois treinadores jovens "destemidos" e "aventureiros", JEB iria optar por um currículo mais seguro, um treinador com mais batalhas no buço, mais medalhas no cachaço. E....hã...Paulo Sérgio. A luz ao fundo do túnel já não piscava e a maior parte dos adeptos fez por esquecer que precisa de luz. Todos nós adeptos nos programámos para uma época "às escuras".
Mas a alma sportinguista é feita de uma esperança eterna e ilógica. Depois de uma boa digressão pelos EUA e alguns reforços com qualidade, os adeptos ganham um pequeno balão de inspiração e esperança. Cai o caso Moutinho, que derrotou mais do que 20 derrotas com o Celtic. Sem moeda de troca vende-se Veloso por dinheiro e um jogador que à 4ª jornada ainda não "nos disse nada".  Não vieram também atacantes, apesar de toda a gente, toda a gente, toda a gente, repito....toda a gente assinalar a carência de um bom avançado.
Não sei quanto tempo deverá demorar este 3º treinador de JEB, mas se perder em Lille e na Luz, por mim podemos começar a dizer que à "quarta é de vez". Não estou a falar da hipótese de JEB acertar na escolha, estou a falar de demitir quem quer que tenha escolhido Carvalhal e Paulo Sérgio, se foi Costinha...então que seja Costinha, alguém tem de explicar porque é que em 1 ano e meio podemos estar perante o 3º despedimento, o que dá menos de 6 meses para cada um...a culpa é do treinador? Elucidativo.

Até breve.

sábado, 11 de setembro de 2010

O pequeno Sporting

Existem poucos momentos numa época em que uma equipa pode ascender a um estatuto superior. É um pouco como nos videojogos em que ao completar com distinção um nível existe um último desafio que decide tudo. Pois frente ao Olhanense o Sporting tinha um último desafio em que podia ter conquistado muito. Mas ao não o fazer mostrou ainda não estar preparado para subir de nível.

Se vencesse o clube Algarvio, o Sporting mostrava estar a ganhar uma dinâmica de vitórias, colocava pressão sobre Porto e Braga e punha os Benfas a ter pesadelos com o derby. Nada disso. Mostramos ao país que não somos assim tão ameaçadores. Mal Paulo Sérgio, que teima em não entender alguns grandes detalhes que um treinador de um grande tem de tirar de letra. Quanto tempo demorou PS a entender que a equipa estava "presa" e não conseguia ultrapassar os muros que Daúto Faquirá levantou?

O Olhanense entrou em campo exactamente como o Marítimo e o tempo foi passando. Fui contando o tempo entre jogadas perigosas do Sporting e é regularmente de 15 em 15 minutos. Com 3 jogadas de perigo por cada metade é impossível encostar uma equipa. Não entendo a eternidade que levou PS a interiorizar que Djaló não dá para jogar na frente contra equipas que defendem 97% do tempo.

Patricio
Bem. Sem trabalho.
Pereira
Muito esforço, pouco esclarecimento. Desfoca-se do jogo por vezes.
Evaldo
Preso durante quase toda a partida e ignorado pelos médios centro.
Coelho
Pouco trabalho, concentrado
Carriço
Nos dois lances em que foi superado, um saio um amarelo e noutro contou com a aselhice do avançado para passar incólume. Muito precipitado a fazer faltas.
A.Santos
Dos melhores, mesmo assim tem de ser envolver mais em missões atacantes.
Maniche
Bom jogo, algo hesitante em aparecer em frente à área. Esforçou-se por dar bolas aos alas.
Fernandez
Não teve espaço e foi marcado pelos médios algarvios. Em queda exibicional outra vez.
Valdez
É bom jogador mas esteve longe de resolver bem as boas bolas que teve na linha. Egoísta, visou várias vezes à baliza quando tinha melhores opções no passe.
Liedson
Um jogo à Postiga. Bola na trave e mais nada. Em baixo de forma o levezinho.
Djaló
Já nem atribuo a culpa por mais um jogo desperdiçado. PS queimou um jogador e uma substituição.
Vukcevic
Entrou tarde, abanou o jogo e foi pena não ter tido mais tempo de jogo.
Saleiro
Continua a desperdiçar golos e pontos ao Sporting. Definitivamente não é avançado para clube grande.
Postiga
5 minutos e nada de especial a salientar.

Posto isto, e depois da vitória do Porto, resta ir a França ganhar e ir à Luz ganhar. Se estes dois resultados acontecerem talvez uma nova oportunidade surja para colocar este Sporting na secção dos "big boys" da Liga em vez da 2ª linha a que os clubes de Lisboa parecem relegados depois dos bons arranques de Porto e Braga. Mas para já voltamos a uma semana de esmorecimento que já nem a época miserável do Benfica vai disfarçar.

Até breve.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Não houve colo

Depois de dizer que "estamos muito melhor que há duas semanas" na véspera, Jesus averbou mais uma derrota. Mas o melhor foi mesmo o que fez no flash interview da SportTV, ao dar o arranque da jornada de vitimização que vamos poder assistir durante a próxima semana até ao derby de Domingo. O Benfica perdeu e na próxima jornada terá a corda na garganta.

O que Jesus e mais tarde Rui Costa, não disseram foi que o Guimarães jogou melhor, teve mais oportunidades e que ao final da 4ª jornada, o Benfica tem 3 pontos em 12 possíveis. Mas para os benfas isso não interessa, o que convém é mesmo é começar já a condicionar o árbitro que subirá ao relvado da Luz para apitar o jogo com o Sporting. Espero que os responsáveis do Sporting façam uma boa "defesa" da isenção que se pretende para o derby. Não me apetece nada ir à Luz pagar a factura do colinho que não houve em Guimarães.

