Com a saída de Pongolle, com o empréstimo de
Wilson Eduardo à Académica, Balde no Guimarães e com o provável ingresso de
Bojinov no Verona, o Sporting fica apenas com Viola e Wolfswinkel como
avançados puros no plantel. Rubio fará muitas vezes a viagem entre a equipa A e
a B e como tal não será uma opção a full time no plantel.
Com 2 avançados e por melhores que eles sejam,
não é possível encarar uma época de 4 competições de clubes e um apuramento
para o Campeonato do Mundo (o Sporting tem cada vez mais seleccionáveis no
plantel) com a certeza de que nunca faltarão homens para atacar a baliza. É
certo que o recém-chegado argentino e o holandês são ambos bastante jovens, mas
no futebol moderno, o desgaste de jogos acumulados faz-se sentir
independentemente da idade.
É pois quase certo que irá chegar mais uma
opção para o ataque leonino. Ao contrario de Titin Viola, este futuro jogador
deverá ser um avançado de área, como muitos já o afirmaram, um jogador mais
posicional, que dê a Sá Pinto uma presença física mais regular na zona de
finalização. As deslocações de Ricky (que procura muitas vezes receber a bola
no meio campo) aliado à tendência natural de Viola de procurar as alas abrem no
plantel do Sporting uma nova necessidade. E não vai ser fácil supri-la.
Hoje em dia, encontrar um sucessor moderno de
Ian Rush, Manuel Fernandes ou (mais recente) Pipo Inzaghi é uma tarefa árdua.
Estes “killers” são cada vez mais raros e quando encontrados cedo se tornam
tesouros difíceis de resgatar. O próprio Diego Rubio é um “projecto” incerto
que poderá vir um dia a cumprir o desígnio para o qual foi contratado, mas que
para já não confirmou aquilo que os mais optimistas pensariam ser um
rato-de-área pronto a revelar-se ao mundo do futebol de topo.
Os Diego Rubios mais experientes com
currículos já comprovados de elevada materialização de golos, são, infelizmente
areia de mais para o camião de contenção financeira do Sporting. A pergunta que
se coloca é então: onde encontrar e como pagar este novo reforço.
É muito mais fácil responder à primeira parte
da questão. No mercado nacional jogadores deste tipo são quase inexistentes,
nenhum com o calibre que nos faz falta.
Existem alguns valores emergentes na Liga
Argentina, mas com os olhos da Espanha, Itália e França sempre apontados aos
Torneios Apertura e Clausura é cada vez mais raro um bom ponta de lança a jogar
na Argentina passar despercebido.
O mercado brasileiro é abundante e vasto em
soluções. Mas com a recuperação económica fulgurante do país irmão, os clubes
outrora carenciados de vendas a qualquer preço, fazem hoje muita questão em
exportar caro, muito caro. Os exemplos de Damião ou Neymar são um retrato do
que esperam outras possíveis aquisições.
Ainda na América do Sul, Chile, Colômbia e
Uruguai são mercados economicamente interessantes, mas os seus melhores valores
não jogam lá, são rapidamente exportados para o México, Argentina e Itália,
lugar de onde só costumam sair a troco de verbas já incomportáveis.
Ultimamente o Sporting tem optado por explorar
o mercado Holandês, onde os atletas tem uma óptima formação competitiva e uma
tendência para querer abandonar a Eredivise bem no início. Ajax, PSV e
Feyenoord outrora grandes exportadores de jogadores para os “tubarões” da
Europa, perderam a ligação directa. Salvo poucas excepções, um avançado holandês para chegar ao um
clube do top 10 europeu, terá de provar numa liga mais defensiva que rende o
mesmo que na profícua liga holandesa. Mas mesmo assim, o recente poderio económico
dos clubes alemães, está a desviar o que melhor se forma nas excelente escola
de avançados holandesa.
O mercado africano é bem explorado pela
Ligue1, o de leste pelas ligas Russas, Ucranianas e Turca.
O que sobra?
Existe um mercado onde nascem habitualmente
bons avançados, que tem sido muito pouco valorizado pelos clubes portugueses. O
nórdico. Na Noruega, na Suécia, na Dinamarca e até na Finlândia e Islândia
formam-se bons pontas-de-lança, normalmente com poderosos remates e jogo de
cabeça, normalmente altos e atleticamente robustos. Não estão a um nível de
transferência incomportável e apesar da ponte com a Liga Inglesa ser
tradicionalmente forte, há muito que os clubes da Premier League apontaram o
foco a avançados mais “latinos” procurando a criatividade que não encontram nas
ligas nórdicas.
Mas ao Sporting não faz falta um avançado
criativo e no Norte da Europa pode muito bem estar o tal “homem” de área que
nós procuramos.
Talvez não exista nenhum Ibrahimovic por
resgatar, mas se o que buscamos é um suplente a Wolfswinkel não vejo porque razão
desperdiçar uma oportunidade de abrir horizontes no que diz respeito a formatos
de jogadores que não formamos.
A criatividade na procura gera normalmente
bons resultados.
Até breve.
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