quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Miragens


Ainda Janeiro não deu entrada e já cerca de 20 jogadores foram dados como possíveis transferências para Alvalade. Quem lê este blog sabe o que penso sobre esta "dança" de nomes. Mas não deixo de me espantar com as justificações dadas por jornalistas e bloggers que há falta de qualquer tipo de argumento razoável arquitectam engenharias financeiras dignas de um iniciante de football manager.

Nenhum clube português tem hoje 5 milhões de euros para gastar. Ponto final. Esqueçam os grandes nomes, esqueçam as "pérolas" e os "craques". O que o trio chamado grande pode fazer neste próximo mês são pequenos ajustes, transacções de pequeno esforço financeiro, o grande foi feito ao terminar Agosto e sabe Deus o que se hipotecou de futuras receitas.
O Benfica disse que não contrataria ninguém, o Sporting admite ir ao mercado mas reserva a opinião de que o plantel está a responder ao que era projectado. O Porto, como é habitual não diz nada.

Todos sabemos que a Jesus falta um lateral esquerdo, que a Vitor Pereira falta um ponta de lança e a Domingos mais um central ou médio defensivo que cubram as ausências permanentes de Rinaudo e Rodriguez. Isso todos sabem, o que não entendem alguns é que não vai chegar para estas vagas nenhum internacional de renome, nenhum titular de uma boa equipa, nenhum jogador com valor de mercado superior a 2 ou 3 milhões de euros. Não é à toa que Xandão pode vir para Alvalade por empréstimo de uma empresa e não pelo São Paulo que dá o jogador como dispensável (talvez por não deter qualquer percentagem do seu passe). Estes são os negócios possíveis.

Não se iludam com nomes como Ninis (certamente acabará na próxima época num Atlético de Madrid ou Arsenal) pois as verbas que aufere um dos jogadores mais bem pagos do Panathinaikos é algo muito dificil
de superar em Portugal, Benfica e Sporting já há muito que sondaram o empresário e desistiram da sua contratação.

Uma palavra para Dauto Faquirá, um treinador que não gosto particularmente, com uma péssima abordagem defensiva e resultadista do futebol (do grupo de treinadores que apelido de "unipontuais"). Agora, uma coisa é ser despedido por maus resultados outra é ser despedido por 1 mau resultado. O Olhanense está  muitos lugares acima do que o plantel possibilita e isso, quer eu goste quer não, é uma verdade que está a escapar à direcção algarvia. Veremos onde irá parar o conjunto de Olhão.

Até breve.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

5 notas de um Violino


Se a imprensa fica admirada com a maturidade e potencial de André Martins, aposto que ficará mais surpreendida ainda com as caracteristcas de Renato Neto. Para mim um dos grandes jogadores do futuro do Sporting (juntamente com Betinho, Nuno Reis, Rubio, João Mário e Carrilho) terá já esta época uma oportunidade de ouro para demonstrar aquilo que se anteve nele há anos – um médio moderno, completo e sobretudo de motivação colectiva. Se será um Lampard, um Kaka, um Deco ou um Raí é por agora um mistério, a realidade é que os bons jogadores fazem sempre falta e Neto já é um jogador muito considerável.

O facto de André Martins na época passada não se ter imposto no Belenenses não é matéria de admiração, é a prova da incompetência técnica do clube lisboeta e a demonstração de como não ter um staff técnico competente pode arruinar um clube. O jogador da formação do Sporting vale hoje provavelmente mais do todo o plantel do Belenenses. Quantos erros destes foram cometidos nos últimos anos naquele clube histórico? Vender bons jogadores jovens por 100 mil euros não é salvar as finanças do clube, é precisamente o inverso, é enterrá-las definitivamente.

