sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Finalmente uma equipa

Não sei quantos jogos mais irá o Sporting continuar a vencer (este esteve muito perto doutro tipo de resultado) muito menos acho isso importante. O que destaco da vitória frente à Lazio não são os 3 pontos, a vitória, ou os golos marcados ou sofridos. Honestamente aquilo que me alegrou durante todo o jogo foi o espírito de equipa. Ganhou unida, mas se tivesse empatado ou perdido fá-lo-ia também unida. Isso é um enorme progresso.

Para quem lê este blog desde o início conhece a minha obsessão pela definição de um "corpo" unido e orientado para objectivos colectivos. Não há grandes nem sequer boas equipas que não sejam de facto conjuntos e não somas de jogadores. Nem sempre é culpa do treinador não conseguir realizar esta tarefa, por vezes existem demasiadas "vedetas" num grupo, demasiada complacência ou exigência, falta de talento que gera maus resultados e desmotivação.No passado recente do clube talvez tenha acontecido de tudo isto um pouco e houve muito pouco colectivo (muitos são patricios, muitos são liedsons, muitos santos de veia milagreira) mas o que saltou à vista hoje foi uma equipa nem sempre segura e eficiente, mas ainda assim uma equipa.

Ao contrário de muitos comentadores, mestres na problemática (daqui a poucos jogos vão começar a falar da dependência da equipa por Wolfswinkel, Elias, Rinaudo ou Insua) sempre acreditei que é a força do colectivo que permite a explosão do talento individual, o que já pode falhar no inverso, ou seja, por muito talento individual que exista pode nunca se conseguir construir uma grande equipa. Exemplo do que falo é a exibição de Rinaudo, que se vestisse de vermelho seria sempre classificada como monumental. E foi mesmo. Mas voltando ao início, gostei da equipa, acima de tudo da equipa. Este ano temos uma. Não nos garante troféus ou goleadas, nem sequer grandes exibições com regularidade, mas devolveu-nos uma coisa essencial - a fé, a emoção, a vontade de ir ao estádio, a dignidade de não nos acharmos inferiores a ninguém.

É já impossível não ver os degraus que foram subidos desde o início da época. Podemos sempre voltar a desce-los, mas para quê perder tempo a esperar pela tristeza? Para quê? E há quantos anos andamos à espera deste momento? Pois chegou e devemos saboreá-lo plenamente. O Guimarães só virá daqui a uns dias, até lá...só alegria. 

Até breve.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

A mediana

Para vencer amanhã, o Sporting tem de ter ultrapassado o 1º nível, ou seja, deixar de ser uma equipa insegura ofensiva e defensivamente. Pelas últimas partidas esse parece um desafio ultrapassado, mas a verdadeira prova será feita frente à Lazio em casa e em Guimarães. Os italianos, são medianos na Série A, mas o que é médio nesta Liga (e em outras) é muito superior ao nosso médio Setúbal.

Vencer as próximas duas partidas faz descolar o nosso próprio valor para um patamar acima da média, o mesmo é dizer, superior. Uma condição que há muitas épocas não representa mais do que apenas uma aspiração. Se este panorama se confirmar, há que olhar para esta equipa doutra forma, assim como os próprios atletas reconheceram entre eles valor para algo mais do que apenas "aproximar distâncias".

As cautelas são boas para que se evitem "bebedeiras" de sucesso, ou a ideia instalada de que aos 15 minutos já ganhámos os jogos. Contrariamente ao que vem sendo hábito, as próximas duas equipas são forças diferentes, de futebóis diferentes. Tanto a equipa romana como a vimaranense não estão porém no seu melhor nível competitivo e será função do Sporting agravar essa circunstância.

Obviamente que a forma deste Sporting é notória, mas carece de facto um teste com equipas mais competitivas para julgar a dimensão dessa melhoria, que na última partida chegou a parecer abismal. Teremos o leão de Marítimo, o de Setúbal, o de Paços de Ferreira...qual será o nível? Qual será a linha mediana exibicional desta equipa? Numa semana podemos ter essa resposta.

Por último "peço" a todos os leitores deste blog que vão a Alvalade amanhã. A vitalidade da equipa também tem passado por nós e frente ao Setúbal foi evidente que uma casa de 20 mil pessoas "empurra" bem menos que uma de 30 ou 40 mil. O público faz parte do jogo e grandes atletas dão mais um pouco nos grandes jogos, nos grandes jogos com grandes assistências. A faceta de "artista" afecta uma exibição muito mais do que muita gente imagina e quem já jogou à bola sabe que é bem diferente jogar para nós do jogar para um (grande) público.

Até breve.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

As ausências

Luis Aguiar saiu. As explicações deixam a desejar e é mais uma ausência a juntar às saídas de Djaló, Postiga e a lesão de Izmailov. Pode-se dizer que não será muito notada a sua ausência pois ainda não tinha jogado oficialmente, mas não vale a pena cair em excessos de confiança, é menos uma solução para a rotatividade do plantel.

Abre-se talvez uma janela maior para a participação de André Martins e/ou Fernandez. Foi também previdente ficar com Pereirinha no plantel, pois será o único com capacidade de flanquear, parece que Domingos adivinhou problemas nas alas. Há males que vêm por bem e sem mais razões para acreditar no oposto, reza-se apenas que não venham mais lesões.

A “suspensão do contrato” é uma nova terminologia no vocabulário de transferências, não sei bem o que significa, mas será provável que indique que até à próxima época o salário do jogador fique “suspenso”, mas é uma pura suposição. A balança de pagamentos do clube agradece e seria curioso conseguir descobrir as diferenças entre a massa salarial mensal da última para esta época…algo me diz que este plantel não é muito mais caro que o anterior.

Se alguém quiser contribuir para a confirmação destas suposições, ficaria muito agradecido.

Até breve.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Fumo verde

Sinceramente não me lembro do último jogo em que tenha saído do estádio com a sensação que tive no Sábado. Certamente nunca nas eras de Paulo Bento, Carvalhal, Paulo Sérgio ou Couceiro. Não que neste períodos tenha havido falta de jogos ganhos com competência, houve-os e muitos especialmente na segunda época de Paulo Bento, mas nunca através de futebol avassalador, de ataque constante e brilhantes desenhos ofensivos.

O que aconteceu no Sábado deve ser encarado como só e apenas um grande jogo de futebol do Sporting. Espera-se que seja o sinal de “partida” para um novo Sporting, mas pode ser ainda prematuro definir esta última exibição como o padrão de qualidade para o que ainda falta jogar da época. O mais natural é que se repita, sobretudo em casa e frente a adversários de menor valia, o que já seria um grande salto face a épocas anteriores.

Mais do que a confirmação da valia individual de alguns atletas com nome no futebol mundial (Elias, Schaars, Onyewu, Fernandez, Ínsua, Capel, Jeffren, Bojinov) ou o aparecimento de outros (Rodriguez, Rinaudo, Wolfswinkel, Carrilho, Rubio) interessa-me o entendimento e o entrosamento entre todos. Na noite de Sábado foi óbvia uma nova cumplicidade sobretudo entre médios e avançados e entre laterais e alas. Embora calcule que Carrilho dará lugar a Jeffren quando este regressar de lesão é saboroso imaginar a quantidade de soluções que tem este plantel.

Do onze que tem sido titular (Patrício, Pereira, Ínsua, Rodriguez, Onyewu, Rinaudo, Schaars, Elias, Capel, Wolfswinkel e Carrilho) ficam de fora os pesos pesados Polga, Luis Aguiar, Fernandez, Izmailov, Jeffren, André Santos e Bojinov. Sobram ainda Boeck, Tiago, Árias, Evaldo, Carriço e André Martins, apesar dos apesares é um plantel que corresponde ao que muitos bloggers haviam previsto, ou seja, um dos melhores conjuntos dos últimos (muitos) anos.

