sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Ano novo, equipa nova

Em relação ao post anterior, as notícias parecem confirmar alguns movimentos entre clubes, ainda mais óbvios agora.

Se Onyewu e André Santos são olhados como “pesos mortos” no Coruña, em Alvalade serão sem dúvida bem-vindos. Apesar de a equipa precisar urgentemente de um médio mais criativo, do qual ficou órfão desde a saída de Matias e o não rendimento de Izmailov, trocar Elias por André Santos e Onyewu por Xandão não é o que parece à partida.

Teoricamente a equipa ficaria muito mais fraca. Mas na verdade é difícil imaginar que os agora jogadores emprestados à BBVA jogariam pior que os dois brasileiros. Xandão, apesar do golo do empate na última partida, não consegue projetar a imagem de um jogador seguro, um líder de rectaguarda. Também não o é Onyewu, mas o americano consegue dar outras coisa à equipa, mais agressividade, mais domínio no jogo aéreo e não é de desprezar a ligação que conquistou com os adeptos.

Elias é um caso paradoxal. Já vi algumas comparações com o que sucedeu a Luís Fabiano ou Diego no Porto. Não podiam ir mais ao encontro do que eu acho. O internacional brasileiro é sem dúvida um óptimo jogador, mas peca num grave pormenor – não está minimamente motivado no Sporting. É pena, pois com outro tipo de entrega já estaria a caminho de um Manchester ou de um Real Madrid, o Sporting dar-lhe-ia a projecção e o espaço que nunca teve no Atlético.

Vê-lo-emos daqui por um ano a brilhar noutra equipa, mas com a certeza de que não vale a pena insistir mais na aposta. Olhar para as movimentações de Elias durante uma partida é ver claramente um activo em campo e não um jogador de uma equipa. Neste sentido e até pela escassas oportunidades que teve em Espanha, André Santos pode ser uma aposta feliz. Seria bom para o jogador, bom para a equipa (é um conhecedor do clube e das exigências) e excelente para as finanças do clube. Já provou ter potencial para ser um bom jogador, basta-lhe mostrar, depressa esse estatuto.

Uma coisa é certa, é um luxo para o Sporting, com as suas capacidades financeiras actuais, poder fazer remodelações na equipa. Só possível graças a um filão de jogadores feitos dentro de casa e tantas vezes menosprezados.

Não resolverão todos os problemas, acrescentarão outros, mas uma coisa eu tenho quase a certeza...não farão a equipa perder 0-3 com Videotons.

Até breve.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Remodelação Low Cost

Se alguém me dissesse no dia 4 de Janeiro que o Sporting teria alienado os passes de Bojinov, Salomão, Elias, Jeffren, Boulahrouz, Pranjic, Izmailov e desistido do direito de opção de Xandão, provavelmente não ficaria feliz, mas pelo menos teria a garantia de que a remodelação do plantel do Sporting não tinha colocado (ainda mais) problemas ao clube para atingir uma classificação digna até ao final da época.


É para mim óbvio que Patrício, Rojo, Ínsua, Rinaudo, Schaars, Wolfswinkel, Carrilho e Capel são as jóias da coroa e que numa segunda linha necessária estarão sempre Boeck, Cedric, Adrien, Gelson e Viola. Já não tenho tão claro que Carriço, André Martins, Labyad ou Rubio sejam importantes, mas em todos eles existe margem de progressão suficiente para não entrar em precipitações.

Este exercício de lógica desportiva exclui como será mais ou menos óbvio os atletas da Equipa B e Juniores, sendo que Eric Dier serve de ilustração perfeita para nos provar que antes de vender promessas por pouco mais de 1 milhão de euros é vital testar o seu talento na equipa A, pois podem, como no caso do inglês, descobrir-se muitas soluções para os muitos problemas da equipa.

No caso da venda dos 6 atletas acima citados, o Sporting poderia receber qualquer coisa entre 10 e 13 milhões de euros (sem trocas de jogadores), mas admitindo as penalizações do mercado e as percentagens dos fundos, este valor pode descer para 1/3, ou seja, entre 3 e 5.5 milhões, que é talvez a verba necessária para acabar a época com todos os compromissos (relativos à equipa) saldados.

Em termos de substituição, e porque ao saírem 7 atletas, outros 7 terão de entrar, a relação pode ser semelhante a esta:

Bojinov – Ghilas (Moreirense), Baba (Sevilha) ou Robin Ramirez (Tolima)
Elias – André Santos (Dep. Coruna)
Jeffren – Ricardo Esgaio (Sporting B) ou Pereirinha (lesionado)
Boulahrouz – Onyewu (Málaga) ou Nuno Reis (Olhanense)
Xandão – Eric Dier (Sporting B)
Pranjic – Turan (Ordurspor) , Evaldo (Dep. Coruna) ou Michael Pinto (Sporting B)
Izmailov – Renato Neto (Videoton) ou Kikas (Sporting B)

A grande pergunta é, mesmo assim, será que a equipa iria ficar mais frágil? Olhando o aproveitamento recente, a resposta parece fácil. Uma coisa é certa, seria um plantel remodelado quase a custo zero, com a vantagem de recuperar activos em vias de serem perdidos e poder hiper valorizá-los em 4 ou 5 meses.

Até breve.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Reabrir dossiers


Apesar de tudo o que se tem escrito, não acho que em Janeiro venham mais do que 1 ou 2 jogadores, acertos pontuais possíveis, que a meu ver deveriam recair na função de médio centro criativo e ponta de lança.

Ao sair Fernandez, o plantel ficou órfão de um “fantasista”, um maestro. Nem Martins, nem Adrien e muito menos Labyad ou Pranjic provaram ser boas escolhas e a equipa desespera por alguma criatividade na construção de jogo. América latina ou Republicas ex-jugoslavas será o espaço ideal para encontrar este tipo de jogador a preços comportáveis.

A questão de dar rivalidade e sobretudo descanso a Wolfs já deverá estar mais adiantada, e penso mesmo que o nome já está fechado há mais de um mês.

Haveriam ainda outras posições a reforçar (lateral direiro e defesa central) mas o cobertor não deverá tapar assim tanto e melhor ou pior existem soluções no plantel A e B.

Ao contrario de outros anos, com a reabertura das transferências não chega nenhuma esperança de grandes soluções e a aposta em reforços deverá reflectir o momento financeiro e momento desportivo, ou seja, comedida, sem grandes aventuras, sem grande esperança. Mas terá de existir. O clube não pára, nem deve deixar de tentar melhorar, mesmo que seja de péssimo para mau.

Até breve.

A base caiu

Já por várias vezes referi neste blog a excessiva importância "politica" da Juve Leo nas decisões de poder do clube. Eu como muitos outros sócios estranhamos o alinhamento da claque em altura de eleições (está por explicar o comportamento de alguns "conhecidos" da Juve na madrugada da contagem de votos) e o porquê de tantas reuniões bi-laterais entre direcção e ultras.

A "retirada" da mais antiga claque portuguesa, especialmente numa altura em que paira no ar um abandono dos orgãos sociais à presidência de GL, não é o que pode parecer à primeira vista e só em parte se deve à crise de resultados. É claramente um sinal de que o regime caiu. Não tenho ideia da medida anunciada ter sido usada no passado, mas o que é certo é que mostra até que ponto chegou o desnorte do clube.

Apesar da manobra, que ainda não consigo relacionar o desfecho, ou a quem se destina o apoio que agora se retira a GL, a verdade é que é neste momento muito difícil a alguém que ame o clube sequer ver os jogos, quanto mais apoiar a equipa. Há um lado de mim que me diz que esta é a altura de mostrar ainda mais apoio, ainda mais convicção e ajudar um plantel a que todos já viraram as costas (inclusive alguns dos jogadores já dão mostras de falta de empenhamento e agressividade - apostados numa saída sem dúvida).

Mas o outro lado, mais "justiceiro" e não tão idealista leva-me a pensar que quem trouxe o clube até este estado de calamidade talvez já não tenha mais para dar e que deva dar lugar a um novo e definitivo projecto. Sim, GL não tem projecto, como não tem sequer soluções a vulso para jogar. Está nas mãos da equipa e do que esta consegue jogo a jogo e...isto não é um sintoma de poder, é um sintoma de fraqueza.

Quem é o responsável pelo departamento de futebol? Quem decide renovações, vendas, aquisições, rescisões? Um advogado numa direcção em part-time? Quem defende a equipa? Godinho Lopes? Quem é o superior de Vercauteren? Quem o apoia? O que está a acontecer à equipa B? (a perder gás a cada semana que passa)? O que se passa com os restantes escalões de formação? (alguns resultados surpreendentes/péssimos).

Há demasiados sintomas de que o clube está prestes a mergulhar num cenário de ruptura financeira completa, o que não deve estar dissociado da previsão de quebra de receitas nos próximos tempos (não ida à Champions em 13-14, eliminação prematura da LE depois de um fraco encaixe - o Sporting tem 2 pontos, quebra de receita de bilheteira brutal nas próximas semanas, venda de merchandising quase inexistente e especialmente a desvalorização dos passes de muitos jogadores, com os investidores a pedir "cabeças".
Tudo isto vai estar na mesa de voto nas próximas eleições, porque já não tenho dúvidas, a presidência de GL durará até ao fim do derby.

Até breve.


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Uma sombra

Este Sporting é uma sombra. Não é nada.

30 minutos depois de empatar um jogo frente ao último classificado (uma equipa claramente de 2ª divisão) da Liga, depois de estar perder 2-0 infantilmente, depois de ver o adversário perder os melhores jogadores por lesão, depois de ver os jogadores adversários "nas cordas" a defender o empate, depois de ver o guarda-redes jogar lesionado (um braço imobilizado). Depois de tudo isso...o Sporting foi uma equipa quebrada, a ver o jogo passar, com medo de sofrer o terceiro golo, com poucos jogadores a justificar o empenho que era preciso.

Capel, Eric, Rinaudo, Viola, foi só.

4 jogadores em 11 fizeram pela vida. Assim não dá.

Cada vez acredito menos nesta equipa. Eu queria, mas a verdade é que não acredito.
Aos responsáveis cabe ver aquilo que eu vi hoje. Ou seja, tudo e nada.
Quem quiser vê uma equipa que recuperou e podia até ter ganho o jogo, eu vi um clube glorioso e histórico amedrontar-se frente ao Moreirense, a lutar por pouco mais que um empate....isto não pode ser uma equipa a sério, que ganha ordenados a sério.

Capel ganha mais do que todo o plantel adversário.

