segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Prémios justos

A vitória de ontem foi mais uma prova de que jogar ao ataque incessantemente à procura de um golo, mais tarde ou mais cedo traz os seus frutos. As equipas como o Feirense que dispensam o ataque, deixando o leão à solta, investir de minuto a minuto em direcção à área, arriscam amarelos, expulsões, livres perigosos e penalties. É apenas natural, uma probabilidade que só treinadores como Faquirá, Quim Machado ou Carlos Brito tendem a não entender.

As leis do futebol tentam proteger o futebol ofensivo, castigando teoricamente as equipas que fazem do chamado “autocarro” a única arma para defrontar clubes de maior propensão ofensiva. O árbitro Gralha teve uma noite desastrada, incoerente e sobretudo muito pouco preocupada com as últimas directivas da arbitragem moderna, coisas remotas como o Fair Play, o anti-jogo ou a protecção física dos jogadores. Até em Inglaterra a entrada de Stelvio era recompensada com cartão vermelho.

Pior que o arbitro só os comentadores da SportTV, onde FL, que admiro pela compreensão do futebol ao nível táctico, falha tanto como o ignorante parceiro de comentário. Insistir 20 ou 30 vezes na honestidade do Feirense e, não o dizendo, discordando da expulsão e do penalty como puderam. É mau demais que se tente ver o bom jogo defensivo dos Feirenses, sem que se realce a forma como pretenderam fazê-lo. Uma pessoa como FL deveria colocar-se sempre do lado de equipas que tentam marcar golos ao invés de enobrecer tácticas obscuras que já eram “pobres” no final dos anos 80.

Quim Machado disse após o jogo que o Feirense considera o Sporting (como os outros 2 grandes) clubes do seu campeonato, mas dentro de campo ontem, pareceu muito grande a diferença entre os dois clubes, a diferença entre querer ganhar o jogo e querer desesperadamente que acabe num zero absoluto. Entender que o Feirense foi prejudicado é tão distorcido como achar que o duplo cartão amarelo mostrado por duas faltas sobre Capel foi um excesso de zelo.

Uma vitória justa, dada a quem procurou sempre a baliza contrária, mesmo depois de estar a vencer 2-0, mesmo depois de se perceber que metade da equipa azul andava à procura das pernas dos leões em vez da bola.

O que já não foi tão justo, a atitude de Jeffren, que mesmo desolado e lesionado deveria ter dado justificações ao banco antes de sair para o balneário. Domingos não merece este tipo de tratamento e convém deixar ao técnico a resolução deste caso. A mais ninguém interessa, por mais que seja inadmissível a “juventude” do ex-Barça. Ainda bem que Domingos tem Paciência, pois será com ela que este caso se resolverá, e não tenho dúvidas que será.

Por mais que se esforcem, esta é mais uma segunda-feira tranquila, mais uma etapa cumprida. Segue-se o Vaslui, onde alguns jogadores terão a oportunidade de mostrar aptidão. André Santos, Boeck, Evaldo, André Martins, Carrilho e Bojinov entre os demais. Até agora a equipa, mesmo mudando bastante o onze, não sofreu grandes oscilações, não há razão para acreditar que isso acontecerá desta vez. Uma vitória dará ao Sporting o primeiro lugar do grupo, o que faltando dois jogos depois por cumprir será um prémio para a gestão da equipa.

Até breve.

domingo, 30 de outubro de 2011

10 ª vitória!

Mais ou menos sofrida, o que se pede é mais uma vitória. Apoio não vai faltar e o Feirense não sendo uma equipa para menosprezar não vai (ainda) ser aquela equipa que nos vai por às aranhas à procura da posse de bola. Espero no final estar tão convicto como agora de que o momento é de vitórias e não de encontrar problemas onde verdadeiramente eles não cabem. Não é caro Bruno de Carvalho?

Até já

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Diamantes de sangue

Num país onde milhões de seres humanos vivem com pouco mais do que nada, num país sem equipamentos básicos de saneamento, saúde, aprendizagem, segurança. Num país com graves injustiças na distribuição da enorme riqueza que possui. Neste país chamado Angola, o futebol é rei, tal como cá, mas é um rei farto, um rei déspota e pouco preocupado com os seus súbditos. Só assim se pode entender que ao abrigo de um qualquer 36º aniversário de Independência, possa pagar 800 mil dólares a uma equipa de futebol.

Se só por este facto já ficaria atónito, mas sendo o Sporting o clube convidado, o problema, pelo menos para mim, passa a ser muito mais grave. Acho que existem valores que não se vendem. A colaboração com um regime que ignora a pobreza e a pequeníssima elite gasta rios de dinheiro em coisa supérfulas como  roupa, jóias, automóveis de luxo ou neste caso...um mero jogo de futebol. 800 mil dólares pagava o equipamento de uma maternidade ou 10 escolas de ensino básico ou o saneamento básico para toda uma vila. Mas não...a celebração da independência "exige" que se dê circo a um povo que tem muitas outras necessidades básicas.

Pactuar com este escândalo ficará na minha mais profunda vergonha como Sportinguista. Sei bem que no passado Porto e principalmente o Benfica foram capazes de tapar os olhos e a dignidade e estender a mão aos "diamantes de sangue" angolanos, isso para mim só atesta a dimensão da falta de valores dos que dirigem esses clubes. Nunca pensei é que o Sporting fosse capaz de aceitar este desempenhar este papel. Envergonha-me como Sportinguista e choca-me como ser humano. Ao que parece o acordo está feito, deixando-me apenas o direito de a seu devido tempo pedir responsabilidades a esta direcção sobre esta imoralidade.

Até breve.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O abuso do flop

Muito se escreveu a palavra flop, é uma palavra recente no vocabulário do futebol mas encaixa que nem uma luva para designar apostas fortes em jogadores que não rendem. Mesmo estando na moda e muito usada, não deixa de ser muitas vezes abusiva a sua interpretação. Se um jogador jovem, ou experiente mas de baixo custo,  livre de contrato não vingar, isso não é um flop, é apenas um recurso que não vingou, e visto que não foi um grande investimento, não será de grande monta a perda associada.

Olhando para as aquisições deste ano, podemos até constatar que os flops são quase nulos.