Merece o Sporting, os Sportinguistas e Domingos por todas as críticas precipitadas e politicamente alinhadas com os medias que vêm tudo a preto e branco, melhor, a vermelho e azul.

Até breve. 

domingo, 25 de setembro de 2011

O Jogo Certo

A "pressão" do treinador Bruno Ribeiro nem teve tempo de aparecer. Mais uma vez o Sporting entrou com estrondo na partida. Nos primeiro dois remates marcou 2 golos. O Setúbal reagiu sempre e também teve as suas oportunidades, a mais clara, diga-se, dada pelo árbitro ao não assinalar mão de um jogador setubalense que assim recuperou um alívio do nosso guarda-redes.

Antes de mais nada interessa dizer aos "buscadores" de azia, que Patrício esteve bem mais confiante neste ultimo jogo com duas grandes defesas e não vi razão para a "campanha" de criticas que se iniciou ontem (mas vinha a ser preparada antes) com o único destino de colocar Eduardo a jogar na baliza da selecção. A vergonha é algo que não assiste aos analistas do nosso futebol e como todos os jogadores leoninos jogaram bem...havia que inventar algo.

Aos 15 minutos 3-0. Um festival de precisão e foco no objectivo: matar o jogo. Só não ficou realmente defunto porque ambas as equipas procuraram mais golos. Honra seja feita o Setúbal, foi bem mais atacante que o que eu estava à espera, mas analisar a táctica de uma equipa que perde 3-0 aos 15 minutos de jogo é dispensável. Seja como for o espectáculo foi quase tão bom nos últimos 75 minutos, falou concretização para as inúmeras grandes jogadas de golo criadas, quase todas assentes na vontade indomável que mostrar aos sócios e aos próprios que tipo de jogadores temos.

E temos bons jogadores. Insua, Elias, Capel, Wolfswinkel, Rinaudo encheram o campo secundados por boas exibições de Pereira, Carrilho, Schaars e Patrício. Rodriguez, Onyewu e Polga estiveram razoáveis (é preciso trabalhar o "saio eu, sais tu" para evitar triangulações perigosas em frente à área, mas essa não é uma culpa exclusiva dos centrais) e o volume de ataque dos leões foi tão alto que se torna inglório concluir seja o que for do processo defensivo.

Este foi um jogo em que o resultado não espelha a exibição. O 3-0 é curto para tantas ocasiões criadas, Wolfswinkel deslumbrou-se e uma exibição monstruosa do guarda-redes Diego evitou um resultado histórico. Aliás, deu-me até a sensação que no último quarto da partida, a equipa tirou o pé do acelerador e geriu (bem) a partida. A pior equipa foi, mais uma vez o trio de arbitragem, com muitas faltas por assinalar e livres perigosos (convenientemente) esquecidos. Não houve tendência para prejudicar o Sporting, mas como foi o que mais atacou...contou mais com a tolerância ao empurrão.

A próxima partida é frente à Lazio e se o Sporting mantiver este nível exibicional, será mais fácil vencer e assegurar liderança prévia no grupo. Depois Guimarães e mais um teste difícil, o clube do Vitória é bem mais solido que o de Machado, mas com um Sporting a este ritmo, pode-se acreditar, pode-se ter confiança num bom resultado.

Para quem esteve no estádio ontem foi dia de festa. Este tudo certo. Até o jogo.
Até breve.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Trazer o Sporting de volta

O Setúbal entrará amanhã em campo com a mesma táctica que Olhanense e Marítimo. É por demais evidente que os setubalenses farão o típico jogo de linhas juntas e recuadas com passes longos para as alas, depositando nos livres e cantos a esperança de alvejar a baliza de Patrício. Nós já sabemos como é, Domingos também. O que se pede agora é mais posse de bola junto à área adversária e sobretudo mais confiança ou atenção nas marcações em bolas paradas.

Eliminando a dificuldade que o Sporting tem em “bloquear” as saídas organizadas para contra-ataque e conseguindo não dar tantas oportunidades de golo através de cruzamentos para a área, pode-se dizer que a grande maioria dos problemas defensivos fica diminuída e o emblema adversário terá muitas mais dificuldades para criar problemas. Se o ataque tem vindo a ser eficiente, a defesa não. Mas acredito que os problemas se resolvem muitas vezes jogo a jogo, erro a erro, observando e reflectindo sobre padrões de movimentação leonina e adversária.

O clube do Sado tem jogadores de um nível médio, sem grandes vedetas e menos 1 ponto que nós, o que só nos deve mentalizar para uma partida difícil. Ao contrário de Paços e Rio Ave, não vamos defrontar um conjunto “aflito” por amealhar pontos, podendo esperar levar o jogo tranquilamente para o zero-zero final. As arbitragens em Alvalade tem deixado muito a desejar, mas face à relativa calma que foi a última jornada, será uma surpresa infeliz regressarmos aos penalties por assinalar ou golos mal invalidados.

Vou a Alvalade desta vez com a esperança de ver casa bem cheia, já que acredito que muitos como eu, estão a gostar de ver esta equipa a evoluir, a marcar golos e a lutar com garra pela vitória. Assim, serei mais um para ajudar a “empurrar” as bolas para dentro da baliza, a assobiar o árbitro (se merecer), mas mais importante que tudo o resto para fazer a festa. Oxalá a equipa nos brinde com um jogo tranquilo e positivo, com o 4 minutos iniciais à Vila do Conde ou 8 finais à Paços de Ferreira. Ínsua e Elias estreiam-se em casa e talvez até dê para ver mais um golo de Wolf.

Para quem é sportinguista este é o momento de estar no estádio, este é o momento de responder ao empenho da equipa. A cada vitória moralizamos e recuperamos o nosso clube, a cada cadeira ocupada trazemos, de facto, o nosso Sporting de volta.

Vemo-nos em Alvalade!
Até breve.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Acerca de maçãs podres

Um destes dias o dicionário português vai ter de ser actualizado com um novo vocábulo. Será qualquer coisa como:

Maçã:
(maçã podre): jogador de futebol profissional do Sporting que cria problemas dentro da equipa e nunca se coíbe de fazer chegar dados internos do clube aos jornais.

Dentro desta definição cabem alguns dos actuais atletas do clube, mas nenhum deles tão destacado como Izmailov. Não tenho dúvidas que no passado o clube não tenha sido exemplar na relação com o atleta, mas também é verdade que esta direcção tem tratado o russo com luvas de veludo. Mesmo assim continuam a ser noticiados pelos media diversas questões fracturantes entre empregado e empregador. A última dá conta de uma acção no tribunal de trabalho realizada pelo (eterno pain in the ass) empresário do jogador com vista a receber uma pensão por incapacidade.

Para um jogador que renovou até 2015 neste verão, para um jogador que ganha ordenado sem jogar durante os últimos dois anos….digamos que é muito amor não correspondido. Tal como Moutinho que se “esqueceu” de tudo o que o Sporting fez por ele desde o início da carreira e não hesitou em ir para o Porto, também Izma “esquece” com igual facilidade o investimento (não devolvido) do clube nas suas capacidades.
Confesso que gosto muito de ver o russo a jogar, mas estou para além de farto de ver a palavra Izmailov escrita a toda a hora, sempre com problemas de difícil resolução associados. Simplesmente cansei.

Com uma nova cirurgia à porta e nova paragem prolongada no horizonte, começo a pensar se Izmailov não será um problema que se pode eternizar, ou seja, uma maçã podre. Não penso que a má relação com o clube tenha nascido por problemas físicos, estaremos mais próximos da verdade se entendermos a relação actual e passada do seu empresário em Alvalade e sobretudo a vontade deste último em transferir um jogador que está no limiar da idade adequada para uma transferência entre 5 ou 7 milhões de euros. Mas as lesões e a vontade do clube em não vender o jogador têm frustrado as intenções de Barbosa e a paga é feita com notícias como a de hoje.