Admira-me também o tratamento da imprensa, autenticamente a empatizar com a suposta injustiça de Olegário Benquerença. Se fosse o Sporting, teriam dito e comentado que o treinador e o director desportivo estariam a desviar a atenção dos adeptos para a incapacidade da equipa. Diferenças.

Este fim-de-semana começa bem.

Olho para Olhão

No próximo Sábado, o Sporting defronta o Olhanense. Apesar do favoritismo claro, é preciso olhar este clube Algarvio com alguma desconfiança. Não vi nenhum jogo da equipa de Faquirá, mas a julgar por outras equipas que já orientou, deverá chegar a Alvalade para jogar bem fechado lá atrás e espreitar o contra-ataque, principalmente na segunda parte e se o marcador se mantiver a zeros. É sempre a mesma estratégia, perder tempo desde o primeiro minuto, tentar enervar os jogadores do Sporting mais criativos com faltas constantes, por 4 defesas, 3 trincos e 3 homens rápidos na frente.

Mas conhecendo a táctica há que olhar para quem representa esta época o clube de Olhão. No plantel existem bons jogadores como os "leões" Ricardo Baptista, Carlos Fernandes, João Gonçalves, Mexer, Paulo Renato e Paulo Sérgio. Somam-se Moretto (espero que esteja naquelas noites azaradas que só ele sabe ter), Lulinha, Jorge Gonçalves, Rui Duarte, Djalmir e Yontcha. Não é evidentemente uma equipa fraca. Espero que seja um daqueles jogos "tornados" fáceis, ao marcar cedo e manter a vontade de marcar mais golos. Tenho bem vincada ainda a aflição contra o Marítimo, com uma primeira parte completamente desperdiçada em movimentações estéreis.

Não sei se a táctica de 4-2-3-1 será para manter, ou se PS adaptará os mesmos jogadores num 4-1-4-1 ou num 4-1-3-2 com Maniche a avançar (em ataque) até à linha composta por Valdez, Fernandez,e Djaló, ou manter Maniche mais atrás e chamando Vukcevic para o lugar de Valdez, adiantando Djaló. Confesso que a jogar em casa, frente a um adversário defensivo, Djaló deverá fazer mais um jogo sem espaço e sem linhas abertas para a baliza e logo, passar ao lado da partida. Se estivesse no lugar do treinador do Sporting preferiria talvez Saleiro ou Postiga em prejuízo de um Djaló ponta-de-lança.

Seja qual for a táctica, era excelente continuar a ganhar jogos e se possível pelos 3 golos com que brindámos os últimos 2 adversários. Na baliza já sabemos que vamos ter Patricio, o que é bom para o jogador, saber que só pelo mérito de Hildebrand e o seu demérito perderá a titularidade. Ele e qualquer jogador do Sporting devem entender a entrada no onze como uma conquista permanentemente e não um estatuto que se adquire no principio da época.

Até breve

O regresso da ambição...e do risco

Aprovada a reestruturação financeira do clube, JEB inicia um novo tempo no Sporting. Um tempo em que terá mais capacidade orçamental para gerir o clube e garantir o acesso a outro nível de jogadores e treinadores. Para trás fica um outro clube, porventura mais calculista, realista e assente na premissa de recorrer à Academia para construir planteis após planteis. Também neste virar de página se abandona a ideia que o Sporting pode competir com Benfica e Porto com menos de metade dos seus orçamentos.

Todos sabemos que este novo modelo por si não faz melhores contratações, não programa melhor os calendários competitivos, não escolhe directores desportivos. Mas teremos todos de admitir que existem diferenças entre deixar sair o capitão do clube para um rival directo e renovar o contrato (nem que seja para o vender num momento mais apropriado) existem diferenças. É esta nova janela de oportunidade que pode interromper a verdadeira “depressão” que se instalou nos adeptos leoninos. Não é fácil para ninguém ver que não tem os argumentos dos seus adversários e querer na mesma ganhar derbys, ganhar títulos.

Esta Assembleia inaugura o ano de 2010 como um verdadeiro ano zero, como uma fase de transição em que se espera o regresso de um clube à sua matiz competidora, ambiciosa e apesar de mais arriscada, com mais hipóteses de sucesso. Os arautos da desgraça calar-se-ão à primeira grande vitória sobre um rival ou uma série ganhadora de vários jogos. Leio na blogosfera que alguns acham que esta mudança é dar “pérolas a porcos”, estes alguns que não referem qual seria a melhor alternativa, uma vez que não gostam também do modelo actual.

Acho que podemos e devemos usar da nossa inteligência para acompanhar o dia-a-dia do clube. Podemos e devemos criticar a Direcção, o treinador e os jogadores. Mas qualquer que seja a crítica, não deve chegar solteira, ou seja, eu posso dizer “eu não concordo”, mas devo também acrescentar o porquê, lugar onde devo explicar as alternativas que a meu ver seriam mais viáveis. Mas não é isso que está a acontecer recentemente. A equipa perdeu, então a culpa é do treinador, do presidente, do director desportivo, porquê? Porque podia ter ido buscar o Ronaldo para jogador, o Guardiola para treinar e não devia ter feito uma data de coisas que pertencem a outros mandatos.

Se me perguntarem de concordo com todas as medidas de JEB ou Costinha, responderei com facilidade que não. Mas também não adiro à facção que aproveita tudo o que pode para linchar este corpo directivo, dando uma ajuda substancial ao já “amigos” Record e Bola, numa campanha cega para substituir esta direcção por sabe se lá o quê. O candidato que (e muito bem) concorreu com JEB apesar de perder conseguiu fazer a proeza de ter criado uma polémica enorme naquela que era a sua grande bandeira eleitoral.