Bracalli – Livre - Baixo custo, tapado por Helton
Mangala – 6.5 me - Jovem, tapado por Otamendi e Rolando
Alex Sandro – 9.6 me - Teremos de ver mais…vai ser difícil.
Danilo – 13 me - Entra em Janeiro…e pelo valor é bom que seja fabuloso
Kelvin – (?) - Emprestado
Defour – 6 me - Para já é cedo…pode ser um flop no futuro.
Kleber – 2.4 me - Titular
Djalma – Livre - Baixo custo
Iturbe – (?) - Muito jovem, não está a render o que se esperava, mas é muito cedo.

Artur –  Livre - Titular e um dos melhores jogadores
Mika – 0.5 me - Baixo custo, jovem e tapado por Artur e Eduardo
Eduardo – Emprestado com opção de compra
Emerson – 2.0me - Para o que custou é um rotundo flop. Só joga porque…sim.
Capdevilla – Livre -  Baixo custo.
Wass – Livre - Baixo custo.
Garay – (5.5 + 5.5 me) - Titular
Bruno César – Esteve perto…mas está a começar a render
Nolito – Baixo custo.
Matic – 5.0 me (abatimento no valor de D.Luiz) – A ver…jovem promissor
Witsel – 9.0 me - Titular
Enzo Perez – 2.4 me - Assumidamente flop.
Mora – Livre - Baixo custo

Boeck – 0.8 me – Tapado por Patrício, Baixo custo.
Rodriguez – 1.2 me - Titular
Onyewu – Livre - Titular
Árias – 0.8 me – Jovem promissor. Baixo custo
Turan – Livre – Baixo custo
Ínsua – Livre - Titular
Rinaudo – 2.4 me - Titular
Schaars – 1.3 me - Titular
Elias – 8.8 me - Titular
Capel – 3.5 me - Titular
Jeffren – 3.7me – Lesionado, grande promessa
Carrilho – 0.7 me – Jovem promissor. Baixo custo.
Bojinov – 2.6 me – A entrar aos poucos. Parece killer…vamos ver…
Rubio – 1.0 me – Jovem promissor. Baixo custo.
Wolfswinkel – 5.0 me - Titular
L.Aguiar – Livre – Suspendeu contrato. Baixo custo.

Como podemos ver, apenas 2 jogadores caem na categoria de flop, Emerson e Enzo Perez não renderam nada do que se esperava e pelo valor pago deveriam pelo menos ser uma alternativa no banco. Mas enquanto o brasileiro será suplente assim que chegue um novo lateral esquerdo, o argentino deve regressar mesmo à Argentina. Na prática são 4.5 me que dificilmente irão ter retorno.

Os outros 4 não passam por agora de possíveis flops, Alex Sandro, Danilo e Defour do Porto e Bojinov no Sporting. Enquanto Alex parece um bom jogador, apenas demasiado caro, Danilo é um grande mistério, no Brasil não é nenhuma vedeta e continua a ser estranho o valor pago pelo Porto. Defour é bom jogador, mas falta rotina de jogo, não terá sido por acaso que os azuis prescindiram de Ruben Micael. Bojinov é outro bom jogador que as lesões, o excesso de peso e a prestação de Wolfswinkel tardam em deixar afirmar.

Regra geral os clubes grandes acertaram muito esta época, e flops serão muito poucos, o que não quer dizer que não se tenha investido muito dinheiro ou adquirido jogadores que nunca valorizarão, apenas significa que quando se investiu forte, correu bem.  Há que esperar mais um pouco até as grandes contratações do Porto se poderem mostrar, mas há margem para acreditar que os Belgas e Brasileiros contratados para o Dragão são pelo menos capazes de lutar por um lugar no onze.

Não poderia encerrar este post sem antes referir que o jogador considerado flop do ano anterior em Portugal, Torsigleiri, está a dar cartas no Metalist da Ucrânia, onde é titular e tem sido dos melhores jogadores. Provavelmente será feita uma proposta já em Janeiro para ficar definitivamente nos Urais. Ora um jogador que não dá prejuízo, não será nunca um flop. Mas isso parece não interessar muito aos jornalistas e bloggers floppeiros.

Até breve.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Feirense em Aveiro como Alvalade

No Domingo à noite defrontamos o irmão gémeo do Gil Vicente, o Feirense. Ambos partilham a dimensão clubística, o tipo de jogo e a carreira (por agora) tranquila na Liga deste ano, apesar de terem sido apontados como principais candidatos à descida. O encontro será ao que parece em Aveiro. É uma excelente notícia, jogar no Marcolino de Castro seria penoso e além disso os 3200 lugares estariam repletos de Portistas a apoiar o seu 2º ou 3º clube de preferência.

Em Aveiro não só se pode esperar um futebol menos caótico, como muitos fãs leoninos, responderão pela segunda a vez à comparência neste estádio, talvez até em muito maior número. Tudo aponta assim para o regresso de uma velha condição de “grande”, onde na maioria dos jogos fora, acabamos por jogar em casa. Os adeptos sentem-se apaixonados pelo futebol da equipa e sobretudo pelas novas estrelas, criando o cenário ideal para “levar” a equipa à 10ª vitória consecutiva.

Tudo aponta para que Carriço volte ao banco, regressando Onyewu (ou preferencialmente Rodriguez) para o lado de Polga e Fernandez continue a assegurar a faixa direita. Enviar o chileno para o banco seria um castigo duro para as ultimas prestações do jogador. Essencialmente a equipa deve manter a estrutura e esperemos que a eficiência de resolver cedo o que é mais complicado, ou seja, abrir o marcador.

Aguardemos, ou no caso de viajar até Aveiro ser uma hipótese, compremos os bilhetes, sendo certo que existem muitas formas de ajudar a equipa, ir ao estádio é a mais útil de todas. Aos leões do Norte e do Centro a minha vénia pela festa de Famalicão, esperando que se repita já neste fim-de-semana.

Até breve.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Estado de espírito

Tenho pena de não poder ter estado em Alvalade, vi a segunda parte na TV e só posso dizer que este resultado é bastante motivador para os jogadores (já lá vamos), a exibição um presente para os adeptos e a festa nas bancadas o melhor anúncio publicitário para o sucesso do aumento das receitas desta época.

Apesar da força do adversário parecer ser bastante aquém do nível médio da 1ª Liga, não deixa de ser verdade que outros Sportings bem recentes teriam dificuldade de ultrapassar a bem organizada formação Gilista. Mas este é outro Leão, rejuvenescido, confiante e que gosta de jogar bom futebol super-concentrado nos golos. Não há floreados, nem lateralizações, tudo é feito para desenhar linhas de tiro à baliza. Quando Jeffren entrar na ala direita (ou esquerda em rotação com Capel) ao seu melhor nível, esta equipa será um puzzle para as defesas adversárias.