Sugiro a esta direcção que se Izma e Barbosa querem ir para qualquer outro clube jogar (ou estar lesionado) que apresentem uma proposta na janela de transferência de Janeiro. Sugiro à direcção que aceite, pois já tenho dificuldade em olhar para o russo sem me lembrar de Mantorras. No Sporting isso é inadmissível, Domingos está a tentar construir algo de novo e ter alicerces de plástico não é uma opção.

Até breve.

A matemática está na moda

Todos os adeptos benfiquistas andam entretidos com um problema de matemática. O Sudoku será entediante comparado com este novo jogo e promete ser tão difícil de provar como a teoria da relatividade.
Este é o enunciado:

O Real Madrid comprou Coentrão ao Benfica. Mas vendeu 50% do passe de Garay em troca por 5,5 milhões. Sabendo que o Benfica diz que vendeu Coentrão por 30 milhões e o Real vendeu Garay por 12.5 milhões, qual dos dois está a dizer a verdade?

Se quiserem um conselho, não se percam muito em contas...o meu palpite é ambos os clubes estão a distorcer os números, interpretando um negócio que "retira" da imprensa aquilo que não convém. Ao Real interessa dizer que comprou barato e vendeu caro, ao Benfica interessa dizer que comprou a preço de liquidação e vendeu caríssimo. A diferença é que para o Real Madrid 1 milhão de euros é bem menos importante que para o Benfica.

Reformulando o enunciado, ficamos com:

O Real Madrid comprou Coentrão ao Benfica e aos investidores que detinham parte do passe do jogador. O Real Madrid queria desfazer-se de Garay, mas não tinha boas propostas para o fazer. Sabendo que o Benfica precisava urgentemente de contratar um central e que Coentrão já tinha tudo acertado com Mourinho, para que lado deve ter pendido a balança?

Quando conseguirem resolver este, tenho outro ainda mais dificil:

Se Roberto foi comprado por 8.5 me e vendido por valor semelhante. Se o Saragoça diz que não comprou o jogador e Mendes também não, qual foi o grupo de tontos que deu tanto dinheiro por um jogador que já nem valia metade?

Até breve.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A previsão possível

Na época 2010/11 Paulo Sérgio conseguiu 4 vitórias seguidas (Estoril, Gent, Rio Ave e Leiria) na anterior, 2009/10 Paulo Bento conseguira 7 (Naval, Braga, Leixões, Leiria, Nacional, Mafra e Trofense). Este ano Domingos já conseguiu 3 (P.Ferreira, Zurich e Rio Ave) e seguem-se Setúbal e Lázio em casa. Depois de 1 derrota, 3 empates e 3 vitórias, o Sporting tem agora um desafio duplo em casa que deve aproveitar para eliminar o estigma dos maus resultados caseiros.

A irregularidade da equipa não dá ainda para encarar nenhum encontro com a tranquilidade e a normalidade que se deseja, mas se por vitórias se traduzirem os próximos jogos, ela estará bem mais perto. Os níveis de confiança melhoram e já existe um grupo de jogadores com ritmo adequado. A questão centrar-se-á na resolução dos problemas defensivos, que estão na ordem da mesa, sobretudo depois de sofrer 3 golos do Marítimo, 2 do Paços de Ferreira e 2 do Rio Ave. A equipa (não a defesa somente) é bastante permeável mesmo contra adversários com pouca vocação atacante.

Nota-se que Domingos tem tentado mexer o menos possível na retaguarda, que estabilizou em Pereira - Ínsua nas laterais e Rodriguez – Onyewu no centro. Costuma-se dizer que em equipa que ganha não se mexe, mas é evidente que mesmo estes 4 têm tido dificuldades para operar um bloco sólido e seguro. Acrescem os últimos desempenhos de Patrício, que embora não tenham custado qualquer ponto à equipa (bem pelo contrário), exibem um nervosismo já pouco habitual no jogador.

Será uma questão de tempo até que assente a operacionalidade defensiva?

Estranhamente Pereirinha e Carrilho têm sido usados, muito por culpa da saída de Djaló e a lesão de Izmailov e Jeffren. Quando o espanhol regressar à equipa é quase certo que um deles regressará a um papel mais secundário, mas de qualquer forma é um sinal de que Domingos conta com todos, mesmo Aguiar e Fernandez que regressam de lesão. O plantel parece capaz, este ano, de dar muitas soluções ao treinador e suplantar ausências de jogadores importantes.

O que falta mesmo é segurar a equipa num caminho de vitórias. Para os adeptos e para os próprios jogadores é importante definir um patamar mínimo de 75% de vitórias, ou seja, afirmar com vitórias o estatuto de “grande”, tornando a camisola verde-e-branca numa malha intimidadora para os adversários. Ainda estamos longe desse lugar, mas para já uma coisa é certa, para o bem e para o mal, não dá para fiar neste Sporting. O Sporting tanto marca de rajada, como sofre de rajada.

A imprevisibilidade é o melhor trunfo que temos, esperemos por um futuro previsivelmente mais saudável.

Até breve.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ganhar no arame

Este Sporting de Domingos é igual aos anteriores numa coisa: não sabe "facilitar" os jogos. Mas difere noutra: mesmo com o caldo entornado, desta vez tem força e talento para dar a volta. Começar a ganhar por dois zero a partida foi fácil demais para o Sporting, tão fácil que se "desmontou" a pressão sobre o adversário. Na nossa Liga, como em qualquer outra com o mínimo de qualidade, baixar a rotação significa dar moral e posse de bola ao adversário.

O Rio Ave vindo de tantas derrotas e com apenas 1 ponto na tabela, aos 4 minutos estava nas "cordas", só faltava o KO, mas os jogadores leoninos acharam que não merecia o esforço e adoptaram um esquema de controle da partida que ainda não funciona, prova disso a segunda parte do jogo na Suíça. Resultado? Uma equipa à deriva descobre que pode criar perigo e voltar ao jogo. A primeira parte acaba com a equipa de Vila do Conde a "enervar" o já "nervoso" Patrício.

Esperava-se que ao intervalo Domingos puxasse as orelhas aos jogadores e que se acabasse de vez a lenta vontade de não fazer nada no jogo. Não resultou. O cansaço de jogo na Quinta não explica tudo, muito menos o regresso dos balneários a sofrer um golo só possível por apatia pura. Mesmo assim a equipa entendeu que devia voltar ao jogo e andou perto do 1-3 até que uma infantilidade defensiva (temos muitas ainda) deu um empate, só merecido porque merecíamos a lição. O Rio Ave sem saber bem como empurrou os problemas para a frente e sem grande convicção empata uma partida que esteve bem mais que perdida.

O Sporting tem apetência para moralizar equipas que recorrem da garra em prejuízo do talento, é quase um magnetismo para o sarilho. Quero acreditar que mudará com rotinas de jogo e treino, mas para já, nada nunca está garantido para o Sporting. Tal como para os nossos adversários. O Paços e o Rio Ave fizeram o mais difícil e nós também, pois este Sporting tem vontade séria de ganhar partidas, muito por culpa de jogadores como Rinaudo (que grande negócio fizemos!) que têm de facto aquela determinação férrea de campeões.

Pois o gigante lá marcou e subiu uns degraus na minha consideração. O americano pode fazer muitos estragos (não estou a falar do nariz de João Tomás) nas balizas adversárias, o que compensará as falhas que quase provocam estragos na nossa. Acabou o jogo, mais uma vitória bem sofrida. Os sorrisos surgem, aliviados ficamos todos. Desconfiados também. Falta ainda muita coisa a esta equipa, mas ganha e isso por agora vai ter de chegar. Segue-se o Setúbal. Outro clube de quem devemos desconfiar. No arame nenhum passo é seguro.

