O jeito que dá ter 2 dos 3 jornais desportivos
diários como panfletos de campanha.
Depois de ver o Chelsea-Benfica de ontem não
podia acreditar hoje na “versão dos acontecimentos” que constam de Record e
Abola. Não que me importe com algum (salutar) patriotismo na hora de enaltecer
o que é nosso em prejuízo do que não é. Mas convém observar um mínimo de
respeito pela verdade.
Dizer que o Benfica foi “enorme” no jogo de
ontem é...uma liberdade de estilo face ao que os mais isentos puderam observar.
O que eu vi foi um Benfica pouco motivado durante o 0-0, um Benfica baralhado
no 1-0, um Benfica a fazer pela vida no 1-1 e um Benfica sem tempo após o 2-1.
O Chelsea foi sempre o mesmo: um jogo tristonho, sem qualquer coerência nas
movimentações e muito perdulário na finalização.
A grandeza do Benfica foi muito mais provocada
por uma falta de confiança londrina e isso foi evidente depois do Benfica
empatar o jogo, uma equipa com os jogadores do Chelsea não pode tremer tanto
como o fez, o que prova que algo vai muito mal no reino de Abramovich. Os
encarnados mesmo com 10 pareceram sempre mais assertivos, mas isso não nos
impede de ver a qualidade das exibições dos jogadores do Chelsea, que foi
péssima (exceptuo Cech e Ramirez) para um patamar de Liga dos Campeões.
Não vai ser bonito o que os blues vão sofrer
às mãos de um Barcelona.
Um pormenor curioso, Jesus desistiu da
eliminatória bem antes da sua equipa o fazer. Ao tirar Cardoso, Gaitan e Bruno
César, Jesus pensou muito mais no Sporting do que na Champions. Se o Chelsea em
acto continuo tivesse marcado e acabado com o jogo esta acção nunca passaria em
claro.
A verdade é que foi o próprio Jesus que
afirmou querer defrontar o Chelsea, perdeu os dois jogos e frente a uma equipa
que é uma sombra velada da equipa de Mourinho e Ancelotti. A grandeza da
derrota encontro-a no facto de que com 10 jogadores o Benfica ter tido a hipótese
de vencer a eliminatória e não numa qualidade de jogo superior frente a um
colosso europeu.
Se hoje à noite as coisas correrem menos bem
ao Sporting não sei se teremos o mesmo tratamento, o mesmo nacionalismo, a
mesma capacidade para dar palmadinhas nas costas do técnico e jogadores.
Até breve.
Parabéns violino! Que grande crónica, totalmente coerente e neutra..... Isso que fizeste era para ser feito por um jornalista isento, coisa que não é feita na "nossa" comunicação social...
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