Bons alas, suportados por laterais que sabem subir. Médios com visão, passe e remate de meia distância. Um ponta de lança que joga bem em qualquer função de área. Alas que abrem o campo e fixam laterais opositores, de onde vem o maior perigo? Ninguém sabe e Paulo Alves falhou rotundamente ao fixar os centrais na missão de estancar Wolfs.

Uma palavra a Carriço e Polga. Quem lê este blog sabe o que já escrevi (não me vou repetir) sobre os síndromas de "patinho feio". Espero que alguns "opinadores" compreendam finalmente que todos os jogadores são importantes. Todos podem ajudar. Nas últimas duas partidas foram Evaldo e Carriço que inauguraram o marcador, ainda bem que Domingos é o treinador que é e vem bem mais do que os "apontadores de dedos".

Gostaria de dar os parabéns ao scout que apostou na aquisição de Carrilho. Hoje teve dois momentos só possíveis a um jovem de grande talento, o internacional Peruano é de uma classe diferente, das que reinventam futebol, a última vez que tive esta sensação com um jogador do Sporting, chamava-se Nani. Não sei se será sequer em Alvalade que confirmará o meu palpite...o que eu vejo outros vêem também.

9ª vitória. Mais do que a série, interessa a evolução. Hoje subimos um pouco mais.

Até breve.

P.S.- Rinaudo tem de se adaptar a um futebol português muito "sensível" e evitar entradas impetuosas, na verdade o seu jogo melhorará bastante se "travar" as entradas à queima, poupa-se nos amarelos e no choque.

Acordar para a realidade

O emagrecimento dos gastos do Estado vai ter uma repercussão enorme no equilíbrio desportivo do país. De alguma forma irão ser corrigidas algumas incoerências e restaurado um justo rácio entre dimensão e projecção competitiva dos clubes. Muitos clubes que agora (ainda) recebem apoios públicos, via Governos Regionais ou Câmaras Municipais, deixarão de ter esse “prémio” gordo e desapropriado, especialmente agora que é necessário reduzir ao máximo a despesa.

Na próxima época estes clubes reduzirão em escalas notáveis os seus orçamentos, passando a viver dos seus próprios rendimentos, o que caso a caso tanto pode ir desde o fecho de portas a reduções na ordem dos 20%. Tal como tantas outras instituições em Portugal, fechando a torneira do OE, a realidade é assustadora. Sei de alguns clubes da Orangina e de escalões inferiores em que a quase totalidade das receitas significativas provém directa ou indirectamente da dita “representatividade cultural e promoção do desporto”.

Muitos clubes que nunca tiveram a “simpatia” do erário público ou que nunca se “venderam” às máquinas político-partidárias irão no futuro sentir que o pouco que têm é muito mais do que pensavam, pois não estão adormecidos comercialmente à sombra dos apertos de mão cheio de euros. Não era desta forma que esta justiça deveria ter sido reposta, de facto é à força de uma “fome” imposta que se tomam medidas urgentes e necessárias, mas ainda assim é um passo na direcção do que os cínicos dirigentes desportivos apelidam de fair-play económico (que tal como o seu congénere desportivo tem valido absolutamente zero).

Até breve.

domingo, 23 de outubro de 2011

Gestão da felicidade

Muitas vezes gerir um plantel não implica colocar os melhores jogadores em campo, mas os que por continências das suas próprias prestações estão mais moralizados. Olhando para o Gil Vicente, não podemos dizer que se espere um jogo em que a defesa seja realmente posta à prova. Não tem jogadores especialmente altos, mas faz (como 80% das equipas ditas pequenas) da velocidade do contra-ataque a única arma para ameaçar as balizas contrárias.

Desenha-se pois a oportunidade para deixar Onyewu recuperar mais uns dias, pois um central alto mas lento é tudo o que o Sporting menos precisa para a próxima partida. O(s) avançado(s) do Gil Vicente vão ser tudo menos posicionais, logo ter um “pinheiro” à espera de bolas altas para espaços perdidos será de pouca utilidade. Serão precisos “marcadores” ao homem e não à zona, de preferência com capacidade para ganhar bolas nas costas e, velocidade.

Continuar com Rinaudo, Schaars e Fernandez é um cenário mais difícil de perspectivar, penso que Elias recuperará a titularidade remetendo para o banco o internacional chileno. Aceitar-se-á a decisão especialmente pela função de grande desgaste que Matias teve na quinta-feira como organizador e motor do meio-campo. Se o jogo correr de feição poderá Domingos até testar Elias e Fernandez juntos, com o brasileiro a render Schaars como apoio na construção e o chileno a pegar na distribuição do jogo ofensivo.

Nas alas e no ataque não haverá surpresas. Evaldo será substituído por Ínsua, Capel e Pereirinha devem iniciar o jogo, com Carrilho a render o português se o marcador estiver difícil de activar. Wolfswinkel é o ponta-de-lança e espera-se que volte a marcar frente a uma equipa que tem especiais dificuldades com avançados mais móveis como é o holandês e as suas grandes diagonais para receber a bola de frente para o guarda-redes.

Não faço a mínima ideia de como Paulo Alves vai montar a sua equipa, confesso que vi pouco desta equipa minhota que além de bem organizada tem poucos méritos assinaláveis. Vem de uma eliminação da taça de Portugal frente ao Torreense e um empate caseiro frente ao Beira Mar, tem feito um campeonato tranquilo (9º lugar) evitando aquilo parecia natural, ou seja, os lugares de despromoção.

Não parece um adversário capaz de vir a Alvalade roubar os 3 pontos, mas convém não acreditar muito nisso e fazer pela vida. Com o passar dos minutos equipas como o Gil vão ficando afoitas e acertando as marcações vão perdendo o “receio” natural do adversário. Por isso seria bom não deixar a equipa de Barcelos sequer entrar no jogo, começando desde o apito inicial a pressionar a permeável defesa gilista.

Esta pode ser a 9ª vitória consecutiva, a 5ª a contar para a Liga. Algo que deixará o clube estabilizar e recuperar jogadores moralizado por mais uma semana de boa imprensa. Vale a pena ganhar partidas e isso é o que vemos estampado na atitude de jogo dos jogadores leoninos esta época.

