Previa-se um jogo de dificuldade mais reduzida e foi isso
mesmo que aconteceu. É verdade que já não há jogos fáceis, qualquer equipa
razoável que conte com a passividade de uma formação superior pode arrancar uma
surpresa. Isso foi válido para o Vaslui, era válido para o Zurich e será também
para o Belenenses. Mesmo com muitas ausências (Patrício, Rodriguez, Rinaudo,
Elias, Fernandez, Carrilho, Jeffren e Izmailov) o Sporting entrou em campo com
a firme disposição de resolver o jogo cedo. E foi mais ou menos aproximando
esse desígnio, até que Wolfswinkel materializou o caudal ofensivo numa bola
dentro das redes. Muitos outros ficaram por marcar, até que Bojinov fechou o
jogo, sem grande história para contar.
Ressalta à vista a solução André Martins, Boeck e Bojinov,
já Pereirinha e Rubio fizeram sempre tudo bem menos…ser eficaz. Será talvez injusto
pedir mais neste tipo de partidas, especialmente quando o resto da equipa já
está a “arrumar” a loja. Mas nesta época vai ser assim, o nível de exigência
está bem mais elevado e espera-se de um suplente o mesmo dos titulares. A Boeck
grandes defesas, a Carriço uma permanente movimentação e pressão sobre o
portador da bola, a Pereirinha grandes arrancadas e assistências para golo, a
Rubio bolas no fundo da baliza. Se não o fizerem não estarão tão cedo nas
escolhas do treinador. É a eficácia.
Primeiro lugar alcançado num grupo acessível. O último jogo
em Itália será para cumprir calendário e dar minutos aos menos usados, se é que
isso ainda é possível de conjecturar. Com 8 a 9 lesionados por partida, algum castigo ou
impedimento (Elias na Europa por exemplo) o plantel de 27 jogadores fica
facilmente com 17 ou 18 disponíveis, precisamente o número que pode constar da
ficha de jogo. Essa é uma questão que não está em vias de ser resolvida,
continuam a surgir muitas lesões musculares e nem se pode dizer que seja por
intensa utilização, o plantel tem rodado permanentemente…graças às lesões.
Como não se pode garantir que estes surtos desapareçam
magicamente, deve-se encarar Janeiro como uma oportunidade única de cobrir
algumas lacunas da equipa. Já todos o afirmaram e parece quase óbvio o que se
tem de fazer. Um central, um médio defensivo e um ala direito. Um central
porque Onyewu, Rodriguez e Polga já deram provas de grande propensão para
lesões e Carriço está a ser chamado a vário papéis na equipa. Um médio
defensivo porque Rinaudo só regressa em Fevereiro (com condição plena talvez em
Março) e André Santos tarda em afirmar-se como 6, André Martins e Carriço são
adaptações. Um ala direito porque mesmo com Jeffren recuperado, à excepção de
Pereirinha e Carrilho (soluções de recurso), não há um dextro para flanquear e
Izmailov traz mais dúvidas que certezas na sua utilização.
Não sou ingénuo. Sei perfeitamente que o Sporting não
contratará 3 jogadores em
Janeiro. Pelo menos não gastará o mesmo que por exemplo fez
com Capel, Jeffren, Elias, Wolfswinkel ou Bojinov. Esses foram investimentos
prioritários que dificilmente poderemos ver repetidos no mercado de inverno. Acredito
sim numa ordem de prioridades, onde provavelmente a questão do médio defensivo
terá ultrapassado a do central desde que Rinaudo se lesionou (ainda ninguém conseguirá
prever se o Argentino terá um resto de época ao nível do seu início). De
qualquer forma é certo que o plantel tem de crescer em número, por cada vez que
se chama um júnior aos 18 convocados é uma prova de falta de soluções no
plantel principal, mais do que uma opção para motivar ou iniciar jogadores da
formação.
Até breve.
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