terça-feira, 27 de março de 2012

Cont(r)a-corrente


Analisar as últimas declarações de Bruno de Carvalho sobre o ano de gestão desta nova Direcção é um exercício válido apenas porque é a manifestação ou voz de muitos sócios e apoiantes do Sporting. Apenas por isso, já que insisto neste blog que o comportamento e posicionamento do ex-futuro-candidato serve uma agenda pessoal muito mais que as necessidades do clube em ter uma oposição activa e mediática.

Há uma corrente que defende que sendo o Sporting um clube democrático, as opiniões de qualquer associado devem ser escutadas quer pró quer contra o status quo do clube. Esta é uma utopia que não cabe no panorama actual do desporto e da sociedade portuguesa. Por várias razões seria, na minha opinião, desnecessário esta oposição tão veemente e pública de BC:

1/ Esta direcção não foi eleita com a maioria do apoio dos sócios;
2/ A agenda financeira e desportiva da SAD é tornada pública por obrigação da CMVM;
3/ Dirigentes, técnicos e directores têm tornado bastante notório as razões por detrás de cada acto de gestão.

Por estes 3 motivos, é tão claro para BC como para mim a eficiência e o sucesso deste ano de gestão do mandato de GL. Não preciso que o senhor BC ou qualquer outro Sportinguista me diga que:

Financeiramente:

-       Ao ficar em 4º ou 5º na Liga, o clube perde uma importante fonte de receitas (não acesso à Champions) e como tal no próximo ano será mais difícil suportar o orçamento actual.
-       Para conseguir aceder a tantos novos atletas a SAD contraiu novos empréstimos, em condições muito desfavoráveis (panorama que se manterá devido ao difícil acesso a capitais dos nossos bancos credores)
-       A recessão (ou falência técnica do clube) deverá obrigar a que se venda dois ou mais dos melhores atletas no final da época.
-       A mudança do Estádio para a SAD é uma operação que visa apenas dar mais segurança ao pagamento das dividas.
-       Ainda não foi recebido o valor da transferência de Djaló.
-       As vendas de Postiga, Torsiglieri, Zapater e Vukcevic foram bastante abaixo do esperado.

Desportivamente:

-       A classificação na Liga é muito abaixo do desejado.
-       A possível chegada às meias-finais da Liga Europa está no nível de exigência pretendido.
-       A presença na final da Taça de Portugal está no nível de exigência pretendido.
-       A participação na Taça da Liga é muito abaixo do desejado.
-       Houve uma subida na valorização de Patrício, Pereira, Ínsua, Carriço, Onyewu, Izmailov, Matias, Capel, Carrilho e Wolfswinkel.
-       Houve um decréscimo na valorização de Evaldo, Rodriguez, André Santos, Pereirinha, Elias, Jeffren e Bojinov.
-       As contratações de Luís Aguiar, Bojinov e Rodriguez ficaram longe do rendimento pretendido.

Tudo isto será o fundamental na análise mais isolada ao sucesso do clube. Tudo isto eu consigo entender sem a ajuda alarmista de BC ou qualquer outro. Apenas o bom-senso será preciso para imaginar que na próxima época o Sporting terá de:

-       Reduzir a massa salarial do plantel (vendendo ou emprestando 2 ou 3 dos atletas que mais auferem) ex: Wolfswinkel, Jeffren, Bojinov ou Patrício.
-       Procurar soluções para um novo plantel a custo zero e com remunerações mais ajustadas ao nível médio do plantel ex: Adrien, Cedric, Nuno Reis.
-       Valorizar Rubio, Neto, André Martins, Nuno Reis, Carrilho, Árias e Turan.
-       Ter a equipa B em competição como forma de colocar atletas que já deram provas nos juniores de grande potencial.
-       Ter um novo discurso de exigência adequado à valia do plantel sem as recorrentes candidaturas a títulos que vão e vêm conforme a classificação.

Como é óbvio o ano corrente não está a ser brilhante e só não se constituirá num ano mau se a conquista da Taça de Portugal e a presença na final da Liga Europa for uma realidade. Qualquer outro cenário não apresentará mais valias significativas em relação a anos anteriores. No aspecto económico e porque o mesmo é afectado pelo plano desportivo a sensação que se fica é a de um marasmo de receitas com tendência a agravar-se pela falta de novos encaixes (as receitas antecipadas já foram todas realizadas).

Por isso, senhor Bruno Carvalho, dispenso a sua “coragem institucional”, que não reconheço tão grande como outros reconhecem e dispenso também a constante nota no seu discurso que faz o que faz em nome do seu amor ao clube. Em nome de muitos “amores” já muita gente disse e fez muito disparate, o momento do Sporting precisa é de menos emotividade e mais racionalidade.

Sinceramente não acho que seja fácil resgatar o clube da situação em que se encontra e não é por aparecerem vozes que clamam pela incompetência de quem está a tentar fazê-lo que pensarei de forma diferente. Gosto de pensar que todos se empenham pelo clube, errando mais ou menos, e ninguém pode de facto dizer que tem a receita para inverter este cenário, porque se assim fosse ela já teria sido implementada. Infelizmente não é só o Sporting que tem pela frente uma longa travessia pelo deserto de dificuldades económicas, a esmagadora maioria dos clubes, das empresas e dos países esperam ansiosamente pela saída de uma recessão que já vai longa e bastante agressiva.

Poupem-me a manobras de “implosão” dogmáticas em que tudo o que não brilha é lixo. Cada vez menos reconheço em BC um presidente do Sporting.

Até breve.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Problemas e soluções

Devido aos vários pedidos que recebi (não foste só tu Álamo) dou então aqui o meu contributo para uma reflexão urgente sobre o que o Sporting pode fazer para evitar (porque será impossível eliminar) os “assaltos” de arbitragem de que tem sido vitima.