Nunca vi um candidato derrotado ter um “caso polémico” na imprensa. Parece até ter razão, mas provou que talvez não seria muito melhor dirigente que o candidato vencedor. Curiosamente fala-se de Eriksson outra vez para a Selecção, podíamos ouvir o que pensa Cristóvão sobre a razoabilidade dessa escolha e evitar novos erros de casting. Prefiro um arrogante corajoso a um cobarde mentiroso.

Até breve.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Acabou-se

Agora que o Professor já não é seleccionador posso dizer com toda a liberdade, sem correr o risco de estar a ser pessimista ou "bota abaixo", duas coisas:

1- Carlos Queiroz não é o treinador visionário, de top, que muita imprensa intelectualóide sempre pintou.
2- Carlos Queiroz não merecia a verdadeira "excomunhão" que a imunda FPF realizou.

Perante estas duas menções, penso que será de todo conveniente investigar todo este processo, nomeadamente o porquê da interferência do Estado no assunto. Levantam-me muitas dúvidas a pressa com que muitos mecanismos foram activados. Isso e a fraca prestação de muitos jogadores na Selecção, os que recusaram ao menos tiveram essa frontalidade.

Até breve

Turning Point


















Não sou adepto de estratégias de “orgulhosamente sós”. Em termos de modelos de gestão ainda será menos útil uma visão arrogante que não observe boas práticas e criatividade no financiamento que outros clubes adoptaram. O direito de propriedade das ideias ou dos esquemas de organização não é uma bandeira que se ostente e a originalidade vale zero se o modelo não funciona.

Quando a concorrência é claramente mais forte e mais eficiente, então algo tem de mudar e não vale a pena dar mais tempo a um plano económico que coloca o Sporting no 4º lugar no que toca à disputa por recursos humanos, que é o mais importante no futebol. Sem jogadores não há espectáculo, não há estádios cheios nem patrocinadores, não há prémios de Liga de Campeões.

Hoje há Assembleia Geral e em cima da mesa a discussão sobre um ponto de viragem na estratégia do clube. Li muito sobre o que pode acontecer, o que vai ser proposto e a ala entendida de adeptos leoninos aponta vários caminhos “perigosos”, avisos, dúvidas e outros “cartões amarelos” à mudança.

Do muito pouco que entendo, a maior capacidade financeira será conseguida com a passagem de fortes activos para SAD e a “valorização” desta servirá para a renegociação de empréstimos, acrescendo uma espécie de emissão de “dívida pública”.
A SAD ficará mais “rica” e o clube mais pobre, os gestores da SAD mais autónomos e os sócios com menos poder para comandar os destinos da instituição.

É um cenário claro de delegação de mais poder a uma SAD que é contestada por resultados desportivos. Para muitos críticos é dar mais poder a quem tem cometido erros de gestão futebolística. Na minha opinião não podemos confundir modelo de financiamento com contratações de técnicos ou jogadores. Aliás há muito que o primeiro afecta a capacidade de intervir no segundo e ainda não vi ninguém a propor um modelo alternativo capaz de superar o que se vai desenhando em Alvalade.

Esta questão é fulcral. Os sócios reclamam perda de direitos, mas quando chega a hora de propor caminhos, alternativas e realmente intervir nas decisões do clube, o que acontece? Nada. É como uma oposição que critica, mas não apresenta alternativas. Que ainda acredita que podemos fazer com menos dinheiro o que outros vão fazendo com muito mais. No mercado o dinheiro do Sporting vale o mesmo que o do Portimonense e neste mercado de transferência vimos jogadores a preferir o dinheiro de muitos clubes com um estatuto muito inferior ao do Sporting.

Quem sabe o que uma direcção pode fazer quando tiver mais liberdade orçamental. Se querem um exemplo, acho que o Benfica parece hoje um clube bem gerido apenas porque ganhou o campeonato e tem capacidade (dinheiro) para se reforçar. Palavra aos sócios, as decisões são urgentes e os críticos devem “largar” os cadeirões de sapiência que ocupam e fazer valer a sua voz, apontando caminhos diversos e soluções alternativas. Esse será o único debate possível, o das ideias. O das concordâncias e “eu avisei” não serve absolutamente para nada.

Até breve.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Wiki...piada

Quem for à referência do Sporting Clube de Portugal na Wikipédia encontra na página a seguinte passagem:

"O seu emblema, que ostenta um rato rampante de cor branca, e dourado a partir de 2001, sobre fundo verde, foi oficialmente adoptado em 1906..."

Rato? Ninguém leu isto antes?

Se não acreditam leiam e já agora se houver alguém com mais conhecimentos informáticos, por favor tente alterar, eu já tentei mas não encontro o separador de edição que corresponde à área Emblema e Cores, onde está colocada esta piadinha de mau gosto.

Sigam o link:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Sporting_Clube_de_Portugal

Até breve

Os leões "azuis"













Ficamos a saber hoje, na verdade já muito se falou antes, que Paulo Bento é o favorito da actual estrutura da FPF para substituir Carlos Queiroz. Confesso que tenho pensamentos contraditórios em ralação ao assunto. Se por um lado acho que pode ser o homem certo para um lugar fragilizado, sinto também que o nome só está a ser considerado por ter o "apadrinhamento" silencioso de Pinto da Costa.

Nunca fui um entusiasta do Professor Carlos Queiroz como Seleccionador. Reconheco-lhe um óptimo sentido de planeamento e visão global do desporto, mas falta-lhe a inteligência táctica e a liderança de balneário. Seria a meu ver o melhor candidato para Presidente da Federação, Director técnico de todas as Selecções ou outro cargo de secretária. Cometeu muitos erros durante estes dois anos e o principal foi nunca ter tido a equipa preparada para assimilar a sua visão defensiva e cautelosa, ao melhor estilo italiano, do futebol.