Até breve.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Sorrisos, palmas e orgulho.

Domínio do principio ao fim. Remates perigosos, jogadas com sentido. Empenho, concentração, boas leituras de jogo, ingenuidade e matreirice equilibrada com os momentos de jogo. Titulares e suplentes iguais no “encaixe” da extensão da equipa no terreno de jogo. Aplausos, cânticos, surpresa e admiração. Público que corre com Capel, que finta com Carrilho, que cabeceia com Polga, que remata com Wolfswinkel e que ontem, pensou com Fernandez.

De fora, Ínsua, Onyewu, Rodriguez, Izmailov, Jeffren, Elias, seis titulares! Notou-se? Não. Não temos onze. Temos plantel. Temos muito ainda para evoluir, o que quer dizer que temos futuro. Não tenhamos receio dos jogos grandes, pois será neles que a equipa subirá ainda mais. Temos confiança. Acima de tudo, temos Sporting!

Até breve.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Aprender com os outros

Ninguém imaginaria que o Porto empataria o jogo mais fácil da 1ª fase da Liga dos Campeões. Para quem deseja avançar na prova, estes eram 3 pontos que faziam parte de qualquer conta para o apuramento. Em boa verdade o empate aceita-se, o Porto podia ter vencido tão facilmente como perdido. Nada é especialmente surpreendente no futebol de hoje, nem mesmo uma equipa cipriota vir empatar ao Dragão.

Na alta competição nada é garantido, esta é uma lição que Vitor Pereira recebeu hoje e que espero seja motivação suficiente para amanhã Domingos não querer repetir. Temos de olhar para equipas como o Vaslui com uma segura e saudável desconfiança. Entender a superioridade como uma motivação e responsabilidade e nunca como garantia de facilidade. O clube romeno tem a possibilidade de, fazendo um bom resultado em Portugal, contrariar o último lugar que lhes estava reservado e quem sabe até sonhar com a qualificação.

Cabe ao Sporting provar a sua boa forma recente e demonstrar que o resultado do Vaslui obtido frente aos romanos celestes da Lazio (em pleno Olimpico) foi mais casual que sustentado. A defesa será o sector leonino que sofrerá mais alterações, mas também podemos pensar que estará no ataque a solução do encontro, são meros pontos de análise que valem zero, pois como o Porto experimentou hoje, a atitude e o sentido de organização são mais decisivos que a importância de uma ou mais ausências.

Amanhã uma vitória praticamente sela o apuramento do Sporting para a próxima fase da Liga Europa, facto que pode aligeirar bastante a pressão e a obrigação de vencer que a equipa sentiu nos últimos 5 ou 6 jogos. Para isso bastará seguir a receita que tem vindo a ser aplicada por Domingos: muita garra, inconformismo e calma para decidir o encontro, quer ao 1º quer ao 93º minuto. Para Alvalade só desejo mais um dia de festa. Quem esteve no estádio frente à Lazio, parafraseando Octávio, saberá bem do que estou a falar.

Até breve.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A evolução natural de uma espécie especial

Ao ler a última entrevista de Sá Pinto sobre a carreira dos sub19 na Next Gen Series e mesmo antes que se consiga entender o sucesso da campanha dos juniores nesta 1ª edição e no campeonato nacional da categoria, fico com a clara sensação que o Ricardo foi uma escolha muito feliz para técnico e muito menos interessa o escalão que treina.

Quando se falou tanto na campanha eleitoral da aproximação aos símbolos do clube, dificilmente se encontraria um exemplo tão óbvio de alguém que é parte do clube mesmo quando está fora do mesmo. Ex-atletas devem ser a fonte de recrutamento ideal para equipas técnicas, não de uma forma exclusiva (não se pode fechar portas a grandes promessas que não tenham passado de futebolistas).

Há mais de 10 anos em alguns países europeus é prática comum, jogadores de 31 e 32 anos começarem a formar-se tecnicamente junto das Associações de Treinadores de cada país. Em Portugal a tendência é mais recente, mas é cada vez mais a saída profissional eleita por jogadores com alguma notoriedade na primeira liga, com forte preponderância de jogadores com carreiras longas ao serviço dos 3 grandes.

Obviamente nem todos encontrarão o seu “lugar ao sol”, nem todos serão comentadores de TV, ou representardes de clubes em sorteios, muito poucos chegarão a treinar clubes de topo. Mas, em alguns atletas é possível “ler” a capacidade de ver mais do que apenas o chuto na bola e na recta final das carreiras acabam por ser valorizados como verdadeiros líderes de balneário, “integradores” de novos jogadores, exemplos de conduta e ligação ao valores do clube. Esses são pré-treinadores por excelência.

Não é fácil encontrar Sá Pintos no Sporting, tal como é difícil encontrar jogadores no plantel com mais de 6 épocas realizadas de leão ao peito. É uma tendência que deve ser invertida. Por mais que tenhamos de vender os que mais brilham, existem outros que não sendo tão talentosos ou habituais na titularidade, devem ser valorizados e preservados numa carreira de afirmação paralela às grandes explosões mediáticas como a de Wolfswinkel ou Rinaudo.

A ênfase que Sá Pinto dá à criação da equipa B é só a confirmação do que todos os Sportinguistas sentem, ou seja, uma enorme vantagem por parte de quem tantos jovens de valor forma, que sem uma “ponte” apropriada para os seniores acabam perdidos nas poucas equipas que preferem a qualidade made in Alcochete aos alinhamentos de subserviência com Porto e Benfica.

Por mim a equipa B pode ainda não passar de uma boa ideia, mas já tem treinador.

Até breve.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Abanar...sem cair

A vaga de lesões que afecta o plantel do Sporting já vai longa. Espero que isso seja o reflexo de uma preparação exigente, um "puxão" pela capacidade aeróbica de principio de época. Se isso se confirmar, esta praga diminuirá e Domingos terá à sua disposição a totalidade do plantel com alguma frequência. Se o pior cenário for uma realidade...bom...aí o treinador leonino vai ter muitas dores de cabeça para repetir um onze, sinal também da pouca resistência de certas figuras importantes do plantel.