Vamos por partes, como eu gosto, estrategicamente ponderar toda a envolvência do problema.

Intervenientes primários:

Sporting e Árbitros

Intervenientes secundários:

Porto, Benfica 

Problema:

Os árbitros prejudicam o Sporting de forma directa quer em jogos da Liga e FPF, muito mais do que fazem aos rivais beneficiando-os. Governo e PJ revelam-se incapazes de eliminar as suspeitas (já confirmadas diversas vezes) de que o futebol em Portugal não é limpo, justo ou sério.

Dúvidas:

1/ Os árbitros prejudicam o Sporting intencionalmente?
2/ Os que ganham os árbitros que prejudicam o Sporting?

Resolução – Resolver o problema é responder às duas dúvidas e encontrar bloqueios ou retrocessos à evolução das condições que permitem a continuidade do problema. Assim:

1/ Os árbitros prejudicam o Sporting intencionalmente?

Partindo do principio que o Sporting é muito mais prejudicado que beneficiado, podemos concluir que:

-Se os erros acontecem maioritariamente a nosso desfavor seria uma coincidência fantasmagórica que dezenas de árbitros diferentes tivessem apenas errado fortuitamente. A resposta é então: Sim.

2/ Os que ganham os árbitros que prejudicam o Sporting?

Há várias explicações possíveis e é quase garantido que todas ajudem a explicar o problema: Há uma bipolarização de poder no futebol português. Benfica e Porto disputam taco-a-taco todos os pilares decisores e repartem peso politico junto das entidades reguladoras. Seria estranho que no principal pilar (a arbitragem) o mesmo cenário não se verificasse.


2.1/ A partição de poder entre vermelhos e azuis é a substituição pelo antigo regime tripartido onde o Sporting estava incluído. A perda de participação no status quo do futebol, só foi possível pela perda de prestigio desportivo (o Sporting deixou de ser um campeão virtual) e pela ausência de sucessivas direcções que desprezaram o seu envolvimento nas velhas guerras sujas do futebol nacional.


2.2/ Ao assumir um papel de “outsider” o Sporting ficou fora de todas as lutas, fora de todas as “vantagens” conhecidas por conseguir exercer coação sobre as instituições, cargos ou organismos. O sector da arbitragem é desde sempre o mais permeável a estas “pressões”.


2.3/  O clube afastou-se da guerra, preferindo um papel mais nobre, o de legislador. De facto sucessivas direcções sugeriram diversas alterações ao nosso sistema de arbitragem, o que também de forma contínua surtiu o efeito contrário ao desejado. A classe reagiu mal a todas as sugestões propostas no sentido de melhorar e moralizar o sector. Paradoxalmente ao tentar ajudar, a única coisa obtida foi má vontade e muita crispação.


2.4/ Ao sentir a desvantagem de não ter influência na classe (directa ou indirecta) nem isenção nas suas partidas o clube ciclicamente adopta uma postura de confronto. O resultado tem sido sempre o mesmo: os árbitros escudados num sistema em que o Sporting é apenas mais um dos que não são Porto e Benfica, realizam um braço de ferro que dura até o clube "dobrar" o seu discurso, iniciar um período de vitórias ou perder os objectivos da época.


Podemos então tirar deste cenário que os árbitros, verdadeiramente não lucram directamente quando prejudicam o Sporting, mas de forma indirecta estão a defender o sistema que dá primazia a apenas dois clubes. Interessa aos dois rivais um Sporting destabilizado e em guerras permanentes com a arbitragem. No fundo, os pontos que os árbitros puderem "retirar" ao Sporting serão sempre vistos como positivos pelo sistema, ou pelo menos nada com que alguém se tenha de preocupar em demasia. Um juiz que sabe que errando contra um clube estará a salvo de consequências é um agente condicionado no futebol.


Solução:


Perante tudo isto é mais ou menos óbvio que o Sporting só terá arbitragens mais decentes quando for visto como parte do sistema, a par de Benfica e Porto. Não vale a pena acreditar na deontologia da classe (simplesmente não existe) nem na regulação da Liga ou FPF (pois fazem parte do sistema implantado). Enquanto o clube ou os seus interlocutores continuarem a optar por um discurso de "outsider" em que não queremos "sujar as mãos" num sistema corrupto e corruptível teremos de continuar a ver e a entender os custos em arbitragens como a mais recente do senhor Paixão.


Agora a questão não é se o Sporting quer ou não fazer parte do sistema, a verdadeira questão é se o sistema deseja ou permite que o clube o faça. Nesta época é óbvia tentativa de aproximação feita por Duque às Associações e Liga, mas também não deixa de ser evidente que ao clube foi barrada o acesso a posições e peso nas eleições da FPF e Liga de Clubes.


Só resta aos leões uma saída e em boa hora existiu uma fracção na Liga, pois neste momento Benfica e Porto precisam de contar espingardas para as batalhas que se avizinham contra os "clubes pequenos". A solução, se existe, passa por estreitar relações políticas com os dois rivais e tentar posicionar-se na linha da frente das discussões. O mesmo está a ser tentado pelo presidente do Nacional, que perspectivou correctamente o subito vazio de comando no discurso dos "grandes". Caberá ao Sporting roubar esse papel e em sucessivas "lutas" ser ele (Duque ou outro director, não GL) a dar a cara. Todos sabemos quem irá ganhar esta "guerra" e no fim da mesma pode ser mais fácil percepcionar as vantagens de visibilidade e aparência de poder que a mesma conferiu.


Outras soluções poderão ser válidas, mas esta é a única que resolverá efectivamente este problema sem criar outros.