Até breve

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

“O Sporting nunca esteve tão mal”

É esta frase que me impulsiona a fazer este post e a colocar todas as perguntas que faço a mim próprio aos leitores que seguem este blog. Seja este o momento ou não de introduzir mudanças (“piorar” é um verbo de grande relatividade na vida desportiva do nosso clube) penso que urge a cada um dos sportinguistas fazer uma preparação estruturada que construa uma leitura do Sporting racional. Esta leitura, acreditem em mim, vai ter de ser expressa muito mais cedo do que desejávamos.


27 perguntas, vários temas, várias considerações para que cada um escolha em consiciência o que é pior e melhor para o Sporting. Talvez no final da sondagem, tiremos algumas conclusões sobre em que é que acreditamos e quanto acreditamos.

Por favor votem.

Até breve.

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Eu Adepto EXIJO!

Muitos temiam que oásis de Braga não fosse mais que uma miragem. Pois tiveram razão. Quase duas semanas de "pré-época", de calma, de condições de trabalho, de novas ideias e novos paradigmas técnicos e o resultado foi muito pior que os desaires recentes. O Sporting hoje nem sequer esteve no jogo. Houve apatia, desnorte e um baixar de braços chocante. Pode-se perder 3-0, 4-0 ou 8-0 mas não ser humilhado. Depende da atitude e hoje o Sporting foi esmigalhado por uma equipa banal do campeonato suiço, que só não marcou mais, por manifesta fanfarronice e falta de jeito.

Os jogadores valem 500 vezes mais do que isto. Mas cada vez dão menos. Cada vez são mais "resistentes" a melhorar...e sinceramente, de semana para semana, tenho visto mais erros que soluções. Não penso que Vercauteren seja o responsável, será até o menos culpado de toda esta trapalhada...mas a verdade é que os jogos vão passando e o Sporting não mostra sinais de "cura". Dentro de algum tempo chegaremos ao "mês, mês e meio" prometido pelo belga a GL. E depois? Como justificar tudo isto? Como ganhar um jogo que seja? Como ficar satisfeito com a não despromoção (este Sporting nunca chegará ao 5º lugar)?

Calculo que muitos achem que devemos vender esta equipa e comprar outra. Não é possível. O valor investido é enorme, e depois de uma época miserável a cotação de todos os investimentos deverá quebrar enormemente. Além disso o Sporting não é detentor de muitas percentagens dos atletas e nenhum fundo alienará um investimento por metade do valor, ou menos. Ainda bem. Algumas das nossas "vedetas" não merecem sair deste problema com tanta facilidade. Que nos tirem primeiro deste buraco. Porque são capazes. Porque ganham para isso. Porque hoje à 1h00 no Figo Maduro existirá muita gente que lhes lembrará que tipo de contrato assinaram com o clube. E não foi de certeza para humilhações deste género.

Que algum tenha a dignidade de aceitar baixar o seu salário face ao que tem produzido espantar-me-ia, o que já nunca me espanta mesmo é a dificuldade dos responsáveis do clube manifestar aos jogadores o desprazer que dão aos adeptos e à ruína de prestigio que estão semanalmente a provocar. E não me venham dizer que têm dado tudo, porque não é verdade. Tenham vergonha, calem-se e trabalhem a sério, quero lá saber dos treinos! Quero é que "morram" em campo, todas as semanas! Aliás não quero, EXIJO!

Até breve.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Retoques

Parece que será em Dezembro que o Sporting fará o “trabalho de casa” que ficou por fazer na pré-época deste ano ao falhar claramente na missão de encontrar um jogador alternativa a Wolfswinkel e um central que seja efectivamente forte na marcação individual (Carriço, Rojo, Boulahrouz e Xandão são defesas que preferem marcação zonal).

Confesso que há um dado que não encaixa no enquadramento destas notícias. Um grande dado – as finanças do clube. É que por mais que seja bom o esquema de utilização dos fundos, o clube terá sempre de investir em mais dois atletas. Se é entendível o esforço no ataque, não entendo que tipo de central poderá chegar que seja assim tão melhor que o que temos na equipa B.

Quanto à entrada no onze, o investimento pode ser rentabilizado de formas bem diferentes. Se um novo central poderia ocupar a “vaga” que nem Boulahrouz ou Xandão reclamaram definitivamente, já no ataque o cenário é bem diferente. Vercautaren tem preferido actuar com apenas um ponta-de-lança e recorrido a Viola para alargar a frente. Das duas uma, ou o Belga não aprecia particularmente o argentino ou entende-o como ala, o que lhe retira espaço, quando Carrilho, Capel e Jeffren serão sempre apostas mais consensuais.

A meu ver, e visto os objectivos da época desportiva terem sido desbaratados bem cedo, urge rentabilizar todas as contratações realizadas para que uma de duas coisas aconteça: confirmar a utilidade dos jogadores ou “prepará-los” (dando-lhes alguma visibilidade) para serem transferidos. Mas esta é apenas a visão de alguém que supõe que a capacidade de investir da SAD é pouco mais que zero. Pode não ser o caso e então o panorama será sempre muito diferente destas considerações. Resta esperar.

Até breve.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

A grandeza

Um grande clube é um emblema que apesar de não vencer há uma dezena de jogos, estar afastado da hipótese de qualquer conquista e de saber que irá viver com grandes problemas económicos consegue ter adeptos que vão ao estádio e ao mínimo vislumbre de qualidade na equipa, aplaudem e puxam pelos jogadores.

Podemos descer os degraus que tivermos de descer, mas nunca seremos menos que "enormes". Porque a grandeza de um clube mede-se no orgulho, apoio e dedicação dos seus adeptos. Nesse capítulo damos lições como ontem à noite.

Mais do que os resultados ou os troféus, o que me orgulha é pertencer a um clube de gente "grande", gente "valente", gente de "luta". A minha palavra de grande agradecimento a todos os que comigo tentaram que o Sporting vencesse a partida, apoiando onde sempre estivemos, na bancada. O golo tardio dos Belgas matou um apuramento, mas não matou a sensação que se viveu durante 30 minutos, e foi boa. Equipa e público a lutar, jogadores e adeptos a ajudarem-se entre si. Um verdadeiro oásis numa época de monótonos erros crassos e desmotivação.

Oxalá seja um prenúncio de qualquer coisa melhor.

Até breve.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Ah...Sportinguista!

Ter meia casa (previsão dos media) frente aos belgas hoje em Alvalade só vem mais uma vez provar que o Sporting é mesmo um clube muito grande. Pelo meio de uma crise de organização que dura há pelo menos 4 épocas e resultados desportivos humilhantes, o que se mantém sempre a um nível muito alto é o sportinguismo. Esse que é o maior bem activo do clube e nunca deixou de estar em alta.


Pena que permanentes más decisões não permitam o desenvolvimento desportivo evidente, mas não é um argumento honesto culpar os adeptos pelas derrotas ou pela falta de capacidade financeira do clube. Um aproveitamento razoável e mais equilibrado das receitas do clube poderá não ser suficiente para fazer frente aos orçamentos (por agora) bastante superiores dos rivais Porto e Benfica, mas tem de dar para muito mais do que está a ser conseguido.

Hoje o argumento, que vingou na era de Paulo Bento, de que o problema do clube era a juventude e inexperiência dos atletas da formação não colhe mais. Olhar para o rendimento competitivo de Veloso, Moutinho ou André Santos e olhar para o nosso meio campo hoje, de repente, passou a ser uma aspiração, por mais que se advogue que os resultados são semelhantes (sem títulos) a viabilidade económica é bem diferente.

Se o produto “made in” Alcochete tem procura, o que se pode dizer das aquisições internacionais do clube, que por exemplo, vende dois internacionais chilenos por menos de 4 milhões de euros. A prova é que não é o Sporting que valoriza o atletas, é a Selecção. O Sporting, neste momento, desvaloriza os seus atletas, única e exclusivamente porque perde e/ou joga um futebol sem brilho.

Paulo Sérgio, Couceiro, Domingos, Sá Pinto e Oceano têm uma coisa em comum, nunca foram capazes de substituir o “resultadismo” de Paulo Bento por um atributo de igual valia. E se culpo os treinadores por não terem definido o que queriam em campo, culpo as direcções por contratarem treinadores sem qualquer noção do que esses técnicos podem trazer (ou tirar) à equipa.

No final das contas é mais ou menos óbvio que o clube tem sido governado numa lógica de mercearia, acorrendo aos problemas de forma pontual, com amadorismo profundo nas grandes decisões estratégicas. Tantas e tantas vezes seguindo supostos “projectos” que não passam de ideias a vulso, prontas a cair ao primeiro desaire.
A paixão exacerbada (quero pensar que é por isso) com que são tomadas decisões com graves implicações financeiras e desportivas não pode continuar.

O sucesso do clube começa pelo respeito que tem pelo “Sportinguismo”. O respeito pelos sócios, praticantes, ex-praticantes, ex-sócios, ex-dirigentes tem sido, desde há muito enormemente deficitário. Porquê? Todos nós sabemos a resposta. Há falta de ser firme e lutador com os “inimigos externos”, o Sporting instituição tem assumido várias posições de força com as suas próprias massas, tantas vezes votando elementos dissonantes ou apenas pessoas que não tiveram sucesso no clube a um exílio profundamente infantil.

Não vou dar exemplos, mas as relações entre as pessoas do Sporting que gravitam ou já gravitaram em volta do clube são absurdamente tensas e conflituosas, numa guerra suja e surda e invisível, que está a contaminar o Sportinguismo.
A afluência ao jogo na Liga Europa é apenas mais um capítulo em que se nota claramente que o Sportinguismo é a força mais viva do clube, quem dera que as Direcções, Jogadores e Treinadores aprendessem com ele.

Até breve.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Um único caminho

Era mandato conferido para recuperar terreno, mas GL face a escolhas erradas para dirigir o departamento de futebol, vê-se agora a comandar o foco do clube para uma estratégia de sobrevivência como clube grande.


Porque em vez de recuperarmos o acesso à Champions, vencer títulos ou criar uma estabilidade financeira, o Sporting retrocedeu em todos estes aspectos. Existiu de facto uma aproximação dos adeptos, mas face à inconsistência dirigente e humilhantes resultados, voltámos à estaca zero.

O pior disto não é o que foi conseguido, mas o que ficou por conseguir. Todos sabemos que foi um grande risco investir na rescisão e contratação de tantos atletas internacionais, risco que parece não ter surtido qualquer efeito desportivo. Assim sendo e esta época será bastante semelhante às anteriores, a SAD perderá margem de manobra no campo de investimento e face a diminuição de receitas previsível, terá de emagrecer bastante,

Isso significa vender jogadores, sem possibilidade de canalizar o valor dessas transferências para outros atletas. Recorrer à Equipa B e/ou Juniores não será uma possibilidade, será uma inevitabilidade. E não se pense que a venda de passes trará qualquer tipo de desafogo financeiro, a participação do clube nos direitos de transferência dos seus mais cotados atletas é tão diminuta, que a verdadeira poupança far-se-á sempre pela diminuição da massa salarial.

