terça-feira, 19 de março de 2013

Uma página da vida

Foram 4 anos a transmitir o que sinto e penso aos meus congéneres sportinguistas. Este blog nasceu de uma necessidade de comunicar e sempre tentei fazê-lo pela positiva, cumprindo o lema centenário do clube. Não há arrependimentos, não há amargura, não há esmorecimento. Há apenas falta de tempo para continuar a levar este projecto adiante.

A blogosfera leonina é um agente importante na vida do clube e muito me orgulho de ter contribuido, numa parte infima para que se tenha transformado nestes anos no espaço mais democrático de debate entre sportinguistas. Agradeço a todos os que visitaram o blog, agradeço ainda mais aos que regressaram dia após dia e comentaram.

Não sei se será um abandono provisório, ou uma solução definitiva, sei apenas que devo dedicar o tempo que levava a manter este espaço, a outros assuntos da vida pessoal.

Um bem haja a todo o universo leonino. Neste momento de divisões políticas, urge entender que só existe um Sporting que tem de conseguir ser de todos. Só assim continuará a ser o nosso Sporting.

Até (um não tão) breve.

PS- VIVA O SPORTING!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Jorge Jesus

Já há meses que corre nas bocas de muitos Sportinguistas a ideia que Jorge Jesus poderá vir a ser treinador do Sporting. É no mínimo muito improvável. As razões são óbvias e são tantas:

1/ JJ está entre os 30 treinadores mais bem pagos do mundo. Não sei se o seu sportinguismo é suficiente para aceitar vir ganhar menos de metade para um clube que não vai poder oferecer-lhe luta por títulos.

2/ O interesse do Porto pelo treinador dos encarnados é tão notório que Pinto da Costa decidiu manter um "adjunto" no banco só para ganhar tempo até que a águia de entregue de mão beijada o próximo treinador. Já aconteceu no passado e será natural que volte a acontecer. Depois dos insucessos gritantes de Domingos no Sporting e Depor será sempre o natural candidato à "cadeira de sonho/pesadelo" do Dragão.

3/Depois de Braga e Benfica, o próximo passo natural de JJ deveria ser, se quiser manter a progressão, um clube estrangeiro. Não é certo que seja do tipo "emigrante" e muito menos que se adapte a uma realidade futebolistica fora do país. Tal como outros treinadores portugueses (Manuel José, Cajuda ou Jaime Pacheco) vai descobrir já tarde a via internacional e nunca terá o balanço de Mourinho ou Vilas Boas.

4/De alguma forma é evidente que o ciclo JJ no Benfica está a terminar. Se não vencer nenhum troféu principal (Liga Europa ou Liga) será a Direção a marcar este fim. Se porventura vencer uma das mesmas, a situação pode inverter-se e ser o próprio JJ a sair pelo próprio pé, com uma conquista importante terá mais impacto a sua mudança para outro emblema. As recentes pré-contratações na Holanda de Djuricic e Suleiman podem ser um indicativo de que já não é o treinador encarnado quem está a aconselhar estas transferências, não são o tipo de jogadores que lhe encham o olho e parece de alguma forma estar distante do processo.

Face a este panorama e entrando o Sporting numa longa travessia do deserto, o risco de uma aposta por Alvalade seria no mínimo estranha. Jesus não tem o perfil de treinador de formação e o seu carácter essencialmente prático e objectivo "precisa" de talentos de iguais características para poder funcionar. Esse tipo de jogadores não existem ainda no plantel do leão e não vai haver formas de os contratar. O Sporting nunca iria sequer ao mercado nacional adquirir 10 jogadores que cumprissem o modelo linear deste treinador.

5/ Será mais natural ao Sporting que contrate um treinador jovem e ambicioso, que não pese na estrutura financeira e que esteja familiarizado com o aproveitamento de talentos de formação. Depois da experiência com Vercauteren, será provável que venha de realidades latinas (Portugal, Espanha, Itália, Argentina ou Brasil).

6/ Imaginar JJ a conviver com um Manager Jesualdo Ferreira será no mínimo caricato. Ainda mais estranho se for Couceiro por exemplo o vencedor das eleições.

Fora estas conjecturas, sei que numa realidade alternativa JJ poderia fazer um excelente trabalho no Sporting. Mas neste timing que se avizinha, não seria bom para nenhuma das partes que os caminhos se juntassem. Ser sportinguista e estar num rival não pode ser o único critério para validar um treinador.