Até breve.

terça-feira, 20 de março de 2012

O meu manifesto


Quando nos perguntamos tantas vezes como funciona o sistema a favor ou contra um determinado clube, eis aqui uma resposta. Para quem viu o jogo Gil Vicente – Sporting há a extrair, de forma isenta, que:

1/ O Sporting entrou mal na partida. Não é novo e a desculpa do cansaço e dos jogos de 3 em 3 dias não explica tudo. Quanto muito existiria uma quebra a meio da segunda parte e não uma dificuldade absoluta em iniciar o jogo.

2/ O Gil soube usar uma táctica que já levou mais de 15 pontos ao Sporting esta época. Há pelo menos 4 meses que os “pequenos” repetem exactamente o mesmo modelo de jogo e é inacreditável que nenhum membro das duas equipas técnicas tenha preparado sequer um esboço de reacção. É como se começassem já a vencer as partidas.

3/ O plantel tem 27 jogadores. É verdade que não valem todos o mesmo, mas também não deixa de ser real a falta de rotatividade. A continuarmos assim, chegaremos aos momentos de decisão que ainda sobram completamente de rastos, o fulgor do Gil ontem só mostra o quão impreparados estão os leões para repetir 3 jogos por semana em doses regulares. Izmailov, Capel, Matias e Wolfs estiveram completamente ausentes da partida. Seria difícil que Jeffren, Ribas, Carrilho e Neto fizessem menos.

4/ Quando olhamos para o banco e temos Ribas como avançado para fazer subir a equipa, ficamos elucidados quanto aos erros de construção do plantel. Saiu Postiga, Djaló e Bojinov e não entrou uma única alternativa a Wolfswinkel. O jovem holandês é bom, mas não é assim tão bom. Sugiro que se termine mais cedo o empréstimo do uruguaio e se inicie uma nova digressão em busca de um avançado a custo reduzido...existem alguns aí à espera (porque não Rubio ou Betinho?).

5/ Vejo tantos elogios à prestação do Gil Vicente que me questiono se ao glorificar tanto o futebol defensivo não estamos continuamente a estimular o mau espectáculo nos nossos estádios. Há pouca gente preocupada com a questão da qualidade das partidas e demasiado entretida a evidenciar riquezas tácticas que fizeram, por exemplo, do campeonato italiano uma das ligas mais desinteressantes do mundo.
Contra um grande funciona, porque há uma equipa preocupada em vencer a partida, mas quando são as duas formações a desenvolver este tipo de jogo....não admira que Portugal tenha tão poucos espectadores nos estádios.

6/ Perante tudo isto é justo dizer que temos os árbitros que queremos ter. Se tudo o resto funciona mal é apenas normal que a arbitragem seja apenas mais um interveniente que erra. Mas a questão é menos esbatida quando é por demais evidente que para uns erra mais do que para outros. Aqui há matéria urgente para trabalhar.
Que o senhor Bruno Paixão é um mau árbitro é unânime. Mas isso não consta das classificações finais das avaliações. Porquê?

6.1/ A explicação mais óbvia é provavelmente a mais correcta. Porque interessa a muita gente ter árbitros maus. Assim que soube que era Paixão o juiz da partida tive a certeza que o Sporting iria ter mais dificuldade em conquistar os 3 pontos. Mais uma vez (é a 4ª ou 5ª consecutiva) o lisboeta “inventou” casos e materializou na sua prestação o ódio que tem pelo Sporting.

6.2/ Existem hoje pelo menos 6 árbitros incompatíveis com boas arbitragens no jogos do leão. Isto só é possível porque não existe a coragem de quem chefia os árbitros de assumir que não tem qualquer tipo de autoridade sobre grande parte dos mesmos. Todos sabemos que Vítor Pereira controla apenas uma facção na APAF, a outra, opositora não sabe bem do quê, ao abrigo de outros ex-árbitros que fizeram carreiras históricas pelo emblema do sistema (Paraty é o bastião máximo) insiste em repetir “gracinhas” particularmente frente ao Sporting, talvez tentando fazer de nós um exemplo para recolher o respeito de Porto e Benfica. Não só não o consegue, como acaba permanentemente por prejudicar a equipa que mais tem lutado pela sua profissionalização.

6.3/ Ao ignorar a falta de isenção de Paixão no último jogo, a imprensa e os analistas estão a dar mais uma carta branca ao sistema, confundindo erros técnicos com premeditação, fingindo percepcionar sem surpresa a má prestação do  juiz da partida. Mas foi surpreendente! Passar ao lado do que foi um nítido “ajuste de contas” pela indignação do clube face a outras exibições do mesmo árbitro é enfurecer um clube até à sua perda de discernimento total. O sistema na verdade pouco se preocupa com o Sporting ou as consequências  reais de constantes injustiças desportivas. É apenas mais uma sucessão de erros, ou seja, luz verde para mais impunidade no futuro.

6.4/ Concordo com a ideia que os adeptos do Sporting devem ser mais exigentes. Mais exigentes com a direcção que deve ser mais incisiva na resolução deste problema que se arrasta. Mais exigentes com a preparação física, motivacional e táctica da equipa. Mais exigentes com um plantel com internacionais de muitos países, que ganham muitos milhões de euros por época. Mais exigentes com as estruturas que dirigem o futebol nacional. Mais exigentes com os árbitros.

6.5/ Sempre achei que agredir ou denegrir alguém não é forma de resolver nenhum problema. De facto é patética a ideia de que recorrer a expedientes ilegais para conseguir isenção e justiça é um conceito que tenho dificuldade em racionalizar. Mas os senhores árbitros tem de nos ajudar nesta matéria. Ao não assumir os seus erros, a sua falta de condições para apitar as nossas partidas, a sua vontade de pegar no Sporting e exibir  a sua “força”, estão a caminhar para um antagonismo que pode ser incontrolável. Pois um árbitro está sozinho frente a uma massa anónima de milhares de pessoas, que não são conhecidas pela sua disciplina cívica.