Até breve.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

O Etoo do Sporting

Li há momentos que o Sporting espera, ainda, o certificado internacional do avançado africano Gael Etock. Já treina ao que parece com a equipa principal (não consigo confirmar esta informação) mas está impedido de competir seja por que escalão for, até ao registo burocrático em sede da FPF. A paciência deve ter limites.

Não conheço o valor do jovem Etock, mas depois de Postiga e Djaló terem saído do plantel e sobretudo porque o plantel júnior está bem apetrechado de avançados, Domingos podia fazer uso de mais um avançado para juntar a Bojinov, Wolfswinkel e Rubio. Será mais ou menos óbvio que não terá grande espaço de manobra, mas o mesmo talvez seja válido no escalão inferior e mal por mal, que se teste o rapaz em planos mais condizentes com o esforço da sua contratação.

Guardiola chegou na temporada passada a chamar Etock para treinar com os seniores culés e diz-se que terá ficado surpreendido com a habilidade do africano. Espero que Domingos tenha a mesma reacção e sobretudo que se descubra um bom jogador pelo meio de tanto atraso na sua inscrição. Vencer a corrida na sua contratação ao Chelsea e agora ter o atleta parado é que não faz nenhum sentido.

Até breve.

Alertas vermelhos

Acendeu-se a luz vermelha no Dragão. Basta ler o que diz OJogo sobre a prestação da equipa de Vitor Oliveira para entender o quão em apuros está o técnico portista. As maravilhas que se inventaram para disfarçar aquilo que todos viam deixaram de ser validades literárias e não há quem fique indiferente à diferença de prestação entre o Porto de AVB e o deste ano. Cavalgar neste empate frente ao modesto, mas aguerrido, Feirense não seria tão honesto se de facto não parecesse que é o culminar natural de uma quebra de rendimento físico, anímico e táctico da equipa.

Na próxima sexta há clássico e se os encarnados vencerem a partida podem colocar a caneta de Pinto da Costa muito mais perto da rescisão contratual que, não me levem a mal, só vem dar razão aos que defendiam que ainda é preciso treinador no clube nortenho. Melhor só o facto de não haver neste momento nenhum treinador de renome na "calha". Nem mesmo Domingos que apesar da "campanha" negra que tem sido alvo, não parece pronto para se encaminhar para o "tabuleiro" de Pinto da Costa. Veremos se no momento que outro treinador assinar pelos portistas, não regressam os elogios a Domingos, que cessaram precisamente no dia em AVB seguiu para o Chelsea....é um feeling que tenho.

Alerta vermelho também para Izmailov. Depois da saída de Djaló e Postiga talvez haja outro "abandono", não será transferido nem castigado desta vez, mas para as contas de Domingos talvez o russo tenha acabado. É pena que um jogador desta qualidade tenha perdido a capacidade física para a alta competição. Esta podia ser a sua grande época, dando razão aos que com tanto cuidado prepararam o seu regresso. Alguém terá de analisar o prejuízo financeiro da permanência do russo, custe o que custar, não precisamos de um Mantorras na equipa.

Hoje à noite espero não ficar "vermelho" ao ver o Rio-Ave- Sporting. É uma oportunidade de ouro para afirmar a mudança de desempenho da equipa. Mais uma vez parece-me um desafio perfeitamente ao alcance de um Sporting mesmo que ainda em fase de afirmação e estabilização. Espero concentração máxima e um início competente. A equipa de Vila do Conde só complicará se os lisboetas deixarem. Reduzir para 5 pontos a distância face aos primeiros é mais do um estímulo é uma necessidade.

Até breve.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Olhar para o umbigo

Se a equipa sénior começa agora a levantar a cabeça, a júnior há anos que nunca a baixou. Olhar para a prova Next Gen Series é mais do olhar para o próprio umbigo é olhar para o futuro do nosso clube. O nome da prova diz tudo. Tenho pena que dos clubes participantes não constem também Real Madrid, Auxerre, AC Milan, Man Utd ou Spartak de Moscovo. É com estes na competição, a prova teria de facto os melhores clubes de formação europeus.

Neste ano é mais ou menos óbvio que Ajax, Sporting e Barcelona são favoritos, mas como estamos a falar em júniores sub21 é normal que o vencedor possa ser outro. De qualquer forma é de realçar a excelente prova realizada até agora pelos comandados de Sá Pinto. Mais do que os golos e as vitórias, a aprendizagem e o contacto com uma agenda mais preenchida de jogos pode acelerar o crescimento de alguns atletas. Os olheiros estão aí, como seria de esperar, a tomar notas e não ficaria surpreendido se algum atleta do nosso clube que agora participa na NGS nem sequer chegasse ao plantel sénior, sendo transferido já no final desta época.

Não sei como estão protegidos contratualmente a maioria dos jogadores júniores, mas é quase certo que se existir alguma "brecha" contratual em alguns craques leoninos, ela será seguramente aproveitada.
Não me interessa destacar nenhum jogador, mas sim a posição que o clube confirma ocupar no mapa da formação de talentos da Europa. Não sei, como é óbvio, qual será o destino destes jovens, mas seguramente se continuarem a este nível terão mais facilidade de assegurar uma boa carreira ao nível profissional.

Quando vierem os jogos a sério e se tivermos a sorte de enfrentar Barça ou Ajax, teremos a oportunidade de testar o nível da nossa formação, quem sabe no final reclamar o título de melhor, pois já somos "das melhores". Tal como nos Sub20 "colombianos" a visibilidade em prova é o melhor cartão de visita para atletas que face à quantidade de contratações estrangeiras terão sempre menor destaque mediático. E não faltam promessas nesta equipa leonina, algumas não desdenharia ver chamadas à equipa principal em caso de algum surto de lesões. Tenho o feeling que podiam "surpreender" muita gente.

Até breve.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

O balanço

Mais importante que a qualidade da exibição, as notas técnicas ou o denominado "fio de jogo", a vitória era o mais importante que o Sporting podia trazer da Suiça. Quem já jogou futebol ou outro qualquer desporto colectivo certamente reconhecerá que em muitos momentos os atletas querem apenas ganhar e ultrapassar fantasmas. Vencer é um hábito que quando se perde tende a instalar toneladas de dúvidas na mente de cada um. Já o hábito de ganhar exponencia a qualidade da equipa, onde se torna fácil conviver com o passar das semanas.

Amanhã quando cada um dos jogadores do Sporting acordar (tendo jogado ou não) sentirá o mundo um pouco mais leve. Continuará a ser assim ao ritmo das vitórias até se transformar este novo conjunto disperso e desconjuntado num verdadeiro colectivo. De igual modo Domingos sentirá o seu trabalho legitimado, produtivo e verá uma curva ascendente no comportamento da equipa, dando-lhe mais confiança para apostar nas suas convicções em prejuízo do senso comum que é partilhado por um vulgar adepto.

Aos que se colocam do alto da vitória a dissecar a segunda parte do jogo da Liga Europa convido-vos a "descer" à terra e observar que esta equipa não está ainda rotinada numa boa interpretação do contra-ataque e controle de posse de bola passiva. Nos poucos jogos realizados andámos quase sempre atrás do golo salvador, num desespero permanente. É natural que a vencer por 0-2 e perante um Zurich "tolerável" os jogadores tenham sido tentados a "tirar o pé do acelerador" e a deixar passar os minutos. Não sei até se não tiveram instruções para tal ao intervalo.

Seja por inépcia ou intenção, o Sporting abrandou bastante, mas a vitória foi conseguida e vão existir muitos sorrisos na viagem de regresso a Lisboa. Sorrisos maiores para Insua, Rinaudo e Wolfswinkel já que o primeiro confirma ser um argumento de peso no rendimento da equipa, o segundo um lutador de excepção e o último o tal goleador que faltou tantas vezes à equipa. Claro que estão ainda longe de um rendimento de destaque, mas tenhamos calma, ainda à duas semanas se questionavam as suas transferências.