O jogador português é impulsivo, estóico quando é preciso, mas precisa de canalizar a sua criatividade. Nunca uma equipa portuguesa saberá "esperar" o adversário, dominar fisicamente a posse de bola ou manter as linhas abertas mais próprias de lógicas germânicas ou nórdicas. O futebol português é apoiado, assente na desmarcação e capacidade de ler os espaços vazios. O treinador da Selecção deve compreender isto sem baralhar os jogadores em neo-tácticas de mixologia com outras escolas de futebol. Morfologicamente e psicologicamente é mais difícil trabalhar na equipa de Portugal outra coisa que a sua essência estranha e rejeita.

Paulo Bento não é um mestre de tácticas. É muito rigoroso, disciplinador, motivador e um verdadeiro chefe, mas não lhe peçam para fazer evoluir uma equipa com movimentações e dinâmicas complexas. Nisso estará adaptado às necessidade de uma Selecção, que é basicamente uma equipa que não treina e não faz experiências, adapta, engloba o que pode e o que precisa do trabalho que é feito nos clubes.

Irrita-me que embora ajustada a escolha, esta tenha, mais uma vez o aval de Pinto da Costa. Ao afirmar que PB é um treinador que encaixaria na filosofia do Porto, o Presidente portista com a sua empatia rotulou imediatamente o ex-treinador do Sporting. Pode até ser que PB lide melhor com isso do que CQ, que não hesita em "pagar" a preferência de PC com uma gestão bastante "cuidada" dos activos e futuros activos dos portuenses. Não espero que Paulo Bento dobre tão facilmente, mas será natural que entendendo que recebe o lugar através de um acordo tácito entre Porto e Benfica, se sinta inconscientemente agradecido por esse facto.

É um jogo de poder que o Sporting não partilha há décadas. Com Paulo Bento até pode nem precisar de o fazer, afinal ele treinou e segui muitos dos jogadores que agora fazem parte dos quadros da Selecção. Mas tenho um palpite que mais uma vez os "Santos da Casa" não façam milagres e continue a saga do desfavorecimento leonino nas entradas da Selecção.

Até breve

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Esta não é a minha Selecção

"...atitude extraordinária dos nossos jogadores"
"...tivemos o controle total da partida"
"...temos futuro com esta equipa"
"...grande atitude da equipa depois de um golo estranho"

Agostinho Oliveira fez-nos recordar maus velhos tempos em que a Selecção tinha grandes vitórias morais e não ia a nenhuma competição internacional. A equipa esteve mal orientada, nervosa, impaciente, sem garra. Podemos ver o quadro a dois níveis: organizativo e competitivo. Nos dois estamos mal.

Organizativo: O campeonato nacional é pouco competitivo com outras ligas europeias, gerando poucas receitas e está invadido por brasileiros, argentinos, uruguaios que tomam o lugar aos bons portugueses que imigram por meia-dúzia de tostões. As negociações dos contratos de TV são ridículas, o campeonato de juniores é uma anedota. Não há disciplina, arbitragem, justiça de qualidade na Liga e na FPF.

Competitivo: As convocatórias são distribuições politicas de cotas. Existem jogadores no onze completamente fora de forma como Meireles, Alves, Fernandes, Almeida, Eduardo. A perder com a Noruega, Oliveira, só faz entrar Liedson aos 83 minutos. Não há táctica nem nada que se assemelhe a um plano. Há sim muito desespero, o que no 2º jogo do apuramento revela tudo o que é esta selecção.

Gostava muito que Queiroz se demitisse, que Amândio de Carvalho de demitisse, que Madail se demitisse, assim como todos os que têm feito parte das "comitivas reais" da FPF nos últimos anos. Já agora levem com eles o Laurentino Dias. Mas não têm essa fibra e com interesses individuais à frente vão acabar com tudo o que a Selecção Nacional tem conseguido conquistar nos últimos 10 anos. Parabéns a eles.

Esta não é a minha Selecção.

Até breve.

Sondagens 5 e 6

Duas perguntas, muitas repostas. Na Sondagem 5, perguntei aos leitores qual seria a posição mais urgente de reforçara até ao fecho do mercado. Foi esclarecedor:















Dos 59 votantes, a esmagadora maioria elegeu o lugar de ponta-de-lança. Não pode ser à toa que o assunto foi tão falado. A sondagem teve lugar durante os dias 13 de Agosto e o dia 1 de Setembro.

Na Sondagem 6, a pergunta era táctica e contemplava a questão de qual o melhor desenho para a equipa do Sporting. Coloquei 4 à escolha e durante 9 dias 33 votantes elegeram o 4-2-3-1 como o melhor esquema. Muito deve ter contribuído o facto de ser o actual desenho táctico, que dos muitos experimentados por Paulo Sérgio foi o que obteve mais resultados. Ficam os resultados.

De todos nós, mas com cotas














Um dia, não muito distante a Selecção irá entrar em campo com Patrício, Bosingwa, Coentrão, Carriço e Pepe, A.Santos e Veloso, Moutinho, Ronaldo, Nani e Quaresma.
Pode parecer um onze improvável agora, mas a idade e sobretudo o talento de cada um destes jogadores irá naturalmente acabar por colocá-los (aos que ainda não estão) na alta-roda do futebol.

Pode parecer um raciocínio clubista, mas não vejo no futuro outros valores a despontar e apenas Sílvio na lateral direita parece querer intrometer-se nesta luta de “grandes”. Apenas Bosingwa, Pepe e Coentrão não são formados em Alvalade e apenas André Santos, Carriço e Patrício (os melhores da equipa sub21) ainda não fazem parte dos convocados de Queiroz.