Recomendo aos amantes da “ciência desportiva” que vejam o filme “Moneyball”. O filme que aborda a importância de compreender a estatistica no baseball pode e deve ser matéria de reflecção para muitos “sábios” de trazer por casa que confiam nos olhos vêem e não nos factos que cada jogo demonstra. Existem treinadores como Mourinho que entenderam cedo que o sucesso está na informação e no detalhe. Dá trabalho, mas compensa largamente passar horas a rever números, percentagens, probabilidades. Pode-se por exemplo entender porque é que Onyewu é um central tão útil, ou porque é que com a ausência de Rinaudo, o Sporting perdeu capacidade de dominar massivamente os jogos. Vem-me à memória atletas como De Francheschi ou Vidigal, Afonso Martins ou Paulo Torres. Poucos deram o valor às suas prestações na estatística (passes certos, assistências, bolas ganhas, faltas sofridas, faltas cometidas, golos, ataques participados), poucos deram por terem sido excelentes jogadores que mereciam outro valor na gestão desportiva do clube.

O regresso de Capel à Roja não será supresa, mas justiça para com a época fantástica que o sevilhano está a realizar. É verdade que não será o melhor elemento para participar no tiki-taka “made in” Barcelona, mas desperdiçar o momento de forma de Capel éde uma miopia que em nada respeita o passado recente da formação espanhola. O Sporting já entendeu a importância de um extremo como o Diego, oxalá por alturas do Euro que o seleccionador espanhol valorize essa componente.

O relvado de Alvalade está novamente “doente”. É simplesmente inacreditável que, chegando à conclusão que é a arquitectura do estádio que provoca a debelidade permanente do terreno de jogo não nos ocorra perguntar porque raio é que o senhor Tomás Taveira é considerado um bom arquitecto. O valor astronómico que entrou nos seus bolsos daria pelo menos para não ter cometido erros de aluno de primero ano de faculdade. Passando essa questão, voltamos à estaca zero, ou seja, relva natural ou artifical? É essencial responder de uma vez, a hesitação custa o valor de uma boa contratação todos os anos.

Até breve.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Bruno Alves, nem fumo nem fogo


Por todas as contratações possíveis a de Bruno Alves seria para mim a pior. Não porque seja um jogador de que não precisamos, mas porque é do género de investimento que não podemos fazer. Comprar o passe não é uma opção. O Zenit nunca venderá um internacional A (agora ainda mais titular da Selecção depois do castigo de Ricardo Carvalho) por menos de 4 ou 5 milhões de euros (pagou 22) mesmo que já tenha 30 anos. E para os leões essa é uma verba impensável, primeiro porque nenhum fundo de jogadores participará na operação e depois porque será uma verba com retorno impossível, pelo menos financeiro.

Como em tantos outros casos estamos perante uma verdadeira “contra-informação”. Parece mentira mas quando saltam estes nomes para as páginas de jornais e rádios ninguém se dê ao trabalho de ver a lógica leonina de investimento esta época. Já aqui escrevi neste blog que o Sporting tem um parametro bastante claro na politica de aquisições esta época. Fora os jogadores em fim de contrato, Freitas e Duque apenas investiram em jogadores com idade limite de 25/26/27 anos e mesmo esses já com algumas garantias de possível retorno.

Bruno Alves terá por sua vez um ordenado bastante acima do que se pratica em Portugal e mesmo que aceite baixar até 30% esse valor, continuará a ser uma mensalidade desenquadrada do resto do plantel. Entende-se a necessidade de jogar e ser visto a jogar, com o Euro à porta não convém perder o ritmo de jogo e o Sporting de Domingos (mesmo com a impossibilidade de disputar a Liga Europa) garante pelo menos 3 provas nacionais onde competir.

Essa também é uma nota negativa para o Sporting neste negócio. Face às lesões no centro da defesa, ter mais um jogador (a somar a Elias) que não pode participar na Liga Europa não deixa de ser uma nota importante, claro que será sempre dificil adquir um jogador de peso que tenha essa vantagem. Apenas no mercado sul-americano os leões encontrarão bons jogadores sem cadastro nesta edição das provas europeias. E mais não digo.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Um passo atrás

Há já algumas partidas que o Sporting que resolvia nos primeiros 30 minutos as partidas de média dificuldade desapareceu, hoje como em outras partidas, a equipa pareceu combativa, decidida, mas sem a frieza na hora de atirar à baliza. Isso tem sido demasiado caro para as contas já por si "altas" desta equipa. Hoje em Coimbra o Sporting pareceu dar um passo atrás na sua afirmação, não que não tenha trabalhado o suficiente...bem pelo contrário...mão deveria era ter tido de trabalhar tanto. Wolfswinkel que será um enorme jogador, falhou dois golos que selariam um jogo diferente e deu jus ao tempo verbal com a frase começou.