Tenho fé que possamos ir a Vila do Conde resgatar mais uma vitória. Se entrarmos no jogo com a temeridade e dinâmica que vimos neste último, isso será bem mais fácil, Zurich e Rio Ave terão valores aproximados e a equipa nortenha está a começar muito mal a Liga. Haverá Elias e Izmailov bem frescos e duas vitórias no registo da equipa. Passo a passo, com muita desconfiança, nada é fácil no futebol.

Até breve.

O baralho mágico

Todo o mágico que se preze tem um baralho. Não são 40 cartas normais. São cartas que se dividem, marcadas, viciadas totalmente à vontade do seu proprietário. Mas aparentemente e a uma distância segura passam por um vulgar e prosaico baralho de cartas.

Se substituirmos a expressão “baralho” por “sistema” e se substituirmos “mágico” por Pinto da Costa a frase anterior tem a mesma coerência e significado. De facto todos os caminhos de qualquer mudança de poder no futebol português terminam misteriosamente na figura do dirigente portista.

Apesar de todos os esforços de Benfica nos tempos mais recentes, e dos dois clubes de Lisboa em anos anteriores, a verdade é que Pinto da Costa consegui estabelecer-se como o verdadeiro “Padrinho” do submundo do nosso futebol. Entre muitas outras proezas conseguiu ser “apanhado” em vários casos de corrupção activa de árbitros e sair incólume dos tribunais desportivos e cíveis. 

Entre outras possessões consegue “controlar” a maioria dos clubes da I e II Liga para seguirem exactamente a sua agenda política nas esferas da Liga e (com igual resultado) grande parte das Associações na FPF. É admirável esta capacidade para subverter ao seu mando e desmando tanta gente, tantas instituições. É admirável e catastrófico que uma cabeça completamente anti-desportiva regule os caminhos do desporto-rei nacional.

Tal como um mágico, Pinto da Costa mostra uma coisa, mas esconde outra, num jogo que apenas serve para enganar alguns tolos que preferem ser enganados a ter de se opor ao sistema. Este show de magia dura há mais de 30 anos e os espectadores presentes até já sabem os truques de cor, mas receiam sair e ainda receiam mais não bater palmas a cada número realizado.

Se olharmos o mapa de clubes da I e II liga e se conhecermos as alianças naturais de cada clube, o retrato é espantoso. Sporting e Benfica juntos não têm nem metade das “afinidades” do Porto. Tal como nas associações, o que se vende são favores de permanência do status quo em troca da primazia de pessoas da confiança do FC Porto em lugares cimeiros nas estruturas mediadoras e reguladoras.

Tudo isto embrulhado numa apatia política e jurídica do Estado em relação ao desporto (que convém pelo peso de votos de uma boa relação com o presidente portista) gera um sistema muito idêntico ao regime proposto por um qualquer chefe de máfia.

As eleições para a presidência da FPF só mostram mais uma vez a incapacidade total de Benfica e Sporting fazerem face à teia criada. A cada passo dos clubes lisboetas existe uma mina, uma falha, uma reacção do sistema. Godinho Lopes e Vieira têm um desafio pela frente e ele chama-se - “implosão”. Este sistema não se muda “por dentro”, é antigo, forte e está bem coeso. Só derrubando todas as estruturas se pode construir algo de novo e (utopicamente) sem vícios.

Ao Sporting e ao Benfica escapa, por agora, esta compreensão. Vão tentando lugar a lugar, batalha a batalha, fazer pender a balança para posições mais intermédias. Mas falham. Falham sempre. A arbitragem pode passar da FPF para a Liga e vice-versa quinhentas vezes, os lugares dos conselhos de Disciplina e Justiça podem ser mudados constantemente, os observadores podem ser observados por não sei quantos outros observadores, nada irá mudar. Simplesmente porque o sistema está construído para se moldar a várias realidade, como um vírus que muta, mas mói e mata.

Ao Sporting e ao Benfica resta uma única solução. A drástica. Abdicar da participação no sistema. Isso significa abdicar da participação nas provas nacionais, ou delinear essa posição a médio prazo. O sistema precisa dos dois clubes lisboetas. Nenhuma Liga, Taça ou estrutura competitiva sobreviveria ao abando dos dois clubes com maior número de adeptos. Financeiramente era inviável.

Como competir fora do espaço nacional? Não é preciso. O englobamento na Liga BBVA espanhola é uma medida tonta e anti-popular. Não será preciso tanto. Basta que Sporting e Benfica comecem a desenhar uma nova prova, um novo modelo competitivo e antecipar alianças com clubes e partidos políticos. A FPF e Liga são tão permeáveis que ao traçar uma linha entre Porto e Sporting e Benfica, todas as “cartas” do sistema irão optar pela via que lhe pode continuar a pagar os ordenados.

Não será precisa sequer a intervenção de UEFA ou FIFA, pois um plano rígido e sem compromissos com as actuais figuras dirigentes gerará “novas cartas” que o mágico não controla nem estará apto a controlar pois o novo sistema terá de ser criado como um anti-sistema. É preciso coragem, inteligência e arte para fazer esta revolução. Em último caso ambos os clubes devem preparar os seus adeptos para a probabilidade de ter de competir em amigáveis durante um ano, ou mesmo serem relegados de divisão, mas também a exposição dessa preparação é uma arma mediática de peso.

Seja como for e enquanto esta “bomba atómica” não for usada, o FC Porto continuará a ganhar 9 em cada 10 anos, a acumular prémios da Champions sucessivos, simplesmente porque é mais fácil ganhar quando se sabe que temos “via aberta” para o fazer. Confia-se mais nos árbitros, arrisca-se mais um pouco em jogo, conta-se de um forma evidente com fracas penalizações e ofertas caídas do céu. Quem conhece as marcas do baralho, joga superlativamente melhor. Escutas ou não, o Porto fechou todas as contratações que o Benfica quis fazer. Corrupção ou não, jogando mal salvam-se os penalties a favor. Alinhamento ou não, árbitros que erram em jogos do Porto em favor deste recebem sempre boas pontuações.

O fim é o único início possível. Ou definharemos numa amarga secundarização, participando do sistema, fazendo parte do baralho mesmo sem o sabermos.

Até breve.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A bola é vermelha















Há 2 certezas na vida. A primeira é que vamos morrer. A segunda é que o jornal ABola é um folhetim promocional do Benfica. Não sei aliás porque o esconde, contendo referências absurdas a uma auto-intitulada equidistância entre os 3 grandes. Para mim era muito mais interessante que fizesse como o Diário Ás e a Marca ou o El Mundo Deportivo e o Diário Sport, respectivamente afectos a Real Madrid e Barcelona. Ao menos estes têm a honestidade de dar todas as notícias contando que o leitor sabe que tendencialmente (não se torna menos interessante por isso) ela reflecte uma visão pró-clube A ou pró-clube B.

A foto acima é apenas um dos milhões de exemplos que vemos diariamente do alinhamento do jornal, tanto na versão impressa com na edição on-line. Isto não é jornalismo, é publicidade.

Até breve.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O eterno pobre que poupa

A liga portuguesa é competitiva? A pergunta já foi mais vezes feita no passado. Ultimamente, e assim que se reduziu o número de equipa no 1º escalão, deixou de estar na moda. Mas alguém já se questionou se a medida aplicada surtiu efeito? Não serão precisos estudos profundos para responder a esta pergunta. A resposta é não. O número de espectadores não aumentou, as receitas também não, o interesse pelos jogos muito menos. Temos uma liga mais curta e uma taça da liga.

A intenção da redução das equipas era boa. Na teoria, menos clubes, menos divisão de receitas, mais concentração de jogadores de qualidade em cada equipa. Equipas com mais talento geram equipas mais competitivas. Na prática o modelo falha. Porquê? Porque o problema nunca foi a dispersão ou a falta de dinheiro. O problema sempre foi a atitude desportiva. A forma de como as ditas “equipas pequenas” moldam as tácticas e o modelo de jogo para encaixar num sistema ultra defensivo e castrador do espectáculo é antigo e nem sei dizer quando teve origem.