6.6/ Quando algo de verdadeiramente mau acontecer, não venham advogar incompatibilidades com o clube pois durante anos “pisaram” sobre a nossa indignação com a ideia mais inocente e ingénua de impunidade. A incompatibilidade está presente há muitas épocas e nunca ninguém se interessou muito com os caminhos que percorreu.

Até breve.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Reflexões

Só se pode ficar apreensivo depois de ver a qualidade de jogo apresentada pelo Sporting em Barcelos. É um 8 redondo se acharmos que fizemos 80 frente ao City. Questiono-me qual é o Sporting em que podemos confiar: o que que perde estrondosamente frente a equipas de fraco futebol defensivo ou a que resiste frente a adversários de maior valia. Os próximos jogos diram a verdade, mas parece-me inquestionável que o Sporting que jogou frente ao Guimarães não soube viajar até ao Minho. Voltou o Sporting que já tínhamos visto frente ao Setúbal.

É verdade que são dois jogos em que a arbitragem ajudou e de que maneira os adversarios, mas esse é uma assunto que a direcção também não tem sabido resolver inteligentemente. Somos demasiadamente prejudicados para que não se desenhe uma resposta à medida do obstáculo surdo e mudo que nos levantam. Protestar na imprensa ou fazer barulho para a massa associativa bater palmas resolve...zero.
Eu tenho uma ideia ou duas que poderia fazer a diferença, mas será uma estupidez que um blogger longe da realidade interna do clube tenha ideias que uma direcção de um clube de futebol não tenha.

Uma coisa é certa, não há mais espaço nos adeptos leões para pagar bilhetes e fazer deslocações de muitos quilómetros para regressar a casa sem vitórias e sem sentir que houve verdade no jogo. Perdemos duplamente e isso é algo onde que não podemos aceitar a derrota.

Uma última palavra para os jogadores. Estiveram mal e tardam em mostrar que podemos confiar que ali mora talento e motivação necessárias para sair do caos desportivo em que nos encontramos. Convém lembrar que só vamos nos quartos de final da Liga Europa e que a Taça de Portugal não salva épocas, pelo menos na minha exigência com o meu ideal de Sporting. Na Liga temos de ficar mais perto, 15 pontos a 7 jornadas do final, é mais que demasiado para o investimento realizado. Exigem-se reflexões que passem por muito mais do que despedimentos ou camiões de novos jogadores.

Proponho que se comece a "educar" os jogadores deste plantel para não entrarem em campo como fizeram nos últimos dois jogos fora da Liga. É preciso lembrar que estamos a falar de Setúbal e Gil Vicente. Não devia ser fácil derrotar-nos.

Até breve.

Saber quando vender


Quando leio sobre o interesse dos clubes de Milão no jogador Agostinho Cá arrepiam-me uma ideia que tenho desde a venda de Luís Boa Morte. Mas que tipo de negociantes somos nós que preferimos vender jogadores em prospecto por 1 ou pouco mais milhões de euros em vez de capitalizar vários dois ou três anos mais tarde.

Existem dois cenários a que o Sporting deve prestar bastante atenção antes de vender o passe de um jovem atleta:

1/ A sua valorização a curto prazo – O jogador ao sair dos juniores entrará numa equipa B ou será emprestado a um outro clube. Apenas 2 ou 3% passarão directamente ao plantel principal. Mas mesmo assim, é completamente diferente o valor de um atleta com 1 ou 2 anos de futebol profissional. O clube só deveria alienar os jogadores com que não contará para nenhum destes cenários.

2/ A sua valorização a médio prazo – Partindo do principio que estamos a falar de atletas com elevado potencial, podemos seguir o raciocínio lógico de que o que interessa ao Milan ou ao Inter também deveria interessar ao Sporting. Assim, é por demais evidente que emergir na equipa principal do clube deverá ser sempre um sinal de grande talento e este facto deve ser demonstrado na hora de vender e estabelecer um valor justo pela rescisão.

Vender um atleta de 18 anos muito promissor por 1.2 milhões de euros ao Liverpool não é um bom negócio. É uma péssima publicidade à Academia e um desprestigiante encaixe para o clube. Qualquer Sedan da segunda divisão francesa que venda um jovem a um clube europeu, não o faz por menos de 2 ou 3 milhões. A verdade é que é muito tentador olhar para os juniores de Alcochete como uma fonte incessante de talentos, onde um talento vendido dará sempre lugar a um outro de igual valia.

Este pode ser um pensamento ruinoso. Qualquer publicitário dirá ao Sporting que uma marca vale tanto como a forma como avalia aquilo que produz. O Sporting avalia-se (por desespero financeiro ou não) muito por baixo.

É consensual que nem todos os juniores serão grandes vedetas, alguns atletas serão sempre catalogados como dispensáveis, mas ao olhar para o historial recente do clube, grande parte dos formados em Alvalade tem um excelente aproveitamento. Um paradoxo recente: o Génova empresta Ribas ao Sporting (um avançado que nunca chegou a jogar sequer um jogo) e contrata Diogo Rosado a custo zero. Vejam o que valem os dois atletas e vejam quem fez o melhor negocio.

A arte de saber vender é um aliado indispensável a quem tem uma Academia como o Sporting. Sem esta habilidade serve de pouco formar dezenas de atletas todos os anos se apenas se rentabiliza o óbvio. Varela e muitos outros casos renderam zero aos nossos cofres, o que prova que se o Sporting é dos melhores formadores do mundo, também é dos priores vendedores do mundo.