Este cenário não será pacifico. Muitos adeptos e sócios não se reverão na estratégia de contenção do clube e na mais que previsível retirada do estatuto de “candidato”, por muito que não o tenhamos merecido nas últimas épocas, é bem diferente quando a realidade é assumida à partida.

Esta redefinição não voluntária do mandato de GL não é um sinonimo de catástrofe, racionalmente pode ser um passo a trás para no futuro dar muitos à frente, já que a estratégia de investimento no plantel à la mode de Porto e Benfica claramente não resultou, talvez um novo paradigma de clube formador com pequenas intervenções no mercado se adeqúe melhor ao nosso ADN e sobretudo dimensão financeira.

Mas, se sou optimista na vertente desportiva, estou bastante mais incrédulo na missão governativa da SAD para realizar este caminho. A admissão velada de que GL espera por um novo treinador no final da época e todas as movimentações no futebol português parecem indicar que será Jorge Jesus o alvo do presidente. E não podia ser pior a escolha. Porquê? Acima de tudo porque JJ não é um bom (nem sequer é razoável) aproveitador das canteras dos clubes.

Por variadíssimas vezes, este treinador português insistiu na adaptação de jogadores em vez de apostar em jovens. Pode resultar algumas vezes, como também pode ser um fracasso absoluto. A questão principal é que no Sporting JJ nunca terá a margem de manobra total para o “resultadismo” e “manha anti-desportiva” que costuma incutir nas suas equipas. Acima de tudo porque na identidade leonina esse trabalho será visto como uma humilhação mais grave que a falta de sucesso desportivo.

Por muito que isso custe ao clube, o futuro treinador do Sporting (caso Vercauteren se confirme como uma transição) deveria ser a maior aposta para a próxima época. Um técnico experiente, conceituado e com a capacidade de rentabilizar a juventude da Academia de forma convicta e contínua. Preud´Homme, Rijkaard, Bielsa, LeGuen seriam algumas das hipóteses mais reais, já que nomes como Guardiola, Cruiff, Benitez ou Ferguson estão longe da nossa galáxia desportiva.

Alem de tudo mais, ninguém poderá dizer que investindo menos, os resultados desportivos serão piores, o futebol é rico em surpresas e sem dúvida que um clube unido, uma SAD trabalhadora e firme num caminho partilhado, uma massa de adeptos com alguma paciência e muito fervor clubistico e sobretudo uma equipa bem comandada, pode fazer bem melhor que as prestações caóticas e bi-polares mais recentes.

O principal no futebol é a confiança e o empenho. O espírito de campeão não é transmitido pelo valor do salário ou pelo estatuto de ser “candidato”.

Até breve.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Frankie Goes to Hollywood

O sucessor de Sá Pinto está encontrado. Frank Verkauteren é um treinador belga, de 55 anos, que ostenta no currículo 3 títulos de campeão da Jupiter League Belga e uma Supertaça do mesmo país, ao serviço de Anderlecht e Genk.

Sem conhecer minimamente as ideias deste técnico, a sua relação com jogadores e imprensa, parece-me a escolha possível face ao estado financeiro e desportivo do clube. Tenho apenas uma grande reserva quanto ao perfil (e não quanto ao nome): não é um treinador familiarizado com o futebol latino do Sul da Europa.

Tal como Waseige, terá de se adaptar a um futebol de "guerrilha", pouco ético, incoerente e muito táctico. Espero que tenha mais habilidade que o seu conterraneo, que falhou redondamente a gerir um plantel que nunca o compreendeu.

Frankie tem um passado de relações tensas com a imprensa e as "vedetas" dos clubes por onde passou, mas isso também já foi reconhecido a Van Gaal, Ferguson ou Mourinho e não é por isso que deixam de pertencer à galeria dos maiores técnicos da história do futebol. Talvez até seja eficaz, para superar a fraquíssima exigência táctica a que a equipa tem sido obrigada.

Desconheço a complexidade dos seus desenhos de organização e a rapidez da sua leitura de jogo, mas oxalá tenha isso bem definido, pois doutra forma será trucidado pelas pequenas grandes "armadilhas" do futebol nacional.

Boa Sorte Frankie!

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Aroma a impugnação

Pois. Em vez de um novo treinador, o que GL irá anunciar serão duas (pelo menos) demissões. Em vez de se resolver um problema, acrescentam-se dois. Resta saber se os seus dois trunfos eleitorais também serão ocupados por "interinos" com ainda menos preparação e menos estatuto.

Hoje, segunda-feira, apesar de todos os desmentidos e promessas de união, o que é verdade é que GL está sozinho. Ele, a entidade que todos decidiram passar para segundo plano em relação às aptidões de Duque e Freitas. Hoje é dono e senhor de um departamento vazio de competências e certezas. Nada poderia ser pior para enfrentar os próximos obstáculos.

Quem conhece os Sportinguistas, sabe que GL não tinha, não tem, nem terá perfil para sustentar sozinho a sua presidência. Nem terá o dinheiro que será necessário para substituir os seus "trunfos" por outros que digam alguma coisa aos sportinguistas. A confiança sai com Duque e Freitas e o clube insurgir-se-à rapidamente. Não faltarão movimentos a despontar no sentido de por fim à agonia de um mandato que já se encontra moribundo desde a saída de Sá Pinto.

Oxalá o Presidente entenda a extensão da sua responsabilidade e o limite da sua influência. Na verdade o seu projecto desportivo falhou. E o Sporting é um projecto desportivo. Oxalá não tenhamos de impugnar um presidente.

Até breve.

domingo, 21 de outubro de 2012

E agora despede-se quem?

O Moreirense, repito, o Moreirense, teve várias oportunidades de golo, 2 bolas na trave, um penalty falhado e ainda teve arte para marcar 3 golos. Saímos da Taça, como já saímos da luta na Liga, como estamos a poucos dias de confirmar que vamos sair da Liga Europa. Só não saímos já da Taça da Liga, porque ainda não entrámos em prova.

Não é problema, pelo menos para quem achou que as semanas depois do despedimento de Sá Pinto iriam ser bem aproveitadas. Foram de facto. Para o Moreirense foram fabulosas.

Não sei se por teimosia ou por falta de liquidez, o que é certo é que a Direcção vai pagar bem caro esta eliminação. Escrevam o que vos digo....conheço o Sporting.

Não sei mais o que vos diga. É tudo muito amador para não ser destinado ao fracasso.

Até breve.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Uma solução

Dos muitos problemas que enferma o Sporting no seu departamento de futebol profissional já temos conta pela imprensa e blogs mais ou menos simpáticos com a direcção. Todos temos consciência que o despedimento de Sá Pinto e escolha do novo treinador está a provocar um terramoto de instabilidade no topo da cadeia de decisões do clube, resultado: o clube parou.

Entende-se que o que quer GL não é o mesmo que Duque e Freitas. Provavelmente porque Domingos seria a escolha de Freitas, Sá Pinto a de Duque e o nome porque se espera de GL. Mas se todos se concentrarem no superior interesse da instituição será mais benéfico. Eu sugiro uma solução, que pode não ser original, mas se levada a cabo com o mínimo de honestidade resolveria todo este blackout institucional.

1. Seria pedido a Freitas a elaboração de uma lista de 10 nomes de treinadores que encaixassem no seguinte perfil:

a) Acessível financeiramente;
b) Disposto a vir para Alvalade imediatamente;
c) Com um passado de notória capacidade para reconstruir tacticamente uma equipa;
d) Sem qualquer passagem por nenhum dos grandes do nosso futebol;
e) Com alguma eficácia a lançar jovens da formação na equipa principal.

2. Numa reunião entre GL, Freitas, Duque, Abel e Oceano, cada um faria uma distribuição de 5 pontos pela lista. Em caso de empate no final, o critério de desempate seria pelo número de troféus conquistados. Se mesmo assim houvesse empate, seria eleito o que previsivelmente tivesse menores encargos para o clube.

3. O resultado vincularia o clube a uma negociação imediata após a reunião. Tendo cada contacto, por base a hierarquia de votos anterior.

Como disse, não é genial, mas resolveria em 10 minutos o problema.

Quanto ao departamento e reorganizações, so tenho uma coisa a dizer: os organigramas são apenas riscos num papel. Num conjunto de pessoas profissionais, competentes e seguras não é preciso parar para melhorar. É preciso sim, acabar com as manias de reuniões e ponderações, dirigir é decidir. Mais nada.
Contratem um bom treinador, tenham coragem de o defender sempre e em todas as alturas, comuniquem permanentemente com os sócios e com total honestidade.

Ganhar não é fácil, mas nem sempre se perde quando se perde. Aprende-se e evolui-se. É isso que falta ao Sporting, gente com coragem para defender aquilo em que acredita.

Até breve.

domingo, 14 de outubro de 2012

A beira do abismo

Godinho Lopes está na beira do abismo e com as últimas declarações acabou de colocar-se de costas e caminha na sua direcção afirmando ao mesmo tempo que pretende afastar-se para não cair.

Não entender que foi a própria direcção que se colocou entre a espada dos adeptos e a parede dos maus resultados é simplesmente catastrófico para o futuro imediato do clube.

GL falou como se houvesse alternativa à necessidade urgente de contratar um bom treinador. É como um doente que em negação recusa tomar a medicação e finge estar de perfeita saúde.

São os próprios jogadores que admitem não ter armas para eliminar os erros e que não entendem o que podem fazer melhor para ter bons resultados.

"O próximo treinador já está escolhido há muito tempo..." e no entanto não parece a GL prioritário que esteja a comandar a equipa o quanto antes, mas sim num tempo futuro onde diz ele "existam todas as condições para que se sinta bem"...o que é que isto quer dizer?! Quem existem neste momento pessoas que não tenham essa como premissa principal do seu trabalho é para mim um descoberta esquizofrénica do Presidente do Sporting. Quanto tempo leva a despedir estas pessoas? Meia-época? 8 meses? Um mandato?

Sinceramente, sei quando me estão a faltar à verdade. E GL não está a ser honesto. Se existisse o tal treinador e se o clube tivesse o dinheiro para que este já estivesse ao comando da equipa, não haveria nenhuma necessidade de reorganização ou reestruturação interna.

Porque a verdade é só uma: se era esse o grande problema porque foi despedido Sá Pinto? Não deveriamos ter reorganizado o departamento em vez de acumular mais um salário ao que Domingos já aufere? Spin doctors...cheiro-os à distância. Buy time when you cant get any. 

