segunda-feira, 30 de abril de 2012

As dúvidas do futuro


Com a época a terminar e com os jornais a debitarem dezenas de contratações e saídas para a próxima época, mantenho firme a certeza que no Sporting mais do procurar o que falta, procurar-se-á o que já se tem. Na época mais atacada por lesões de que tenho memoria, jogadores que podiam ter sido influentes não o foram. Á cabeça, Jeffren, Rinaudo e Rodriguez eram 3 atletas de que se esperava muito e não haviam muitas dúvidas que teriam lugar no onze quase garantido.

O espanhol vindo do Barcelona sempre foi visto como uma promessa de enorme jogador, um dos canteranos que Guardiola lançou a espaços no Barcelona e que brilhou nesses poucos momentos. Nas selecções jovens sempre foi a estrela da equipa e é fácil de entender porque. Jeffren é um jogador atípico espanhol, com um drible estonteante e uma técnica acima do normal. Estará muito mais perto de um modelo de craque brasileiro ou até português. Na falta de um novo Ronaldo, Nani ou Quaresma, todos pensámos ter descoberto na Catalunha o extremo desequilibrador que faltava. 5 ou 6 jogos e sucessivas lesões é o saldo da sua época. No pouco tempo que jogou, mesmo assim, fez algo de diferente. A dúvida que assalta qualquer Sportinguista não é porém se há ou não talento, mas se há ou não condição física que suporte a valorização do investimento. É barato ter um jogador do quilate de Jeffren titular na nossa equipa. É um luxo inacessível ter o internacional espanhol mais um ano no “estaleiro” ou no banco de suplentes.

Rinaudo foi a estrela do Verão leonino. Há muitos anos que um trinco puro (e duro) não vestia a nossa camisola e bem cedo mostrou que os playmakers adversários não teriam tempo nem espaço para nos fazer os estragos que normalmente faziam. O internacional Argentino projectou um meio-campo agressivo e musculado e curiosamente é com a sua lesão que se inicia a queda de Domingos. Vaslui não dirá absolutamente nada a ninguém, excepto que foi onde Fito acabou a época. Era esperado que regressasse à equipa em Março, mas a lesão grave que sofreu não permitiu nem regressos antecipados nem regressos atrasados. O maior ídolo das “curvas” de Alvalade, estatuto que ganhou com uma forma de jogar que eu classifico como “heróica”, tem de facto uma carreira brilhante em risco. Carriço precisou de tempo para emular o argentino, mas consegui-o. A questão que se põe é: será Rinaudo um suplente sequer capaz de ser opção no futuro? É que com o modelo de Sá Pinto a equipa parte às costas de um trinco “a todo o gás”, capaz de varrer todo o miolo. Uma missão de grande desgaste que precisa de mais uma opção sem dúvida. Neto ou André Santos nunca serão esse tipo de “varredor” impulsivo.

Depois de 5 épocas brilhantes no Braga, o Peruano Rodriguez não iria para o Dragão como foi tantas vezes conjecturado pela imprensa, mas sim para Alvalade, seguindo Domingos. Ainda o treinador andava a experimentar duplas e já uma lesão na selecção peruana (aconteceu duas vezes esta época) faria um estrago muito maior que o admitido. El Mudo ficou El Quedado e apesar de algumas tentativas de regresso, a época foi perdida no ginásio. O que seria, na visão de Domingos, o esteio do centro da defesa, foi apenas uma longa e demorada ausência. Pelo que não se vê de soluções aos sucessivos problemas físicos é quase imponderável a sua continuidade. Vender não é uma opção (nunca passaria em qualquer exame médico) mas emprestar ou rescindir sim. Uma lástima para o jogador e para o Sporting. Rodriguez podia ter sido um titular seguro durante muitos anos em Alvalade. O sucessor de Polga ainda não está encontrado.

Teria sido mau que estes 3 jogadores perdessem a época mas infelizmente tiveram “companhia”. Embora não tão graves, houve muitas outras lesões que amputaram o plantel de opções válidas e até um certo ponto podem fazer equacionar a presença de outros jogadores no plantel da época seguinte.