Deseja-se muito mais atenção e inteligência na gestão dos recursos do clube. Aos 18 anos muitos atletas têm já mais de 10 anos de leão ao peito. Toda a aprendizagem que receberam deve ser encarada pelo clube como algo de excelência e não um facto temporal que se esquece olhando para “promessas de Messi” do outro lado do atlântico.
Até breve.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Será do Sá?


Na hora de todas as “pancadinhas nas costas” não posso deixar de pensar onde andou este Sporting durante 3 meses. Não haverá só uma explicação, mas há qualquer coisa que se entala ferozmente entre os patinhos feios displicentes de Domingos e os cisnes operários de Sá Pinto.

Causa-me alguma estranheza como tudo mudou tão rápido, como os arco-íris caem agora em cima da equipa aos trambolhões.

Na falta de informação, ignoro e faço a festa como todos, esperando como bom latino que sou, que a torrada não me caia com a manteiga virada para baixo.

Até breve.

quarta-feira, 14 de março de 2012

O golpinho de estádio


Parece que o homem do momento dá pelo nome de António Fiúza, presidente do Gil Vicente. Tornou-se no porta voz dos "clubes pequenos", aqueles que não conseguem pagar os estádios onde jogam, não conseguem cumprir os contratos que assinam, não conseguem levar mais de meio milhar de espectadores aos seus jogos em casa, entre outras incapacidades estruturais. São estes que reclamam a liderança dos destinos do nosso futebol.

Hoje li que este senhor, ameaça em nome da "maioria dos clubes" fazer greve nos jogos da Liga ou atrasar os inícios das partidas 30 minutos. Eu cá sugiro a estes que tenham juízo e não inventem disparates que não possam remendar. É que existem muitos clubes que terão de fechar portas se aparecer uma multa de algumas dezenas de milhares de euros nas suas tesourarias. Setúbal, Leiria, Belenenses. Guimarães são só alguns exemplos de emblemas que estão a ficar com as portas semi-cerradas, outros disfarçam melhor, mas a situação é a mesma.

Todos já entenderam que esta convulsão toda só está a acontecer por puro desespero da maioria arruinada, quase dois terços da liga de clubes, que não terão sequer a perspectiva de provar capacidade financeira para mais uma época no patamar profissional. Como é normal em quem prefere contornar problemas em vez de os resolver (e porque os Municipios, Governos Regionais e outros patronos fecharam as torneiras) nada como tentar um verdadeiro "golpe de estado".

E foi bem sucedido. Eleito um fantoche como presidente da Liga, começa agora a sucessão de "ameaças" que não tem como objectivo mudar, mas dar a sensação aos grandes clubes que isso pode acontecer, levando-os à mesa de negociações. Uma vez à mesa, é hora de extorquir mais verbas, venham de onde vierem...não interessa sequer com o que se realiza a ameaça, qualquer tema é interessante se mexer com a lógica de crescimento dos emblemas que disputam títulos.

Diz Fiúza que os grandes clubes não querem o alargamento para terem calendário para realizar digressões no estrangeiro. Diz o senhor que "é tudo uma questão de dinheiro".

Ponto nº1 - O argumento é falso. Os clubes portugueses não têm esses convites para digressões milionárias, antes tivessem. Na pré-época são regularmente convidados para torneios de prestígio, mas depois do arranque da época não tenho memória de nada de extraordinário.

Ponto nº2 - Se o Gil Vicente fosse convidado para digressões (só não é porque o Gil e muitas outras equipas não sabem o significado de futebol espectáculo) pago a peso de ouro, era capaz de apostar que o senhor Fiúza preferiria levar falta de comparência no jogo, mas arrecadar o dinheiro.

Ponto nº3 - Ao menos o dinheiro é um argumento racional para não alargar a Liga, ao passo que não se reconhece (nem nunca foi apontada) a lógica por detrás do alargamento.

Este braço de ferro que divide Porto, Benfica, Sporting, Braga e Nacional de um lado e quase todos os outros clubes do outro (com algumas nuances como o silêncio compremetedor do Benfica e Braga e velhas amizades como o Estoril - Sporting, o Aves e o Belenenses - FcPorto ou o Atlético e Santa Clara - Benfica) promete uma novela suculenta...com muito suco...e lenta.

Até breve

segunda-feira, 12 de março de 2012

Cada vez pior


E já está. Ao aprovar hoje o alargamento da Liga de 16 para 18 clubes, a Liga acabou de vez por provar que o nosso futebol está a dar passos certos para a ruína.
No imediato a medida vai desvirtuar completamente a competição. Do Guimarães para baixo (6º lugar) não há mais nenhum objectivo para conquistar, fique-se em 7º ou em 16º, à parte de algum prestígio (coisa que nunca preocupou muito a maior parte dos clubes pequenos) não há qualquer diferença, não há portanto motivação.

Muitos pontos se “venderão” de hoje em diante. Alguns por jogadores, outros por favores futuros na arbitragem, mas a maior parte por dinheiro fresco. De certa forma há uma pequena satisfação pelo Sporting não estar a disputar este título. Será por ventura o mais “sujo” de todos os tempos e Porto, Braga e Benfica irão disputá-lo na maior “chafurdice” desportiva de que há memoria.

No longo prazo, a Liga Portuguesa fica com mais umas dezenas de jogos desinteressantes, mais uns clubes sem estruturas e se a medida suplementar de já não ter de apresentar comprovativos orçamentais for em frente, então teremos uma Liga que promove a mediania, a má organização e a penúria em vez de primar pelo inverso. As vítimas serão os 3 grandes, que dificilmente conseguirão manter-se perto do top europeu com receitas directas e indirectas a ficar cada vez mais longe do pretendido.

È o futebol que temos. Está cada vez pior.