Que tristeza chegar a um ponto onde já criamos novos problemas para não resolver os antigos.
Bem-vindos ao abismo.

Até breve

sábado, 13 de outubro de 2012

A inconclusão

Só há uma ilação possível retirada da não nomeação até agora de um treinador para a equipa de futebol do Sporting e ela é:

Entre o que o Sporting quer e necessita e o que isso custa no mercado há uma diferença intransponível.

A suportar os salários de duas equipas técnicas desactivadas, deve ser extenuante procurar um candidato com provas dadas de competência com meia dúzia de tostões. Não há treinadores a custo zero, nem homens dispostos a "pesadelos desportivos" quando podem prosseguir carreiras tranquilas em clubes com estabilidade competitiva e financeira.

O que já foi vendido como ponderação, reflexão, estudo, pesquisa ou concertação não passa, para mim, de conjuntos de ideias e palavras que escondem a realidade do que não se fala. O Sporting não tem dinheiro para treinadores de top. Porque não há investidores nem fundos para "apoiar" o empenho financeiro. Porque não há agentes sequiosos de colocar treinadores na "montra" leonina. Porque nenhum treinador ganha ao golo ou à vitória.

O número de técnicos que poderá ajudar o Sporting neste momento reduz-se provavelmente a umas 30 ou 40 pessoas (cálculo optimista). Destes, 90% estão a trabalhar em pleno nos clubes com quem mantêm contrato. Os outros 10% estão já a preparar terreno para destinos mais atraentes que a Liga Portuguesa, com uma expectativa salarial que supera 5 vezes o que Domingos recebe no Sporting.

É definitivamente para esquecer a primeira escolha. Este iato de mais de uma semana, na minha opinião, marca definitivamente uma mudança de perspectiva. Entrámos provavelmente há dias, no percorrer de uma segunda divisão de técnicos. Uns pela inexperiência, outros por insucesso recente, é nestes perfis que Carlos Freitas encontrará o próximo treinador.

Perante isto, fica difícil de entender o que ganhará a equipa com a mudança. De entender como é que justificará o despedimento de Sá Pinto.Da desilusão de perder um técnico muito promissor (Domingos), de perder um "herói" da casa (Sá Pinto) irá nascer uma nova imagem, um perfil divergente. Mas será melhor? Será mais competente?

Para já não parece que estejamos a ir de encontro a uma resolução eficaz. Isso pagar-se-á a seu tempo.

Até breve.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

E Depois do Olá

Assim que termine a novela do treinador, todos começarão a olhar para a equipa com dois exercícios principais: 1- Quais as mudanças que podem ser introduzidas pelo novo técnico; 2- Que tipo de estrutura vai acolher e potenciar o seu trabalho.


Quanto ao Ponto1:

Sá Pinto não teve propriamente um onze definido, nem uma táctica enraizada. Para quem quer que chegue ao clube esse será o primeiro trabalho. Com o plantel que o Sporting tem actualmente é difícil montar um onze com um médio organizador à frente do(s) trinco(s). Nem Adrien, nem André Martins estiveram até agora à altura de um Matias Fernandez. Principalmente porque Sá Pinto definiu esta posição um pouco mais recuada, bem dentro do raio de acção dos restantes médio e não posicionado entre a linha média e linha avançada. Uma ideia seguramente inspirada nos pivots do Calccio, mas que valha a verdade não funcionou.
Assim, parece óbvio que a ter dois extremos na equipa e uma referencia posicional no ataque, sobra uma posição. Viola e Labyad foram testados nesta lógica, sendo que o Argentino mais avançado e colado às linhas e o Marroquino mais recuado, vagueando atrás do ponta de lança no centro do terreno, podendo descair nas alas em apoio ao extremo.
Não sei se quem vier insistirá nestas soluções, mas será mais provável que um treinador mais experiente termine a fase de experimentação e defina claramente um posicionamento com dois avançados ou em alternativa o regresso ao losango clássico.

Em termos de utilização de jogadores, parece-me que seguro que Patrício permaneça na baliza, Cedric permaneça como aposta principal na defesa direita (apesar dos erros, precisa de continuar a crescer, jogando). Ínsua e Pranjic continuarão a lutar pela lateral esquerda. Mais dúvidas quanto à apreciação dos centrais. Boulahrouz continuará a gozar de uma aposta tão efectiva? Ou Xandão terá mais vezes lugar ao lado de Rojo? Carriço permanecerá relegado a 4º central?
No meio campo, Gelson e Rinaudo parecem finalmente a postos para lutar por uma posição (talvez desta vez não tão sacrificados em missões suicidas) e dependendo da escola do novo técnico, Schaars, Elias e Adrien dividirão os papeis de organizadores e criadores de jogo pelo meio-campo (espero que finalmente Elias encontre a sua posição). Izmailov com Sá Pinto experimentou o eixo central, mas para se situar nesta zona do terreno terá de ter mais apoio para jogar (o russo não está especialmente, se é que alguma vez foi, um portento de força). As alternativas André Martins e Labyad serão para ir testando passo a passo.
Nas alas é evidente que Capel está uns furos abaixo da época passada e que Carrilho, apesar de melhor, continua bastante irregular durante os 90 minutos. Será um erro não continuar a dar tempo de jogo a Jeffren (parece querer recuperar o tempo perdido) e já ia sendo hora de testar Esgaio em algumas partidas.
No ataque, os maiores problemas. Wolfswinkel é o homem golo, mas mal servido não poderá marcar mais do que 1 golo de 3 em 3 jogos. A dinâmica da equipa em ataque tem de ser desenhada à volta das movimentações do holandês e não apenas dando posse de bola aos alas, rezando que a fazem chegar ao ponta-de-lança. Não há alternativas ao holandês (Viola é claramente um extremo que pode descair para o centro) e a dupla Rubio / Betinho demasiado verde para as exigências.

Olhando este cenário, e se fosse eu o escolhido para orientar a equipa, pediria de imediato para Janeiro, mais um jogador para a lateral direita e um ponta de lança para lutar com Wolfswinkel. De resto será sobretudo uma questão de movimentação, apoios e desenhos tácticos que potenciem as características dos atletas, coisa que com Sá Pinto nunca foi muito visível (e estou a ser simpático).

Quanto ao Ponto 2:

Um treinador estranho à nossa Liga tem logo à partida dois problemas – desconhece os meandros políticos da nossa imprensa e entidades desportivas e desconhece a esmagadora maioria dos nossos clubes. Se um bom adjunto já é importante, nestas circunstâncias é mesmo decisivo. Alem disso, e especialmente no início terá de ter o máximo apoio de Freitas para rapidamente conhecer o historial competitivo dos jogadores do plantel, sendo que Duque deve, limpar o espaço de intervenção do técnico principal de quaisquer questão sobre normas internas, castigos ou pressão de investidores.
Só assim existirá um verdadeiro começo, em que o treinador não herda problemáticas a que é estranho, que o obrigariam a desfocar da missão principal que é, colocar a equipa a jogar um futebol mais agressivo e coerente.

Resta dizer que esta direcção irá estar completamente dependente dos resultados obtidos pelo próximo treinador. Depois de 2 técnicos (que ainda auferem o seu ordenado) despedidos por maus resultados e mau futebol, pode-se dizer que à terceira vai ter de ser de vez. A repetição de um cenário idêntico ao que sucedeu com Domingos e Sá Pinto seria a assumpção de uma incapacidade para liderar o clube, já que o desempenho de uma direcção mede-se em pontos, apuramentos para provas de topo e troféus. Sem golos não há vitórias, sem vitórias não há destaque, sem destaque não há vendas nem patrocínios, sem estes não há dinheiro e sem dinheiro o Sporting será um clube ingovernável nos próximos anos.

Uma boa razão para dar todas as condições ao próximo treinador, muitas mais do que as que deram aos anteriores, especialmente depois de maus resultados. Não chega contratar jogadores e uma equipa técnica, há muitas batalhas que se sucedem a este primeiro trabalho, mesmo muitas, onde somo normalmente menosprezados e ridicularizados, muito mais que nas 4 linhas.

Até breve. 

terça-feira, 9 de outubro de 2012

A lotaria anda à roda

Por esta altura e se não me falha nenhum nome, a nossa roda da sorte já tem as seguintes casas:

Scolari, Luis Henrique, Valverde, Bielsa, Co Adrieense, Van Marwijk, Rijkaard, Tigana, Cajuda, Leonardo Jardim, Van der Gaag, Blanc, Reja, Manzano, Redknapp, Eriksson, Balakov...

Sinceramente apenas Bielsa e Co Adrieense seriam interessantes. Do resto da lista vários "enganos". Para se saber o que se pretende há que explicar porque prescindimos de Sá Pinto.

Eu penso que a razão principal se prendeu com a dificuldade em construir uma equipa. Um equipa tem uma ideia de jogo, um plano de jogo, modelos tácticos (normalmente 2) e variantes de jogo. Tem uma ideia de 11 titular e de possíveis substituições conforme as mudanças pretendidas. Uma equipa tem uma preparação técnica de bolas paradas em ataque e defesa, de marcações e desdobramentos ofensivos. Mas a de Sá Pinto não tinha. Ou então não foi capaz de o exibir, o que vai dar quase no mesmo resultado.

Sendo assim, o próximo treinador do Sporting não pode ser um leigo no campo técnico e táctico de construção de uma equipa. Figuras de proa, capitães de imprensa, divas de banco é tudo o que não precisamos. Scolari, Manzano, Eriksson, Blanc e Marwijk são isso mesmo.

Outra dificuldade de Sá Pinto, recuperar animicamente a equipa, dando-lhe a confiança necessária para ultrapassar sucessivos desaires. Algo que também não vejo em Luis Henrique, Gaag, Rijkaard, Tigana, Jardim ou Balakov. Depois na lista há detalhes de malvadez, como Redknapp (seria trucidado pela manha de pequenos clubes) ou Reja e Valverde (ultrapassados em pelo menos 10 anos nos conceitos tácticos que aplicam).

Ou seja, de uma lista de quase 20 nomes, 90% seriam erros de casting, e dentro dos 10% aproveitáveis, 50% não está disponível. Sobra os trais 5%, Co Adrieense. Mas isto é apenas uma opinião. Haverá quem veja em Scolari a solução para a indisciplina (alguém me pode elucidar os gritantes casos exibidos pela equipa?) ou a promessa de ouro na ambição de Luis Henrique (com uma carreira tão semelhante à de Sá Pinto que me baralha). O que ninguém sabe ao certo é para que lado cairá a escolha.

Da minha parte aponto para o pior, tudo o que for acima é lucro. Esta direcção tem sido rica nas desilusões e eu estou um pouco farto de "defender" pontos de vista e racionalidades, quando na cabeça de quem dirige, muitas das vezes, não parece haver nenhumas.