De resto os erros e as virtudes do costume. Carrilho no melhor e pior, é muito jovem. Muitos erros primários de 1º passe e corte de jogadas, aqui Carriço e Polga estiveram mal, bastante mal...Carriço não será um Rinaudo nos próximos 50 jogos de certeza absoluta. A expulsão de Elias nasce de uma jogada alimentada pela  defesa (foram várias...é um ponto a trabalhar, eu pessoalmente acho que a bola deve ir para fora sempre que a equipa tem a defesa subida).

Enfim melhor que eu, Domingos saberá o que viu e o que precisa melhorar. Uma coisa é certa, Pereirinha a médio ala, Carriço a trinco ou Wolfswinkel a falhar desta forma são não soluções, será preciso encontrar alternativas a tempo de ainda poder ajudar a equipa. Izma, Rinaudo, Jeffren, Fernandez, Rodriguez, podiam ser algumas...mas já não esperámos tempo suficiente para saber que podem não chegar em tempo verdadeiramente útil?

Até breve.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Uma equipa B de luxo

Nas vésperas de uma votação que permitirá à Liga Orangina receber as equipas B, pelo menos nos estatutos da prova, é importante perspectivar quais os elementos que poderão ser seleccionados para fazer parte desta nova estrutura já na próxima época. Eliminando os jogadores sob contrato com mais de 25 anos e menos de 19, temos os seguintes nomes:

Guarda-Redes:
Luis Ribeiro
Vitor Golas
Rafael Veloso
Rui Patrício

Lateral Direito:
Santiago Árias
Cedric Soares
João Gonçalves
Ricardo Esgaio

Lateral Esquerdo:
Atila Turan
André Marques
Michael Pinto
Emiliano Insua

Centrais:
Miguel Serôdio
Juary Soares
Pedro Mendes
Nuno Reis
Mexer
Eric Dier
Rudolfo Simões
Tiago Ilori
Torsiglieri
Daniel Carriço

Médio Defensivo:
William Carvalho
Peixinho
Deschamps
André Santos

Médio Centro:
Renato Neto
André Martins
Zezinho
Adrien
João Mário
Mateus Fonseca
João Carlos

Ala Esquerdo:
Alexis Quintulen
Diogo Rosado
Diogo Salomão
Diego Capel
Jeffren

Ala Direito:
Altair Júnior
André Carrilho
Pereirinha

Avançados:
Kleber Pereira
Gael Etock
Amido Baldé
William Owusu
Wilson Eduardo
Betinho
Diego Rubio
Ricky Wolfswinkel

Como é óbvio nem todos estes nomes serão integrados, a itálico saliento jogadores para quem a integração numa equipa B, mesmo que na Liga Orangina, seria um verdadeiro retrocesso. Alguns porém mesmo já integrando plantéis da primeira Liga não têm tido muitos minutos de jogo (Turan, Rosado, Owusu e Baldé) e assim veriam este novo espaço como uma boa oportunidade. Convém não esquecer que o objectivo é fazer a transição para profissional de bons jogadores e não criar um back up à equipa A ou mesmo vencer a segunda Liga.

Olhando aos valores disponíveis, só existe uma conclusão a tirar, mesmo só com a parte dos jogadores menos experientes do escalão 19-25 anos, o Sporting terá sempre uma equipa de luxo. Apenas numa posição (ala direito) não existe grande oferta, mas é apenas uma posição, o que é caso para dizer que a equipa B já está até pronta. Até já tem treinador, pois não vejo como possível passar ao lado do que Sá Pinto tem dito e feito pela existência desta nova equipa do Sporting.