Até breve.

Futurologia


Tiago, Polga, André Martins, Pereirinha e Ribas. Cinco nomes que por razões diferentes não deveremos ver no próximo ano com o leão ao peito. Tiago e Polga pela proximidade ou mesmo fim de carreira, André e Pereirinha terão de ser emprestados para poderem evoluir (sendo que o último pode mesmo ser vendido) e Ribas por não equivaler a nada que se pareça com um ponta de lança de um grande clube.

Rodriguez, Izmailov, Jeffren, Renato Neto e Rubio. Com bastante mais margem de manobra que os 5 primeiros, mas, também eles a depender do últimos jogos da época para eliminar as dúvidas quanto à sua rentabilidade. Os três primeiros são excelentes jogadores e não fora as sucessivas lesões teriam lugar garantindo no onze e no plantel, mas para as verbas que auferem e pelo valor de mercado que ainda têm terá de ser equacionada a sua dispensa. Já Renato Neto e Rubio, estão a ser pouco utilizados e com o talento que se lhes reconhece o mais provável é que venham a dar seu  lugar a uma alternativa a Rinaudo e a Wolfswinkel.

No total serão 10 atletas a equacionar, sendo que poderão sair de entre 7 a 9, dependendo da opção técnica ou financeira de manter valores jovens e atletas com propensão a lesões.

Olhando posição a posição, o cenário torna-se mais claro ainda:

Guarda-redes:
Patrício e Boeck (Golas e Baptista como opção)

Defesa-direito:
Pereira e Árias (Cedric e Gonçalves como opção)

Defesa-esquerdo:
Ínsua e Evaldo (Turan como opção)

Defesa-central:
Onyewu, Xandão e Carriço (Rodriguez e Nuno Reis como opção)

Trinco:
Rinaudo (sem opção)

Médio centro:
Schaars, Elias (Adrien e André Santos como opção)

Médio Centro Ofensivo:
Matias, Izmailov (Neto como opção)

Ala Esquerdo:
Capel, Carrilho

Ala Direito:
Jeffren (sem opção) -– Labyad (?)

Avançado:
Wolfswinkel, Bojinov (Betinho como opção)


A bold estão as posições que no mercado de Verão serão alvo de reestruturação, mas ao contrario de outras épocas estamos a falar de poucas aquisições. Um central, um trinco e um avançado (contando que o extremo holandês já não escape a Freitas) serão quanto baste para fechar, juntamente com alguns regressos de atletas emprestados, o plantel de 2012/13.

Noutro panorama, o das cedências, a base de trabalho será muito maior, o Sporting possui na sua folha de pagamentos demasiados atletas que não são “matéria” de equipa A. Conseguir alienar estes valores por valores justos será bem mais difícil, até porque muitos deles não poderão (ou não quererão voltar a ser emprestados):

Balde, Wilson Eduardo, , Salomão, Juary, Luís Ribeiro, William Carvalho. Zezinho. Owusu, Pedro Mendes, Miguel Serôdio podem ser facilmente assimilados pela futura equipa B.

Pongolle, Mexer, Valdês, Grimi e Luís Aguiar serão assuntos mais complicados, uma vez que maioritariamente pertencem a uma geração de gestão desportiva que já abandonou Alvalade. Conseguiremos ainda gerar alguma receita que se some ao valor da transferência de Djaló?

Também será neste Verão que teremos de volta a Alvalade a especulação sobre vendas milionárias. Durante mais de 3 anos não havia um único jogador que merecesse os holofotes das mega-transferências europeias. Este ano Patrício, Pereira, Ínsua, Elias, Matias, Carrilho e principalmente Wolfswinkel vão dar que escrever aos mercattores da praxe, esperemos que sem grande confirmação.

Até breve.

domingo, 11 de março de 2012

Interessante

Depois da vitória do Braga e Marítimo e empate em casa do Porto, a Liga vai aquecer nas próximas partidas. Não sei o que farão Sporting e Benfica, mas assumindo que vencem, ficará uma luta a 3 para o título e uma luta a 2 pelo 4º lugar. Só para ter uma ideia que tipo de época estão os madeirenses a realizar, nos 30 jogos do ano passado amealharam 35 pontos, a 8 jogos do final, esta época já têm 41.

É claro que o Sporting lutar pelo 4º lugar com o Marítimo só é possível porque fora a Taça de Portugal e Liga Europa (já agora o City perdeu a liderança ao perder com o modesto Swansea este fim de semana) os leões têm esbanjado pontos contra adversários muito inferiores numa mostra de irregularidade difícil de aceitar para um clube que investiu o que tinha e o que não tinha para tentar reclamar um espaço competitivo mais nobre que apuramentos para a Liga Europa.

Mas não valerá a pena chorar pelo que já foi feito, esses pontos já não voltam. Encarar o falta por disputar com seriedade e competência é a melhor forma de manter o plantel focado e a crescer...rumo a uma identidade que perdeu no final do ano, rumo a uma segurança de prestações que acendam uma luz verde para a próxima época.

Hoje frente ao Guimarães é tempo de confirmar o bom que se fez frente ao City e com mais ou menos dificuldade vencer mais uma partida. Voltar aos maus resultados além de deixar fugir o Marítimo é deixar fugir mais uma oportunidade de trazer os adeptos de encontro às necessidades do clube. O Guimarães é uma boa equipa mas tem diversas lacunas (especialmente nas laterais) defensivas por resolver. O autocarro é um esquema que está a ser aprimorado por Rui Vitória e como vimos frente ao Benfica a táctica passará por tentar defender com o máximo de serenidade possível e espreitar regularmente o contra-ataque.

Será que finalmente vamos ver o Sporting a "desmanchar" o bus cedo na partida?