É fácil entender que o futuro da Selecção é o futuro dos jogadores do Sporting. Ainda é mais fácil de entender que este futuro só chega em pleno quando os atletas saem do clube. É quase como se existisse um estigma que faz o Seleccionador desvalorizar os recursos jovens de Alvalade, serão demasiados? É tão estranho assim que se produza fornada atrás de fornada de bons jogadores?

Pelos vistos é estranho. É tão ou mais visível este sintoma pela aparente “cota” de seleccionáveis que cada clube tem. Acredito que Queiroz não tem a coragem de convocar uma primazia clara de atletas leoninos, para não “enervar” os rivais Porto e Benfica. Nem sempre foi assim, lembro-me de Selecções com 6 ou 7 jogadores do Porto e outra mais antigas com 7 ou 8 jogadores do Benfica. Estas selecções nunca “enervaram” nenhum sportinguista.

Com os anos 90, o investimento na formação de atletas em Alvalade assume uma maturidade europeia e mundial. Figo, Peixe e P.Torres e outros foram os primeiros (com a ajuda de Queiroz) a transpor para os seniores o grande talento que exibiam nos juniores. Daí em diante o Sporting especializou-se. Foi raro o ano em que 1 ou 2 juniores não despontaram na equipa. Quanto mais altas eram as vendas, mais se apostou na formação e na era de Paulo Bento a equipa é maioritariamente composta por jogadores de formação.

O talento foi sempre reconhecido no Sporting, mas o “lote” de jogadores nunca aumentou proporcionalmente e só quando saem para outros clubes europeus se tornam justificáveis. Veloso e Moutinho são a expressão mais recente do que já aconteceu com Simão, Quaresma, Nani e Quaresma. É esta gestão política dos convocados que está também a contribuir para que muitos atletas queiram sair de Alvalade assim que conquistam um lugar no onze verde e branco. 

É sobretudo um sintoma de provincianismo, que não vejo na Alemanha com jogadores do Bayern, na Itália que alterna maiorias de Juve e Milan, na Espanha do Barcelona, na Holanda de PSV e Ajax. O que comanda esta pacóvia forma de gerir a Selecção é a insegurança do treinador, a vontade da FPF de agradar aos Caciques azuis e vermelhos, a moeda de troca de um status quo construído através de favorecimentos e incompetências.

A “Porcaria” que Queirós disse um dia que tinha de ser varrida da FPF ainda lá está, amontoa-se por detrás de jogadores de grande talento que vão disfarçando um futebol podre, com cheiro a mofo dos anos 50. No meio deste entulho existe um projecto de formação maior, luminoso, que os sportinguistas acarinham década atrás de década e custa muito mais do que títulos, custa trabalho.

Quando houver renovação, limpeza a sério nos quadros da Federação, talvez aí se abram portas para o mérito e para o trabalho. Quando a isso chegarmos, não tenho dúvidas, ganhará o Sporting e ganhará muito mais a Selecção de todos nós. Este é o único futuro plausível, dentro de épocas a UEFA conquistará o direito de exigir aos seus associados que cumpram com cotas de jogadores nacionais nas suas equipas. O caminho que se segue hoje acabará por transformar o jogo de futebol num jogo de orçamentos, com um Arsenal francês, um Inter brasileiro, um Porto uruguaio, um Benfica Argentino.

Até agora o Sporting é português, mas para competir neste mercado, até quando? Se Hildebrand ofuscar Patrício, de Zapater tapar André Santos, se Torsiglieri mandar para o banco Coelho ou Carriço, se Valdez, Izmailov e Vukcevic nunca permitirem a Solomão calçar as chuteiras, o que teremos no futuro? Aposta na formação ou aposta no engordar do orçamento?

Até breve.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Multiple Choice

Quando um treinador prepara um jogo durante a semana, durante 3 dias ou apenas 2 como irá ser no caso do próximo derby na Luz, olha para uma equipa de três formas:

Numa análise por performance
Exemplos - quais os jogadores que estão bem, em baixo de forma, moral elevada, eficiência em frente ao golo

Numa analise por lugar
Exemplo - dos dois laterais direitos quem está melhor

Numa análise por ocupação de espaços
Exemplo - se a equipa jogará melhor frente ao adversário x com 1 ou 2 trincos

Da combinação e soma de análises sai tanto o desenho táctico como o onze titular, os suplentes costumam ser hipóteses de mudanças de desenho ou lesão em lugares em que não existe um jogador “multifunções”. Tudo isto para dizer que este ano o plantel do Sporting tem um acréscimo de valor quando o treinador tiver de optar pela equipa titular.

Apenas o ataque permanece igual, o que é mau. Não há duas épocas iguais, mas com os mesmos jogadores para atacar a baliza, não será nada demais imaginar que Djaló, Postiga e Saleiro vão disputar a vaga ao lado de Liedson. Djaló parece querer começar bem, mas será só até à próxima derrota, então dará lugar a Postiga e assim sucessivamente.

Apesar deste cenário, a verdade é que existe boa concorrência para cada lugar senão vejamos:

Patrício – Hildebrand
Pereira – Abel
Evaldo – Grimi
Carriço e Coelho – Polga e Torsiglieri
Mendes – A.Santos
Maniche – Zapater
Fernandez – Tales
Valdês – Vukcevic
Izmailov – Salomão
Djalo – Postiga
Liedson – Saleiro

Se na baliza, no centro da defesa e nas alas a coisa vai andar quente este ano, é pena que Evaldo e Liedson não tenham objectivamente concorrência à sua altura. Em boa verdade todas as equipas apresentam lugares onde não existem 2 jogadores com igualdade de circunstâncias e quanto maior o talento mais dificilmente existirá um concorrente.