Até breve

domingo, 10 de fevereiro de 2013

O Príncipe Perfeito

Depois do institucional aristocrata Soares Franco, depois de um ingénuo Bettencourt, depois de um equivoco Godinho, quem se seguirá. Idealmente seria um candidato que não repetisse os erros dos seus antecessores. Que fosse um agregador de energias que Franco não soube ser. Que fosse prevenido quanto às facadas nas costas do Sporting e do futebol português que Bettencourt não soube ser. Que fosse decidido e confiante num rumo, algo que Godinho não soube ser.

Será Couceiro?

Está habituado a conviver com os adeptos, com todos os quadrantes do clube, conhece-os bem. É um bom comunicador e parece entender que mais do que mandar um presidente é alguém que deve atribuir responsabilidades e condições para outros consigam ser bem sucedidos. Pelo seu discurso passam muitas experiências, dificuldades do passado em Portugal e lá fora em cumprir missões exigentes. Couceiro deve saber bem o que não fazer na gestão de uma equipa.

Será capaz de juntar uma equipa directiva capaz de convencer os Sportinguistas? Essa é uma pergunta interessante, na minha opinião o maior trabalho de Couceiro por esta altura deverá ser recusar "amigos" e não convidá-los. É óbvio que entre os candidatos que se perfilam, José Couceiro será o mais agregador.
Severino não passa de um espasmo de um pequeno nicho de sócios e Bruno de Carvalho tem uma hoste larga de opositores, os sócios com mais anos continuarão a ver neste candidato demasiada vontade de ruptura.

Couceiro será visto por muitos como a aposta ideal para quem quer mudar a gestão do clube sem agitar demasiado as aguas. Mas não poderá ser rotulado de continuidade, pois como o próprio disse sempre foi opositor do modelo vigente no clube e essa postura parece consistente com o que sempre defendeu para o clube (aposta na formação, valorização dos atletas, técnicos e condições de trabalho, contenção de custos e estabilidade directiva).

Mas como ninguém é perfeito, Couceiro deverá ter os seus defeitos e por vezes dá-me a sensação de alguma brandura, que admito possa ser fruto de uma educação extrema de respeito pelo diálogo e opiniões. Algo que já não estamos habituados, a boa educação, é muitas vezes tão contrastante com outras formas de estar que parecem desprovidas do "sangue fervilhante" tão latino, tão obtuso e inconsequente. Isso em eleições tem um preço e Bruno de Carvalho tentará a todo o custo expor Couceiro como alguém incapaz (por longas afinidades ou por carácter) de "partir os pratos" necessários à mudança do clube.

Neste jogo, veremos quem consegue defender-se melhor dos rótulos. Mas para mim é já claro que existirão duas grandes candidaturas nestas eleições, com pouco a separá-las na verdade, essencialmente uma questão de postura pessoal. Couceiro e Carvalho esperariam decerto um candidato da "banca", mas não deverá surgir em tempo útil alguém que tenha peso junto dos sportinguistas e que aceite o papel designado (Hermínio recusou) e o que seria uma corrida a 3 será um confronto directo, espero que elevado.

Até breve.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Onde fica o Principio?



Para que serve um clube de Futebol? Para que serve o Sporting?

O Sporting foi fundado para que o desporto tivesse mais um competidor. Mais um acesso da comunidade civil ao desporto. Para que crianças e jovens tivesse a possibilidade de apreender a practica desportiva. Para que jovens e adultos pudessem exprimir o seu talento e enriquecimento pessoal. A identidade seria marcada desde a génese por uma profunda ambição: ser dos melhores. Não o melhor, mas um dos melhores.

Com o passar das décadas, o clube afirmar-se-ia como uma potencia nacional. Porquê? Como?

Renegar a origem elitista do Sporting é um desfavor que se faz a um passado que nada tem para esconder. Pelo contrário. É óbvio que o clube reflecte desde o primeiro dia preocupações e orientações desportivas que emanam de uma visão filantrópica da comunidade. Para uma burguesia urbana, herdeira de uma decadente e proscrita nobreza, nada poderia ser conquistado sem honra, sem justiça, tudo seria resultado de um profundo respeito pelo passado, pelas armas, brasão e leão, pela nação, língua e linhagem.

Na desorganização efervescente e dinâmica do povo, imperou o sentido gregário e exclusivo, claro que mais facilmente capitalizável, dos sportinguistas. De um bairro novo e essencialmente burguês, o Sporting falou a Lisboa. De Lisboa às províncias intra e ultramarinas foi um passo curto. Portugal era então uma grande metrópole, a cabeça de um velho Império.

