terça-feira, 1 de junho de 2010

Mestres e aprendizes

Iniciei este blog como forma de dar vazão às minhas opiniões sobre o rumo do clube de futebol do qual sou adepto, ao longo destes 2 meses aconteceu muita coisa e não tem havido matéria muito feliz para postar. Apesar dos sucessos históricos de outras modalidades, confesso que as únicas modalidades extra-futebol que me apelam aos sentidos e sou capaz de estar horas a ver, não se jogam profissionalmente no nosso país (basebol e futebol americano), continuo sem matéria para grandes expressões de contentamento.

Não sou de modo nenhum um adepto desiludido ou conformado, a minha fé no Sporting como instituição continua inabalável, o mesmo não posso dizer sobre a fé na equipa, jogadores e treinador com que, até agora, contamos para o ataque a novos títulos na época que se avizinha.

Sinto como observador, treinador de bancada se preferirem, que salvo grandes novidades, iniciaremos a Liga portuguesa com as expectativas niveladas por baixo, esperando a genialidade de um treinador que não mostra genialidade, esperando uma superação de atletas que nunca se superaram, esperando a coragem de uma direcção que
mostra reservas em "arriscar" o que quer que seja.

Os "economistas" dizem-nos que devemos ter um clube à medida de um orçamento, um rigor não derrapante, um controlo de despesa que cai nas boas graças dos nossos queridos Bancos credores. Este clube que obedece aos ditames economicistas será um clube que cumprirá as suas obrigações, terá o polegar das instituições reguladoras sempre virado para cima e sempre, mas sempre, o aplauso daqueles que olham para o clube de fora para dentro. Será também um clube que definha, que perde adeptos, que os desmotiva, que os insulta, que não compreende a sua massa adepta.

Não acho que haja soluções milagrosas para desenterrar dinheiro extra para aquisições, muito menos penso que todos os problemas se evaporarão com milhões de euros gastos em aquisições. O problema vai bem mais longe e tem um nome:

FALTA DE ESTRATÉGIA DESPORTIVA.

Casos como Real Madrid, Milan ou Juventus são suficientes para entender que o que lhes falta não é dinheiro, adeptos, não são bons treinadores nem instalações. O que falta a estes "monstros" é uma estratégia, um plano bem definido no início de cada época de como se pode superar a época que acabou.

Nem sempre se pode ganhar, nem sempre uma estrela brilha, nem sempre um treinador acerta na melhor táctica, mas sempre deve existir coordenação máxima no cumprir de um plano de acção dentro de um clube de futebol. É assim que se gerem instituições de sucesso em qualquer parte do mundo.

Este plano de acção deve ser detalhado e abrangente, não estático e inflexível, pois o mercado do futebol é vasto em dados variáveis. O plano deve ser ter vários graus de acessibilidade de informação, sendo que cada patamar hierárquico terá o seu e um politica de confidencialidade que permita comunicar sem fugas ou incoerências.

Isto não é nenhuma novidade, mas parece-me que nos últimos 3 anos andamos a "navegar à vista" ou à deriva, ao sabor do vento das vitórias e derrotas, ao sabor dos jornais e opinion leaders, ao sabor dos humores de presidentes, directores desportivos e atletas influentes. Isto tem de acabar sob pena de passarmos os próximos tempos a reconstruir a "barraca" todos os anos, em vez de irmos construindo passo a passo uma "mansão".

Esta é a minha opinião, mas não me entendam mal, o que mais desejava era estar completamente enganado.

Até breve

Sem comentários:

Enviar um comentário