Podemos ver a questão sempre de duas formas. Ou Evaldo deixou para trás Grimi, ou Grimi é tão mau que não “ameaça” Evaldo. Estarão as duas correctas, mas será porventura mais motivador optar por pensar na primeira. Basta olhar para a o início da última época para entendermos as diferenças e a sua dimensão:

Patrício – Tiago
Abel – P.Silva
Grimi – Marques
Polga e Tonel – Carriço e Caneira
M.Veloso - Adrien
Moutinho
Fernandez
Izmailov – Pereirinha
Vukcevic - Djalo
Caicedo – Postiga
Liedson - Saleiro

Retirei desta “luta” Rochemback e Ângulo, já que a participação destes foi claramente um erro de casting. Assim, é mais fácil “ver” que Pouco havia de concorrência e não fora as lesões de Izmailov, Vukcevic e Liedson e ainda teria havido menos oportunidades para entrar no onze. Em Janeiro corrigiram-se 2 lugares e Pongolle viria a nunca convencer, mantendo-se o vazio no ataque.

Espero que este ano esta disputa em várias zonas do terreno tenha os seus frutos e que Paulo Sérgio não tenha de alinhar com um jogador apenas porque não existe uma alternativa, é mau para o jogador e é muito mau para a equipa. Numa semana, em qualquer plantel de futebol profissional, devem existir sempre duas vitórias: ganhar a titularidade e depois ganhar o jogo. A primeira dará muitas bases para que a segunda aconteça.

Para que esta meritocracia exista e seja real, o treinador terá sempre, mas sempre de escolher o jogador que está melhor física e psicologicamente, mesmo que isso implique deixar as “vacas sagradas” de fora. Basta uma escolha errada e o jogador perderá a confiança nas portas que o treino lhe poderá abrir. Daqui até à auto-gestão é apenas um passo e o Sporting na época passada foi só isso – deixar passar a época.

Até breve

Descubra as diferenças

Desde sempre que achei que uma equipa não deve viver de "lamentações" para se orientar a cumprir objectivos. Mas existe uma realidade que longe de ser uma vitimização, é uma grande diferença de tratamento. Falo da "eterna" vontade de motivar os adeptos benfiquistas e desmotivar os adeptos leoninos. O canal é a imprensa, e já começa a ser demais a decalage de noticias que afectam um clube e o outro.

O Benfica começou miserável, o Sporting começou mal. Mas não é isso que consta dos jornais. No Record e Bola o Sporting terá de confirmar a sua subida de rendimento e o fracasso de Pongolle,  enquanto no Benfica é realçado o goleador Cardoso, a grande novidade Salvio, o sempre comandante Aimar, o infortúnio de Coentrão que estava a iniciar outra grande época, desapareceram as referências a Roberto e ninguém fala do desacerto de David Luiz ou Luisão.

É como uma realidade virtual que se constrói todos os dias. Ás vezes impulsiona a equipa, o que foi visível na última época, noutras criou um fosso de verdade em que os jogadores encarnados não estiveram à altura. Na minha opinião destaca-se pouco as virtudes deste Sporting e exagera-se um pouco na capacidade actual deste Benfica. A próxima jornada será esclarecedora. O Sporting recebe em sua casa o Olhanense e o Benfica desloca-se a Guimarães. Ambos os testes são complicados. Em Alvalade a equipa algarvia vai tentar no contra-ataque surpreender os leões enquanto este renovado Guimarães irá tentar confirmar o seu bom momento e sobretudo aproveitar o facto da equipa de Jorge Jesus estar proibida de perder.

A 6 pontos do Porto, perder na cidade berço pode à 4ª jornada "quebrar" grande parte do balanço de campeão deste Benfica. De seguida recebe o Sporting o que ainda ajudará a mais stress. Para culminar vai à Madeira defrontar o Maritimo e recebe o Braga. O Sporting depois da Luz, recebe o Nacional e desloca-se a Aveiro para enfrentar o Beira-Mar. Afinal quem é que vai ter um Setembro complicado? Parece-me que os jornais estão a fazer um belo trabalho em "acalmar" os benfas. Penso que para o Benfica podem acontecer dois cenários: acabar a 7ª jornada a 10 ou 11 pontos ou manter os 6 que tem, quiça recuperando alguns. Para o segundo cenário vai ser preciso um Benfica que ainda ninguém (excepto a tal imprensa) pôs a vista em cima.

Entre cenários mais dramáticos e heróicos, a verdade pura e dura é que dos 3 grandes, Benfica é o que parece envolto em piores lençóis e apesar de parecer que Paulo Sérgio era o treinador que iria trabalhar com mais brasas no seu programa, não é de todo surpreendente se Jesus não chegar a ver a 9ª jornada no banco encarnado. No futebol tudo muda em poucos jogos e não acho que esteja nada decidido, Sporting e Benfica jogam pouco, o Porto não está a dar facilidades e o Braga confirma-se como um forte competidor neste campeonato. Nos próximos dias é de esperar a onda actual de tranquilizantes e anti-depressivos para Jesus e companhia, um colinho diga-se, muito conveniente para uma equipa sem margem de manobra.

Até breve.

sábado, 4 de setembro de 2010

Um empate com extra sabor a derrota

Foi de pasmar. Tanto talento na frente e tanto nervosismo lá atrás. O que tinha aquela defesa que os cipriotas pareciam escorregar por entre os jogadores portugueses? Eram pequenos e difíceis de ver? O futebol era demasiado baixo? Que mal ficaram neste empate Miguel, Coentrão, Alves e Carvalho e já agora Fernandes e Meireles. A responsabilidade de uma equipa também é defender, se em que jogo for. Se assim não fosse não eram precisos defesas contra equipas de rankings mais humilde. Grande lição contra a arrogância de uma equipa que pareceu sempre ter o que era preciso para golear copiosamente este fraco Chipre. Não deu, esqueceram-se que mesmos os insignificantes 4 ou 5 ataques que costumam fazer podem dar em golo.