5 pessoas. Foram os Violinos que deram uma música mais popular ao Sporting. Crianças de todo o pais e colónias eram seduzidas pelas narrativas épicas de um “bando de irmãos”, arrebatadores, super-atletas que a tudo e todos desconcertavam. Eram homens de várias ascendências, várias formas de estar, que estiveram para o futebol nacional, como uma geração mirabolante de Húngaros estiveram para o mundo. Descobria-se então a arte, o génio, as obras-primas, a beleza do jogo. O que significa bom futebol nunca mais seria o mesmo em Alvalade.

Uma organização alicerçada em conquistas sucessivas e um ecletismo de excelência traduzia o que era então o clube, nem por sombras menor que Benfica, o Porto era então uma pequena realidade regional da cidade do Porto, não maior do que tantos outros clubes espalhados pela Europa.

Como começa o declínio?

Pode-se dizer que os anos 60 foram cruciais na iniciar de uma recta descendente do Sporting. Foi a década de muitos movimentos sociais, de profundas transformações politicas e económica. Surge a primeira noção de classe média, que ascendia por norma de comunidades fabris, de autênticos pólos de dormitórios espalhados à volta das cinturas industriais das grandes cidades.

Foi nestes subúrbios que nasceu a força do arqui rival Benfica. Que acompanhou a ascenção de uma classe, que a integrou como linguagem do clube, que se manifestou do “povo” e era de facto a sua tradução nas 4 linhas.

O Sporting demorou em desvincular-se da lógica de “clube de cavalheiros”, fê-lo a tempo de não perder a evolução para clube de grandes massas. Já não foi a tempo de as cativar com tanto sucesso como o Benfica. Os primeiros sucessos internacionais do clube da Luz e as guerras coloniais só viriam a expor ainda mais as contradições entre passado e presente de um clube que só a espaços rentabilizaria o filão africano que tanto deu a clubes como Setúbal,, Belenenses e Benfica.

As décadas de 70 e 80 seriam mais ou menos recompensadoras conforme a lógica de gestão mais ou menos populares que o clube empreendeu. Com o surgir do Porto como 3ª potencia, a relação de forças alterou-se e quem mais perdeu foi sem dúvida o Sporting que veria a ausência de triunfos aumentar tanto como a consolidação do clube de Pedroto e Pinto da Costa. Foi o tempo de grandes reestruturações no jogo politico. Uma lógica de poder do futebol repartido perderia espaço para o submundo de hegemonia. Para a corrupção activa e passiva. Para um Sporting onde as palavras mérito e justiça sempre significaram mais do que ganhar ou conquistar, esta seria uma mudança trágica que ainda hoje pagamos bem caro.

Nos anos 90 e principio de um novo século surge uma primeira tentativa de renascimento. O futebol industria e o futebol do capital davam os primeiros passos num Portugal a tentar ser Europeu. O Sporting foi pioneiro nas SADs, na cotação em bolsa, na organização como empresa. 2 títulos foi quanto se amealhou num esgotamento de capital fabuloso. Pode-se dizer que o falhanço dentro das 4 linhas e a ambição desmedida de construir um novo estádio arruinaram o Sporting que passaria anos a fio a festejar segundos lugares sem cuidar dos passos seguintes, sem entender o que lhe faltava.

Os mandatos de Bettencourt e Godinho são a prova acabada de um declínio de competência e ambição. De uma identidade perdida. De uma ausência completa de entendimento com o que é hoje a sua base de apoio.

Para que serve o Sporting hoje?

Já sem o ónus de participação cívica, o Sporting serve hoje apenas a vontade dos seus adeptos. É um pólo agregador de sentido de pertença. Mas a sua missão é cada vez mais equivoca. Não ganha. Não se renova. Não se financia. Não se define em relação aos demais.

Ganhar títulos é uma recompensa pelo mérito, pelo valor em competição. Não é um fim e muito menos um principio. O grande problema do Sporting é que encara como seu principal problema a falta de vitórias. Está profundamente errado. O grande problema do clube é que não consegue atingir excelência na sua organização social, desportiva e económica.

Qual é a solução?

Entender quem somos, o que fazemos bem e onde não conseguimos fazer melhor que os outros. Se queremos fazer realmente melhor que os outros e o que isso exigirá do próprio clube. Queremos ser um feudo politico-regional como o Porto? Uma balbúrdia intelectual/ditatorial como o Benfica? Uma sombra institucional como o Braga?

