Se a imprensa fica
admirada com a maturidade e potencial de André Martins, aposto que ficará mais
surpreendida ainda com as caracteristcas de Renato Neto. Para mim um dos
grandes jogadores do futuro do Sporting (juntamente com Betinho, Nuno Reis,
Rubio, João Mário e Carrilho) terá já esta época uma oportunidade de ouro para
demonstrar aquilo que se anteve nele há anos – um médio moderno, completo e
sobretudo de motivação colectiva. Se será um Lampard, um Kaka, um Deco ou um
Raí é por agora um mistério, a realidade é que os bons jogadores fazem sempre
falta e Neto já é um jogador muito considerável.
O facto de André
Martins na época passada não se ter imposto no Belenenses não é matéria de
admiração, é a prova da incompetência técnica do clube lisboeta e a
demonstração de como não ter um staff técnico competente pode arruinar um
clube. O jogador da formação do Sporting vale hoje provavelmente mais do todo o
plantel do Belenenses. Quantos erros destes foram cometidos nos últimos anos
naquele clube histórico? Vender bons jogadores jovens por 100 mil euros não é
salvar as finanças do clube, é precisamente o inverso, é enterrá-las
definitivamente.
Recomendo aos
amantes da “ciência desportiva” que vejam o filme “Moneyball”. O filme que
aborda a importância de compreender a estatistica no baseball pode e deve ser
matéria de reflecção para muitos “sábios” de trazer por casa que confiam nos
olhos vêem e não nos factos que cada jogo demonstra. Existem treinadores como
Mourinho que entenderam cedo que o sucesso está na informação e no detalhe. Dá
trabalho, mas compensa largamente passar horas a rever números, percentagens,
probabilidades. Pode-se por exemplo entender porque é que Onyewu é um central
tão útil, ou porque é que com a ausência de Rinaudo, o Sporting perdeu capacidade
de dominar massivamente os jogos. Vem-me à memória atletas como De Francheschi
ou Vidigal, Afonso Martins ou Paulo Torres. Poucos deram o valor às suas
prestações na estatística (passes certos, assistências, bolas ganhas, faltas
sofridas, faltas cometidas, golos, ataques participados), poucos deram por
terem sido excelentes jogadores que mereciam outro valor na gestão desportiva
do clube.
O regresso de Capel
à Roja não será supresa, mas justiça para com a época fantástica que o
sevilhano está a realizar. É verdade que não será o melhor elemento para
participar no tiki-taka “made in” Barcelona, mas desperdiçar o momento de forma
de Capel éde uma miopia que em nada respeita o passado recente da formação
espanhola. O Sporting já entendeu a importância de um extremo como o Diego,
oxalá por alturas do Euro que o seleccionador espanhol valorize essa
componente.
O relvado de
Alvalade está novamente “doente”. É simplesmente inacreditável que, chegando à
conclusão que é a arquitectura do estádio que provoca a debelidade permanente
do terreno de jogo não nos ocorra perguntar porque raio é que o senhor Tomás
Taveira é considerado um bom arquitecto. O valor astronómico que entrou nos
seus bolsos daria pelo menos para não ter cometido erros de aluno de primero
ano de faculdade. Passando essa questão, voltamos à estaca zero, ou seja, relva
natural ou artifical? É essencial responder de uma vez, a hesitação custa o
valor de uma boa contratação todos os anos.
Até breve.
O filme Moneyball é realmente muito bom no que toca a noções de gestão desportiva, só grandes "génios" com grande capacidade psicológica e mentalidade visionária conseguem levar acabo um projecto desse tipo
ResponderEliminarSL
Aqui, do meu lugar de leão, aplaudo freneticamente, cada nota desse fantástico instrumento que fez história em Alvalade e, pelo que vamos saboreando, vai fazendo tanto pelo nosso Sporting!...
ResponderEliminarObrigado amigo e um bom ano de 2012
Não estou no curso de arquitectura, mas tenho quase a certeza absoluta que eles não dão climatização interior de relvados de futebol especificamente, e muito menos no primeiro ano. Nestes casos costumam contratar especialistas para tratar disso. No entanto, um arquitecto com tanta fama como o Taveira, mesmo não tendo sido ele tem lá o seu nome assinado, não devia ter cometido um erro tão crasso, nós é que saímos prejudicados (é o costume..)
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