Até breve

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Urgência

É um facto que a gestão desportiva do Sporting é um pavor. Apesar de boas contratações, muito do trabalho de limpeza, agressividade, relações de força e alianças tem sido jogado conforme a dança dos pontos, conforme mais ou menos queixas da arbitragem, conforme a forma mais ou menos simpática que os media abordam o clube.

Lição nº1 - a inconstância e falta de estratégia paga-se caro.

A escolha de Sá Pinto parecia, especialmente depois da eliminatória com o City, ter sido bastante feliz. Mas depois de uma Taça de Portugal perdida sem grande explicação (o Bilbao não provocou tantas interrogações pela valia do seu plantel) houve muitos que questionaram se aquele resultado seria uma ilha num oceano de bons resultados ou uma península que anunciava um continente de problemas.

Em Guimarães foi demasiado notório que no início da Liga, o Sporting ainda não tinha equipa. O que foi grave. Com o Rio Ave, explicar com azar a continua inoperância colectiva é ser desonesto. Aqui esteve o ponto em que seria ideal ter intervido. É certo que a imprensa teria feito gato sapato da precipitação do clube, da máquina trituradora de treinadores, mil e um argumentos que defenderiam a continuidade de Sá Pinto. E foi no que deu. Hoje ao perder com o Porto, nenhum opinador é capaz de dizer que este Sporting é alguma coisa parecida com o que devia ser.

Lição nº2 - Agir por convicção e não segundo os timings dos media.

O Sporting já tentou dois wonder boys em ascenção (Domingos e Paulo Sérgio) e já tentou dois santos da casa (Paulo Bento e Sá Pinto). Nenhum foi bom. Dois foram bastante decepcionantes, dois foram catastróficos. Resta experimentar um Homem, deixando os rapazes crescer na B ou nos Júniores, e de preferência de fora, e com um obrigatório palmarés de construção de equipas de raiz.

Lição nº3 - O que é bom para o Porto, pode ser muito mau para nós.

O Sporting só voltará a afirmar-se como potência no nosso futebol, quando deixar de mimetizar lógicas que imperam noutros clubes. E se tivermos de por os olhos em algum clube, que sejam maiores e melhores que o nosso de preferência. De facto temos de apostar num treinador como o Man Utd, temos de gerir as nossas finanças como um Bayern, temos de apostar nas nossas escolas como um Barça, temos de nos rebelar contra o status como o Inter, temos de nos respeitar apesar dos insucessos como um Arsenal.

Lição nº4 - Seremos pequenos ao imitar gente pequena

Depois de 6 jogos, temos 6 pontos. Não é uma desgraça...é uma grande desgraça. Mas o mal está feito, os erros visíveis e o pânico de andar a telefonar a meio mundo à procura de um "salvador" é o pior erro que se podia cometer. O nome do treinador resolve zero. Uma boa escolha resolverá 20%. Uma escolha inteligente resolverá 40%. Os restantes 60% distribuem-se pela relação com a arbitragem (10%), a relação com os media (10%) e conseguir convencer o actual plantel a empenhar-se verdadeiramente (40%). Um grande treinador não deixará de comunicar a esta direcção que existem muitos jogadores importantes na equipa a dar pouco e a acreditar quase nada na escolha de carreira que fizeram.

Lição nº5 - Escolher é fácil, acertar é muito mais difícil

O que resta da época? Bastante. O título só será possível com uma inversão miraculosa de resultados e eu nunca vi nenhum milagre, muito menos em Alvalade. Resta o apuramento para a champions, a Taça de Portugal e ultrapassar a fase de grupos na Europa. Dois destes objectivos jogam-se nas próximas semanas. O que é que isto quer dizer? Que todos os dias sem novo treinador são dias que damos aos nossos adversários. Isso pode precipitar uma escolha? Pode, mas com um departamento de futebol inteiro a trabalhar sobre o assunto, só por puro amadorismo não se desenha uma shortlist de 4 ou 5 técnicos que encaixem nos nossos parametros: a) disponibilidade; b) curriculo; c) adaptação ao nosso sistema de futebol e estrutura; d) adaptação às aptidões do nosso plantel; e) enquadramento salarial. Depois é uma questão de saber negociar.

Lição nº6 - Despedir um treinador sem saber exactamente o que o deve substituir é o sinal mais grave de desespero.

Depois de tantos técnicos nas últimas épocas e depois de tantas vergonhas e insucessos, de mau futebol, de estatuto perdido. Escolher o próximo treinador tem de ser uma prova da direcção aos adeptos que se quer inverter esta situação. Muito poucos gostaram da surpresa Paulo Sérgio e tiveram razão. Repetir a brincadeira provocará eleições muito mais cedo que o previsto, tal como a continuidade de Oceano por mais jogos. A urgência é total. Urge a definição e a qualidade da escolha.

A minha palavra para Godinho Lopes é um desafio: surpreende-me, mas rápido, a minha paciência é curta, mais curta que o orçamento que geres.

Até breve.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Fim

Hoje marca o fim de duas coisas aqui neste blog.

O apoio a Sá Pinto e o meu silêncio sobre a gestão profissional do futebol do Sporting.
As explicações são inúteis. Basta ver ou rever o jogo frente ao Videoton.
Os mais incautos tentarão ver o nosso azar, os erros dos árbitros, o mau estado do relvado. Os mais "avisados" não cairão nessas contas fúteis.

As contas a fazer nesta altura são

Ponto nº1 - Qualidade do Plantel

Na baliza o titular da Selecção Portuguesa. Nas laterais, 1 internacional Argentino, 1 internacional Croata,  internacional jovem português e um  internacional jovem Colombiano. No centro da defesa, internacionais Argentino, Brasileiro, Holandês. No meio campo, internacionais Russo, Português, Argentino, Suíço  Holandês, Peruano, Espanhol, Marroquino. No ataque, apesar de ser pouco, há um Argentino cotado pela Europa fora, um internacional Holandês e uma grande promessa Portuguesa e Chilena. Verdade seja dita, ninguém será capaz de olhar para esta equipa e afirmar que não tem soluções.

Ponto nº2 - Currículo

Uma excelente época nos juniores e uma meia-época bastante agradável nos seniores do Sporting. É um currículo muito curto, sem grandes provas de recuperações, sem grande estofo adquirido. Idealmente Sá Pinto teria agora a hipótese de encetar uma verdadeira recuperação e aprender com isso, mas as "curas" que tem tentado, têm feito mais dano que a doença.

Ponto nº3 - Qualidade de Jogo

Zero. Não há automatismos, a equipa joga sempre como se estivesse a iniciar a pré-temporada, sem qualquer ligação entre sectores, sem qualquer estilo ou ideal de jogo. Este Sporting de Sá Pinto é uma manta de retalhos tácticos, uma sucessão de jogadas previsíveis e tudo a uma velocidade exasperante.

Ponto nº4 - Pontos

O pior início de época de sempre. 9 jogos, 2 vitórias, 2 derrotas e 5 empates. Diga-se que todos os jogos de grau bastante acessível. O Sporting ainda não defrontou uma equipa de igual ou superior valia.
Meio da tabela na liga e último lugar na Liga Europa.
Na Liga, após defrontar Maritimo, Rio Ave, Estoril, Gil Vicente e Guimarães, equipas fraquíssimas a que exceptuo a equipa insular, o Sporting tem 6 pontos em 15 possíveis. Ainda por cima com mais jogos em casa do que fora. É uma prestação absurda.
Na Liga Europa apesar de ter encontrado o grupo mais fácil de sempre na competição, o Sporting parece bastante adiantado para deixar Belgas e Húngaros nas primeiras posições, acabando bem cedo a desperdiçar o estatuto de semi-finalista.

Face a tudo isto, pode-se perguntar, alguém faria pior? Não. Apesar do amor ao clube e da história de ligação entre clube e treinador, Sá Pinto é o homem errado no local errado. É um treinador sem capacidade para entender o que deve fazer, não tem culpa. Não é nem nunca será um predestinado como treinador, tal como não é Paulo Bento, Domingos ou a grande maioria do técnicos que treinaram o clube nos últimos 20 anos.

A única coisa que resta a GL e equipa directiva é encontrar a solução para este problema. Ela chama-se bom treinador. Não há muitos, mas também não vale a pena mais "remendos". De que vale montar uma boa equipa se não há alguém para a aproveitar? Querem uma solução de transição? Tem o Manuel Fernandes não têm? Mas desta vez, percam um pouco mais de tempo e sobretudo não cheguem aos adeptos com "Paulos Sergios" servidos de génios. Desta vez não!

Varram o planeta, mas encontrem alguém que tenha provas dadas em ganhar coisas e sobretudo em montar boas equipas. Se não tiverem dinheiro, peçam aos sportinguistas. Tenho a certeza que depois de tantos anos a sofrer com "amadores" até somos capazes de "comprar" bom futebol em Alvalade (e o pior é que não estou a brincar).

Até breve.

domingo, 16 de setembro de 2012

Sem justificação

3 jogos. 7 pontos perdidos. Nenhuma vitória. O Sporting não fez, mais uma vez um bom jogo, mas com mais facilidade que o que parecia possível chegou ao 0-1. Depois, bem, depois começou a sucessão de disparates. O nervosismo extremamente visível antes do golo marcado (que até deu alguma concentração extra) deu lugar ao desperdício. Desmazelo de jogadores que ainda não entenderam que facilitar qualquer jogo é sinónimo de desperdiçar pontos. E ficaram mais dois no funchal, num jogo que um candidato ao título tem de ganhar.

E esse é o verdadeiro golpe desta jornada. Ao partir para a 4ª jornada, o Sporting tem já 5 pontos de atraso. Continua a exibir uma dificuldade enorme em assentar um jogo de qualidade, continua a desiludir os adeptos. 3 jogos, 1 golo marcado, 2 sofridos. Pobre, muito pobre.

Não chega a Sá Pinto as queixas do clima, relvado e passar a mão pela cabeça dos jogadores. A verdade é que o trabalho de 18 dias...não se fez notar. O Marítimo é uma boa equipa, mas o Sporting tem de conseguir fazer melhor, muito melhor.

Não será esta época ainda que o Sporting fará um arranque decente, nem sequer mediano. Há muitas épocas que temos iniciado pateticamente as épocas, perdendo o estatuto de candidatos logo nas primeiras jornadas. Dantes não chegávamos à Páscoa, depois ao Natal, ultimamente chegamos ao regresso às aulas e com dificuldade. Isto não é um caminho decente. É uma desilusão.

