sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Ano novo, equipa nova

Em relação ao post anterior, as notícias parecem confirmar alguns movimentos entre clubes, ainda mais óbvios agora.

Se Onyewu e André Santos são olhados como “pesos mortos” no Coruña, em Alvalade serão sem dúvida bem-vindos. Apesar de a equipa precisar urgentemente de um médio mais criativo, do qual ficou órfão desde a saída de Matias e o não rendimento de Izmailov, trocar Elias por André Santos e Onyewu por Xandão não é o que parece à partida.

Teoricamente a equipa ficaria muito mais fraca. Mas na verdade é difícil imaginar que os agora jogadores emprestados à BBVA jogariam pior que os dois brasileiros. Xandão, apesar do golo do empate na última partida, não consegue projetar a imagem de um jogador seguro, um líder de rectaguarda. Também não o é Onyewu, mas o americano consegue dar outras coisa à equipa, mais agressividade, mais domínio no jogo aéreo e não é de desprezar a ligação que conquistou com os adeptos.

Elias é um caso paradoxal. Já vi algumas comparações com o que sucedeu a Luís Fabiano ou Diego no Porto. Não podiam ir mais ao encontro do que eu acho. O internacional brasileiro é sem dúvida um óptimo jogador, mas peca num grave pormenor – não está minimamente motivado no Sporting. É pena, pois com outro tipo de entrega já estaria a caminho de um Manchester ou de um Real Madrid, o Sporting dar-lhe-ia a projecção e o espaço que nunca teve no Atlético.

Vê-lo-emos daqui por um ano a brilhar noutra equipa, mas com a certeza de que não vale a pena insistir mais na aposta. Olhar para as movimentações de Elias durante uma partida é ver claramente um activo em campo e não um jogador de uma equipa. Neste sentido e até pela escassas oportunidades que teve em Espanha, André Santos pode ser uma aposta feliz. Seria bom para o jogador, bom para a equipa (é um conhecedor do clube e das exigências) e excelente para as finanças do clube. Já provou ter potencial para ser um bom jogador, basta-lhe mostrar, depressa esse estatuto.

Uma coisa é certa, é um luxo para o Sporting, com as suas capacidades financeiras actuais, poder fazer remodelações na equipa. Só possível graças a um filão de jogadores feitos dentro de casa e tantas vezes menosprezados.

Não resolverão todos os problemas, acrescentarão outros, mas uma coisa eu tenho quase a certeza...não farão a equipa perder 0-3 com Videotons.

Até breve.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Remodelação Low Cost

Se alguém me dissesse no dia 4 de Janeiro que o Sporting teria alienado os passes de Bojinov, Salomão, Elias, Jeffren, Boulahrouz, Pranjic, Izmailov e desistido do direito de opção de Xandão, provavelmente não ficaria feliz, mas pelo menos teria a garantia de que a remodelação do plantel do Sporting não tinha colocado (ainda mais) problemas ao clube para atingir uma classificação digna até ao final da época.


É para mim óbvio que Patrício, Rojo, Ínsua, Rinaudo, Schaars, Wolfswinkel, Carrilho e Capel são as jóias da coroa e que numa segunda linha necessária estarão sempre Boeck, Cedric, Adrien, Gelson e Viola. Já não tenho tão claro que Carriço, André Martins, Labyad ou Rubio sejam importantes, mas em todos eles existe margem de progressão suficiente para não entrar em precipitações.

Este exercício de lógica desportiva exclui como será mais ou menos óbvio os atletas da Equipa B e Juniores, sendo que Eric Dier serve de ilustração perfeita para nos provar que antes de vender promessas por pouco mais de 1 milhão de euros é vital testar o seu talento na equipa A, pois podem, como no caso do inglês, descobrir-se muitas soluções para os muitos problemas da equipa.

No caso da venda dos 6 atletas acima citados, o Sporting poderia receber qualquer coisa entre 10 e 13 milhões de euros (sem trocas de jogadores), mas admitindo as penalizações do mercado e as percentagens dos fundos, este valor pode descer para 1/3, ou seja, entre 3 e 5.5 milhões, que é talvez a verba necessária para acabar a época com todos os compromissos (relativos à equipa) saldados.

Em termos de substituição, e porque ao saírem 7 atletas, outros 7 terão de entrar, a relação pode ser semelhante a esta:

Bojinov – Ghilas (Moreirense), Baba (Sevilha) ou Robin Ramirez (Tolima)
Elias – André Santos (Dep. Coruna)
Jeffren – Ricardo Esgaio (Sporting B) ou Pereirinha (lesionado)
Boulahrouz – Onyewu (Málaga) ou Nuno Reis (Olhanense)
Xandão – Eric Dier (Sporting B)
Pranjic – Turan (Ordurspor) , Evaldo (Dep. Coruna) ou Michael Pinto (Sporting B)
Izmailov – Renato Neto (Videoton) ou Kikas (Sporting B)

A grande pergunta é, mesmo assim, será que a equipa iria ficar mais frágil? Olhando o aproveitamento recente, a resposta parece fácil. Uma coisa é certa, seria um plantel remodelado quase a custo zero, com a vantagem de recuperar activos em vias de serem perdidos e poder hiper valorizá-los em 4 ou 5 meses.

Até breve.