É mais evidente quando uma equipa pequena defronta um dos “grandes”, mas é mais grave quando duas equipas que não o Sporting, Benfica e Porto (abro uma excepção para o Braga e Guimarães actualmente) se defrontam entre si. Aí o espectáculo é mesmo muito mau. A razão é só uma. As equipas estão formatadas para defender, para anular, para “boicotar” o próprio balanço ofensivo do jogo. É puramente casual este tipo de jogos ter mais de 1 ou 2 golos. Num resumo de 3 minutos deve ser fácil a um editor de televisão escolher 10 lances para montagem, simplesmente porque deve ser precisamente essa a média de jogadas de perigo por jogo. É muito pouco.

A mentalidade defensiva à portuguesa é muito singular, no último Paços de Ferreira – Sporting a equipa Pacense simplesmente parou de jogar, a ganhar por 2-0, simplesmente abdicou de procurar o 3-0 e o treinador local ainda recuou mais a equipa tirando avançados para colocar defesas e médios defensivos. Resultado perdeu 2-3 quando tinha tudo até aos 70 minutos para vencer a partida. É apenas um exemplo de como a maior parte dos plantéis da I Liga não sabe dominar um jogo. Aos treinadores isso nem preocupa, pois sabem que garantindo 1 ponto regularmente e 3 de vez em quando, a sua pele estará a salvo. Falta de ambição dos clubes? Muita!

Um Paços de Ferreira será sempre “este” Paços de Ferreira. Um Olhanense será sempre “este” Olhanenese, equipas que permanecem no primeiro escalão mas não evoluem, apenas permanecem. Ano após ano os objectivos são os mesmos, sobreviver. Não são crescer, aumentar o número de espectadores, melhorar o plantel, vender jogadores por fortunas, não é possível. Não é simplesmente possível a um jogador brilhar neste sistema de jogo. Essa é mais uma razão que leva os 3 grandes a adquirir poucos jogadores no mercado interno. É um risco elevadíssimo. Num grande a um jogador é lhe exigido muito mais do que apenas atacar de vez em quando ou defender a baliza de qualquer forma. O que chumba 95% dos jogadores dos restantes plantéis.

A isenção de ser ambicioso, de querer evoluir e não apenas tentar não regredir é endémica a muitos outros sectores, não é um traço apenas desportivo, mas ao contrário dos restantes no futebol pode-se alimentar essa necessidade. Há muitas formas de o fazer. Desde logo a repartição das receitas televisivas por classificação. Os contratos de cedência individuais só beneficiam os compradores e nem os 3 grandes saem a lucrar. Ficar em 6º ou ficar 14º, na grande maioria dos casos, é exactamente a mesma coisa. Portanto a meta de 75% das equipas da primeira liga é ficar acima da linha de água, o que sejamos verdadeiros é o assassinar do estímulo à victória.

Alguém sente alguma vontade sã de visionar um U.Leiria – Beira Mar do principio até ao fim? E quantos, dos que respondem não, apreciam um Sunderland- Stoke City, um Lazio-Udinese ou um Real Sociedad – Málaga? Faço-me entender nas diferenças? Até quando é que vamos aplaudir Mota, Paulo Sérgio, Daquirá, Brito quando vencem uma partida frente a um grande limitando-se a passar toda a responsabilidade do espectáculo para o adversário? Sempre pensei nestes treinadores como limitados e auto-limitados, as excepções foram tão poucas que, mais recentemente, só me lembro de Mourinho no Leiria, Peseiro no Nacional, Jesus no Belenenses ou Domingos e Vilas Boas na Académica, curioso não é?

Até breve. 

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Contos e contas

Ficar escandalizado com o relatório e contas do Sporting é uma reacção demasiado inocente. Nada do que lá vem mencionado é surpresa e constitui matéria de escândalo. É um facto que tudo no futebol dos dias de hoje custa dinheiro (muito) e que é fácil atingir passivos enormes, mesmo quando se ganha, o que no nosso caso não acontece, o que ainda agrava mais o nosso défice financeiro. Mas convém lembrar aos "ardinas" que andam a agitar as águas do clube com "bombas" e "títulos" sensacionalistas que foi um risco assumido pelo Sporting redobrar o investimento mesmo que sem resultados imediatos à vista.

O ordenado de Duque é o que é, o de Freitas também e se querem medir realmente a ordem do despesismo comparem-nos com o de Reinaldo Teles, Rui Costa, Carraça, já para não falar do de Pinto da Costa. Por aqui meus amigos assunto arrumado. Ainda por mais Duque e Freitas foram a sufrágio, portanto em meia parte a culpa (se é que podemos falar nela) é de todos e portanto são os sportinguistas "pagantes" os únicos que podem ajuizar essa matéria. Os media podem ficar sossegados que o dinheiro, os salários ou as dívidas do Sporting são  muito próximas das que podem encontrar (se quiserem) noutros clubes portugueses.

Não costumo ser adepto de teorias de conspiração. Não vejo fantasmas em todo o lado, mas convém estar atento à desinformação, descontextualização e sensacionalismo de que esta direcção está a ser alvo desde que...pasme-se...começou a investir mais a sério na equipa de futebol. Dou razão a LD quando afirma que provavelmente o Sporting está a ameaçar mudar muita coisa no panorama do desporto português. Os cães e os gatos andam a falar muito do Sporting, a apontar muitos dedos, a descobrir muitos headlines. Trabalho de investigação, ou...interesse súbito?

Desde o despedimento de Domingos, à raiva com os reforços que não rendem, aos puxões de orelhas do Presidente a este e aquele, os apoios a 4 ou 5 candidatos à presidência da FPF. Andam muitas "notícias" e "opiniões" envergonhadas a tentar falar pelos sportinguistas, retratos de dentro puramente inventados, com a desvantagem de fomentar o descrédito do treinador, dos jogadores e da direcção.

Ninguém acha estranho que as performances do juniores leoninos (muitos deles de 1º ano) na NextGen esteja a passar completamente ao lado de quem supostamente deveria estar tão atento ao fenómeno?

Até breve.

Domingos tranquilos

Ter um treinador que junta Paciência e Domingos só não é um mau augúrio porque de facto é um treinador com algum trajecto de realce no panorama nacional (e até um pouco no Europeu). Mas este último Domingo foi diferente, mais leve, menos cinzento. Tudo graças a uma vitória, que para quem viu o jogo na sua integra, acaba por ser sofrida, mas merecida. Não houve penaltys nem jogadores expulsos injustamente e foi bom não andar a evitar os resumos dos jogos da véspera.

Nesta tranquilidade, a leitura dos comentaristas do nosso futebol deixa de ser masoquista e revela mais interesse. Uma sensação que dura pouco. Na realidade, o que vende neste momento é o "Sporting à beira do precipício" onde nada está bem, nada é bem feito, não há mérito nem qualidade, há defeitos, problemas, erros, más escolhas, dificuldades financeiras. As análises ao jogo centram-se mais no que o Sporting fez mal do que seria espectável e justo. Começo a pensar que entre os diversos "analistas" há muita leitura tendenciosa que levanta moral a uns e insiste em desmoralizar outros.

Quem esteve atento, vi isso num blog leonino e fui até ao site confirmar, até reparou que nas análises individuais do jornal oficial do Porto, Insua fez uma exibição sofrível. Eu não vi essa exibição e penso que só a terá visto quem deseja desmoralizar jogadores que prometem e muito revolucionar o jogo do Sporting. Moutinho e Varela eram jogadores banais e "sofríveis" até vestirem de azul e branco, depois tornaram-se fantásticos. Esta forma de ver a realidade está tão despudoradamente inquinada que se torna lixo tóxico para a mente de quem sabe ser desportista e ver qualidade além da equipa que apoia.

