O emagrecimento dos gastos do Estado vai ter uma repercussão enorme no equilíbrio desportivo do país. De alguma forma irão ser corrigidas algumas incoerências e restaurado um justo rácio entre dimensão e projecção competitiva dos clubes. Muitos clubes que agora (ainda) recebem apoios públicos, via Governos Regionais ou Câmaras Municipais, deixarão de ter esse “prémio” gordo e desapropriado, especialmente agora que é necessário reduzir ao máximo a despesa.
Na próxima época estes clubes reduzirão em escalas notáveis os seus orçamentos, passando a viver dos seus próprios rendimentos, o que caso a caso tanto pode ir desde o fecho de portas a reduções na ordem dos 20%. Tal como tantas outras instituições em Portugal, fechando a torneira do OE, a realidade é assustadora. Sei de alguns clubes da Orangina e de escalões inferiores em que a quase totalidade das receitas significativas provém directa ou indirectamente da dita “representatividade cultural e promoção do desporto”.
Muitos clubes que nunca tiveram a “simpatia” do erário público ou que nunca se “venderam” às máquinas político-partidárias irão no futuro sentir que o pouco que têm é muito mais do que pensavam, pois não estão adormecidos comercialmente à sombra dos apertos de mão cheio de euros. Não era desta forma que esta justiça deveria ter sido reposta, de facto é à força de uma “fome” imposta que se tomam medidas urgentes e necessárias, mas ainda assim é um passo na direcção do que os cínicos dirigentes desportivos apelidam de fair-play económico (que tal como o seu congénere desportivo tem valido absolutamente zero).
Até breve.
Sem comentários:
Enviar um comentário