Quando nos perguntamos tantas vezes como
funciona o sistema a favor ou contra um determinado clube, eis aqui uma
resposta. Para quem viu o jogo Gil Vicente – Sporting há a extrair, de forma
isenta, que:
1/ O Sporting entrou mal na partida. Não é
novo e a desculpa do cansaço e dos jogos de 3 em 3 dias não explica tudo.
Quanto muito existiria uma quebra a meio da segunda parte e não uma dificuldade
absoluta em iniciar o jogo.
2/ O Gil soube usar uma táctica que já levou
mais de 15 pontos ao Sporting esta época. Há pelo menos 4 meses que os
“pequenos” repetem exactamente o mesmo modelo de jogo e é inacreditável que
nenhum membro das duas equipas técnicas tenha preparado sequer um esboço de
reacção. É como se começassem já a vencer as partidas.
3/ O plantel tem 27 jogadores. É verdade que
não valem todos o mesmo, mas também não deixa de ser real a falta de
rotatividade. A continuarmos assim, chegaremos aos momentos de decisão que
ainda sobram completamente de rastos, o fulgor do Gil ontem só mostra o quão impreparados
estão os leões para repetir 3 jogos por semana em doses regulares. Izmailov,
Capel, Matias e Wolfs estiveram completamente ausentes da partida. Seria
difícil que Jeffren, Ribas, Carrilho e Neto fizessem menos.
4/ Quando olhamos para o banco e temos Ribas
como avançado para fazer subir a equipa, ficamos elucidados quanto aos erros de
construção do plantel. Saiu Postiga, Djaló e Bojinov e não entrou uma única
alternativa a Wolfswinkel. O jovem holandês é bom, mas não é assim tão bom.
Sugiro que se termine mais cedo o empréstimo do uruguaio e se inicie uma nova
digressão em busca de um avançado a custo reduzido...existem alguns aí à espera
(porque não Rubio ou Betinho?).
5/ Vejo tantos elogios à prestação do Gil
Vicente que me questiono se ao glorificar tanto o futebol defensivo não estamos
continuamente a estimular o mau espectáculo nos nossos estádios. Há pouca gente
preocupada com a questão da qualidade das partidas e demasiado entretida a
evidenciar riquezas tácticas que fizeram, por exemplo, do campeonato italiano
uma das ligas mais desinteressantes do mundo.
Contra um grande funciona, porque há uma
equipa preocupada em vencer a partida, mas quando são as duas formações a
desenvolver este tipo de jogo....não admira que Portugal tenha tão poucos espectadores
nos estádios.
6/ Perante tudo isto é justo dizer que temos
os árbitros que queremos ter. Se tudo o resto funciona mal é apenas normal que
a arbitragem seja apenas mais um interveniente que erra. Mas a questão é menos
esbatida quando é por demais evidente que para uns erra mais do que para
outros. Aqui há matéria urgente para trabalhar.
Que o senhor Bruno Paixão é um mau árbitro é
unânime. Mas isso não consta das classificações finais das avaliações. Porquê?
6.1/ A explicação mais óbvia é provavelmente a
mais correcta. Porque interessa a muita gente ter árbitros maus. Assim que
soube que era Paixão o juiz da partida tive a certeza que o Sporting iria ter
mais dificuldade em conquistar os 3 pontos. Mais uma vez (é a 4ª ou 5ª
consecutiva) o lisboeta “inventou” casos e materializou na sua prestação o ódio
que tem pelo Sporting.
6.2/ Existem hoje pelo menos 6 árbitros
incompatíveis com boas arbitragens no jogos do leão. Isto só é possível porque
não existe a coragem de quem chefia os árbitros de assumir que não tem qualquer
tipo de autoridade sobre grande parte dos mesmos. Todos sabemos que Vítor
Pereira controla apenas uma facção na APAF, a outra, opositora não sabe bem do
quê, ao abrigo de outros ex-árbitros que fizeram carreiras históricas pelo emblema
do sistema (Paraty é o bastião máximo) insiste em repetir “gracinhas”
particularmente frente ao Sporting, talvez tentando fazer de nós um exemplo
para recolher o respeito de Porto e Benfica. Não só não o consegue, como acaba
permanentemente por prejudicar a equipa que mais tem lutado pela sua
profissionalização.
6.3/ Ao ignorar a falta de isenção de Paixão
no último jogo, a imprensa e os analistas estão a dar mais uma carta branca ao
sistema, confundindo erros técnicos com premeditação, fingindo percepcionar sem
surpresa a má prestação do juiz da
partida. Mas foi surpreendente! Passar ao lado do que foi um nítido “ajuste de
contas” pela indignação do clube face a outras exibições do mesmo árbitro é
enfurecer um clube até à sua perda de discernimento total. O sistema na verdade
pouco se preocupa com o Sporting ou as consequências reais de constantes injustiças desportivas. É apenas mais
uma sucessão de erros, ou seja, luz verde para mais impunidade no futuro.
6.4/ Concordo com a ideia que os adeptos do
Sporting devem ser mais exigentes. Mais exigentes com a direcção que deve ser
mais incisiva na resolução deste problema que se arrasta. Mais exigentes com a
preparação física, motivacional e táctica da equipa. Mais exigentes com um
plantel com internacionais de muitos países, que ganham muitos milhões de euros
por época. Mais exigentes com as estruturas que dirigem o futebol nacional.
Mais exigentes com os árbitros.
6.5/ Sempre achei que agredir ou denegrir alguém
não é forma de resolver nenhum problema. De facto é patética a ideia de que
recorrer a expedientes ilegais para conseguir isenção e justiça é um conceito
que tenho dificuldade em racionalizar. Mas os senhores árbitros tem de nos
ajudar nesta matéria. Ao não assumir os seus erros, a sua falta de condições
para apitar as nossas partidas, a sua vontade de pegar no Sporting e exibir a sua “força”, estão a caminhar para um
antagonismo que pode ser incontrolável. Pois um árbitro está sozinho frente a
uma massa anónima de milhares de pessoas, que não são conhecidas pela sua
disciplina cívica.
6.6/ Quando algo de verdadeiramente mau
acontecer, não venham advogar incompatibilidades com o clube pois durante anos “pisaram”
sobre a nossa indignação com a ideia mais inocente e ingénua de impunidade. A
incompatibilidade está presente há muitas épocas e nunca ninguém se interessou
muito com os caminhos que percorreu.
Até breve.
Já fui mais apologista do ponto 6.5... hoje em dia, já não acho que a gente lá vá sem primeira aviar num ou dois...
ResponderEliminarÉ o chamado escrever direito por linhas tortas.
SL