Izmailov, Onyewu e André Santos são casos bastante diferentes entre si, mas partilham um problema sério de capacidade para realizar épocas de grande desgaste como são as do Sporting ou qualquer clube que lute por títulos na Europa.

O russo é do melhor que já passou pelo clube, mas também é dos jogadores com um historial de graves lesões. Ano após ano a esperança por uma época “saudável” do Czar vai-se hipotecando e apesar de um bom final de época não creio que uma oferta de 5 u 6 milhões de euros não convença os dirigentes de uma vez por todas de que mais vale uma transferência na mão do que mais uma época pelo ar.

O americano parecia destinado à rotulagem de flop. Dispensado pelo AC Milan, não convincente na liga Holandesa e com um cadastro de lesões assinalável, Gooch justificaria a “antiga paixão” de Freitas com bons jogos, golos e uma surpreendente capacidade para conter os impulsos suicidas que marcaram uma carreira recheada de lesões. Onyewu nunca será um central completo. É lento e capacidade técnica a roçar o zero, mas com ele em campo não há jogo aéreo adversário e são os defesas contrários que terão pesadelos com a sua capacidade de marcar golos em livres e cantos. O problema é, mais uma vez, a dificuldade em conseguir realizar uma época inteira sem ausências prolongadas. O Sporting não pode ter 6 ou 7 centrais e não há razões para acreditar que o Internacional Norte-Americano venha com o ocaso da carreira a colmatar as debilidades de que há muito tempo sofre.

O português André Santos é um caso diverso. Não são os membros inferiores que afectam a carreira do jovem médio, mas sim o seu afundamento psicológico. Depois de uma época inteira a titular, todos imaginariam que a progressão desta promessa com Domingos fosse meteórica. Não foi. Sem o modelo de 2 trincos, o internacional português caiu numa solidão táctica impeditiva. Em campo pareceu sempre desamparado e disjuntado da equipa, numa (talvez) dificuldade inultrapassável para compreender as novas funções de um trinco clássico. Cedo se percebeu que perdera o comboio das opções de Domingos e nem com Sá Pinto recuperou os níveis de motivação para regressar do mundo dos “mortos tácticos”. E se Sá Pinto não parece capaz de devolver a André o lugar que já foi seu, com o aumento da concorrência espectável, será uma racional medida repensar a presença do atleta no plantel do Sporting. Custa, mas terá de ser.

6 atletas em equação. Todos eles com capacidade demonstrada de ficar, mas com grandes dificuldades, numa gestão eficiente e racional de vestir no próximo ano a nossa camisola. Não sairão todos, mas também não poderemos manter todos. Fica a reflexão.

Até breve.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Olhar para a frente

Com um central que "renove" o Polga (esteve magnifico nesta Liga Europa, mas chegou ao fim), com um  Nuno Reis que puxe pelo Xandão. Com um Rinaudo a lutar com o Carriço, com André Martins a "seguir" Matias. Com Labyad a aprender com Izma e Jeffren a fazer descansar Capel. Com alguém que rivalize com Wolfswinkel o Sporting terá uma equipa temível, sucedendo a esta equipa que é "apenas" (e que diferença já isso faz) esforçada.

São apenas 2 contratações, sem saídas de nenhum titular. Que se olhe para esta equipa com a certeza de que dará muito mais no futuro. Porque pode, porque quer. Poque tem Sá Pinto e os sócios a suportar o que tiver de ser suportado. No fim de uma linha, nascem muitas outras. No fim de um sonho cresce a vontade de ver,  o que agora foi interrompido, continuar e crescer com mais golos, vitórias e outras meias-finais de outras Ligas.

Eu acredito. Hoje ainda mais.

Até breve.