Até breve,

sexta-feira, 9 de março de 2012

Meia surpresa


Para quem viu o jogo frente ao Setúbal a prestação de ontem frente a um dos planteis mais poderosos do mundo (em termos de equipa o City não entra no meu top10) foi uma verdadeira surpresa, ou melhor, uma meia surpresa já que anda falta disputar a segunda mão em Manchester e a sombra do United costuma cilindrar os seus visitantes.

Mas tal como na primeira–mão, o Sporting terá algumas hipóteses se conseguir defender muito bem e resistir à tentação de recorrer à táctica do autocarro. A receita para Manchester é exactamente a mesma: muita concentração e disponibilidade de actuar solidária e confiante.

A prova de que o Sporting tem bons jogadores capazes de muito mais do que um 4º lugar na Liga foi dada ontem em Alvalade, em alguns períodos do jogo os níveis de actuação foram muito bons, fazendo parecer jogadores como Aguero, Dzeko, Kolarov, Silva ou Barry valores do “nosso campeonato”, quando na verdade pertencem a uma elite europeia que aufere de 300 mil euros mensais para cima, se quisermos comparar em termos orçamentais o City está pata o Sporting, como o Setúbal para o clube de Alvalade. A prova de que o futebol é relativo está no facto de todos podem vencer todos e este Sporting de ontem golearia facilmente o clube setubalense.

Esteve bem Sá Pinto, não sei se tacticamente será o “génio” que pintaram ontem nos comentários à partida, mas de qualquer forma conseguiu reagrupar a equipa (depois de um resultado absolutamente desmoralizante) a tempo de ser competitivo e atrevido, mais uma vez, frente a uma das mais recheadas equipas do mundo. Pergunto-me o que sucederia se os níveis de confiança leoninos estivessem mais consolidados com bons resultados e apoio dos adeptos. Fica a dica para uma boa reflexão.

A nível individual o Sporting esteve bastante competente, mas não foi a noite de inspirações individuais, foi uma noite de equipa e será difícil encontrar uma prestação que tenha emergido assim tanto das restantes. Patrício esteve ao seu nível (que já começa a ser de uma gama bastante elevada), a defesa não tremeu mais do que o normal frente aos melhores avançados que o dinheiro pode comprar, o meio-campo foi incansável na cobertura de espaços e ainda teve inspiração para (quando sobraram pernas) apoiar o ataque, na frente a força foi mais defensiva que atacante, o que fez mais diferença do que possa parecer à primeira vista.

Wolfswinkel foi exemplar no desempenho colectivo e apesar de ter desperdiçado uma boa oportunidade de fazer o 2-0, se eu fosse observador de um clube interessado tinha ficado muito bem impressionado com a disponibilidade para “trabalhar” do holandês. Não é fácil encontrar finalizadores com os atributos e mentalidade de Wolfs e ocorre-me que 10 milhões de euros será um valor absurdo para dispensar o avançado.

Penso mesmo que Ricky não será para o “bico” de Russos ou Ucranianos, estará reservado para voos mais altos, quiçá neste momentos já plenamente definidos. A cláusula de mais de 20 milhões parece-me justa e não penso que corremos o risco de “perder” alguma boa oportunidade de negocio se tivermos um pouco mais de paciência e manter o jogador mais uma época.

Toda imprensa destacou Xandão, o que é justo, foi ele que marcou o golo, num instinto primoroso que mostra que há potencial no brasileiro e não só...para as primeiras prestações em terreno europeu, o sul-americano está a mostrar níveis mínimos muito superiores a tentativas passadas como Torsiglieri, Gladstone ou mesmo Quiroga. Quem sabe não temos uma das posições de central resolvidas no futuro.

Ninguém deu por isso, mas Matias fez, para mim, um dos melhores jogos com a camisola do Sporting. Por momentos fez-me lembrar o Matigol acabado de chegar ao Villareal, um vibrante 2º avançado que fazia mexer toda a equipa com um talento e explosão impressionantes. Oxalá, nenhum tonto pense que o chileno vale 4 ou 5 milhões de euros, na minha opinião o jogador finalmente começa a agarrar o seu papel em Alvalade e se esperarmos mais um pouco, retiraremos finalmente algum prémio pela contratação feita há 3 anos.

Resta-nos alguma moderação na “festa”, já que nada foi ganho e para que esta vitória marque alguma diferença na época é preciso que lhe seja dada continuidade e a excelente exibição de ontem ainda não me apagou da memoria a apatia e incapacidade de algumas outras partidas recentes.

Para já, desejo apenas a Sá Pinto e aos jogadores os parabéns por uma boa partida e um magnifico resultado.

Até breve.

sábado, 3 de março de 2012

Triste


Quem joga assim não merece mais. A derrota é justa e é bom que os jogadores saibam que perderam tudo nesta jornada. Resta lutar pelo 5º lugar, ou seja, por nada! A equipa perdeu 70 minutos a andar atrás do Setúbal, sem alma, sem ideias, sem...nada! O Setúbal que é só uma das piores equipas do campeonato. Ribas é uma nulidade absoluta! Betinho e Rubio nunca serão capazes de tão pouco. Não é possível ter atletas em jogo como Polga, Ribas, Schaars (o holandês não fez nada no jogo). Simplesmente não é. Péssima avaliação de potencial existe no Sporting.

No jogo apenas o àrbitro esteve pior. Mal disciplinarmente, como é possível o nigeriano do Setúbal não ter sido expulso! Mal tecnicamente, dois penalties e um fora de jogo absurdo mostram o tendencioso que foi, decidiu um lance, um lance...duvidoso em favor do Sporting!! Que falhámos. Estou muito triste, não pelo resultado, pois apenas põe um fim a algo que era remoto, ou seja recuperar 8 pontos em 10 jornadas a Braga ou Benfica, estou triste porque este Sporting caminha para realizar uma época ainda pior que as anteriores...lutar pelo 5º lugar. Triste.