A solução não está fora. Mas dentro do clube. Pois se não conseguirmos eleger os nossos melhores sportinguistas dificilmente teremos o  melhor Sporting. Esta é a hora de dar força e não de a retirar. O sucesso dependerá do respeito e da ordem. Se a próxima direcção for construída pela virtude, pelo mérito, então teremos espaço para que tome realmente conta do Sporting. Se ficarem de fora os “assaltos” pessoais aos cargos de visibilidade e se todos os sportinguistas quiserem os que provavelmente não precisam de lá estar, porventura teremos o que não temos há décadas: um cérebro funcional que faça mexer os membros na direcção correcta.

Está nas nossas mãos o que o Sporting ainda for capaz de ser. Sem o nosso compromisso tudo será em vão.

Até breve.

sábado, 26 de janeiro de 2013

Qual Sporting?

Entre um Sporting de internacionais mundiais a lutar por não descer e um Sporting de recurso a lutar pelo apuramento à Liga Europa existem muitas diferenças que não são fáceis de distinguir e quais as implicações que trarão num futuro próximo.

Para tentar compreender o que está em causa teremos de analisar as mudanças no plantel, embora essa seja  apenas a mudança individual, colectivamente estamos longe de saber no que vão resultar, até porque o Sporting de Jesualdo está em construção (irá continuar até que o onze estabilize novamente) e os sinais foram positivos até agora.

Gelson Fernandes - O médio suiço não foi feliz em Alvalade. Voluntarioso, trabalhador, mas taticamente disperso, perdeu-se na lógica de dois médios de Sá Pinto e ainda foi pior na de três de Vercauteren. Fica a sensação que a sua oportunidade de assaltar a titularidade ficou muito condicionada pela resposta física de Rinaudo, que terá até surpreendido as previsões dos preparadores. É óbvio que a sua saída não terá um substituto directo, mas João Mário na B ficará de reserva. Jesualdo dificilmente jogará com 2 trincos, mas se o fizer será lógico que faça recuar Adrien no terreno.

Elias - Várias vezes mencionei aqui no blog que o brasileiro não é trinco, não é médio de construção, é um médio pivot, que pode jogar mais recuado, mas sem missões de marcação. O facto de não ter o look de maestro (grande capacidade de passe longo, e bater bolas paradas) atraiçoa Elias, ao ponto de dificultar a sua entrada em onzes com forte cariz posicional. No Flamengo terá sem dúvida mais hipóteses de brilhar e até adaptar-se a novas posições. Para a sua posição (errada) o plantel conta com Schaars e como recurso Zezinho.

Carriço - A sua saída terá muito mais de absurdo que financeiro, 750 mil euros é um valor a que o Sporting devia resistir quando se fala de um capitão que ascendeu da formação, que fez a trinco com Sá Pinto exibições suficientes para não ser encarado como dispensável. Como central existem porém inúmeros candidatos, até porque sendo o 4º central do plantel (atrás de Rojo, Xandão e Boulahrouz) jogadores como Pedro Mendes, Dier ou Tiago Ilori serão alternativas suficientes num Sporting a disputar apenas 1 prova do calendário.

Izmailov - Financeiramente uma catástrofe. O russo deixa o Sporting sem uma transferência, que seria uma compensação justa pelos salários que ganhou lesionado durante épocas a fio. Desportivamente é menos grave a sua saída. É um excelente jogador de futebol, mas o facto é que no Sporting o seu rendimento foi sempre estéril. Fazer 8 a 10 jogos por época é muito pouco e por mais talento que tenha não justifica o investimento. Com Sá Pinto e Vercauteren o russo jogou ora solto no centro do terreno, ora descaído para uma das alas, com a sua saída o Sporting fica ainda mais carenciado de um pivot ofensivo (já tinha perdido Matias Fernandez). Adrien não teve sucesso na adaptação a essa posição e André Martins por lesão ou maturidade ainda não convenceu os técnicos. Mas são as soluções que existem caso Jesualdo opte por mudar o seu 433 (que dispensa esta função).