Oiço dizer que ainda estamos no início. Pois, mas já lá vão 3 jogos, e se ninguém ainda reparou...estamos no fim da tabela. Alguém tem de acordar, acordar a sério!

Até breve.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

O Caminho do Sporting



















Parece-me existir um denominador comum nas apostas de contratações e renovações do Sporting. Já no ano passado a estratégia foi semelhante, mas muito menos conseguida, a tarefa de “limpar” um plantel e construir outro era difícil e houve meios compromissos.

Mas nesta época é possível já distinguir nas opções do clube e especificamente na estruturação do seu plantel de futebol profissional A, uma estratégia. Coisa que vezes sem fim referi aqui que não existia. De facto, ao olhar para as decisões tomadas neste Verão, salta à vista um rumo. Muitos podem não concordar com o mesmo (nunca existe unanimidade) mas ele existe.

Renovar apenas com os jogadores que dão notas de crescimento e valorização. Preparar uma equipa jovem com algumas referencias mais experientes. Dar primazia aos atletas formados em Alcochete. Comprar (através de verbas consideráveis) apenas valores com dados seguros de procura no mercado. Contratar soluções de 2ª linha apenas a custo zero. Estes são alguns sinais de que existe uma ideia para o futebol do Sporting. Ela não passa por um Ajax nem por um Arsenal, fica bastante distante do modelo de clube formador e ainda longe das lógicas dos rivais Porto e Benfica.

Não será o caso de chamar à definição de modelo competitivo leonino uma 3ª via. Não será nunca a 3ª, uma vez que a curto prazo todos os clubes grandes dos campeonatos periféricos terão de a adoptar como 1ª. O Sporting encontra-se assim a preparar o inevitável. Bem mais cedo que os seus rivais que permanecem “iludidos” por transferências record de jogadores que adquiriram por largos milhões de euros.

Num futuro que chegará cedo, será difícil que um clube em Portugal consiga gastar mais de 4 ou 5 milhões num jogador. Não existirá crédito bancário e muito menos equilíbrio no orçamento que o sustente. O Fair Play financeiro da UEFA já não é uma miragem e as “loucuras” de Zentit, Man City, Anzhi e PSG só vieram criar mais “momentum” nos grandes emblemas europeus para acelerar a regra do equilíbrio orçamental.

As escolas dos nossos rivais produzem bons jogadores, mas em rácios bem distintos dos nossos. Alem disso, a rede de scouts de ambos é muito mais voltada para valores exteriores do que nacionais. O Sporting tem a melhor rede de scouting jovem, mas isso não é uma realidade imutável. O Benfica tem optado por uma “cópia” dos nossos processos e bem recentemente tem procurado “no nosso quintal” valores mal protegidos, tentando-os com contratos bem acima do que o Sporting implementa.

O Porto permanece com um sector de formação em auto-gestão, que dá primazia ao lado técnico, mas que vive numa realidade geográfica bastante reduzida. Ocasionalmente entra em campo na fase de negociação de Sporting e Benfica com jovens atletas, subindo a parada...o que não se pode chamar um verdadeiro scouting.
Longe vão os tempos de uma magnifica escola de centrais e avançados.

Por agora este cenário parece pertencer a uma narrativa distante das lógicas dos títulos e dos acessos à Champions. Mas em breve irá deixar de o ser. A pacóvia e passiva atitude da FPF e Liga irão esbarrar sobretudo nos insucessos da Selecção Nacional, que privada de grandes jogadores formados nos grandes, não poderá acompanhar a evolução das grandes nações desportivas (Alemanha, França, Inglaterra, Rússia, Itália ou Espanha) que estão bem mais adiantadas nas regras de limitação de jogadores estrangeiros.

Ninguém o deseja, mas é óbvio que enquanto os 3 grandes não patrocinarem uma revolução das competições portuguesas, nada fará mudar o actual regime, que relega o atleta português constantemente para as segundas ou terceiras opções.
O plantel do Benfica é um exemplo negativo do caminho e sobretudo da mentalidade dos gestores desportivos, onde um valor médio estrangeiro é sempre preferível a um titular da Seleção Portuguesa. A imprensa parece ignorar a tacanha visão que isto reflecte.

Esperemos para ver o que o futuro reserva. Aplaudo o caminho do Sporting, reforçando que o futebol das escolas terá de ser mais blindado a “raids surpresa” de forma a obrigar os nossos rivais a despender o mesmo esforço e o mesmo empenho que a nós nos obrigamos para formar bons atletas. O Sporting terá de rever os contratos e as salvaguardas que inclui. Afinal de contas, terá de fazer valer o seu estatuto de grande escola mundial na balança da negociação.

Ser um grande formador e um mau vendedor não combina.

Até breve.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Pensar antes de avaliar


Apesar de ainda nem sequer passar de um boato, já está a ser criticado na blogosfera leonina. Pois eu tenho uma opinião bem clara: quem nos dera!

Dimitri Sychev já foi por 47 vezes internacional pela Rússia onde marcou 15 golos. Tem quase 400 jogos disputados e mais de 100 golos marcados. Este jogador apelidado de “Michel Owen” russo é, como o nickname indica um avançado rápido, será muito mais um atleta à imagem de Saviola do que um suplente que partilhe os atributos de Wolfswinkel.

Os únicos senãos nesta possível aquisição (o jornal russo que circulou a notícia falava em cedência por empréstimo e com opção de compra) é o momento e a necessidade.

O momento - Sychev deixou há 2 épocas de ser titular e tem feito poucas partidas no Lokomotiv. Se as lições de Pongolle ou Bojinov serviram para alguma coisa, é bom que se confirme o estado anímico e estabilidade mental do russo antes de concluir o que quer que seja.
A necessidade – Um avançado rápido pode ser fundamental em estratégias de contra-ataque, mas por época o Sporting adopta esta via não mais que em 10 partidas. Nas restantes 50 é o sentido posicional e capacidade para abrir espaços que fazem a diferença...e aqui não me parece que seja o forte de Sychev, que assenta a sua valia na capacidade de desmarcação e rapidez.


Mas de qualquer forma, para suplente, não é nome que envergonhe ninguém...bem pelo contrario.

Até breve.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Onde comprar golos


Com a saída de Pongolle, com o empréstimo de Wilson Eduardo à Académica, Balde no Guimarães e com o provável ingresso de Bojinov no Verona, o Sporting fica apenas com Viola e Wolfswinkel como avançados puros no plantel. Rubio fará muitas vezes a viagem entre a equipa A e a B e como tal não será uma opção a full time no plantel.

Com 2 avançados e por melhores que eles sejam, não é possível encarar uma época de 4 competições de clubes e um apuramento para o Campeonato do Mundo (o Sporting tem cada vez mais seleccionáveis no plantel) com a certeza de que nunca faltarão homens para atacar a baliza. É certo que o recém-chegado argentino e o holandês são ambos bastante jovens, mas no futebol moderno, o desgaste de jogos acumulados faz-se sentir independentemente da idade.

É pois quase certo que irá chegar mais uma opção para o ataque leonino. Ao contrario de Titin Viola, este futuro jogador deverá ser um avançado de área, como muitos já o afirmaram, um jogador mais posicional, que dê a Sá Pinto uma presença física mais regular na zona de finalização. As deslocações de Ricky (que procura muitas vezes receber a bola no meio campo) aliado à tendência natural de Viola de procurar as alas abrem no plantel do Sporting uma nova necessidade. E não vai ser fácil supri-la.

Hoje em dia, encontrar um sucessor moderno de Ian Rush, Manuel Fernandes ou (mais recente) Pipo Inzaghi é uma tarefa árdua. Estes “killers” são cada vez mais raros e quando encontrados cedo se tornam tesouros difíceis de resgatar. O próprio Diego Rubio é um “projecto” incerto que poderá vir um dia a cumprir o desígnio para o qual foi contratado, mas que para já não confirmou aquilo que os mais optimistas pensariam ser um rato-de-área pronto a revelar-se ao mundo do futebol de topo.

Os Diego Rubios mais experientes com currículos já comprovados de elevada materialização de golos, são, infelizmente areia de mais para o camião de contenção financeira do Sporting. A pergunta que se coloca é então: onde encontrar e como pagar este novo reforço.
É muito mais fácil responder à primeira parte da questão. No mercado nacional jogadores deste tipo são quase inexistentes, nenhum com o calibre que nos faz falta.
Existem alguns valores emergentes na Liga Argentina, mas com os olhos da Espanha, Itália e França sempre apontados aos Torneios Apertura e Clausura é cada vez mais raro um bom ponta de lança a jogar na Argentina passar despercebido.

O mercado brasileiro é abundante e vasto em soluções. Mas com a recuperação económica fulgurante do país irmão, os clubes outrora carenciados de vendas a qualquer preço, fazem hoje muita questão em exportar caro, muito caro. Os exemplos de Damião ou Neymar são um retrato do que esperam outras possíveis aquisições.

Ainda na América do Sul, Chile, Colômbia e Uruguai são mercados economicamente interessantes, mas os seus melhores valores não jogam lá, são rapidamente exportados para o México, Argentina e Itália, lugar de onde só costumam sair a troco de verbas já incomportáveis.

Ultimamente o Sporting tem optado por explorar o mercado Holandês, onde os atletas tem uma óptima formação competitiva e uma tendência para querer abandonar a Eredivise bem no início. Ajax, PSV e Feyenoord outrora grandes exportadores de jogadores para os “tubarões” da Europa, perderam a ligação directa. Salvo poucas excepções,  um avançado holandês para chegar ao um clube do top 10 europeu, terá de provar numa liga mais defensiva que rende o mesmo que na profícua liga holandesa. Mas mesmo assim, o recente poderio económico dos clubes alemães, está a desviar o que melhor se forma nas excelente escola de avançados holandesa.

O mercado africano é bem explorado pela Ligue1, o de leste pelas ligas Russas, Ucranianas e Turca.

O que sobra?

Existe um mercado onde nascem habitualmente bons avançados, que tem sido muito pouco valorizado pelos clubes portugueses. O nórdico. Na Noruega, na Suécia, na Dinamarca e até na Finlândia e Islândia formam-se bons pontas-de-lança, normalmente com poderosos remates e jogo de cabeça, normalmente altos e atleticamente robustos. Não estão a um nível de transferência incomportável e apesar da ponte com a Liga Inglesa ser tradicionalmente forte, há muito que os clubes da Premier League apontaram o foco a avançados mais “latinos” procurando a criatividade que não encontram nas ligas nórdicas.

Mas ao Sporting não faz falta um avançado criativo e no Norte da Europa pode muito bem estar o tal “homem” de área que nós procuramos.
Talvez não exista nenhum Ibrahimovic por resgatar, mas se o que buscamos é um suplente a Wolfswinkel não vejo porque razão desperdiçar uma oportunidade de abrir horizontes no que diz respeito a formatos de jogadores que não formamos.