Romantismo e Dramatismo


Logo à noite acontecerá uma de duas coisas: uma madrugada à espera da equipa no aeroporto ou um sossegada noite de sono. Poucas vezes se deseja perder madrugadas de olhos abertos, mas neste caso seria sinal de mais um marco histórico na já longa idade do clube. Se não for esse o desfecho, ninguém acabará triste ou preocupado, o Sporting fez boa figura, excedeu-se, marcou pontos na alta roda do futebol europeu e verdade seja dita, se tivesse feito uma carreira interna ao nível da europeia estaríamos hoje certamente a fazer contas na disputa do título.

O Atlético de Bilbau não é um monstro, não pareceu assim tão ameaçador em Alvalade, mas o futebol reserva surpresas e a equipa de Bielsa perante o seu público costuma dar um pouco mais o ar de equipa de top. Tal como Sevilha, Getafe, Villareal, Coruna, Atl. Madrid e Valência no passado, a equipa basca é hoje o benjamim de quem gosta de ver bom futebol em castelhano, sem as estrelas de Barcelona ou o orçamento do Real, mas com uma cultura de associativismo singular em todo o mundo.

Muniain, De Marcos, Javi Martinez, Herrera, Susaeta, Aurtenetxe, Iturraxpe todos entre os 19 e os 24 anos são a esperança de um clube que há mais de 20 anos vive à espera de um momento de glória...como este. Confesso-vos que se conseguirem ultrapassar este Sporting de Sá Pinto (com mérito) terão mais um adepto do futebol a torcer por eles. O romantisto basco estará ao rubro em San Mames e não será fácil contrariar uma equipa, que é uma região, que é uma língua, que é um povo e uma ideia.

Mas não há impossíveis e o Sporting, tal como Chelsea e Bayern, não irá pedir licença para terminar com os sonhos de Bielsa. Se sairmos de Espanha com o apuramento, teremos mais uma vez contrariado a lógica das apostas e dos experts, contrariado o drama “leonino” de nunca acreditar totalmente na equipa.

Até breve.

domingo, 22 de abril de 2012

Desprezo

Com 3 jogos e 9 pontos em disputa (mesmo que 3 sejam disputados em confronto directo e contando que o Sporting vence o Nacional) o Braga terá assegurado o 3º lugar. O ditado diz "quem tudo quer, tudo perde" e perante a hipótese muito real de conseguir um acesso a uma final europeia o meu bom senso diz-me que a partida na Choupana é pouco mais que irrelevante na história leonina desta época.

A fé de Sá Pinto na capacidade da equipa não se pode sobrepor à realidade do futebol moderno. Os jogadores "poupam-se" e será mais proveitoso lançar em campo uma equipa que queira provar algo ao treinador, reservando a "equipa de S. Mames" para quinta-feira. Será mais ou menos óbvio que Patricio, Pereira, Insua, Xandao, Polga, Carriço, Schaars, Matias, Capel, Pereirinha e Wolfswinkel sejam os titulares, o que quase facilita a missão de Sá Pinto neste Domingo.

Não sei o que vai na cabeça do treinador do Sporting, mas depois da recusa do Nacional em antecipar a partida, existe uma motivação extra leonina para dar uma lição ao patético presidente do clube insular que todos sabemos nunca recusaria o mesmo tipo de pedido se ele viesse "vestido" de azul. Mas esse é um "engodo" a que o Sporting deve responder oferecendo a vantagem a quem tão pouco se preocupa com o sucesso do português apesar de dizer tantas vezes o contrário. A mesquinhez só pode ser combatida com desprezo e nada melhor que uma 2ª equipa do Sporting para fazer o "serviço". Não há nada a perder e a humilhação de perder com os suplentes verde-e-brancos seria uma boa "vingança".

Boeck, Arias, Evaldo, Carriço, Onyewu, Andre Santos, Neto e Izmailov, Carrilho, Ribas e Jeffren serão os prováveis titulares, mas na minha opinião nem sequer Carriço e Jeffren deveria jogar, pois serão opções válidas para a 2ª mão da meia-final da Liga Europa. Tenho pena que Sá Pinto não tenha convocado Ilori pois seria mais do que sensato proteger o melhor "trinco" disponível de alguma lesão. A não ser que actue Xandão no lugar...mas o problema manter-se-á sempre .