Especialmente o 2º cenário obrigará à total concentração e aplicação nos treinos de todos os atletas, pois de um jogo para o outro, a menos provável das soluções pode ser fundamental. Muito por força destas circunstâncias, o Sporting deve ser o clube da I Liga com o uso mais alargado do plantel. Esse facto não deixará de favorecer pelo menos o sentido de valorização dos jogadores, pois ninguém está esquecido no banco, nem mesmo Carriço, Pereirinha ou Polga, que pareciam escorraçados das opções de um qualquer novo técnico que chegasse. Este factor pode até favorecer um ambiente de união na equipa, onde não há "favoritos" mas sim "disponíveis".

É certo que ao não conseguir estabilizar numa equipa tipo, tardam os entendimentos, tarda também a definição de apoios tácticos individuais, só possíveis quando um jogador joga e está mais do que familiarizado com os que com ele partilham missões defensivas ou ofensivas. Mas é neste campo que podemos observar o melhor do trabalho de Domingos, ou seja, a instrução colectiva. A preparação táctica do Sporting foi, pelos motivos acima descritos, forçadamente genérica numa primeira fase. Só agora começamos a verificar ajustamentos individuais, como por exemplo o posicionamento de Fernandez ou Carrilho, as movimentações de Schaars ou Capel. Mas para trás ficou muito trabalho com todo o plantel que agora começa a dar os seus frutos.

Se a onda de lesões que afecta o Sporting acontecesse no Benfica ou no Porto, tenho grandes dúvidas que estivessem com a nossa pontuação actual. Jesus é sabido que prefere modelos tácticos fechados a um lote bem restrito de atletas (vendo bem...em muitas posições o plantel também não dá para mais) e Vitor Pereira, por mais que tente passar imagem do contrário, não tem a capacidade de motivar as segundas linhas como fez Villas Boas. Walter e Sousa são provas de uma falta de opções e não de rotatividade no plantel. Até Fernando, de "castigo", foi recuperado passando-se uma esponja sobre as polémicas da sua possível transferência. Facto nada habitual nos procedimentos de Pinto da Costa que explica de modo claro como se encontram as diferenças entre titulares e suplentes no FC Porto.

O essencial é mesmo abanar (porque nada é inflexível e imutável) mas sem cair. Contra o Vaslui é possível que Domingos tenha que "inventar" uma nova defesa, tal como foi obrigado a fazer em Famalicão, mas, é bom que tenhamos esta lição bem clara: existem oportunidades ao largo de cada mudança e o mais importante são as necessidades da equipa. Com estas bem vincadas na atitude, o Vaslui não vai dar pela diferença. Nós também não.

Até breve.

sábado, 15 de outubro de 2011

Taça é Taça

O jogo pode acabar por se revelar fácil, mas convém entrar com a dinâmica dos últimos jogos. Mesmo rodando a equipa (é absurdo pensar que frente ao Famalicão se pode deixar passar a oportunidade para dar minutos e confiança a habituais suplentes) os padrões competitivos devem ser máximos, pois cada minuto sem sofrer golos ou em vantagem no marcador são injecções de esperança num adversário que sabe que é mais fraco que o Sporting.

Estou com alguma curiosidade para ver como alguns jogadores vão encarar esta oportunidade. Domingos está muito perto de fechar uma base principal no plantel e convém aproveitar estas chances para colocar dúvidas e abrir "portas" novas no futuro. Normalmente nunca são muito bem aproveitadas estas "aberturas", sobretudo pelo entendimento da fragilidade teórica do adversário, mas uma boa preparação pré-jogo no balneário pode fazer a diferença e este ano temos alguém que a dê. Lembro-me do jogo frente ao Estoril no ano passados e foi...confrangedor (para não dizer mais) a pouca superioridade dos leões frente a um adversário da Liga Orangina.

Seis vitórias são um marco notável para o passado recente da equipa e não haverá nos próximos meses jogos mais fáceis do que este. Os recordes estão aí para serem batidos e com eles a motivação dos adeptos cresce, o clube cresce com eles, é óbvio que o estatuto desportivo também. Ganhando respeitam-nos. É a única forma de dar "crescimento" a uma equipa que se afirma de "construção", a partir das 20h00 aguardamos por mais um tijolo na parede.

Até breve.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

O jogo da dignidade

O futebol é apenas um jogo. Uma parte pequena da vida. Quando o país se afunda num caos de realidade e injustiça é difícil pensar num jogo. Durante as últimas décadas contemplámos com uma lascividade suprema outros jogos, outros passatempos que certas elites praticaram. Corrupção, tráfico de influências, cartel, apropriação de bens públicos, remunerações pornográficas, completo e atroz desrespeito pelo património da nação.

Hoje o nosso (des)governo fez-nos entender a dimensão dos seus bolsos vazios. Para repô-los (será que ainda é possível) terá de esvaziar os nossos. O “povo” como dizem os nossos consagrados políticos, está a começar a puxar o pano que esconde o descalabro da nossa governação. Ouço repetidamente a velha máxima “cada país tem os políticos que merece”. A definição a ser verdadeira no nosso caso, quer dizer que os Portugueses merecem muito pouco. Como não posso generalizar pelos outros, penso no meu caso.

Sempre paguei as minhas dívidas, sempre vivi bem dentro das minhas possibilidades, não tenho créditos por compras de automóveis, viagens ou aparelhos informáticos. Tenho o mesmo automóvel há 11 anos, o mesmo telemóvel há 5. Trabalho todos os dias 8 ou 9 horas, nunca fui funcionário público e não consigo pensar o que fiz para merecer estes políticos. O que fiz para merecer o resgate daquilo que é meu por direito, quando não vou a hospitais públicos, não chamei bombeiros, não fui transportado de ambulância, o meu filho frequenta uma creche privada. Enfim…

Já por várias vezes hesitei na boca das urnas entre o voto útil e o voto em branco, nunca me senti inspirado por nenhum político, nunca vi um pingo de verdade em nenhum debate e agora tenho a prova cabal de que muitos momentos de desconfiança tinham razão de ser. É o fim do meu sentido e entendimento político do país. Política advém da palavra Polis, a gestão dos bens comuns, os caminhos e as soluções para expandir e evoluir o património de grupos de pessoas.

Os nossos ditos políticos, partidos, deputados, assembleias, câmaras, juntas, coligações são para mim lixo humano. Livros de cheques endereçados ao compadrio que se passeiam de gravata em BMW topo de gama e aguardam a sua vez nas cadeiras de grandes escritórios de empresas públicas ou privadas que vivem de “empreitadas” públicas. Se esta generalização é injusta, que me digam os tais políticos justos e sérios que apontaram o dedos aos restantes.