Remeto-vos o link da crónica da partida, leiam e tentem encontrar um elogio ao desempenho do Sporting. Os adjectivos estão ausentes. Parece que tudo foi obra do acaso, mas o melhor é tirarem as vossas próprias conclusões.

http://www.ojogo.pt/27-254/Artigo945874.asp

Até breve

domingo, 11 de setembro de 2011

Salvar a pele

Aos 70 minutos de jogo a derrota parecia mais do inevitável, era mais uma aberração competitiva deste Sporting. Sem que se entenda muito bem porquê, o Paços sem fazer nada de muito especial na partida, vencia por 2-0. Mas como tudo tem sempre um mas, até uma equipa como o nosso ultimo adversário deve manter os níveis de concentração elevados, negando ao Sporting precisamente aquilo que este lhe deu.

Mas uma entrada infeliz do lateral esquerdo provocou uma avalanche de acontecimentos que viria a transformar o jogo e sobretudo a confiança da turma leonina. Como foi óbvio o Paços, sobretudo com menos um, mas mesmo em igualdade numérica, não é adversário à altura de um Sporting confiante (ou apenas mais confiante). Tanto mais que quase de forma natural os golos foram aparecendo, se o jogo tivesse mais 10 minutos poderiam até ter sido mais. Ao Paços apenas era permitido o chuveirinho para a área.

A vitória assenta bem ao Sporting, mas não é possível acontecerem 2 coisas: o árbitro não pode dar um golo de vantagem aos adversários e o Sporting não pode sofrer golos como o segundo do Paços. É lamentável que uma equipa frente à nossa, tenha sempre espaço e oportunidade para visar a baliza em bolas paradas. É um defeito que já custou muitos pontos e parece não estar a ser debelado. Mas vamos às coisas boas.

O colectivo. Perro, trapalhão, às vezes em ritmo de passeio. Domingos tem de espevitar mais a equipa no seu desdobramento ofensivo. Uma ala descansa enquanto a outra ataca? Em que equipa é que isso pode ser possível? Mesmo com estes problemas, a equipa nunca baixou os braços (andou perto) e desenhou sempre um esquema coerente (ineficaz muitas vezes, mas depois de estar empatado notou-se que a força anímica era o elemento que faltava). A qualquer equipa que está a perder por dois golos aos com 3/4 do jogo percorrido e acaba por ganhar, tem de ser destacada a vontade e a força mental para fazer a "remontada".

Elias e Insua. Duas estreias essenciais. O brasileiro é claramente um jogador de outro nível, esclarecido, enérgico, confiante, a dinâmica da equipa começou nele e...foi uma surpresa agradável. É jogador e não lhe vi defeitos de maior, quando conhecer melhor os colegas (sobretudo os da frente) será letal. O argentino foi (na minha opinião) sublime. Bom tecnicamente, bom a procurar espaços e sobretudo a fechá-los (é claramente um defesa esquerdo e não um ala que vem lá atrás), Insua mostrou que não é preciso estar sempre com a bola nos pés para dinamizar uma ala e Capel ou Jeffren ainda lhe vão agradecer muitas desmarcações. Quando cruza a bola para a área é a hora em que vemos que tipo de lateral temos, e este é dos bons.

Palavra também para Izmailov, não porque tenha feito um grande jogo (esteve longe disso) mas 3 golos em 4 jogos, para quem vem das lesões que teve é dar muito mais do que o esperado. Gostei de Onyewu embora precise de mais rotina, achei Rodriguez muito mal fisicamente, Pereira esforçou-se como é habito mas insistiu em demasiado no jogo curto.

Ouvi também demasiadas "deixas" de comentadores sobre o futuro de Domingos e acho absurdo que alguém pense que pode ao Sporting ser permitido dispensar o treinador. É tudo o que não precisamos. A não ser que Mourinho, Ferguson ou Guardiola estejam disponíveis por valores acessíveis, Domingos é a opção mais realista que o nosso clube tem à disposição, com a vantagem de já lá estar. Espero que esta vitória tenha servido mais do apenas dar confiança à equipa, espero que tenha servido para que alguns "atiradores furtivos" tirem o dedo do gatilho.

A equipa ontem precisou de 70 minutos e uma expulsão para entrar no jogo. Mas entrou e venceu. O tempo nem sempre confirma os nossos maiores receios e todos devemos tirar lições do que aconteceu em Paços de Ferreira. Domingos afirmou que a época do Sporting vai ser assim, com mais empenho que talento, com mais erros do que milagres. Concordo e é com a ideia de que vai ser preciso muito trabalho e persistência  que se pode transformar este Sporting em algo mais do que apenas um conjunto de bons jogadores.

Até breve.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ponto de viragem

É o que qualquer sportinguista deseja ver há meses. O ponto onde deixamos de ter um conjunto de jogadores em queda abrupta de capacidades e ganhamos uma equipa, uma solidez, uma força que nos faz ir à bola com as probabilidades de vitória e espectáculo do nosso lado. Está difícil e não posso dizer que espero que a qualquer momento seja evidente uma transformação completa, mas o que pode e deve acontecer é um ponto de viragem. Um dia bom, uma noite inspirada, ou somente um jogo com sorte. Uma bóia de salvação onde nos podemos segurar. Nós e a nossa esperança.

Até agora o que tem segurado o Sporting é a promessa de evolução e integração dos 17 reforços. É um plantel quase todo novo, quase todo estranho ao país, língua e clube. É um plantel onde todos procuram todos e não há base, não há pontos de apoio. Patricio, Pereira, Evaldo, Carriço Polga, André Santos ou  Izmailov e Fernandez não são propriamente conhecidos como líderes, alguns deles com carreiras oscilantes no clube e muito marcados por uma época de pesadelos e traumas desportivos.
Mas não há mal que sempre dure. Pode começar já amanhã. Espero que sim.

Força Sporting!

Até breve.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Forças de bloqueio

Nada me move a favor ou contra GL. É o presidente do meu clube. Ponto final. Será julgado pelos sucessos do seu mandato e não pela capacidade dos mindgames que produz. O último "recado" dado aos adeptos é digno de realce. Não porque seja falso o que diz, mas porque é um caminho de argumentação que não interessa ao clube prosseguir. Em meados dos anos 90 Cavaco Silva "criava" as forças de bloqueio. Estas forças (leia-se Mário Soares, então presidente) obstaculizavam o governo na sua performance.

O problema não é se existem ou não existem pessoas que não estão alinhadas com a gestão do clube, o problema é a própria direcção achar que lhes deve dar importância. Gente que diz mal, assobia a equipa, critica nos jornais ou nos blogs sempre existiu e sempre irá existir. É sintomático de quando se perde, as críticas subirem de tom, roçando muitas vezes o insulto directo e personalizado, mas, quando na história do futebol de um clube democrático é que foi diferente?

O nosso presidente deve concentrar-se nas matérias mais importantes que unam os sócios e os adeptos e não dispersar no que os divide. Se fizer bem o seu trabalho, as vozes criticas calar-se-ão imediatamente e nenhum dos opositores das eleições anteriores terá sequer espaço nos media para dizer o que pensa. É simples. Cada um faz o que tem de fazer. Não há oposição à direcção, porque o clube não é uma assembleia, mas deve-se respeitar todas as opiniões, porque todos os sócios tem voz igual dentro ou fora do clube. O Sporting é um clube grande e será sempre maior enquanto as direcções fizerem o seu trabalho sensíveis (mas não permeáveis) às opiniões dos adeptos.

A grande força de bloqueio do Sporting, neste momento, chama-se Paços de Ferreira e é de todo essencial a todos os que fazem parte deste Sporting entenderem isso. O bom desempenho não tem oposição.