Até breve.



terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Mais olhos que barriga


Todos os 3 grandes têm por esta altura o mesmo desafio. Colocar contratações exorbitantes fora da folha de pagamentos, eliminando assim ordenados principescos para contribuições desportivas tão pequenas. É assim para Saviola, para Rodriguez e Pongolle.

Há já algum tempo (muitos meses) que o Sporting tenta ver-se livre do jogador francês, foi uma contratação de valores proibitivos que apostava muito optimisticamente no ressurgimento do Sinama “espanhol” dos tempos do Huelva. Mas não foi nada disso que aconteceu. Os poucos jogos que fez pareceu lento, disperso e nada confiante. Duas lesões e um grave incidente familiar completariam o ramalhete que fez dele um verdadeiro e absoluto flop. Vender seria a melhor solução, mas não havendo compradores, emprestou-se ao Saragoça na esperança que os ares de Espanha produzissem melhor resultado. Não produziram e regressou ao Sporting só para ser de novo emprestado, desta vez ao St.Etienne clube que o formou. A época está correr melhor, pelo menos joga de tempos a tempos, mas algo me diz que ninguém devolverá ao Sporting sequer metade do que foi investido.

Saviola, o nome dizia muita coisa ao mundo do futebol, especialmente aos que se lembravam dele no Barcelona. No Real Madrid era um empecilho, um jogador que recebia dos mais altos salários e que sempre que era chamado ao onze, desiludia. Mesmo assim o Benfica aceitou receber o jogador que a imprensa apelidaria no momento como a grande estrela do nosso campeonato. Foi meia estrela. Decisivo em algumas partidas, mas também inoperante noutras. Ainda chegou a regressar à selecção Argentina, mas o seu tempo passou com o brilho intenso do prodígio Messi, Aguero, Milito, Higuain ou Tevez. Neste mercado de inverno já é óbvio a vontade de Benfica e jogador cessarem a ligação. O primeiro porque o jogador não rende, o segundo porque o seu nome ainda tem mercado especialmente em países Árabes que podem até pagar mais que o clube português.

“Cebola” Rodriguez. Um grande “roubo” que Pinto da Costa fez ao Benfica e que custou na altura verbas que hoje se tornam escandalosas, especialmente se o jogador fica no banco, o que tem acontecido quase sempre. A poucos meses de acabar contrato, é ainda assim possível encontrar comprador que reponha pelo menos 15 ou 20% do valor de aquisição investida, mas não será nada fácil aparecer um clube com a capacidade de pagar os ordenados a que o uruguaio está habituado.

Todos estes casos têm uma coisa em comum. Foram contratações “bandeira”, investimentos avultados em valores de rendimento inconstante, que deram total primazia ao impacto que as suas vindas teriam nos adeptos, muito mais que o seu real rendimento futebolístico. O que se esperava destes 3 atletas não foi alcançado e os clubes tiveram e têm avultados prejuízos com a sua manutenção na folha de pagamentos. A chegada este ano de Garay e Capdevilla configura-se como uma situação semelhante, o que demonstra que se o Sporting e o Porto aprenderam a sua lição, o Benfica persiste em investir em nomes sonantes, por muito que isso custe às suas finanças futuras.

Até breve.

domingo, 11 de dezembro de 2011

Suficiente

O futebol do Sporting foi suficiente para, mesmo sem grande eficácia, bater o Nacional por 1-0. Outros tempos houve em que não era assim, outros tempos houve em que perderíamos o controlo da partida e mais importante, o controlo emocional que permitia gerir a vantagem mínima. O Nacional podia ter marcado, mas o Sporting andou sempre muito perto de "acabar" com o jogo e as dúvidas. A partir dos 70 minutos, com um jogador a mais, Domingos preferiu a segurança. Fez bem.

Com um meio-campo "estranho" de Carriço a recuar, Martins a distribuir e Elias a "puxar" pelo jogo, foi óbvio que os dois formados na Academia preferem terrenos mais recuados para habitar, deixando o brasileiro muitas vezes levar sozinho a bola aos extremos. Nenhum fez uma má partida, mas não será este o triângulo ideal para vencer jogos importantes. Os madeirenses permitiram o domínio do Sporting e só fechavam os caminhos da área quando sentia perto o passe final (de ruptura). É um bom sinal quando uma equipa (com bons jogadores) como o Nacional faz um bom jogo e perde. Bom sinal para o Sporting.