O jogo para mim acabou e em nenhum partido vejo autoridade moral para “abusar” de sequer 1 minuto do meu tempo. Não votarei, não usarei o meu direito e o meu dever de cidadão de escolher governo, simplesmente não consigo “eleger” entre um monte de merda e outro. Podem roubar-me o dinheiro e a qualidade de vida, mas não me roubarão o profundo “nojo” que sinto por aqueles que vão para as suas vivendas de luxo, comer o jantar cozinhado pela empregada, ler o último romance do Lobo Antunes num sofá D&D, ocasionalmente passar a mão pelo cabelo dos filhos ainda vestidos com as cores do St.Julians e consultar o saldo da conta na Suíça (que engorda). Depois dormem tranquilos nunca lembrando as dificuldades que causam na vida de quem os elegeram.

Até breve.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

5 Notas de um Violino

Para Bojinov, André Santos, Carriço, Evaldo, Rubio ou Fernandez o nome Famalicão pode dizer muito pouco, mas se pensarem um pouco o nome da cidade nortenha equivale a uma oportunidade de jogar, de mostrar a ambição e capacidade de almejar mais do que um lugar “dourado” no banco.

Domingos com uma simples declaração acabou desportivamente com o assunto Djaló. A polémica que a RR insiste em criar, tem tido amplo aproveitamento do Nice, mas ao escolher o director de comunicação para esclarecer o assunto, o treinador leonino entendeu por bem “empurrar” o assunto para outras áreas. Fê-lo exemplarmente. De facto a transferência de Yannick é, quanto muito, um problema jurídico ou administrativo.

Wolfswinkel recebeu o prémio de melhor jogador do sindicato. Foi um mês singular na carreira do jogador, que passou de esperança a goleador-mor. A saída de Postiga, provou-se, foi providencial para criar espaço a um jogador que já merece referências de scouting assumidas por parte de responsáveis do Man Utd. Para os que diziam que o Sporting tinha gasto dinheiro a mais num vulgar jogador de meio da tabela holandês, estes dois acontecimentos só pode indicar o quão longe estão de serem fiáveis as suas opiniões.

Não interessa muito dar destaque ao rumor, mas ao que parece o Inter de Milão está muito atento ao desenvolvimento de um juvenil do Sportimg. Fala-se que pode estar para breve uma transferência. Verdade ou não, são contínuos os relatos de interesse dos maiores clubes europeus em jogadores made in Academia Puma. Formação em crise? Pois não parece assim tanto.

Luis Aguiar vai sofrer um processo disciplinar pelas declarações sobre o “erro” do departamento médico do Sporting. Depois de ser cedido ao Penarol em suspensão de contrato, a medida pode agora ser definitiva, bastando para isso retirar do processo alguma nota disciplinar que justifique a quebra unilateral de contrato. Das duas uma, ou o empresário do atleta mete algum juízo naquele cérebro e um pedido de desculpas na língua ou é a cabeça por inteiro que rola. Não acredito que em Portugal encontre mais “portas abertas”. É tão fácil auto-destruir uma carreira.

Até breve.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Uma insólita oportunidade

Se Djaló for devolvido ao Sporting sem direito a qualquer indemnização ou compensação pela quebra de um negócio falhado por culpa alheia e ainda por cima com um activo impossibilitado de competir, sugiro ao Sporting que na próxima janela de transferências faça o seguinte:

- Proposta por Hulk de 120 me.
- Levar as negociações com o atleta até após o fecho das inscrições.
- O TAS e a UEFA rejeitam a transferência.
- Resultado: Hulk é devolvido ao Porto impossibilitado de competir até à próxima época. Ao Sporting não acontece absolutamente nada, com a vantagem de "retirar" de prova o melhor jogador do clube campeão.

Genial não é? Agradeçam à UEFA, ao Djaló e ao Nice. Pois juntos criaram uma "regra" engraçada.

Até breve.

Aviso nº1

Para os mais desatentos, a dificuldade de Portugal como selecção se apurar (pela segunda vez vamos a um play off, pela segunda vez num grupo bastante acessível) para o Europeu será um assunto que em nada afecta o futuro dos clubes. Nada mais errado. Os clubes, principalmente os 3 grandes, precisam de uma equipa nacional forte, quanto mais não seja por questões de ranking, capacidade de investimento da FPF (imaginem quem vai subsidiar o futebol nacional se falharem os prémios da UEFA) e montra para grandes transferências.

No meu caso não precisaria de recorrer a questões clubísticas para me entristecer esta incapacidade para assumir um estatuto de selecção de elite conquistada a pulso noutras décadas. É penoso ver uma equipa à espera da genialidade de dois jogadores para resolver problemas de base, como é a falta de grandes jogadores. Por muito que gostemos de A ou B, por muito que seja sportinguista, portista ou benfiquista, é óbvio que Rolando não é Ricardo Carvalho, Bruno Alves não é Pepe, Eliseu não é Coentrão e Pereira não é o que já foi Bosingwa.

Se Patrício escapa por agora aos dedos acusatórios é meramente casual, mas na verdade é o único elemento da defesa que não tem uma sombra recente que o atormente. Primeiro Ricardo, depois Eduardo, com Quim e Beto pelo meio, não se pode dizer que o historial recente de keepers seja de luxo. A verdade é que se uma defesa composta por Bosingwa, Coentrão, Pepe e Ricardo Carvalho pode ser (se estiverem em pleno de forma) considerada com de top no futebol mundial, não há, por mais que nos custe valores de igual valia que a substituam.

Falo na defesa mas essa nem me parece a lacuna maior da equipa das quinas. Muitos dos grandes problemas residem no meio-campo. Nos jogos frente à Islândia e Dinamarca, a defesa foi frágil, mas o meio campo foi inexistente, pelo menos na parte defensiva, que como sabemos, é metade da tarefa dos jogadores meio-campistas. Moutinho e Meireles, além de não atravessarem o melhor momento individual da carreira, são cada vez mais jogadores dependentes da acção posicional de um trinco mais tradicional. E onde é que ele anda? Sofrer 3 golos frente aos islandeses foi um aviso que ninguém (incluo-me) levou muito a sério. Na Dinamarca, apenas a precisar de um empate, nunca existiu uma equipa segura da sua força defensiva. A segurança advinha sobretudo da improbabilidade da Suécia ir vencer na Holanda. E venceu.