Ficámos a 11 pontos do Braga! Podemos ficar a 3 pontos do Marítimo! O sexto-lugar é uma realidade possível! Triste! Simplesmente ridículo o estado táctico e de confiança desta equipa. Triste.

Ponto final portanto. Resta a Taça de Portugal, que depois deste jogo e com as próximas jornadas a não prometer nada de muito melhor não é garantido que vençamos.

Rídiculos os comentários da TVI, exultavam o Setubal, ridicularizaram o Sporting e o julgamento da arbitragem foi simplesmente absurdo. Mas olhemos para nós...pois a equipa está fraquíssima.
Se no passado a equipa era demasiado barata para vencer a Liga e demasiado cara para ficar fora da Champions...o que dizer agora? Sinceramente temo o pior. Desportivamente o clube arrastará o descrédito para o muito que devemos a credores. Triste.

Até breve.

PS- Parabéns a quem despediu Domingos. Parabéns a quem despediu todos os outros. Parabéns a quem tem sido responsável pela frustração que tem provocado nos adeptos o mais profundo afastamento.

Desfocados

No início da época a fasquia, auto-colocada, para o futebol profissional do Sporting era aproximar-se dos seus eternos rivais em termos de pontuação, disputar as taças com ambição e ir o mais longe possível na Liga Europa. Obviamente que o apuramento para a Liga dos Campeões via 3º lugar era o patamar mínimo exigido em termos de classificação final.

Num plano mais subjectivo o que foi pedido a Domingos passava por estruturar uma nova equipa de futebol para ser mais competitiva, mais regular e sobretudo evolutiva, ou seja, com o tempo e adaptação dos jogadores ir subindo patamares exibicionais e classificativos.

Isso não aconteceu. A maior parte das contrariedades não podem ser imputadas a Domingos. Há uma direcção nova ainda à procura da sua identidade política no futebol português, a arbitragem teima em responder muito negativamente à realidade de que favorece muito mais Porto e Benfica...prejudicando o Sporting (o que é uma reacção um pouco infantil para uma classe aspirante a profissional), financeiramente o clube vive momentos muito difíceis e como se tudo o que é exterior não bastasse, o plantel sofre uma vaga de lesões sistemáticas em jogadores titulares, uma realidade clínica nunca vista.

É verdade que o treinador da equipa não conseguiu resistir à tentação de evidenciar aquilo que todos viram, as alternativas do plantel não estiveram à altura das exigências. Polga não fez de Rodriguez, André Santos e Carriço não fizeram de Rinaudo, Carrilho e Pereirinha não fizeram de Izmailov e Jeffren, Ribas não fez de Wolfswinkel, Bojinov não fez o que se pedia a um jogador com a sua experiência e status desportivo. A culpa desta decalage competitiva pode ser apontada a Domingos? Na minha opinião não. O que não quer dizer que não seja evidente que mesmo as segundas linhas do plantel não são suficientes para vencer ao Moreirense ou ao Gil Vicente, sobretudo em casa. Mas essa é a verdadeira culpa de Domingos, o ex-treinador não soube "segurar" animicamente a equipa, nem fazer sentir às segundas linhas que eram de facto as primeiras retirando o ónus da responsabilidade pela mudança de estatuto.

É evidente que jogar sem Capel, Rinaudo, Jeffren, Izmailov e Rodriguez torna a equipa mais fraca. É evidente que Carrilho, Wolfswinkel, Arias, Rubio, Neto, André Martins e outros jovens têm talento. É evidente que o futebol português é um futebol ingrato para os que jogam apenas com talento e não deixa de ser mais evidente que o Sporting preocupou-se com o presente e o futuro e esqueceu-se do passado. O passado de um relvado lastimoso, o passado de descrédito ao primeiro sinal de insucesso, o passado de um afastamento dos sócios sistemático, o passado de um clube que vê o sistema sistematicamente boicotar a sua recuperação desportiva.

A boa fase da equipa durante os meses de Setembro e Outubro, a dinâmica de vitórias, amoleceu a tenacidade do clube, todos se "embebedaram" de certezas...a mais grave sendo a firme convicção de que o rumo era o correcto e isso bastaria para trazer "o Leão de volta". O problema foi que apenas 3 patas do animal chegaram a entrar em Alvalade, faltou a que costuma faltar - a convicção. Quando se dúvida abre-se espaço para questionar o básico e na minha opinião figuras importantes da actual estrutura da direcção foram lentamente minando a autoridade do treinador, talvez muito mais pela deficiente relação pessoal existente entre si, do que pelos resultados obtidos.

Como sempre o Sporting implode por dentro. Por vaidades pessoais, por egos que levam as pessoas erradas julgar as competências de outros, por desespero de querer ganhar quando muitas vezes isso não é  o mais importante. Em qualquer situação, em qualquer cenário das nossas vidas, por vezes temos de aceitar o erro acreditando que faz parte do processo de crescimento, olhando o longo prazo e não ficar obcecado com o momento presente. Este desfoque da realidade e do que é necessário, ou seja, a insegurança manifesta de achar que um clube só é grande quando ganha, é a pedra de toque do futuro do clube.

O Real Madrid, o Manchester, o Barcelona, o Bayern, o Ajax, o Flamengo, o Boca Juniors, todas as grandes referências do futebol internacional viveram períodos de grande crise de resultados sistemática. Só superados quando se firmaram em projectos e na resistência de acreditar em si próprios. O Sporting repetirá esta realidade acreditem os adeptos, os dirigentes ou os atletas ou não.

Até breve.