A equipa de Domingos andou sempre um passo, ou um passe, atrás da perfeição. Foram dezenas de situações em que um pouco mais de concentração teria resolvido a partida e se o 2-0 tivesse chegado, ninguém se lembraria dos muitos lances de má decisão leoninos. Mas houve muita coisa boa na partida de ontem. Capel é um foguetão de velocidade e arranque, Wolfswinkel mostrou mais uma vez instinto de matador (ontem só mesmo instinto), Martins fez uma mão cheia de passes divinais, Patrício e Onyewu valeram pontos e mais visível, a garra de Insua e Pereira fizeram do Sporting uma equipa sempre ao ataque, sempre à procura do golo. Também houve, mais uma vez, show de Carrilho e mais uma vez, inconsequente.

Acho que Domingos precisa de rever o posicionamento do triângulo de meio-campo, principalmente em ataque continuado, ontem Wolfs, Capel e Carrilho andaram com 6 ou 7 jogadores adversários em cima, bem longe dos apoios de Martins e Elias e as muitas jardas de distância de Carriço, uma equipa tão esticada no meio-campo adversário, perde muitas bolas e permite contra-ataques bastante perigosos. É um detalhe que pode ditar muitos pontos. Mas estes 3 já ninguém nos tira e tranquilidade de mais uma semana descansados também não. O Porto esteve a 2 metros de empatar, é caso para dizer que se o Beira-Mar tivesse tido mais cabeça, teria "corrido" com o VP ainda esta semana. O que prova que nada está decidido.

Até breve.

sábado, 10 de dezembro de 2011

Uma cultura pequena

Na semana que antecede o Real Madrid - Barcelona, não ouvimos a imprensa falar de "gaiolas", de hipótese de confrontos, de guerras sobre bilhetes, de claques, de insultos entre direcções...nada. Ouvimos falar de jogo, de jogadores, de esquemas tácticos. Como é tudo tão diferente...e melhor!

Não haverá rivalidade tão grande como a dos catalães versus castelhanos, Catalunha versus Madrid, são culturas diferentes, línguas diferentes, regiões e povos diferentes...mas no entanto...não há um décimo da agressividade que podemos constatar em semanas de Sporting - Benfica ou Benfica - Porto. Porquê?

Haverá muitas razões, mas as principais podem mesmo ser a passividade da FPF e Liga que reage sempre, normalmente com a cobardia de multas de poucos milhares de euros, a casos graves de violência verbal e física. A passividade das polícias, que têm pela frente verdadeiros gangs organizados, braços armados das direcções de clube, que se entretêm entre jogos a todo o tipo de outros crimes.

Mas fora o poder institucional do futebol, navega outro poder, uma força que tem destruído o nosso futebol. Essa força emana da eleição para presidentes de figuras duvidosas, empresários com historial de "uso" de métodos mais "alternativos" de persuasão. Estas figuras não têm hesitado em recorrer a expedientes bastante duvidosos na hora de criar "ruído", na hora de "conter" adeptos, na hora de "fazer" cair treinadores ou calar oposições.

Tudo isto acompanhado por uma imprensa que tudo desresponsabiliza, tudo esquece, que não investiga, não nos "dá" a verdade, dá nos ilusões de um futebol evoluído, quando não passamos de primatas com tiques de máfia e pinceladas de um grande monopólio chamado irmãos Oliveira ou Jorge Mendes. Quando foram conhecidos os factos (com escutas claro!) do Apito Dourado, não houve um pingo de coragem em 3 jornais desportivos para retirar as consequências da gravidade das provas! O que continham aquelas escutas era matéria para despromover imediatamente 3 clubes. Não houve coragem na imprensa, na FPF ou na Liga, não houve coragem nos tribunais. Dos 3 apenas 1 clube foi penalizado, o Boavista.