Até breve.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Uma reflexão isenta

Quando toda a imprensa se debruça sobre o péssimo arranque de campeonato do Sporting e tece largas observações à fraqueza dos argumentos do clube para assegurar uma competição verdadeira com os seus rivais clássicos, pergunto-me se esse exercício não tenderá a cobrir com um manto de qualidade soluções tão ou mais ineficazes que as nossas.

Até breve.

domingo, 4 de setembro de 2011

Será preciso binóculos?

Um clube com um plantel como é o do Sporting, com a legião de jovens emprestados e a equipa de juniores actual precisa muito mais de lupa do que de binóculos para ver o que pode fazer com o seu futuro. O sucesso da solvência do Sporting joga-se muito mais nas próximas partidas do que nas duas próximas épocas que compõem o triénio anunciado por GL.

Se Domingos conseguir devolver alguma confiança a este conjunto e arrecadar umas vitórias seguidas, talvez o "coro dos corvos" e a "assembleia de abutres" desmonte a campanha de arremesso do treinador para o colo de Pinto da Costa, que já começou desde o jogo com o Beira-Mar, mas tenderá a subir de tom com desaires mais significativos.

Porque existe muita gente que tenta derrubar a parede de tijolos apenas pelo prazer de ver a cara de quem arduamente os colocou, porque é muito mais fácil apontar o dedo do que apontar soluções, porque é tão mais simples renegar um Sporting que perde do que tentar motivá-lo a ganhar, porque tudo isto é tristemente verdade, agora chegou o tempo de deixar as campanhas de lado e apoiar, nem que seja estando calado, o clube a serenar.

Os jogadores que temos não serão os melhores, ou pelo menos não serão todos do melhor que o mundo tem para fazer uma equipa, mas desta vez há soluções para todas as posições, mesmo que nos pareça agora que não serão suficientes, é cedo para começar a enterrar a perspectiva de futuro do clube. Deixemos os binóculos de lado por um pouco e usemos as lupas, talvez tenhamos ainda tempo para descobrir muitas virtudes nestes 26 jogadores.

Até breve.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A missão dos adeptos

Ainda com alguma azia pós fecho de mercado, vem-me à ideia o tempo que já leva a última venda milionário do Sporting. Nani já saiu há uns anos e desde essa altura não existe um jogador que se valorize acima da média nos nossos plantéis. As performances têm sido regra geral péssimas e acto contínuo o valor dos atletas decaiu imenso. As vendas que antes se situavam entre os 15 e 25 me passaram a cair no intervalo 1 e 10me. É uma queda dramática, mais acentuada se pensarmos que apenas Moutinho atingiu essa marca.

Não penso que o valor dos atletas tenha diminuído, nem sequer o dos jovens que saem da academia. O que mudou foi tudo o resto. Treinador, constantes mudanças no plantel, direcções. E mudou também a força dos nossos rivais. Porto, Benfica e até Braga estabilizaram o quanto puderam e ganharam tempo para planear com valor estratégico as suas equipas. Precisamente o que o Sporting não soube fazer. A razão de tanta instabilidade? Por muito que me custe dizê-lo, somos nós os adeptos. Incluo-me como é óbvio. Não soubemos contrariar a queda financeira, não soubemos evitar a "lógica" espartana de investimento no plantel, não soubemos ajudar a que os bons ficassem e os maus, por selecção natural, saíssem.

O Sportinguista habituou-se a perder, mas a perder com a ilusão que podia ter ganho. O que não estamos de forma alguma capazes de fazer é perder entendendo que esse é um desfecho natural. A equipa em construção é um conceito que ninguém parece querer entender. A maior parte dos adeptos exige vitórias, golos, boas exibições esquecendo-se que construir pressupõe que se trabalha sobre algo não está pronto, não está firme, sem sequer a funcionar correctamente. Não significa que se deva tolerar todo e qualquer mau resultado, porque esse desfecho destrói efectivamente mais do que constrói, mas significa que, especialmente no início, estaremos no ponto zero, que eventualmente chegará ao 100.

Digo eventualmente porque começo a ter dúvidas da segurança que passa dos adeptos para a equipa. A lógica da "crise" já assentou praça em Alvalade e o fatídico conto negro dos media já começou a ser narrado, moendo a vitalidade dos fãs mais susceptíveis de contágio. Degrau a degrau vamos baixando o apoio e encarando esta época exactamente como encarámos a anteriores, sem motivação, sem garra, sem paixão. Isto não é apoio incondicional (como muitos afirmam dar) é ultra condicionado. Apoia-se nos bons momentos e nos maus vai-se ao estádio insultar a equipa, acenar com lenços brancos, em último caso deixa-se mesmo de ir ao estádio e pagar as cotas.

É uma espécie de boicote anímico. Um boicote que impede qualquer projecto de passar do esboço. Os assobios, as quebras de receitas, o massacrar da imprensa que rentabiliza com a auto-destruição, a tremideira da equipa, são todos sintomas associados ao mesmo síndroma patológico - a falta de ética desportiva. Jogar é ganhar e perder, quem joga melhor quase sempre ganha, quem não está em primeiro tenta vir a chegar a esse patamar. Na era das equipas instantâneas, o Sporting decidiu construir uma. Não podia ter feito outra coisa e todos sabemos isso. Mas cobramos muito acima do que um adepto deve fazer. Cobramos da pior forma, denegrindo os que tentar realmente resgatar o clube de uma crise profunda.

O milagre não aconteceu. Domingos não tinha uma varinha mágica, nem nenhum dos jogadores contratados é um Ronaldo ou Messi por descobrir. É um passo, se tivermos paciência e não quebrarmos já, pode ser que daremos outros, pode...mas para isso a equipa precisa de nós. Inimigos não nos faltam, ou esperavam que Porto e Benfica ficassem sentados a ver-nos melhorar de dia para dia. Vejam e leiam os media com atenção e seguramente tirarão conclusões valiosas.

Até breve.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Erros básicos, Euros básicos

Quando João Moutinho saiu para o Porto foi apelidado de maçã podre. Quando Liedson foi para o Corinthians o treinador admitiu que o jogador não queria continuar em Alvalade, agora o que se dirá da saída de Postiga? Que quis ir para um clube que luta pela manutenção na Liga Espanhola? O titular da selecção portuguesa sabe muito bem que é o primeiro passo para ser ultrapassado por Hugo Almeida. Zaragoza e Sporting não são bem a mesma coisa. Aliás o clube leonês atravessa uma grave crise financeira, por isso retirem o ordenado chorudo e retirem também a probabilidade de HP23 estar acompanhado de uma equipa bem apetrechada para brilhar na BBVA.

Os 500 mil euros que podem ser 1me, não dão para entender esta saída. Não foi pelo dinheiro, não foi pelo técnico, não foi pelo ordenado, não foi pela dimensão do clube ou a possibilidade de ganhar títulos, não foi sequer pela proximidade às chamadas da selecção. Então? Esta dúvida só sai aumentada pelo silêncio de quem tanto tem aparecido a comentar cada compra. Já vi muitas opiniões expressar a hipótese de em ano de fim de contrato o jogador poder sair a custo zero...mas saiu por 0.5me? É dinheiro, claro que é, mas também é verdade que é muito pouco, pelo menos para "pagar" o risco de lesão de algum dos avançados. Principalmente Bojinov.

Imaginar os miúdos Wolfswinkel e Rubio segurar o ataque do Sporting que se quer mais competitivo é mais do que uma aposta arriscada, é uma porta aberta para mais dores de cabeça para Domingos. Existem duas hipóteses remotas de "chamar" mais alternativas para a frente de ataque, a adaptação de Fernandez ou a chamada de um "junior" como Etok ou Betinho. Qualquer uma é deficitária à partida. Costuma-se dizer que não vale a pena chorar sobre leite derramado, por isso com este post encerro as minhas "lágrimas" de incompreensão sobre esta venda. É o ponto negativo do defeso e na minha opinião uma nódoa de erro e euros numa toalha de boas decisões.

Até breve.