Resumindo, penso estarem completamente a nu, muitas dúvidas sobre a real capacidade da Selecção Nacional em fazer um Europeu condizente com o historial mais próximo de participações em grandes torneios. O play off é uma luta de aflitos, onde não nos devemos defrontar com nenhum adversário de igual ou superior capacidade, mas tal como nos clubes, é nos grandes jogos que se vencem competições e se mede a força e talento de uma equipa. Frente a Dinamarqueses a roçar o limite de qualidade (veremos isso no tipo de participação dentro da fase final) estivemos também nós a roçar o limite da banalidade. Se vale a pena culpar a defesa ou o "castigo" de Ricardo Carvalho é assunto que me parece trivial.

O que me interessa olhar é à reacção de quem rege as instituições que regulam o nosso futebol. Para essas, a derrota na Dinamarca deveria ter sido um 1º grande aviso de que urge intervir no nosso futebol. Um primeiro sinal de que existe um areal quebra de qualidade, de competitividade e de poder. Corporativamente a Liga e a FPF deveriam o quanto antes acelerar processos de renovação há demasiado tempo adiados. O quadro de competições profissionais e dos escalões de formação estagnaram e retrocederam respectivamente, a I Liga está em franco decréscimo de receitas e a qualidade das selecções jovens é aterrador.

A participação no Mundial de sub-20 na Colombia podia conseguir provar uma melhoria no trabalho dos clubes nas sectores de formação. Podia, mas não pode. Quando nenhum dos atletas, mesmo depois de provar valor acima da média (foi o 3º melhor resultado de sempre) assegurou titularidade nos plantéis dos clubes que detêm os seus passes, penso estar tudo dito. Resta-nos pois esperar pela interpretação dos organismos mais responsáveis pelo futuro do nosso futebol. Espero bem que não fiquem sentados à espera de um bom play off para fazer de conta que todos os problemas se encontram e resolvem dentro das 4 linhas. Espero eu também sentado, pois daqui a 4 anos sei que estarei a dizer algo muito parecido com o que digo agora.

Até breve.

sábado, 8 de outubro de 2011

No nosso quintal

Que eu saiba já são três clubes estrangeiros a abrir escolas de futebol em Portugal, Man Utd e AC Milan de forma concreta, Real Madrid ainda em fase de projecto (supostamente na Madeira). Se existem ou existiram outros, não tenho realmente conhecimento. Se olharmos ao panorama competitivo do nosso país, seremos levados a pensar que irão ser clubes estrangeiros a "descobrir" e "rentabilizar" o talento para o futebol que o português tem de facto.

Será no AC Milan que surgirá o próximo Ronaldo? Será no Man Utd que aparecerá o próximo Rui Costa? Estamos ainda longe desse cenário, por agora as escolas do Porto no Norte e as escolas do Sporting e Benfica por todo o país vão colhendo a grande maioria dos futuros grandes talentos, Braga, Guimarães, Belenenses e Setúbal também fazem boa prospecção, numa escala mais reduzida. Mas, os pais que ainda colocam os filhos nestes clubes rapidamente mudarão as suas opções, especialmente quando estiver plenamente rotinado o recrutamento de jogadores estrangeiros, diga-se, com grande sucesso nos últimos anos se olharmos para as grandes transferências de Portugal para o resto da Europa.

Não é um cenário impossível de contrariar na maioria dos clubes. No Porto e no Benfica o processo é irreversível, as máquinas de compra e venda, transformaram as ambições desmedidas dos dois emblemas numa lógica de entreposto puro de valores ascendentes, especialmente do futebol sul-americano. No Sporting, assim como na maioria dos restantes clubes profissionais, o processo vai a meio, mas chegará à versão "mercantil" de azuis e vermelhos rapidamente.

Curiosamente no Sporting e no Benfica começa a surgir uma fornada muito interessante de jogadores. No Benfica o prazo de aproveitamento está quase a espirar, o Sporting terá mais 3 ou 3 anos para lançar alguém na primeira equipa. O Porto entretém-se a usar os seus "jovens" como moeda de troca política com os seus clubes "satélites".

Não existindo nenhuma alteração federativa ou da Liga nos quadros competitivos, Futre fará parte de um grupo de portugueses pioneiros, percursores de muitos outros, que levarão o talento para fora, deixando as receitas de vendas a depender exclusivamente de jogadores estrangeiros. Economicamente é uma grande diferença. Comprar por 5 me e vender por 30me, não é a mesma coisa do que pagar a formação e vender por 30me. Multiplicados estes 5me pelos anos e pelos clubes...

Até breve.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pausa para a Selecção

Num momento em que a vida dos clubes deixou de ser o assunto futebolistico mais mediático, a selecção ganha (e bem precisa) alguma importância. As próximas duas partidas são totalmente decisivas. Há que dizer que num grupo como o nosso é absurdo estar tão aflitos como estamos para nos apurarmos para o Europeu de 2012. Era óbvio que Queirós não tinha a mínima condição para iniciar a fase de apuramento. Os jogadores não assimilaram o que este técnico entendeu como futebol "moderno", entenderam-no como a maior parte de nós, como um futebol tacticamente inseguro, defensivo, sem espaço para o repentismo ou a fantasia, principais atributos do futebol latino.

Um início desastrado, que esteve a um pequeno passo de "chumbar" a nossa presença na Polónia e na Ucrânia no próximo ano. Uma rocambolesca manobra para rescindir com justa causa foi a melhor saída encontrada pelos compadres cobardes da direcção da FPF. Paulo Bento entrou de urgência e tal como havia feito no Sporting, pegou de estaca. As vitórias, principalmente contra a Espanha por 4-0, reabilitaram a equipa.

Na sexta-feira, em caso de vitória frente à Islândia, deixamos para trás a Noruega e o 3º lugar e adiamos para a Dinamarca a disputa do 1º lugar. Em caso de empate Portugal tem vantagem. Poderemos pensar que Portugal como o nível de jogadores à disposição é evidente favorito frente aos dinamarqueses, mas convém não esquecer as dificuldades que esta selecção já nos provocou num passado bem recente. Nani, Ronaldo, Coentrão, Manuel Fernandes, Pereira, Meireles e Quaresma são jogadores em boa forma e responsáveis quase certos pelo que de bom acontecer no futuro próximo. O encanto de Moutinho, Varela, Rolando, Carlos Martins e Duda parecem desvanecer-se no tempo e nas opções para a titularidade.