Esta impunidade de todos os agentes no futebol, esta palerma convicção que qualquer "figura de sucesso" pode ser presidente ou dirigente de um clube, gera comportamentos que nada têm de "desportistas", pois para quem praticou uma modalidade, a primeira coisa que se ensina é a ganhar e a perder. Mas no nosso futebol nunca ninguém perde, nunca ninguém é mais fraco, a culpa é sempre alheia e recorre-se a tudo e todos para assegurar os próximos penalties, expulsões, interdições, castigos. É uma vergonha.

No dia de eleições na FPF, nada espero de diferente no futuro. O candidato mais perto da vitória pertence ao aparelho do "sistema" desde sempre e nada fará, como não o fez no passado, para o destruir. Continuaremos a ser o que somos, um futebol mesquinho, cobarde, inculto e sobretudo corrupto. Quantos adeptos deixarão no futuro de ver o "seu" Sporting, Benfica ou Porto, para ver clássicos como Real - Barça, Man Utd - Chelsea, Juventus - AcMilan?

Até breve.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

O curto e o longo prazo


Este fim de semana pode ser bastante proveitoso para as cores leoninas. Em 3 campos existe a possibilidade de materializar em pontos uma nova recuperação do Sporting face a Porto e Benfica. Olhando os jogos um a um, podemos antecipar, ou vislumbrar, dificuldades para todos, mas jogando em Alvalade perante um Nacional algo distante do que tem sido o historial competitivo dos madeirenses, o Sporting é quem mais pode confiar nos 3 pontos.

Na Madeira, um Benfica moralizado pelo apuramento na Champions vai tentar mostrar que aprendeu a lição da Taça, mas terá pela frente um Marítimo que já provou o sabor da vitória e não desdenhará dar sequência à excelente época que tem feito. É verdade que o jogo nada terá de semelhante com o anterior, mas também é mais verdade que à equipa do Funchal o empate também será satisfatório. O jogo frente aos romenos revelou um Benfica preguiçoso, que a repetir-se significará perda de pontos. O Marítimo está muitos furos a cima do Oletul.

Em Aveiro, o Porto pode “vingar-se” da despromoção à Liga Europa, mas vai contar seguramente com a resistência de uma das equipas que melhor defende em Portugal. O Beira-Mar sabe dar o “jogo” ao adversário e como o Sporting pode comprovar, sabe também manter uma partida morna durante 90 minutos. Um empate não será nada de extraordinário face ao que as duas equipas têm feito este época. Faltam matadores de um lado e do outro e os esquemas tácticos de Vítor Pereira costumam emperrar mais a máquina do que soltar.

Em Alvalade esperam-se mais 40 mil pessoas, o que prova a importância da adesão dos Núcleos no preenchimento de Alvalade. Muito se prometeu na campanha, mas apesar de ser notória alguma aproximação, falta devolver muito a estruturas que deviam ser “escolas de novos leões”em vez de “clubes de velha guarda leonina”. Urge repensar o que é um Núcleo Sportinguista, para que serve e como pode servir os interesses sociais e económicos da instituição.

Tal como são hoje, unidades isoladas com pouca representatividade na vida do clube, os NS não sobreviverão ao início da segunda info-revolução. As novas gerações de sportinguistas dificilmente se sentirão atraídas por espaços cavernosos, por vezes entabernados, onde a média de idades dos habitués se costuma situar entre os 60 e os 65 anos e onde não existe muito que fazer a não ser olhar para a televisão e desfolhar o jornal do clube por entre um café ou uma imperial.

Mas fazer evoluir os NS não é apenas dotá-los de capacidade para atrair as próximas gerações, é também uni-los entre si, criando pontos de contacto, espaços comuns de diálogo e partilha de recursos e informação. É também criar canais de diálogo directos com o clube, onde a informação e as necessidades percorram os dois caminhos, esbatendo a distância física e a tendência natural para o alheamento.

No Sábado, em dia de Núcleos era bom que alguém com responsabilidades manifestasse a vontade, tantas vezes expressa na campanha, de inaugurar esta reflexão com alguma finalidade prática no horizonte. Doutra forma, daqui a dez anos será inexpressiva a validade de ter um dia dedicado a estas associações e isso é bem mais importante do que fazer encher Alvalade.

