Porque em vez de recuperarmos o acesso à
Champions, vencer títulos ou criar uma estabilidade financeira, o Sporting
retrocedeu em todos estes aspectos. Existiu de facto uma aproximação dos
adeptos, mas face à inconsistência dirigente e humilhantes resultados, voltámos
à estaca zero.
O pior disto não é o que foi conseguido, mas o
que ficou por conseguir. Todos sabemos que foi um grande risco investir na
rescisão e contratação de tantos atletas internacionais, risco que parece não
ter surtido qualquer efeito desportivo. Assim sendo e esta época será bastante
semelhante às anteriores, a SAD perderá margem de manobra no campo de
investimento e face a diminuição de receitas previsível, terá de emagrecer
bastante,
Isso significa vender jogadores, sem
possibilidade de canalizar o valor dessas transferências para outros atletas.
Recorrer à Equipa B e/ou Juniores não será uma possibilidade, será uma
inevitabilidade. E não se pense que a venda de passes trará qualquer tipo de
desafogo financeiro, a participação do clube nos direitos de transferência dos
seus mais cotados atletas é tão diminuta, que a verdadeira poupança far-se-á
sempre pela diminuição da massa salarial.
Este cenário não será pacifico. Muitos adeptos
e sócios não se reverão na estratégia de contenção do clube e na mais que
previsível retirada do estatuto de “candidato”, por muito que não o tenhamos
merecido nas últimas épocas, é bem diferente quando a realidade é assumida à
partida.
Esta redefinição não voluntária do mandato de
GL não é um sinonimo de catástrofe, racionalmente pode ser um passo a trás para
no futuro dar muitos à frente, já que a estratégia de investimento no plantel à
la mode de Porto e Benfica claramente não resultou, talvez um novo paradigma de
clube formador com pequenas intervenções no mercado se adeqúe melhor ao nosso
ADN e sobretudo dimensão financeira.
Mas, se sou optimista na vertente desportiva,
estou bastante mais incrédulo na missão governativa da SAD para realizar este
caminho. A admissão velada de que GL espera por um novo treinador no final da
época e todas as movimentações no futebol português parecem indicar que será
Jorge Jesus o alvo do presidente. E não podia ser pior a escolha. Porquê? Acima
de tudo porque JJ não é um bom (nem sequer é razoável) aproveitador das
canteras dos clubes.
Por variadíssimas vezes, este treinador
português insistiu na adaptação de jogadores em vez de apostar em jovens. Pode
resultar algumas vezes, como também pode ser um fracasso absoluto. A questão
principal é que no Sporting JJ nunca terá a margem de manobra total para o
“resultadismo” e “manha anti-desportiva” que costuma incutir nas suas equipas.
Acima de tudo porque na identidade leonina esse trabalho será visto como uma
humilhação mais grave que a falta de sucesso desportivo.
Por muito que isso custe ao clube, o futuro
treinador do Sporting (caso Vercauteren se confirme como uma transição) deveria
ser a maior aposta para a próxima época. Um técnico experiente, conceituado e
com a capacidade de rentabilizar a juventude da Academia de forma convicta e contínua.
Preud´Homme, Rijkaard, Bielsa, LeGuen seriam algumas das hipóteses mais reais,
já que nomes como Guardiola, Cruiff, Benitez ou Ferguson estão longe da nossa
galáxia desportiva.
Alem de tudo mais, ninguém poderá dizer que
investindo menos, os resultados desportivos serão piores, o futebol é rico em
surpresas e sem dúvida que um clube unido, uma SAD trabalhadora e firme num
caminho partilhado, uma massa de adeptos com alguma paciência e muito fervor
clubistico e sobretudo uma equipa bem comandada, pode fazer bem melhor que as
prestações caóticas e bi-polares mais recentes.
O principal no futebol é a confiança e o
empenho. O espírito de campeão não é transmitido pelo valor do salário ou pelo
estatuto de ser “candidato”.
Até breve.
quem nos dera que o Jesus fosse o nosso proximo treinador, independentemente de apostar ou nao em jovens é competente, e isso já chegava para mim
ResponderEliminarPreferia ter o Cardozo na equipa do que o Jesus!
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