A criatividade na procura gera normalmente bons resultados.

Até breve.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Sinal vermelho

Perder em casa. Perder frente ao Rio Ave. Perder contra uma equipa que vinha de uma derrota em casa. Perder contra uma equipa treinada por um estreante como Nuno Espirito Santo. Tudo parece improvável para qualquer equipa desta Liga, quanto mais para o Sporting. Na segunda jornada acumulamos 3 pontos de desvantagem para os rivais. E pior do que isso, revelamos uma incapacidade enorme em criar jogo ofensivo, uma incapacidade para desposicionar o adversário.

Este Sporting não tem armas ou não faz uso delas. Não há rapidez, não há força nem inspiração no remate, não há jogo de passe, não há sequer uma ideia do que fazer à bola quando se chega ao último terço do terreno. A juventude ou a adaptação não explica sequer metade das dificuldades exibidas. Há impreparação e muitas lacunas táctica na equipa. Quer queiramos quer não, isso é culpa de Sá Pinto. Não é possível ficar satisfeito ou esperançado com tanto desaproveitamento. 23 remates, duas mãos cheias de bolas paradas e muito poucas preocuparam o guarda-redes.

O quadro é evidentemente muito negro e preocupa-me muito o facto de em 2 jogos contra equipas fraquíssimas (Rio Ave e Guimarães são na minha opinião claros candidatos a descer) não conseguimos marcar um golo sequer. Só vitórias (muitas e seguidas) poderão devolver ânimo a esta equipa e aos adeptos, mas sendo cedo para o dizer, podemos estar apenas no prelúdio de um filme já muito visto no Sporting. Oxalá me engane. Estou um pouco cansado de gerir desaires sem descanso. Época após época começamos mal e andamos 8 meses a recuperar a fé na equipa e no clube. No mesmo mês que iniciamos a competição hipotecamos a ilusão, assim não é mesmo possível.

Até breve.

Uma jogada de 2 para 1


Parece mais ou menos óbvio que o novo ponta de lança está dependente de duas saídas da folha de pagamento do Sporting. Pongolle e Bojinov são dois avançados que partilham a distinção de flops de mercado leoninos e estão a ser “oferecidos” em planos diferentes. Enquanto que Sinama está para liquidação total e a preço de dumping, Valery é um negocio de ocasião para quem o queira.

Ao todo são mais de 10 milhões de euros em que dificilmente receberemos metade, duas apostas de direcções diferentes, mas com o mesmo grau de sucesso, zero. O mais curioso de ambos os casos é que havia de facto matéria que indicava serem dois atletas de difícil valorização. Riscos que correram bastante mal, mesmo entendendo que são inerentes a qualquer contratação.

Do Liverpool até ao Atlético, Pongolle chegou ao Sporting tal como chegou a Huelva, a precisar de jogar e esquecer épocas de suplente. Mas desta vez as coisas não correram bem e acrescido de um grave problema familiar, desaproveitou-se muito e bom dinheiro que daria ainda hoje para adquirir dois avançados de boa qualidade. Empréstimo atrás de empréstimo, o Sporting tem tentado que o seu elevado ordenado não pese nas contas de cada época, já que parece impossível algum clube adquira o seu passe.

Bojinov teve um começo muito promissor, mas quase tão cedo como prometeu, desiludiu e até ao Sporting tem sido um percurso descendente e rodeado de várias polémicas. Ninguém tem duvidas que é um excelente jogador, mas a sombra do seu próprio insucesso impede o búlgaro de se libertar em campo. Tal como o francês, ano após ano fica mais difícil uma recuperação, até porque os clubes por onde passam não têm tempo nem espaço para recuperar o muito que há para recuperar.

Se, por um feliz acaso, o Sporting conseguir colocar ambos os jogadores, recomendo vivamente a Freitas que olhe para estas duas realidades e que pense muito bem antes de abrir espaço e crédito a jogadores “a precisar de recuperar carreiras”. Até os clubes turcos, gregos ou russos estão a abandonar essa via.

Até breve.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Algo ficou mal ro reino da Dinamarca


Tenho de admitir que o resultado (mais do que a exibição) da primeira mão frente a mais um conjunto de poucos créditos dinamarqueses, foi uma ligeira desilusão. É certo que se apenas 25% das oportunidades de golo tivessem sido concretizadas, estaríamos hoje a falar de uma prestação de gala, mas isso em si é a parte mais significativa do problema, por mais que valorizemos a criação de oportunidades.

A primeira condição para analisar um resultado será sempre a qualidade do adversário. Uma goleada imposta ao Varzim ou ao Benfica nunca serão a mesma coisa, tal como um empate fora a 1 golo com o Horsens nunca será o mesmo que igual resultado em Old Trafford frente ao Man United. Neste campo o Sporting, tal como na primeira jornada em Guimarães, desaproveitou.

Noutros anos uma igualdade na cidade berço podia ser visto como um marcador razoável, mas não nesta temporada e especialmente no início da época. Este Guimarães é uma equipa jovem, inexperiente, sem referências, que neste começo de época procura eliminar o estatuto de candidato à descida de divisão. Foi óbvio durante a partida que não há fio de jogo, não há qualquer sentido táctico que não passe por fechar os caminhos para a baliza, a prova mais cabal da insegurança de quem viu sair todas as figuras importantes da equipa.

Num certo sentido, os resultados obtidos pelos rivais (empates) ajudaram a que se perdoasse este resultado, mas ficou na retina uma dificuldade evidente em materializar em oportunidades e em golos o domínio da partida. Na Dinamarca, criámos muitas ocasiões para marcar, muito por culpa da qualidade do adversário que permitia o avanço em bloco do nosso meio-campo e trocas de bola em zonas perigosas, algo que o Guimarães nunca “autorizou”. É difícil imaginar quantos adversários enfrentará o Sporting esta época que se coloquem mais a jeito que o Horsens, para serem goleados.

Não explico tudo com a ineficácia de Wolfswinkel. É demasiado simplista e equivoco fazer esse exercício. Especialmente quando todos os companheiros pecam pelo mesmo defeito. Concordo que foram 2 jogos em que o holandês não esteve bem e até que se existisse neste momento uma alternativa equivalente ao valor do “jovem lobo” fosse preferível resguardar o atleta no próximo jogo. Mas não há. Viola (fechou a época na Argentina) ainda não estará sequer inscrito, além dos problemas de adaptação. Rubio, Etock, Betinho e Wilson Eduardo não terão ainda maturidade para serem a única referencia do ataque de um candidato ao título, o que deixa apenas uma solução – Labyad.

Pode parecer estranho encarar o Marroquino como avançado, mas a sua carreira tem oscilado entre 3 posições, 2º avançado, extremo e médio ofensivo. Curiosamente foi quando foi colocado como companhia de um avançado clássico que mais produziu. Tal como noutros momentos do nosso passado, urge encontrar uma disposição táctica que encontre espaço para dois avançados. Fez falta em Guimarães, fez muito mais falta da Dinamarca. Assim porque não testar Labyad e Wolfswinkel juntos frente ao Rio Ave? Dê por onde der, esta dificuldade em ganhar jogos que dominámos frente a adversários defensivos tem de ser contrariada e rezar pela santa dos golos para mim é apenas um sinal de falta de imaginação e coragem. Pelo menos a última sei que Sá Pinto nunca terá.

Até breve.

PS – Terei que tirar o meu chapéu a dois jogadores nestes dois primeiros jogos – Cedric e Carrilho. Se o primeiro realizou notas perfeitas, o segundo terá sido o mais criativo (pena as oportunidades falhadas). Falta muito pouco para serem certezas e tenho a certeza que esta época será de grande valorização. Um Carrilho menos perdulário seria  a coisa que mais parecida temos com um Ronaldo, Messi ou Rooney, ou seja, um desiquilibrador.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Pontos prévios


O primeiro teste do Sporting versão 12/13 foi apenas a confirmação das forças e fraquezas que foram óbvias na pré-temporada. É uma equipa mais confiante, mais dominadora, mas também exibe lentidão e previsibilidade na criação de jogo ofensivo, o que preocupa.

A oportunidade de logo na 1ª jornada desta liga ganhar vantagem com todos os principais rivais foi desaproveitada, não por falta de atitude ou de talento, mas sobretudo por um zelo (quiçá exagerado) notório em manter a equipa equilibrada no campo posicional. Esse esforço (dispendido mais por distancia percorrida do que por compensações) pagou-se caro na segunda parte e o Sporting apesar de rondar a baliza do adversário inúmeras vezes, nunca pareceu capaz de posicionar os seus atacantes em boa posição para marcar.

Capel e Carrilho exploraram bem os flancos, mas com poucas assistências para Wolfs, quase sempre perdido na luta com os centrais. Mesmo com a entrada de André Martins, o Sporting lutou mais com o meio-campo Vimaranense do que com a sua defesa. Faltou um dez organizador, um jogador que se colocasse à frente dos médios e que recebesse bolas entre as duas linhas do Vitória. Nem Adrien, nem André, nem Elias tiveram ordem de avançar no terreno e “morreram” nas trocas e disputas de bola a meio-campo.

Existem duas explicações possíveis. Ou Sá Pinto não arriscou perder o predomínio da linha média (que foi assegurado) e da posse de bola (o Guimarães poucas vezes chegou ao ataque) preferindo um empate na pior da hipóteses. Ou a equipa não foi capaz fisicamente de se desdobrar em transições ofensivas velozes, exibindo ainda carências na forma dos atletas. Por erro táctico ou por índice atlético, o que é certo é que parece ainda longo o caminho de Sá Pinto para colocar o Sporting no patamar muito promissor do final da temporada passada.

Já se notam evidente melhorias defensivas, mas creio que se devam mais à qualidade individual de uma defesa quase integralmente renovada (restou Ínsua) do que a novos métodos ou movimentações. Rojo e Boulahrouz fazem uma dupla forte e embora prefira Xandão ao Holandês, terei de admitir que o “Canibal” dá uma agressividade inovadora à equipa, oxalá seja poupado aos exageros dos árbitros. Nas laterais Ínsua está em baixo de forma e Cedric tem mostrado que não precisamos de mais nenhum lateral.

Ainda neste campo, Gelson Fernandes tem mostrado o que pode dar à equipa, ou seja, uma versão mais “calma” de Rinaudo, sem os rasgos de brilhantismo deste mas com a mesma disponibilidade, excelente contratação.