Seja como for e com que equipa for, o sabor da vitória na Madeira saberá a muito pouco perante o "prato principal" que será servido no País Basco. Essa partida sim, significa muito para o futuro do clube e estar na final da Liga Europa será aquilo que mais azia dará a dirigentes tão pobres com os do Nacional, que a imprensa portuguesa, tantas vezes hiper-patriótica, suporta com aparente cumplicidade.

Até breve.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

A coragem no desporto português

De repente o Sporting é um clube de corruptos, onde outros clubes (Nacional e Marítimo) vampirizam os resultados que não tiveram dentro de campo. A justiça, essa, assobia para o lado depois de passar todo o tipo de informações para os media dando início ao primeiro passo desta campanha jurídica - a fase do linchamento público.

Não me lembro de nenhum dirigente ter vindo a público durante os anos do apito dourado requerer a anulação de jogos ou a exclusão de FC Porto ou Boavista de nenhuma prova. Por dois motivos: medo e...a investigação demorou tanto e foi tão mal conduzida que, quando o julgamento começou os factos remontavam a 4 ou 5 anos atrás e quase todos (os mais importantes pelo menos) invalidados por questões técnico-legais.

Não só o "PPCGate" está a bater todos os recordes de investigação, como arrisco a dizer que será mais rápido acusar e julgar um vice-presidente do Sporting por tentativa de coação do que multar o Jorge Jesus por conduta anti-desportiva (derby na Luz). A imprensa galopa a um ritmo feroz, sem sequer se dar conta que há um clube a lutar por um acesso a uma final europeia. A tal imprensa que se diz tão nacionalista e patriota...esqueceu-se do Sporting.

Nada mais nos resta caros Leões do que ir amanhã ao estádio provar por A mais B que os Correios da Manhã não servem para muito mais do que papel higiénico no que toca à função de desmantelar o crescimento do Sporting. Isso é a nossa parte, apoiar.

Até breve.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Crónica dos maus malandros


Pereira Cristóvão por intermédio de um funcionário da sua empresa deposita 2000 euros na conta de Cardinal antes de um jogo da Taça entre o Sporting e o Marítimo em que o fiscal de linha fará parte da equipa de arbitragem. O juiz de linha não chega a actuar pedindo dispensa do jogo.

Isto parece-vos uma acção de PPC para tramar Cardinal, ou uma acção do sistema para amputar o Sporting de um vice-presidente? O amadorismo que tudo isto implica é atroz e acreditar que uma alta figura do Sporting, ex-inspector da PJ tenha tão absurdamente levado a cabo esta operação é o mesmo que acreditar que o senhor Cardinal é um homem integro e incorruptível.

Não tenho muitas dúvidas que “alguém” preparou este argumento convicto que o Sporting tivesse a inocência de uma menina de 12 anos e provando-se a sua razão é justíssimo que o senhor PPC e restante direcção sejam rotulados em conformidade. Para se ser corrupto, num futebol de grandes corruptos, há que ser criativo e metódico, absolutamente convicto que as armadilhas podem estar em qualquer lado, inclusive dentro do próprio clube.

O facto da imprensa já possuir a maioria dos supostos factos e nomes é uma prova de que algo foi muito fácil de montar ou desmontar e não adianta ao Sporting clamar inocência, pois isso é uma mera uma evidência, o que interessa aos adeptos é saber quem foi o agente “culpado” por mais uma saga das palermice com que o clube insiste em  materializar uma guerra já longa com os árbitros. Não parece que tenhamos ganho nada em mais este episódio e demos mais uns argumentos para uns penaltis por assinalar ou golos mal invalidados.

É preciso ser tão criterioso a “mexer” no assunto arbitragem como a contratar jovens estrelas para a equipa. A maior parte das vezes o que parece não é, a maior parte das vezes o caminho mais rápido e simples é um bilhete sem regresso do insucesso. Esta direcção está a dar sistemáticos tiros no pé, o apito esse, continua lá, pronto para alimentar o sistema com mais umas polémicas. E nós cá vamos, batendo palmas.