Até agora a questão do voto e da tipologia de sócio são os únicos temas relacionados em debate com os NS, há todo o resto por repensar…e daqui a nada já vamos num ano de gestão de GL. Aproximarmo-nos do Porto e do Benfica talvez seja a parte mais fácil, o difícil mesmo é eliminar distâncias entre clube e adeptos, pois como já tantas vezes ouvi dizer “quando se ganha todos aparecem” e o Sporting ainda não tem uma estrutura que nos permita confiar na conquista regular de grandes troféus.

Até breve.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A vantagem táctica


Seria fácil escrever sobre a inoperância do Sporting face à táctica 5-5 (ou 5-4-1 se considerarmos o posicionamento de Camara como o de um avançado) do Belenenses. Mas para quem já viu futebol suficiente e não tem a necessidade de criar ou matar “ondas” cada jogo reveste-se de uma realidade única que não pode ser comparada.

Á partida, o Belenenses uma equipa média da Orangina viria a Alvalade sofrer muitos golos e ver as estrelas leoninas brilhar. Mas se há coisas garantidas no futebol uma delas é a relatividade do valor das equipas. Primeiro porque cada equipa quer coisas diferentes da partida e depois, é muito mais fácil anular jogo do que criá-lo. No plano teórico todas as equipas favoritas venciam, e em caso de desequilíbrio assinalável de valor (como foi o caso), venciam por goleada.

Na prática a realidade é bem diferente e o que fez do jogo de ontem de Alvalade um caso muito longe do plano teórico foi o posicionamento do Belenenses. Com um bloco tão baixo que o jogador mais avançado, Câmara, ocupava a posição de um trinco em missão defensiva. Com marcações em todo o campo homem a homem, em que apenas Carriço, Onyewu e Polga escapavam. Com uma postura de disputa de bola muito agressiva, recorrendo à falta por obstrução constantemente. Com tudo isto Mota criou uma verdadeira trincheira defensiva.

Esta táctica só surtiu efeitos porque o Sporting aceitou o “desafio” que o técnico do Belém atirou para o tabuleiro de jogo, ou seja, confiar nos centrais e trinco para construir jogo. Se existe algo profundamente confiável é que Polga e Onyewu não têm capacidade de condução de bola e se existe algo digno de análise é o papel de Carriço como trinco perante equipas defensivas em Alvalade. Com Rinaudo na equipa certamente que o Sporting teria rompido muito mais cedo com o bloco azul. O argentino saberia evoluir com a bola e saberia combinar com os seus colegas, algo que nenhum dos citados soube fazer.

O que acabou por acontecer foi muito simples. Principalmente Onyewu, adiantava-se com a bola e tentava procurar destinatário. Problema nº1: todos os colegas estavam marcados e um central não é o melhor jogador para se pedir bolas colocadas no espaço, principalmente quando está a evoluir com a mesma. Problema nº2: quando conseguia entregar a bola jogável a um companheiro, Onyewu automaticamente parava de subir no terreno (normal movimentação de um central) não dando nova linha de passe a quem recebia a bola. Problema nº3: quando falhava o passe, o Belenenses recuperava a posse de bola com toda a equipa de frente para o meio campo do Sporting e com a equipa adversária completamente subida no terreno.

Um cenário muito simples de identificar. E Domingos fê-lo ao intervalo. Não mais Onyewu conduziu a bola e foi Carriço a ter essa responsabilidade, com Schaars a dar-lhe linha de passe constante. Foi a solução encontrada, mas ainda bem que o Sporting aproveitou uma subida do Belenenses para abrir o marcador, pois não parecia estar a dar mais frutos que as soluções da primeira parte. Depois do jogo realizado é muito fácil adiantar outras soluções e não quero opinar sobre elas sem antes admitir que as mesmas tinham outros riscos, quiçá mais comprometedores caso falhassem.

O que eu teria feito e tenho por garantido que Domingos estará também a equacionar em caso de alguém querer repetir a táctica de Mota é:

- Substituir Carriço por um médio centro capaz de transportar e criar jogo: idealmente Fernandez, André Martins ou Izmailov. Criando uma espécie médio pivot recuado, um posicionamento eternizado pelos exemplos de Pirlo no AC Milan ou Scholes no Man Utd.

