Tenho de admitir que o resultado (mais do que
a exibição) da primeira mão frente a mais um conjunto de poucos créditos
dinamarqueses, foi uma ligeira desilusão. É certo que se apenas 25% das
oportunidades de golo tivessem sido concretizadas, estaríamos hoje a falar de
uma prestação de gala, mas isso em si é a parte mais significativa do problema,
por mais que valorizemos a criação de oportunidades.
A primeira condição para analisar um resultado
será sempre a qualidade do adversário. Uma goleada imposta ao Varzim ou ao
Benfica nunca serão a mesma coisa, tal como um empate fora a 1 golo com o
Horsens nunca será o mesmo que igual resultado em Old Trafford frente ao Man
United. Neste campo o Sporting, tal como na primeira jornada em Guimarães,
desaproveitou.
Noutros anos uma igualdade na cidade berço
podia ser visto como um marcador razoável, mas não nesta temporada e
especialmente no início da época. Este Guimarães é uma equipa jovem,
inexperiente, sem referências, que neste começo de época procura eliminar o
estatuto de candidato à descida de divisão. Foi óbvio durante a partida que não
há fio de jogo, não há qualquer sentido táctico que não passe por fechar os
caminhos para a baliza, a prova mais cabal da insegurança de quem viu sair
todas as figuras importantes da equipa.
Num certo sentido, os resultados obtidos pelos
rivais (empates) ajudaram a que se perdoasse este resultado, mas ficou na
retina uma dificuldade evidente em materializar em oportunidades e em golos o
domínio da partida. Na Dinamarca, criámos muitas ocasiões para marcar, muito
por culpa da qualidade do adversário que permitia o avanço em bloco do nosso
meio-campo e trocas de bola em zonas perigosas, algo que o Guimarães nunca
“autorizou”. É difícil imaginar quantos adversários enfrentará o Sporting esta
época que se coloquem mais a jeito que o Horsens, para serem goleados.
Não explico tudo com a ineficácia de
Wolfswinkel. É demasiado simplista e equivoco fazer esse exercício.
Especialmente quando todos os companheiros pecam pelo mesmo defeito. Concordo
que foram 2 jogos em que o holandês não esteve bem e até que se existisse neste
momento uma alternativa equivalente ao valor do “jovem lobo” fosse preferível
resguardar o atleta no próximo jogo. Mas não há. Viola (fechou a época na
Argentina) ainda não estará sequer inscrito, além dos problemas de adaptação.
Rubio, Etock, Betinho e Wilson Eduardo não terão ainda maturidade para serem a
única referencia do ataque de um candidato ao título, o que deixa apenas uma
solução – Labyad.
Pode parecer estranho encarar o Marroquino
como avançado, mas a sua carreira tem oscilado entre 3 posições, 2º avançado,
extremo e médio ofensivo. Curiosamente foi quando foi colocado como companhia
de um avançado clássico que mais produziu. Tal como noutros momentos do nosso
passado, urge encontrar uma disposição táctica que encontre espaço para dois
avançados. Fez falta em Guimarães, fez muito mais falta da Dinamarca. Assim
porque não testar Labyad e Wolfswinkel juntos frente ao Rio Ave? Dê por onde
der, esta dificuldade em ganhar jogos que dominámos frente a adversários
defensivos tem de ser contrariada e rezar pela santa dos golos para mim é apenas
um sinal de falta de imaginação e coragem. Pelo menos a última sei que Sá Pinto
nunca terá.
Até breve.
PS – Terei que tirar o meu chapéu a dois
jogadores nestes dois primeiros jogos – Cedric e Carrilho. Se o primeiro
realizou notas perfeitas, o segundo terá sido o mais criativo (pena as
oportunidades falhadas). Falta muito pouco para serem certezas e tenho a
certeza que esta época será de grande valorização. Um Carrilho menos perdulário
seria a coisa que mais parecida
temos com um Ronaldo, Messi ou Rooney, ou seja, um desiquilibrador.
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