Durante o meu tempo de vida já muitos
“projectos” no Sporting. Por vezes direcções com mais de um projecto e
treinadores que transitaram de “projectos”. Na vocabulário dos sportinguistas
palavras como projecto, plano ou modelo são sempre sinónimos da mesma coisa:
Nada.
Num clube onde nas últimas duas décadas
“dançaram” dezenas de treinadores, inúmeras direcções e várias centenas de
jogadores na equipa principal é humorístico falar em projectos. No início
existe sempre um plano muito bem alicerçado, pensado para colocar o clube numa
rota evolutiva de bons resultados. Na primeira sucessão de desastres
desportivos, perde-se a confiança nas pessoas que lideram o “projecto” e
invariavelmente gera-se um ambiente insuportável à sua volta. Regra geral as
pessoas demitem-se ou são demitidas, regra geral nunca mais ouvimos falar em
projecto e entra-se na fase de recuperar os cacos e lutar pela dignidade do
clube.
Todos conhecemos alguém na nossa vida que tem
dificuldade em levar em frente os seus “projectos”. Ou empregos, ou negócios,
ou relações, essa pessoa muito facilmente abdica dos seus projectos à primeira
contrariedade. Nunca estabilizando, nunca tirando partida das oportunidades,
nunca aceitando que mesmo o que é bom na vida dá muito trabalho, nunca entendendo
que nada é permanentemente agradável e concordante. O Sporting é assim. Nunca
luta pelos seus projectos e abdica facilmente daquilo que acredita ser o melhor
para si, apenas porque não lhe oferece uma solução instantânea, uma garantia
absoluta de sucesso.
Voltando ao nosso “conhecido”, normalmente
estas pessoas acabam por passar dificuldades emocionais e materiais sem
qualquer necessidade. Com o passar das oportunidades, passam também os melhores
anos e as mazelas tendem a acumular-se. A personalidade perde coerência, as
qualidades dão lugar a defeitos e com o tempo é cada vez mais difícil
socializar com esta pessoa. Os “conhecidos”desaparecem, os amigos afastam-se e
a família olha-a de forma diferente. Os “projectos” continuam a suceder-se, mas
já ninguém tem paciência para os entender ou confiança para os apoiar.
É precisamente neste estado que se encontra o
nosso clube. Somos uma sombra do nosso passado desportivo, somos um sucedâneo
financeiro, humano e desportivo do grande clube que já fomos. Acima de tudo
porque não acreditamos em nós próprios. Na nossa capacidade de gerir, treinar,
jogar, comprar, vender, castigar, negociar, emprestar, todos os verbos que
fazem parte da rotina de um clube de futebol. Este descrédito é tão grande que
uma direcção leonina sabe que às primeiras derrotas no futebol, o seu
“projecto” será posto em causa. Como se fosse humanamente possível algum plano
assegurar sucesso desportivo imediato.
Como já escrevi neste blog, os sportinguistas
“lavados” cerebralmente por uma imprensa que se delicia com “crises” pedem
muitas vezes o impossível, exigem o improvável, tantas e tantas vezes levando
os responsáveis a prometer em vão aquilo que nunca podem prometer como forma de
“chamar” a família de volta, tal como o nosso “conhecido” que repete continuamente
“desta vez é que é...”.
Pois se não queremos que o clube se torne num
exemplo de retrocesso, num casestudy de falhanço desportivo e volte a ganhar, só
podemos fazer uma coisa: acreditar. Levar um projecto adiante,
Até breve.
O Sporting apresenta sempre muitos jogadores pequeninos.
ResponderEliminarEvidentemente que a altura não é tudo, mas no futebol moderno a compleição física tem atualmente bastante importância.
Este ano contrataram-se aljuns jogadores altos, mas a estatura média continua baixa.
Minha equipa para o próximo jogo, com os jogadores disponíveis, em 4-3-3:
Patrício;
João Pereira-Onyewu-Rodríguez-Insúa;
Elias-Renato Neto-Matías Fernández;
Carrillo-Seba-Capel
Os jogadores andam a lesionar-se muito. Será que a preparação física é adequada?
DUARTE