Na parte ofensiva, muita duvidas. Wolfswinkel continua sem alternativa, Viola ainda está em integração. Jeffren, Izmailov e Pranjic ainda vão demorar a ser alternativas nas alas e na construção de jogo, os “promissores” Adrien e André Martins estão ainda a ganhar o “calo” necessário para poderem um dia assegurar uma presença indiscutível no onze titular.

O tempo dirá se a defesa continuará sólida e o ataque mais eficaz.

Até breve.

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Organização

Costumava ser um clássico ver o plantel leonino ser fechado já em plena Liga, em oposição ao Porto que muito cedo resolvia as suas trocas. O Benfica nesta matéria não serve de exemplo, a pressão mediática sempre levou as águias a excessos de última hora.

Este ano porém é o Sporting o campeão do "despacho". Apenas existem 3 casos por resolver. Onyewu, Pongolle e Bojinov. Idealmente seriam 3 vendas, mas a desvalorização do francês e o elevado ordenado do norte-americano impedem que as saídas apareçam com naturalidade. O búlgaro tem mercado, mas os interessados jogam com o tempo e com a declarada postura do Sporting que nem sequer integrou o jogador nos trabalhos da pré-época (algo que deveria ter feito nem que fosse para criar dúvida nos compradores).

Se são casos complicados, não se comparam (em quantidade) aos que Porto e Benfica têm ainda por resolver. Num caso e noutro são mais de uma dezena de jogadores à espera de decisão, ou seja, qual o clube e contrato que vão ter pela frente. Em crise impera a lógica de rentabilizar recursos e apesar de se esperar dinheiro como moeda de troca, estes cedidos dificilmente encontrarão melhor que um empréstimo sem participação no ordenado e muitos deles sem cláusula de rescisão.

Com o surgir das equipas B, é impensável aos grandes continuar a gastar para alimentar o sucesso desportivo de outros clubes, ainda por mais agora que grandes empresários portugueses encontram bons clubes em ligas competitivas para fazer crescer jogadores. Arrisco a dizer que a medida de proibir empréstimos entre clubes da mesma divisão, não só era fantástica para o controle financeiro como é essencial para a verdade desportiva. Apenas a intransigência de Benfica e Porto impediu o avanço desta medida, e todos sabemos porquê. Clubes como Paços de Ferreira, V. Setubal ou Olhanense minguam por atletas até à última da hora e Dragões e Águias costumam fazer-lhes o favor. Desconhece-se o que os "pequenos" dão em troca. Não será concerteza a valorização do jogador, pois se fosse essa a razão haveria outros clubes (espanhóis, franceses, brasileiros, holandeses, belgas, gregos. etc) que o fariam muito melhor.

Para sermos justos temos de dar os parabéns aos responsáveis leoninos, pois o plantel parece fechado (permanece a dúvida sobre o lateral direito e a permanência de Izmailov, embora sejam assuntos sem eco nas declarações do departamento de futebol) e competente em soluções.

Até breve

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Jogo Perigoso


A tentativa de resgatar Labyad, quando o mesmo já tinha até anunciado o seu compromisso com o Sporting já me tinha parecido um gesto muito perigoso. As últimas notícias dão conta que a Academia foi alvo de um desvio, que levou Candé para o clube da Luz serão talvez a gota de água nas relações difíceis entre os grandes de Lisboa.

De facto ao Sporting só resta uma solução: responder aos “ataques” benfiquistas na mesma moeda. Sim porque se o Benfica tem (aparentemente) mais poderio financeiro na gestão da equipa A, é bom não esquecer que nas camadas jovens é o Sporting que dita regras e não haverá jovem encarnado que não queira por exemplo jogar na NextGen. Será uma guerra até desiquilibrada.

Mas é fundamental que o clube da Luz entenda que pagará sempre uma factura elevada por hostilizar os nossos interesses e com esta direcção encarnada isso só poderá ser feito com actos concretos. O dialogo e o compromisso é algo gelatinoso que não diz absolutamente nada  a LFV.

Aos que acharem que estes raids são a vingança pelo processo Rojo, recomendo que analisem a diferença das situações:

1-    Rojo não pertencia aos quadros do Benfica;
2-    É sabido que o Benfica já tinha desistido de contratar o jogador;
3-    Se esperava pelo aproximar do fecho do mercado para conseguir Rojo, fez mal pois o empresário do jogador foi avisando a Luz das ofertas do Sporting.

Este é um cenário de “guerra aberta” onde não há forma de não ver a “agressão”. Espero sinceramente uma resposta, não em comunicados, não em comentários ou entrevistas, mas em actos. Só assim nos daremos ao respeito.

Até breve.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Ovos e omeletes

O actual plantel do Sporting custou 41.3 milhões de euros a ser adquirido. Só para ter uma ideia, o do Benfica custou qualquer coisa como 106.5 e o do Porto 120 milhões. Vencer tem custado muito dinheiro e perder ainda mais.

Até breve.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

A obra interminável

Os pintores e outros criadores de arte sabem que existe um ponto determinado na criação em que parar é a melhor continuação possível. De facto, nada é perfeito e tudo pode sempre permanecer em movimento, mas nem sempre isso é sinónimo de evolução ou melhoria. Freitas (ao que parece) ainda não deu a "obra" de construção do plantel como terminada, mas temo que por muito que se mexa, também era saudável permanecer com algo do que foi realizado na época anterior.

Até já saíram Evaldo, Pereira, Polga, Matias, Ribas, André Santos, Neto, Rodriguez e talvez ainda venham a sair mais 2 jogadores para entrar mais um central e um avançado. Algumas destas saídas eram inevitáveis, outras necessárias, mas as próximas sinto que serão as que mais vamos questionar. À semelhança de Matias, vamos acreditar que Freitas e Duque compreendem o risco que é fazer outra "revolução" no plantel e que a tentação de recrutar jogadores de qualidade tem de ter muita, muita moderação. Começar eternamente do zero é frustrante, pouco confiante para os jogadores que ficam e sobretudo é dar ao treinador a batata sempre quente de construir uma equipa antes de a ter.

Até breve.

sábado, 28 de julho de 2012

Apresentação convincente

É certo que os "verts" não são uma equipa com individualidades por aí alem, mas são um bom conjunto, recheado de experiência de Ligue1, atlética e tacticamente muito competentes. Deram luta e procuraram sempre o jogo seguro, longe dos "autocarros" que se esperam mais uma vez em Alvalade.

O Sporting começou um pouco expectante a ver o que dada defensivamente a equipa francesa. Capel e os dois Andrés foram procurando a melhor forma de chegar a Wolfs, mas foram os dois alas a decidir o jogo, curiosamente com o ponta de lança a servir muito bem o ataque dos seus companheiros. Pelo meio grandes pormenores de Rojo, Pranjic, Elias e algumas dúvidas quanto a Boulahrouz e Cedric, toda a equipa esteve bastante focada e competitiva.

Nota-se que há luta por posições (muitas) e que ninguém quer começar a época no banco. A planificação do plantel ainda não está fechada e a julgar pelos últimos desenvolvimentos algum ala estará a postos para sair (a entrada de Viola é para extremo, o que pelo valor da aquisição não será para a equipa B) e entrando dois argentinos (Gaston e Viola) alguém irá fazer companhia a um dos cinco centrais.

Ainda não se nota aquela equipa de garra e fome "leonina" de Sá Pinto, mas em particulares esse "extra" fica por agora de fora, mas é óbvio que esse empenho poderá elevar a equipa a outro futebol. Pela minha parte, hoje, fiquei muito satisfeito.

Até breve.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Razão, ela existe?


Valor de Mercado

1/ Wolfswinkel 15M
2/ Patrício 14M
3/ Elias 9M
4/ Capel 8M
5/ Ínsua 7M
6/ Matias 6.5M
7/ Jeffren 5.5M
8/ Izmailov 5M
9/ Rinaudo 4.5M
10/ Schaars 4M

Valor Desportivo / Desempenho (época 11-12)

1/ Patrício
2/ Wolfswinkel
3/ Ínsua
4/ Capel
5/ Schaars
6/ Elias
7/ Matias
8/ Izmailov
9/ Rinaudo
10/ Jeffren


Utilização na posição (época 11-12)

1/ Matias Fernandes
2/ André Martins
3/ Elias
4/ Izmailov

Com capacidade para actuar na posição (alternativas)

1/ André Martins
2/ Izmailov
3/ Elias
4/ Labyad
5/ Adrien

Estas enumerações servem para ilustrar o meu raciocínio quanto à hipotética venda de Matias Fernandes. Se do ponto de vista desportivo a venda se aceita visto existirem alternativas no plantel, do ponto de vista económico o negocio, pelas verbas indicadas (entre 4 e 4.5 M), é péssimo.

Matias é o sexto jogador mais valioso do plantel, aceitar vendê-lo (mesmo que pressionados pelo fim do contrato) por cerca de metade de um valor que fosse considerado bom para o Sporting não é uma boa notícia por várias razões:

-       desvaloriza (comparativamente) os restantes passes do plantel;
-       diminui o papel de “negociador” do clube;
-       alimenta uma sensação de urgência na venda de activos na imprensa;
-       retira aos adeptos um dos seus jogadores preferidos;
-       interrompe a subida de forma do desempenho/ valorização do jogador;
-       é o jogador do plantel com mais internacionalizações/ visibilidade exterior;
-       a alternativa mais competente será Izmailov, mas face às suas fragilidades caberá muitas vezes
    (senão quase sempre) a André Martins fazer a posição;

Estas são as razões principais para quem advoga que neste suposto negocio, o clube não actuou da melhor forma. De facto substituir Matias por André Martins, apesar da validade na aposta de um jovem com muito talento, é um risco. Sobretudo em jogos com equipas de nível superior, é natural que o médio da cantera ainda não exiba a assertividade e maturidade necessária. É muito diferente ter o estatuto de promessa emergente e sentir que se é o plano A, a responsabilidade pesa toneladas.

Apenas num cenário esta operação (ainda não confirmada por nenhum dos clubes) seria razoável: a aquisição de um substituto de valia semelhante ou superior. É desconhecida qualquer movimentação do Sporting por um médio ofensivo e Pranjic ou Labyad não têm capacidade de transporte de bola pelo centro do terreno.

Concluindo, dependeremos da táctica de Sá Pinto para anular a posição e papel de Matias, recuando o pivot ofensivo do centro para uma das alas, assumindo um clássico 4-3-3 ou num formato mais ofensivo desenhar um esquema com dois avançados, dois extremos com capacidade interior e dois médios (um trinco e um de distribuição) o velho 4-4-2 que desapareceu de Alvalade há quase 10 anos.

Mas nada disto anulará uma venda bastante abaixo do razoável. Quantos internacionais de nações de top, a actuar na Europa, com passe Comunitário e habituais titulares alguém consegue adquirir por 4 milhões de euros?

Até breve.