Até breve.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Sabor especial

O sabor das vitórias é sempre especial. Mas esta vitória teve vários ingredientes extra:

1/ Ganhamos ao eterno rival, quebrando um jejum já demasiado longo;
2/ Ganhamos ao Jorge Jesus, o tal que "já sabia" sempre tudo;
3/ Ganhamos o 4º lugar, não há que ter vergonha agora de o assumir, queria ver o que fariam os nossos rivais com a quantidade de lesões em titulares que nós tivemos (Rodriguez, Rinaudo, Jeffren, Matias, Izmailov) e num ano com 19 jogadores novos e 5/6 jogos onde fomos claramente prejudicados pelos árbitros!
4/ Ganhamos a certeza de que Sá Pinto trouxe muita coisa "perdida" a esta equipa;
5/ Ganhamos um novo respeito por muitos jogadores que andavam já a marcar passo para a saída no fim da época.

Confesso que me surpreende a capacidade de Sá Pinto em "montar" a equipa para os grandes jogos, entendeu e bem que o Sporting não está (ainda) capaz de um frente a frente em todo o campo com adversários rápidos nas transições e tem ganho muito com isso. O Sporting dominador só poderá existir quando a defesa for mais rápida a recuperar e o ataque mais certeiro a "acabar" com os jogos.

Aliás o Sporting de Sá Pinto tem mais dificuldades em vencer um U.Leiria que um Benfica ou um City, apenas porque a capacidade de "fechar" pode ser feita com sacrifício físico, ao passo que criar oportunidades de golo depende mais do trabalho de laboratório, que o Sá só terá a partir de Julho.

Não me canso de o dizer: o João Pereira continua a ver amarelos completamente desnecessários, isso prejudica-o a ele, à equipa e sistematicamente o clube. Há trabalho a fazer com o jogador e ninguém suporta mais a facilidade com que uma ala fica sempre fragilizada defensivamente.

Última nota para 4 jogadores

Wolfswinkel. Onde será mais fácil ver os golos perdidos eu vejo o jogador que mais se empenha em campo, mais corre, mais luta. Não é um "mamão" e o interesse de muitos clubes de top europeu não deve ser à toa. Para primeira época não está nada mal, cresce a cada partida. Se o Sporting o mantiver mais uma época calará muitas bocas em Portugal.

Matias. Encheu o campo e foi um pesadelo para o Benfica, tal como tem sido para todos os adversários. Está a fazer os melhores jogos de leão ao peito.

Xandão. Pode ser coincidência mas o "perneta" não desejado pelos adeptos do S.Paulo está lentamente a liderar a defesa dos leões. Quando tiver ao seu lado um central mais assertivo (Polga tem feito bons jogos, mas está claramente sem pernas para lances rápidos) e bom a recuperar em velocidade, veremos no que se torna a defesa do Sporting.

Elias. Mais uma prova do enorme pulmão em que se torna quando a equipa lhe permite "estar senhor" do meio campo. Com Rinaudo e Matias (o Schaars não tem o ADN deste tipo de futebol) na próxima época...vale a pena a Gamebox.

Até breve.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Sangue suor e lágrimas

Foi o que custou mais uma passagem na Liga Europa. Pode-se acusar esta equipa de tudo, menos de falta de empenho e dedicação aos objectivos do clube. Nesse sentido dá-me orgulho ver uma equipa em campo, em todos os outros tento procurar um clube mais dominador, mas entendo que a preparação da equipa e o estado físico de alguns atletas não dá para mais.

Se Wolfs, Matias, Capel, Insua, Izmailov,  tivessem um substituto, talvez não seria preciso tanta capacidade defensiva, mas infelizmente Elias não pode jogar, Jeffren arrasta-se em lesões, Luis Aguiar nunca esteve, Carrilho ainda não "aprendeu" a defender, Evaldo não é deste futuro e Ribas ou Rubio estão longe de dar garantias. Começam agora a ser pagas as facturas de algumas lacunas do plantel.