Insua - Já foi tudo dito sobre esta transferência. Vendeu-se um bom lateral esquerdo, que esta época começou muito mal (excesso de peso inadmissível) mas prometia subir de forma. De qualquer maneira, Joãozinho chegou para o substituir com toda a incerteza possível, apesar de boas indicações dadas no Beira Mar. Seejou King, recém chegado da Dinamarca será uma alternativa a testar a tempo. A segunda alternativa para lateral esquerdo Pranjic também já não mora em Alvalade. A terceira, Rojo deverá manter-se como central assim que recupere de lesão.

Pranjic - Pouco há a dizer. De suplente do Bayern para titular do Sporting houve um erro nesta narrativa. Fica a ideia que o croata nunca esteve muito focado na missão verde e branca e assim sendo é mais do que lógico que será um elemento fácil de substituir. A sua tentativa de posicionamento como construtor de jogo foi um falhanço absoluto. O esquerdino pode fazer essa posição mas em futebóis mais directos, sem o rendilhado latino que o nosso futebol exibe. Na posição de lateral já foram referidas as alternativas, para médio esquerdo o mais natural será Schaars.

Teoricamente um 11 com Patricio, M.Lopes, Insua, Rojo e Boulahrouz; Rinaudo, Pranjic e Elias; Izmailov, Capel e Wolfswinkel seria capaz de rivalizar os nossos rivais habituais, mas não o foi.

O que teremos possivelmente será: Patricio (caso fique), M.Lopes, Joaozinho, Rojo e Boulahrouz; Rinaudo, Schaars e Adrien; Labyad (caso fique), Capel e Wolfswinkel (caso fique).

O que salta mais à vista é que Joãozinho entra directamente para o onze vindo do modesto Beira Mar; Schaars ganhou mais espaço e que Labyad com Jesualdo tem finalmente um lugar à sua medida. Espero que chegue para suprir as saídas de quem noutro contexto seria sem dúvida mais valia.

Até breve


terça-feira, 22 de janeiro de 2013

A decadência

"A posição de Insua, que exige que lhe sejam pagos valores relativos a prémios da época passada, pode fazer abortar a sua transferência para o Grémio, que já se manifestou agastado pelo arrastar do processo"

A direcção de Godinho Lopes está tão caduca que já um mau negócio consegue fazer.

Até breve.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Reestruturações

Se olharmos ao que sobrou do plantel depois das dispensas de Carriço / Izmailov / Elias / G.Fernandes, o plantel manteve as lutas pelas posições de uma forma nítida.

Patricio / Boeck > Ventura (?)
M.Lopes / Cedric
Insua / Pranjic
Boulahrouz/ Xandão > P.Mendes
Rojo/ Dier
Rinaudo/ Zezinho
Adrien/ Schaars > João Mário
Capel/ Esgaio
Labyad/ Viola
Wolfswinkel/ Betinho > Rubio (?)
Jeffren/ Carrilho > Bruma

Se a direcção ainda procura aliviar mais a massa salarial, terá de desfazer esta ligação. Se pensarmos que neste momento todos são transferíveis, então ficará nítido que, salvo propostas tentadoras por Boulahrouz (subiria Pedro Mendes), Schaars (subiria João Mário) ou Jeffren (subiria Bruma), os alvos preferidos do mercado são Wolfswinkel e Patricio, jogadores para os quais a equipa B não apresenta soluções imediatas, nem sequer perto disso.

Parece aliás ilógico, que o clube procure uma solução para ponta de lança, quando está receptivo a tantas propostas, num jogo de xadrez seria como sacrificar uma torre, um cavalo e um bispo, para manter a rainha.  A não ser que, penso ser este o caso, o clube esteja em campo para garantir um empréstimo com opção de compra (Baba, Agra, Nené, Beausejour, Rodallega, Mirallas, Guidetti, etc) o plantel não receberá nenhuma nova alternativa ao holandês.

Todas as outras carências do plantel ficarão por agora por suprir. A situação financeira está a por à prova a gestão do clube de uma forma inédita. Acabar a época sem rescisões parece ser a praia que se quer encontrar e os próximos dois meses podem revelar reestruturações financeiras que obrigarão seguramente a encontrar quais serão as jóias que ficam, já que o orçamento da próxima época, ao contrário do que foi adiantado por GL (quebra de 30%) será uma sombra dos gordos budgets que esta direcção teve o ano passado e este ano.

Até breve.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Salvar a pele

Uma derrota em Olhão e o Sporting teria ficado em zona de despromoção, com o pior ataque da prova. Face ao que já vi dos clubes de metade da tabela para baixo, tal seria uma ofensa trágica ao valor dos atletas do nosso plantel.

