Este fim de semana pode ser bastante proveitoso para as
cores leoninas. Em 3 campos existe a possibilidade de materializar em pontos
uma nova recuperação do Sporting face a Porto e Benfica. Olhando os jogos um a
um, podemos antecipar, ou vislumbrar, dificuldades para todos, mas jogando em
Alvalade perante um Nacional algo distante do que tem sido o historial
competitivo dos madeirenses, o Sporting é quem mais pode confiar nos 3 pontos.
Na Madeira, um Benfica moralizado pelo apuramento na
Champions vai tentar mostrar que aprendeu a lição da Taça, mas terá pela frente
um Marítimo que já provou o sabor da vitória e não desdenhará dar sequência à
excelente época que tem feito. É verdade que o jogo nada terá de semelhante com
o anterior, mas também é mais verdade que à equipa do Funchal o empate também
será satisfatório. O jogo frente aos romenos revelou um Benfica preguiçoso, que
a repetir-se significará perda de pontos. O Marítimo está muitos furos a cima
do Oletul.
Em Aveiro, o Porto pode “vingar-se” da despromoção à Liga
Europa, mas vai contar seguramente com a resistência de uma das equipas que
melhor defende em Portugal. O Beira-Mar
sabe dar o “jogo” ao adversário e como o Sporting pode comprovar, sabe também
manter uma partida morna durante 90 minutos. Um empate não será nada de
extraordinário face ao que as duas equipas têm feito este época. Faltam
matadores de um lado e do outro e os esquemas tácticos de Vítor Pereira
costumam emperrar mais a máquina do que soltar.
Em Alvalade esperam-se mais 40 mil pessoas, o que prova a
importância da adesão dos Núcleos no preenchimento de Alvalade. Muito se
prometeu na campanha, mas apesar de ser notória alguma aproximação, falta
devolver muito a estruturas que deviam ser “escolas de novos leões”em vez de “clubes
de velha guarda leonina”. Urge repensar o que é um Núcleo Sportinguista, para
que serve e como pode servir os interesses sociais e económicos da instituição.
Tal como são hoje, unidades isoladas com pouca
representatividade na vida do clube, os NS não sobreviverão ao início da
segunda info-revolução. As novas gerações de sportinguistas dificilmente se
sentirão atraídas por espaços cavernosos, por vezes entabernados, onde a média
de idades dos habitués se costuma situar entre os 60 e os 65 anos e onde não
existe muito que fazer a não ser olhar para a televisão e desfolhar o jornal do
clube por entre um café ou uma imperial.
Mas fazer evoluir os NS não é apenas dotá-los de capacidade
para atrair as próximas gerações, é também uni-los entre si, criando pontos de
contacto, espaços comuns de diálogo e partilha de recursos e informação. É também
criar canais de diálogo directos com o clube, onde a informação e as
necessidades percorram os dois caminhos, esbatendo a distância física e a tendência
natural para o alheamento.
No Sábado, em dia de Núcleos era bom que alguém com
responsabilidades manifestasse a vontade, tantas vezes expressa na campanha, de
inaugurar esta reflexão com alguma finalidade prática no horizonte. Doutra
forma, daqui a dez anos será inexpressiva a validade de ter um dia dedicado a
estas associações e isso é bem mais importante do que fazer encher Alvalade.
Até agora a questão do voto e da tipologia de sócio são os únicos
temas relacionados em debate com os NS, há todo o resto por repensar…e daqui a
nada já vamos num ano de gestão de GL. Aproximarmo-nos do Porto e do Benfica
talvez seja a parte mais fácil, o difícil mesmo é eliminar distâncias entre
clube e adeptos, pois como já tantas vezes ouvi dizer “quando se ganha todos
aparecem” e o Sporting ainda não tem uma estrutura que nos permita confiar na
conquista regular de grandes troféus.
Até breve.
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