Apesar do título do post, não tenho truques para dar a Paulo Sérgio. Mas para quem acompanha a equipa do Sporting já não há muito mistério sobre o que é que tem de acontecer para o clube ganhar um jogo.
As grandes falhas até agora tem passado pela atitude do onze quando entra em campo e a concentração que dispõe durante os 90 minutos, especialmente se os golos não surgem cedo.
É pois essencial que a equipa procure desde o apito inicial a baliza e não insista numa posse de bola estéril com movimentações a roçar a sonolência. Para isso pede-se aos condutores de bola habituais (Pereira, Evaldo, Maniche e Fernandez) que de facto transportem a bola o mais longe possível e não entreguem a posse da mesma aos avançados numa fase prematura. Apesar de por exemplo Postiga ser bom na condução e a guardar o esférico, se estiver longe da área dificilmente criará perigo.
Este é para mim o pior defeito da construção ofensiva do Sporting e uma vez resolvido criará às defesas contrárias muitos mais problemas e incerteza. Torna-se fácil ler o jogo do Sporting quando Evaldo ou Pereira tem a bola, já se sabe que procurará o ala correspondente (Vukcevic, Salomão ou Valdez) e este o ponta de lança (Liedson ou Postiga) que estiver mais próximo. Quando Fernandez tem jogado, acresce de mais uma hipótese de passe no corredor central, mas convém que os médios defensivos (Maniche e André Santos) dêem linhas de passe para que o chileno consiga evoluir e aí sim devolver aos avançados a bola em condições de remate.
Ainda não entendi como é que Paulo Sérgio insiste num tipo de jogo que às vezes parece mais um jogo de matraquilhos, com posições estanques e pouca criatividade para ultrapassar as normais 3 linhas das equipas adversárias. A força, a garra juntas a bons níveis atléticos só serão uma vantagem quando existir capacidade técnica para ter a bola dominada em espaço vazios, o contrário apenas exige acompanhamento defensivo, que sendo à zona, chega e sobra para manipular o ataque leonino.
Espero que um treinador que quer levar o Sporting a algum lado se lembre frente ao Rio Ave de introduzir algo de novo e que não deixe a equipa ao sabor do aproveitamento dos golos de uma jornada europeia. O resultado tem sido catastrófico. Não vale a pena prémios de consolação de bolas no poste, penaltys por assinalar ou primeiras partes oferecidas de bandeja. O discurso do coitadinho e da falta de sorte só é válido pontualmente, por sistema implica incapacidade do treinador que o usa.
Até breve.
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