quinta-feira, 28 de junho de 2012

Dignos

Caímos frente à campeã mundial e europeia. Mas ao contrário do Mundial, perdemos vendendo muito cara a derrota. Podíamos até ter ganho o que seria épico para muita gente, menos para quem olha para o trabalho de Paulo Bento e o talento de Patricio, Pepe, Nani e Ronaldo de forma isenta. A esta selecção falta ainda um excelente ponta de lança (que nunca tivemos) e um excelente pivot ofensivo (que já não temos desde Deco e Rui Costa). Bento fez o que pode com o que tinha, e tinha muito mais do que a nossa imprensa adivinhava.

Algumas surpresas. Coentrão voltou ao que já foi. Pereira afinal não defendeu mal. Bruno Alves fez um torneio de grande qualidade (ninguém se lembrou de Ricardo Carvalho). O triângulo Veloso, Moutinho e Raul Meireles esteve defensivamente perfeito (faltou um pouco mais de apoio a Nani e Ronaldo), Custódio e Varela entraram sempre bem. Era difícil pedir a Hugo Almeida ou a Nelson Oliveira mais do que aquilo que deram. Fica a sensação que há uma boa base de jogadores ainda jovens que pode evoluir para o Mundial, mas mais importante será reformular o futebol português para que estes resultados não sejam um fechar de ciclo.

Ao olhar para a forma como nos batemos contra, provavelmente, a melhor selecção do mundo interrogo-me quem serão os centrais que substituirão Alves e Pepe, quem substituirá Meireles, qual é a alternativa a Nelsón Oliveira?

A limitação na contratação de estrangeiros não é um tique xenófobo, ou um desrespeito pela capacidade  dos nossos clubes em contratar melhores jogadores lá fora. É acima de tudo uma manifestação de inteligência. Se o jogador português é mais barato e melhor (se tiver condições para evoluir) para quê estar a "ajudar" a selecção do Uruguai, Argentina, Brasil ou Chile?

Com a regra de fair play financeiro da UEFA nas ligas Europeias, o que os clubes estão a fazer é contratar estrangeiros mais baratos e não a preferir jogadores portugueses. É uma questão estratégica e de importância nacional, mas isso diz pouco aos dirigentes portugueses, políticos incluidos.

Até breve

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