Aproveito para constatar que a "explosão" de Moutinho e Varela, que no Porto de VB foram elevados a deuses, regressam agora a um patamar mais mediano, muito mais próximo do estatuto que o primeiro tinha no Sporting e o último, pelas sucessivas lesões, foi por agora obrigado. Na frente o "exilado" Postiga parece ser a única opção verdadeira como ponta-de-lança, o que estranhamente ainda não "alertou" ninguém. É urgente lançar um novo valor para esta posição. Recomendo Nelson Oliveira, João Silva ou se a coragem for mesmo muito grande Betinho. Nuno Gomes, Liedson ou João Tomás estão em fim de curso e conhecendo Paulo Bento ninguém se atreverá a sugerir mais uma naturalização.

Sexta Feira começa a festa, espero que seja, espero que definitivamente se esqueça esta eterna mania de "fritar" as prestações dos grandes jogadores portugueses na nossa própria selecção, quando são tão idolatrados nos seus clubes. Assobiar Ronaldo com as quinas ao peito, é sintoma de deficiência mental aguda.

Até breve.

Até breve.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

As contas e os euros

Com um quarto da Liga cumprida, temos mais 5 pontos que na época passada. Mais 7 golos marcados, mais 2 sofridos. 3 pontos de distância para o líder, quando em 2010/11 a diferença já se situava em 12 pontos. Factos são factos. O Porto não está tão bem? Ainda bem. Espero que assim continue.

Se os números não convencerem, então vamos ao espectáculo. O início de Paulo Sérgio foi tão constrangedor nesta fase da época, que nem as goleadas europeias evitaram os pedidos de alguns bloggers para que se substituísse o técnico. A razão era simples e nunca se resumiu à diferença pontual, o jogo colectivo do Sporting era inexistente, sem fio de jogo, ideia de construção ofensiva ou defensiva.

As vitórias obtidas foram-no sempre por clara mais valia individual e nunca por uma solidez de jogo envolvente, algo que começamos agora a verificar na versão de Domingos. É óbvio que a valia das contratações tem um peso fundamental. Mas só agora começa a ser um ponto de diferencial, pois nas primeiras partidas a obrigatoriedade de um onze repleto de novos atletas, foi talvez o maior handicap.

No deve e no haver, estamos mais fortes, mais unidos e mais moralizados. A equipa joga melhor, temos individualidades mais influentes (esperem ainda por Jeffren) e sobretudo existem muitas soluções para Domingos usar. Demo-nos ao luxo de prescindir de Postiga, Djaló e Luis Aguiar sem que o plantel pareça (apenas pareça) ter ficado mais fraco.

Ainda é cedo para fazer contas ou agradecer a quem quer que seja, mas é tão evidente que algo mudou para melhor, que qualquer sportinguista se sente neste momento muito feliz com todas as mudanças efectuadas no futebol. Contraíram-se bastantes dívidas, mas não havia outra solução, atletas como Ínsua, Rinaudo, Schaars, Elias, Capel, Wolfswinkel e Carrilho estão a valorizar a cada jogo que passa, o que pode significar um ou dois encaixes no final da época. Encaixes que talvez dêem para pagar o total do investimento leonino.

O futebol é negócio e sobreviver é valorizar atletas. Quem não vende, se quiser comprar só pode endividar-se e uma vez que os plantéis não podem estagnar…é um caminho com apenas uma direcção. Nesta equipa da “construção” pode de repente vir a faltar alguns pilares, mas são as regras do jogo e há quem o jogue muito bem. Freitas já evidenciou este ano capacidade para encontrar soluções ambiciosas. É uma questão de ter uma prospecção de mercado atenta a atletas capazes de substituir os que se estão agora a valorizar.

Até breve.

sábado, 1 de outubro de 2011

Passos seguros

Ultimamente tenho ouvido muitas cautelas por parte dos adeptos rivais. A mais recente onda de optimismo e bons resultados tem provocado uma sensação de "falsas expectativas" nos adeptos que olham o Sporting como rivais. Tenho bem noção do síndroma que sofre o Benfica por exemplo, que na terceira vitória já é dado como campeão provável. Sinceramente não vejo nenhum sportinguista a clamar favoritismo em nenhuma competição, muito menos a achar a equipa num nível superior aos rivais.

O que vejo é uma onda de contentamento geral e escalada de confiança que talvez resista a um ou outro resultado negativo que é apenas normal. Nunca achei, apesar da minha grande alegria, que esteja o trabalho todo feito. Existe muito a construir e solidificar, mas quando até Onyewu é constantemente aplaudido a cada intervenção vejo apoio e orgulho, não detecto fanfarronice ou soberba. O perigo é olhar para o central americano como algo melhor do que verdadeiramente é. Isso sim seria mergulhar de cabeça, na preparação para uma grande desilusão.

Quando por exemplo olho para as equipas de Mourinho no Porto, vejo muitos jogadores que excederam claramente o seu valor médio, repletos de confiança estes atletas (Nuno Valente, Derlei, Maniche, Costinha, e muitos outros) produziram feitos impossíveis à partida. Tudo porque as dinâmicas de vitórias com base no colectivo fazem crescer os jogadores e fazem-nos acreditar que nada está fora do seu alcance. Onyewu fazer um jogo limpo, sem falhas de bradar, é um sintoma de enorme confiança, coisa que nunca lhe fará nenhum mal.
A alegria recente leonina assenta na produção dos jogadores e não na injecção de confiança dos media, de facto a produção da equipa de Domingos não é (ainda) um sinal de que podemos ir ao Dragão vencer por 4-0, mas é sem dúvida um sinal que não devemos temer sair derrotados pelo mesmo resultado.

O entendimento de crescimento jogo a jogo tem sido levado a sério por todos e no geral concentra-se o horizonte somente na próxima partida. Em Guimarães não estará decerto uma equipa sobrevalorizada, nem adeptos "enganados" quanto ao que irão ver. Tal como frente à Lázio ninguém espera um jogo tranquilo, sobretudo quando um Paixão tiver o apito na boca. Será assim este ano, passo a passo, devagar, em direcção a qualquer coisa que ninguém está preocupado em saber o que será.

Agora, não desejar o melhor, é esquizofrénico. Até o Rio Ave com o número de vitórias necessárias acreditaria num título (o que não quer dizer que esteja obcecado com o mesmo) quanto mais os adeptos de clube com a nossa dimensão.

Até breve.