Mais receita. Menos despesa. Simples. Só há um
caminho, é estreito e não permite erros. Depois de conhecidos os resultados da
auditoria todos apontam o problema, todos dissecam os erros, analisam-se os
desvios e os cenários mais catastróficos. Para quê? Alguém acredita que o clube
tem vitalidade de sobra para iniciar uma “caça às bruxas” enquanto procura
novas soluções? Eu não.
Penso que terá de ficar para mais tarde (fim
da época) a tal auditoria de gestão que permitirá apontar objectivamente cada
erro a cada culpado...e se sobrar pedra sobre pedra depois de conhecidos os
resultados, então sim, decidir se a crucificação em praça pública será
suficiente para que durante os próximos 20 anos ninguém venha a gerir o clube
com displicência ou irresponsabilidade.
Na minha opinião ninguém poderá ser
incriminado por incompetência ou por não ter perfil para comandar um clube de
futebol, o principal culpado terá sempre de ser o clube como elemento colectivo
que decide os seus destinos. Do que nos podemos livrar não é de cometer erros,
mas sim de cometer erros grosseiros com proveitos mais directos e evidentes
para terceiros.
O que interessa no “agora” é procurar
soluções. Sabemos que esta direcção já tinha presente o cenário revelado pelos
auditores e desde logo concebeu a sua estratégia com estes números, visando a
diminuição dos seus efeitos negativos. Mas parece-me que até agora, GL e seus
pares têm gerido a comunicação das opções negociais de forma “fechada”. Isso
acabou com o raio x publicado na imprensa. De agora em diante todas as vias
serão discutidas até à exaustão, transformámo-nos numa espécie de meteoro à
deriva pela galáxia da insolvência e todos nos querem avisar que podemos
colidir a qualquer hora.
A solução mais evidente está em cima da mesa,
o mecenas. Mas ainda ninguém se sentou nela, analistas peritos em “buy overs”
afirmam que o Sporting não é um produto interessante para “juntas investidoras”
e sem o mediatismo de uma Liga Espanhola, Italiana ou Inglesa não estará no
“mapa” das diversões arábicas. Pode surgir um “especulador” mas isso terá
muitos mais de ameaça do que salvação.
Um dado parece apontar para que seja
inevitável a cedência de poder na SAD – o cash flow.
Com os juros e despesa mensal a aumentar a
cada mês que passa, dentro em breve será inevitável ter de alienar mais
património seja ele imobiliário ou não. A solução de empurrar a divida um pouco
mais para a frente contraindo mais dívidas ou negociando datas de pagamentos e
juros simplesmente deixou de existir com o estado actual das operações dos
bancos credores do clube.
Até a venda de qualquer jogador terá se ser
muito bem pensada. Se por um lado a entrada de verbas é um balão de oxigénio,
por outro é uma machadada na capacidade de recuperação desportiva. Ou seja,
resolve a curto prazo mas piora bastante a longo prazo. Imaginado que um clube
inglês compra o passe de Wolfswinkel no próximo verão por 22.5 milhões de
euros. Alem do valor ter de ser repartido com os fundos que permitiram a
chegada do jogador, à cabeça os credores recebem a maior fatia dessa
importância, talvez numa perspectiva optimista sobre ao Sporting 10% do
montante para voltar a investir. Ora procurar um substituto para Wolfswinkel
por 2.25 milhões de euros não é impossível, mas a probabilidade de ficarmos a
perder é muito grande. Este é apenas um dos problemas que veremos condicionar
bastante as opções de Domingos, Duque e Freitas.
Não será por acaso que é notório que o clube
procura nas “listas” de jogadores em fim de contrato as futuras soluções para
possíveis vendas. Esse será um caminho a explorar, sendo que será quase um
milagre que o Sporting vendendo jogadores consiga a custo zero reconstruir uma
equipa melhor do que a que tem agora.
Existem outras possibilidades de aumentar as
receitas, mas quase todas dependem de um bom momento desportivo para gerar mais
valias. Os naming rights do estádio podem valer bastante dinheiro anualmente,
mas parece haver pouco interesse de marcas a operar em Portugal, os clubes
sofrem do receio das labels em sectarizar-se, e ninguém poderá censurá-las num
pais onde tudo se divide em 3 cores.
Outras hipóteses de patrocínios podem ser
consideradas, como a equipa B, os escalões de formação (que perderam a
Coca-Cola) e a Academia (em vias de cessar com a Puma ao que parece).
A equipa B deveria ser auto-sustentada
financeiramente, para isso terá de assegurar a venda das transmissões dos seus
jogos a um canal de televisão ou web, encontrar um patrocinador e um estádio
para jogar enquanto Alvalade não for capaz de pelo menos garantir 1 jogo por
semana sem prejuízo do estado do relvado.
Talvez se venha a afirmar como uma importante fonte de recursos, ao
gerar atletas mais preparados para entrar na equipa principal, evitando
permanentes idas ao mercado.
Alem da equipa B, o Sporting tem
obrigatoriamente de expandir a sua rede de parcerias com clubes de primeira divisão
estrangeiros. A experiência com o Cercle de Brugges está a revelar-se muito
eficaz. Encontrar clubes no Brasil, em Espanha, Grécia, Holanda ou Escócia
seria dar a muitas promessas diferentes experiências em diferentes futebóis,
trabalhando os empréstimos com mais margem evolutiva para cada tipo de jogador.
As cotizações de sócio. bilheteira e gameboxes
terão de ser muito mais atractivas. É vital assegurar a fidelização dos sócios
existentes (o que não será fácil pelo que se vislumbra desta época) e a
angariação de muitos mais no futuro. A solução do “cartão” tipo ACP terá sido concluída?
Convido a todos os leitores do blog, a
sportinguizar um pouco, deixem sugestões. Qualquer ideia é uma boa ideia e várias
cabeças pensam mais do que uma. Quantos mais formos a puxar pela mona, mais
probabilidades temos de ajudar a encontrar soluções.
Até breve.
Acho que o melhor é fechar já e pronto!
ResponderEliminarQualquer estratégia que passe pelo que tem sido feito por esta direcção, a fuga em frente com aumento de despesa esperando um desempenho proporcionalmente melhor, terá obviamente que ser suportada em maiores capacidades de receita, que neste momento parece-me muito complicada de obter, dada a conjuntura actual. A alternativa à receita é a venda por minoria ou maioria da Sporting SAD - algo que deveria estar bem no fundo das prioridades dos sócios Sportinguistas pelo revês associativo que representa.
ResponderEliminarA alternativa contrária, o desinvestimento calculado e cuidado, só poderá ser levado a cabo com a pacificação dos sócios e adeptos em relação aquilo que é o passado recente e não tão recente da gestão no universo Sporting. Não será possível mirrar sem que as pessoas o compreendam e sem que as pessoas se sintam seguras com isso.
Para diluir o passivo é acrescentar água!!!
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