Mas ganhámos. E bem. Não foi uma exibição de uma equipa segura, confiante e moralizada, mas a espaços foi uma equipa que estava concentrada em fazer bem as coisas. Atendendo ao momento da equipa até foi uma pequena surpresa, facilitada pelo golo aos 3 minutos (não se pode ter sempre o azar do jogo), mais evidente no que o Sporting não deixou o Olhanense jogar.

Dá-me a sensação, que com o tempo e especialmente mais vitórias muitos dos Patinhos Feios do plantel vão tornar-se mais esclarecidos (Labyad, Adrien, Rojo, Insua) e mostrar que o passado pode ser presente e futuro. E já que falamos em futuro, é de salientar a entrada de Zezinho e a segurança de Miguel Lopes. Ambos podem fazer esquecer os "azulados" vultos de Izmailov e Moutinho.

Com tanto que se denegriu as vantagens portistas do negócio de troca, pode ser que num dos acasos do futebol, ML seja bem mais útil a Jesualdo que MI para Vitor Pereira. Só é pena (e aqui reside o pecado da negociação do Sporting) que a valorização do lateral beneficie o Porto. No futebol nem sempre 1+1=2 e de tão mal amado que foi o Professor na Luz e nas Antas, talvez tenha descoberto um grande que o valorize por aquilo que sabe fazer, sem fantasmas de Mourinhos por perto.

Hoje o Sporting soube salvar a pele, quem sabe na próxima semana saiba mais qualquer coisa. Pelo sim pelo não, vale a pena apoiar a equipa em Alvalade sem dramas e com a certeza de que nada fica direito em 2 jogos. A manutenção ou saída de GL não tem de ser gritada aos "ouvidos" da equipa. Irá existir uma AG para esse fim.

O que desejo até ao fim da época, mais do que recuperações relâmpago e balofos pedestais para salvadores de ultima hora, é que o Sporting defina uma nova direção com gente competente e motivada a endireitar o clube. Desejo que se identifique o treinador certo, as vendas e aquisições certas, para que Jesualdo volte para o cargo para que foi contratado. Cada coisa no seu lugar, com a sua função.

Os próximos anos são de cinto apertado, bem apertado e de olhos postos na organização do clube e nos valores da formação. Não me choca passar uns anos a "partir pedra" para que o Sporting recupere o seu lugar na galeria dos candidatos por mérito no campo e não por importância social. Um aviso aos "sonhadores turbo" - esta e talvez as próximas duas épocas vão ser tão difíceis como as últimas. Não vale a pena ficar sugestionado por uma série de vitórias, elas serão tão normais como os ocasionais desaires inesperados.

Devagar se vai ao longe. Cada vez respeito mais este ditado.

Até breve.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O abuso

Já não há adjectivos para classificar a gestão desta direcção do Sporting. Não é fácil, nem simples como alguns opinadores sugerem, mas há falhas gravíssimas na forma e conteúdo de governação.


De todos os erros o que mais me choca é a não assunção pública de um novo paradigma na gestão desportiva. GL de todas as oportunidades que teve apenas salientou uma mudança no orçamento e necessidade de diminuição do investimento na equipa. Como se fosse apenas uma nuance que nada significa na vida do clube.
É um erro de gestão primário comunicar uma rasura ao modelo operativo desconsiderando o que isso implica para os sócios.

Tal como em muitas instituições em Portugal, o Sporting não tem uma liderança de facto. Falha na orientação, falha na definição de objectivos, falha no seu cumprimento. E isso é tudo o que significa liderar. Presidencialista ou não, esta presidência está ferida de morte por uma promessa impossível de cumprir.
GL foi mandatado para gerir uma aproximação a Porto e Benfica, aproximando os sócios da vida do clube.
O que temos agora é um GL a descapitalizar a equipa, a desinvestir na formação, a gerir um departamento de futebol profissional em ruínas. Tudo sem a mais pequena participação ou dialogo com os sócios.

Não me choca absolutamente nada o facto de Izmailov estar a caminho do Porto ou o capitão de todos os escalões Carriço ter sido vendido ao Reading. Esses são negócios que qualquer outra direcção poderia ter de os fazer. O que me indigna mais é a falta de legitimidade de alguém que ignora (ou finge ignorar) que já não estará no clube para ver o reflexo destas operações.

A democracia tem apenas uma regra de ouro: a legitimidade. GL perdeu-a ao descer tantos patamares de ideia competitiva para o clube.

Até breve.