Mas a hora é de congratular os que estão e dar-lhes o maior apoio possível, desde a hora que aterrarem em Lisboa até ao apito inicial do próximo jogo frente ao Bilbao. É outro grande desafio, mais uma grande equipa, mas também mais uma grande oportunidade para fazer crescer os níveis destes jogadores que teimam em mostrar lá fora tudo o que não souberam fazer na Liga caseira.

Uma palavra para Taison, Devich, Sosa, Marlos, Torres e Cristaldo, grandes jogadores que ouviremos ainda muito falar. Ver os dois primeiros numa equipa com a dimensão (desportiva) do Metalist é um desperdicio que não deverá muito a ser ultrapassado.

Patricio e Wolfs estão a por-se a jeito para uma grande transferência. Oxalá não a consigam, são jogadores que fazem sempre falta.

Até breve.

A "grandeza"


O jeito que dá ter 2 dos 3 jornais desportivos diários como panfletos de campanha.
Depois de ver o Chelsea-Benfica de ontem não podia acreditar hoje na “versão dos acontecimentos” que constam de Record e Abola. Não que me importe com algum (salutar) patriotismo na hora de enaltecer o que é nosso em prejuízo do que não é. Mas convém observar um mínimo de respeito pela verdade.

Dizer que o Benfica foi “enorme” no jogo de ontem é...uma liberdade de estilo face ao que os mais isentos puderam observar. O que eu vi foi um Benfica pouco motivado durante o 0-0, um Benfica baralhado no 1-0, um Benfica a fazer pela vida no 1-1 e um Benfica sem tempo após o 2-1. O Chelsea foi sempre o mesmo: um jogo tristonho, sem qualquer coerência nas movimentações e muito perdulário na finalização.

A grandeza do Benfica foi muito mais provocada por uma falta de confiança londrina e isso foi evidente depois do Benfica empatar o jogo, uma equipa com os jogadores do Chelsea não pode tremer tanto como o fez, o que prova que algo vai muito mal no reino de Abramovich. Os encarnados mesmo com 10 pareceram sempre mais assertivos, mas isso não nos impede de ver a qualidade das exibições dos jogadores do Chelsea, que foi péssima (exceptuo Cech e Ramirez) para um patamar de Liga dos Campeões.

Não vai ser bonito o que os blues vão sofrer às mãos de um Barcelona.

Um pormenor curioso, Jesus desistiu da eliminatória bem antes da sua equipa o fazer. Ao tirar Cardoso, Gaitan e Bruno César, Jesus pensou muito mais no Sporting do que na Champions. Se o Chelsea em acto continuo tivesse marcado e acabado com o jogo esta acção nunca passaria em claro.

A verdade é que foi o próprio Jesus que afirmou querer defrontar o Chelsea, perdeu os dois jogos e frente a uma equipa que é uma sombra velada da equipa de Mourinho e Ancelotti. A grandeza da derrota encontro-a no facto de que com 10 jogadores o Benfica ter tido a hipótese de vencer a eliminatória e não numa qualidade de jogo superior frente a um colosso europeu.

Se hoje à noite as coisas correrem menos bem ao Sporting não sei se teremos o mesmo tratamento, o mesmo nacionalismo, a mesma capacidade para dar palmadinhas nas costas do técnico e jogadores.

Até breve.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Sintaxe

Dizer que uma maçã é verde e dizer que uma maçã pode ser verde não é bem a mesma coisa. O discurso de Godinho Lopes para mim enferma de uma nuance crónica de sentidos latos onde ninguém consegue afirmar a diferença entre certeza e vontade.

Eu posso afirmar "O Sporting vai ganhar a Liga Europa" e ser entendido de duas formas possíveis. Na primeira alguém pode entender que apenas expresso desejo por essa conquista, na segunda, a mais pacifica alguém pode entender que tenho a certeza e provas de que a conquista irá mesmo acontecer. Na entrevista de Godinho Lopes faltaram os factos e as provas, sobraram as exclamações tácitas de uma aspiração metafísica.