Até breve.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Batidas no Ceguinho

Costinha fechou a porta. Não há mais reforços e as notícias de que o Sporting procura um avançado sem clube não fazem qualquer sentido. Não há pinheiro e a oliveira alemã com o arbusto brasileiro são mesmo as últimas aquisições do emblema de Alvalade. Não vale a pena tecer mais críticas sobre a necessidade urgente de um ponta-de-lança, não chegou e agora vamos ter de “exigir” golos a quem já comprovou que não é capaz de os marcar. É preciso uma super temporada de Postiga ou Djaló, com as boas saídas de banco de Saleiro, sempre e cada vez mais para acompanhar o eterno Liedson.

Noutro panorama, mais uma vez o Sporting complica a sua própria vida e condiciona os seus caminhos para o sucesso. Ao não pedir adiamento do seu jogo na 5ª jornada, vai mesmo visitar o Benfica na sua casa com menos 2 dias de descanso que o rival. É incompreensível, ilógico e roça a sobranceria. Seja um problema de esquecimento ou opção, será sempre um sintoma de incompetência técnica. Se o Sporting perder o jogo, será ridículo ver Paulo Sérgio a desculpar-se com o que quer que seja. Com esta opção, obriga-se uma equipa a ir à Luz empatar ou ganhar, qualquer outro resultado irá expor a equipa ao fraco profissionalismo dos seus técnicos. O Benfica tem uma dívida por saldar em termos de adiamento e sem qualquer justificação, não exercemos a moeda de troca.

Continuam a pairar sobre Alvalade os ataques de Paulo Barbosa sobre a exclusão de Caneira da equipa. Não se admite um empresário a chamar “garotos” aos responsáveis leoninos, tolerar estas atitudes é não impor qualquer tipo de respeito nos media. O empresário por casos parecidos com este já tem a porta fechada no Benfica, penso que se não fosse por Izmailov, já Costinha tinha respondido às últimas afirmações de Barbosa. É uma escolha, o desprezo. Mas tem custos e serão agravados no futuro se permitirmos este tipo de afirmações.

Tales e Hildebrand vão ser apresentados hoje em conferência de imprensa. Será das poucas vezes que podemos assistir a uma apresentação de um internacional sub21 brasileiro e um internacional alemão juntos. Parece que existe uma desvalorização quanto à importância destes reforços. Sim, chegaram depois da hora. Sim, um veio emprestado e outro a custo zero. Mas isso não deve “desmotivar” os adeptos quanto ao seu valor e potencial. Hildebrand é um bom guarda-redes em qualquer parte do mundo e o miúdo Tales só pode surpreender, uma vez que a exigência sobre a sua prestação é pouco mais que nenhuma. Nisso aprendemos com erros chamados Celsinhos ou Kmets.

Até breve.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Os nomes dos Bois

Já todos devem ter entendido que não gramo o Professor Queiroz nem um pouco e para saber as razões basta ler os posts que escrevi. Agora não se corrige injustiça com mais injustiça. É óbvio que este "caso Queiroz" é uma manobra política desenhada pelo poder com a intenção de despedir o Seleccionador com justa causa.

Qual é o interesse do Governo no castigo ou despedimento do treinador da Equipa de Portugal?  Nenhum. O que Laurentino Dias anda a fazer é um grande favor à vontade da FPF. A instituição está "pressionada" pelo mau estar de alguns jogadores-chave que não "querem" ser treinados por Queiroz. Assim e porque isso não serve de motivo para nenhum despedimento, a Presidência da Federação "parece" estar do lado de Queiroz, enquanto o Laurentino faz o trabalho sujo.

É muito triste tudo isto e pessoas como o Sr.Amândio de Carvalho ou o Sr. Madail são verdadeiros hinos à incompetência e acomodação a cargos, numa manifestação de enorme instinto de sobrevivência, bem ao jeito dos vírus ou de outros parasitas. Não são os únicos em órgãos de utilidade pública, é um dos maiores problemas da sociedade portuguesa, a acomodação dos decisores ou gestores que se alegram em manter o seu estatuto em vez de pensar na evolução das suas instituições, ou seja, mama.

É me indiferente o fim deste caso, ou melhor, até gostaria que Queiroz fosse despedido, mas pela sua incompetência e nunca por jogos de política reles. Para a reflexão de todos relembro ao Sr. Laurentino Dias (que faz vista grossa à perda do estatuto de utilidade pública da Federação, o que é ilegal) que esta FPF esteve sempre do lado do Seleccionador em casos até mais graves do que este. A época de Scolari e António Oliveira está recheada de justa causas. O que mudou? O salário.

"...It´s about the money, its always about the money..."

Até breve.

Português para burros

Agostinho Oliveira explicou o regresso de João Moutinho à convocatória da selecção nacional. O técnico interino, em substituição de Carlos Queiroz, refere que Moutinho “retomou à forma inicial e, por isso, tem lugar na selecção”… O treinador explica a ausência do médio no Mundial da África do Sul, afirmando que “antes da convocatória, verificámos que o jogador, em função da saturação e dos muitos jogos nas pernas, podia não estar no seu melhor momento”.