Gostaria de imaginar que a demagogia não estará a servir de tapete debaixo do qual se escondem há 12 meses os insucessos de um clube que precisa muito mais de uma cirurgia económica do que mezinhas e rezas de motivação.

O meu desinteresse sobre 90% dos temas da entrevista leva-me a pensar se valerá a pena falar de mais alguma coisa enquanto não estivermos certos que o clube segue um plano rigoroso de recuperação financeira e desportiva. Sinceramente nada mais me interessa. Não é o futsal que salvará o clube, não é o Rugby que venderá jogadores por milhões de euros, não é a conquista da Taça de Andebol que colocará o clube e os seus activos na imprensa mundial.

Desculpem-me os ecletistas, mas quem fala a verdade não merece castigo.

Até breve.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

O Caminho


Apesar de não ter sido uma exibição nem próxima da que fizemos frente ao Metalist, fico com a ideia de que o jogo frente ao Leiria não foi dos piores que fizemos fora. Isto com muitos suplentes a titulares e em clara poupança de esforço quer dizer muito mais do que a imprensa admite.

Sá Pinto consegue de facto incutir algo de positivo nos jogadores e foi bom ver Carriço, Neto, André Martins e Patrício (André Santos está guardado para 5ª Feira), 5 jogadores da formação a mostrar que não são cartas fora do baralho para a próxima época. A estes juntaram-se Árias, Carrilho e Rubio. O colombiano foi o melhor da partida, o peruano esteve mais apagado e o chileno foi uma espécie de mini-Sá Pinto na frente.

Apenas Patrício, Carriço, Elias, Ínsua e Xandão como habituais titulares não foram poupados e dois deles (o central e o médio) por não poderem participar no próximo jogo da Liga Europa. Olhando a juventude das opções de Sá Pinto e contando que na próxima época serão mais experientes e estarão mais adaptados tenho muitas reticências sobre a probabilidade da chegada dos tais reforços colocados pelo fundo de Peter Kenyon em Alvalade.

Porque grandes jogadores também ganham grandes ordenados, tenho muita dificuldade em entender como vai o Sporting receber 5 ou 6 novos jogadores de categoria mundial com um orçamento semelhante ao desta época. A meu ver e mesmo que isso nos custe alguma dificuldade de crescimento competitivo é necessário ser realista e acreditar que a maior parte do plantel desta época é válido também na próxima.

Faltar-nos-á um guarda-redes que substitua Tiago para somara a Boeck e Patrício, nas laterais Ínsua, Evaldo ou Turan, Pereira e Árias. No centro Xandão, Oniewu, Nuno Reis e Rodriguez dão garantias (Rodriguez pode dar lugar a uma nova aquisição). Na frente da defesa há Rinaudo com Carriço e André Santos como opções. No miolo acho que Neto, Matias, e o regresso de Valdez são boas escolhas. Nas extremas há Capel, Jeffren, Izmailov e Carrilho. Na frente precisamos claramente de um avançado que substitua Bojinov.

Ao todo seriam apenas 2 reforços, um central e um ponta de lança (o guarda-redes como 3ª opção que será não deverá acarretar esforço financeiro). É algo que pode acontecer e seria histórico se o fizéssemos. Apenas 2 contratações, que vendo a lista de transferíveis, podemos pensar que poderiam pagar-se através das verbas recebidas, realizando um ano de investimento zero em termos estritamente financeiros.

O bom trabalho que foi realizado no último defeso só fará sentido se neste próximo lhe for dada continuidade e permitir a muitos jovens a afirmação que trará dividendos no futuro (Wolfswinkel, Carrilho, Árias, Ínsua, Capel, Jeffren, André Santos, Carriço que já pertencem a este plantel e Cedric, Nuno Reis, Adrien, Turan, Pedro Mendes, Wilson Eduardo, Betinho que ainda poderão fazê-lo num futuro próximo).

Até breve.