OJOGO, 2 de Setembro de 2010-09-02

Ora cá está. Fantástica explicação. Apetece-me dizer ao Agostinho e já agora ao Queiroz que:

1-Por esta razão não tinha ido ao Mundial Ronaldo e todos os jogadores ingleses, franceses, italianos;
2-Que as concentrações ou estágios um mês antes de um Mundial ou Europeu servem para recuperar o desgaste físico de qualquer jogador;
3-Moutinho não teve nenhuma lesão e logo era quanto muito um caso de preparação ao contrário de Pepe, Deco e Ricardo Carvalho;
4-Os Sportinguistas não são otários e explicações como estas ofendem a inteligência de qualquer entendedor do futebol português e meandros do mesmo.

Até breve.

Legítima defesa

JEB veio ontem manifestar a sua admiração pela não convocação de Rui Patrício para a Selecção A. Confesso que também é a minha opinião, sendo que pelo menos para substituto de Eduardo o jogador sportinguista está mais que qualificado. Apesar de ter a certeza que este tipo de "tiro" deve ser disparado pelo Director Desportivo Costinha e não pelo líder da SAD, a verdade é que gostei de ver finalmente o Presidente a "atacar" alguém, especialmente quando está a defender o interesse da valorização de um activo do Sporting e por que o faz contra alguém da FPF.

É certo que a convocação de Coelho é justa, mas para o seu lugar a Selecção tem abundância de escolhas, Bruno Alves, Rolando, Ricardo Carvalho, Fernando Meira. Seria mais lógico a escolha por Carriço, que é capitão, mas já é normal que os capitães leoninos sejam preteridos nas escolhas de Queiroz. Pode-se argumentar a importância de qualificar os sub21 onde Patrício e Carriço irão ser titulares, mas esta "armadilha" já foi usada no passado e o que é certo é que depois de serem sempre titulares nas camadas jovens os jogadores do Sporting têm muita dificuldade em ser convocados para a Selecção A. Djaló é a uma excepção que estranho e que cada vez mais acho suspeito.

Até breve

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Quando se perdem os valores

"Esforço, Dedicação, Devoção e Glória"

Não é uma frase. Não é um cliché. Não serve para decorar artigos de merchandising. É um lema. Um conjunto de palavras com significado. Não sei porque sou do Sporting, mas tenho orgulho no símbolo, na camisola, no estádio e mais do que tudo nos valores. Continuaria a ser fã se o clube mudasse de cidade, de equipamento, de estádio ou logótipo. Mas existem valores, identidades imutáveis que não se podem prescindir.

Ser do Sporting é vibrar sempre que se houve o nome Sporting, é ter uma preferência inexplicável por tudo o que é verde, é entender a imagem do leão como algo mais do que um mamífero da savana africana. Mas é sobretudo e antes de tudo respeitar a história, o passado e as ideias que construíram o clube. Na verdade o Sporting é uma ideia. Uma ideia que pode deixar de ser pensada. Quando isso começar a acontecer, o clube definhará e deixará de fazer sentido para crianças e adolescentes como eu fui.

Durante quase 100 anos o clube viveu, ganhou, perdeu, mas também cresceu. Aumentou o seu número de sócios, aumentou o seu património, aumentou a sua glória, disseminou a sua mensagem e o seu lema alimentou a ambição de querer ser sempre maior. Algo mudou. Desde que João Rocha deixou o clube que se perdeu algo do que é ser Sporting. Não é uma questão de presidentes, é e sempre foi uma questão de identidade. Jorge Gonçalves, Sousa Cintra, Santana Lopes, Roquette, Dias da Cunha, Soares Franco e Bettencourt são tão adeptos como eu e fizeram o que sabiam para impedir a "queda" do espírito, da tal mística. Ocasionalmente conseguiram-no.

Mas é preciso mais. Foi tentado no Centenário fazer renascer a "chama", o fervor, a paixão e o colectivismo. Mas foi mal feito. Num espírito de associativismo não existem categorias de adeptos, extractos ou elites. Não existem VIPs, honorários ou notáveis, mas desde há mais de 20 anos que o clube mantém um status quo de pouca abertura a novas ideias, novas pessoas. Esta consanguinidade geracional está a "matar a espécie". Está a fazer com que não se adapte a novos tempos e principalmente aos novos adeptos.

O adepto do Sporting está envelhecido, alheado e auto-destrutivo. Vejo-o em blogs, comentários, guerras entre facções de notáveis e "paineleiros". Vejo-o na queda de espectadores no estádio, de audiências, de número de sócios pagantes efectivos, provavelmente na queda de receitas de merchandising. Estes são números que não mentem e falam de uma desvalorização da Ideia Sporting. Nem tudo se explica através dos títulos.

Há muito mais a fazer do que ganhar campeonatos.

Temos de reinventar a ligação dos adeptos com o clube, dos adeptos com os símbolos vivos da sua história, dos dirigentes com os adeptos. O Sporting é uma Ideia e temos de nos preocupar como está a ser pensada hoje em dia. O que quer dizer? Onde está? Como se manifesta? Como pode crescer? Ou por outras palavras: O que é um adepto do Sporting, onde está, como vive a sua paixão clubística, como podemos aproximá-lo do clube para que "crie" uma nova geração de sportinguistas. Estas são as perguntas que ninguém quer fazer e este estado de declinio é só um reflexo da falta de coragem e honestidade que graça em todos nós.

Queremos fingir que tudo depende de um título, de uma glória próxima, que irá colocar o clube mais uma vez numa curva ascendente. Sabemos que estamos enganados e quanto mais adiarmos as perguntas, mais demoraremos a encontrar as respostas. Ouvi uma vez a um velho sócio no Estádio de Alvalade a seguinte frase: "O Sporting não é o que tu queres, é o que tu consegues." O que é que nós, incluo-me, temos conseguido como adeptos, dirigentes, funcionários, praticantes? Que parte do lema temos respeitado?

Até breve