Tenho por quase garantido que só uma condicionante fez com que o treinador do Sporting não tivesse recorrido a este recurso mais cedo: André Martins tem pouco tempo de utilização e “poupar” tempo de jogo a Carriço seria a última das preocupações de Domingos, pois também ele precisa de assimilar rotinas de trinco.

Mas neste caso não chegou a ser preciso, pois aos 50 minutos o Sporting abriria o marcador e com o golo o fim da segurança da “trincheira” de Mota. Ter de sair dela teria custado bem mais do que 3 golos (sim…foram 3!) aos azuis do Restelo, se não fosse a gestão do resultado leonina, inteligente já que a sucessão de partidas com poucos dias de descanso já vai longa e não terminará para já.  

Li em algumas análises ao jogo que o Sporting pode vir a ter muitos problemas quando uma equipa com mais qualidade repetir o esquema de Mota, garanto-vos que essa é a menor da minhas preocupações, qualquer adversário que venha a Alvalade com um bloco tão baixo irá sujeitar-se totalmente à pressão ofensiva do Sporting, e mais importante, já não será novidade. Tirando o elemento surpresa, elimina-se a vantagem, ou seja, o esquema já teria anticorpos…não conheceria melhor forma de entrar a perder em Alvalade.   

Até breve.

sábado, 3 de dezembro de 2011

5 Notas de Um Violino

O Marítimo e o Benfica são as únicas equipas que ganharam ao Sporting (pelo menos com a equipa principal em campo) este ano. Ao contrário de todas as previsões, o Funchal não foi terreno de festa encarnada e a euforia da recepção deu lugar à frustração de mais um ano sem ir ao Jamor. O Sporting, caso vença o Belenenses, terá a oportunidade de mostrar em campo as melhorias desde a derrota caseira para a Liga, precisamente frente a um Marítimo que está a ser a surpresa da época. É por demais evidente que passando os madeirenses, a valia dos adversários é mais mediana (Académica, Nacional, Olhanense...) o que deixa antever um caminho muito mais fácil que o previsto no acesso à final.

As imagens de Jesus a instruir Artur Soares a simular uma lesão no derby, estão a correr a blogosfera leonina, mas curiosamente (ou talvez não) não estão a chegar aos grandes meios da CS. Sem interesse? Eu posso dizer que foi o segundo caso que vi mais claro de conduta anti-desportiva. O primeiro remonta ao célebre Paulinho Santos que em Alvalade simulou uma lesão, e em plena maca a ser transportado para fora das quatro linhas é filmado a comunicar ao banco dos portistas que estava tudo bem, com polegares para cima a rir-se e a piscar o olho. Este, mais recente é bem mais grave, resulta de uma instrução de um treinador que já antes afirmara que o Fair Play é uma treta, pelos vistos leva a ideia à letra. Gostaria de ouvir o que o Sr. Rui Gomes da Silva tem a dizer sobre a relação disto com o tema de que tanto gosta....a verdade desportiva.

O Benfica está em vias de contratar um camião de jogadores estrangeiros de 17 anos. Os números são assustadores, 5 ou 6 uruguaios, 2 guineenses, 1 sueco, 1 paraguaio, 2 brasileiros. Numa altura em que o principal candidato às eleições da FPF quer ver incluídas cotas de inscrições de jogadores portugueses nas fichas de jogo, numa altura em que a UEFA se prepara para impor o mesmo tipo de medidas e outras contra a naturalização espontânea de jogadores, é no mínimo peculiar que este processo não seja visto como uma gigantesca afronta à formação do próprio clube lisboeta. Mais uma vez os arautos da nossa imprensa reagem com passividade, como se tudo fosse verdadeiramente normal.

Outros blogs chamaram à ribalta o nome de Luis Sobral, um cronista do site MaisFutebol. É sinal de inteligência e respeito próprio começar a chamar os "bois" pelos nomes e na galeria de jornalistas anti-sportinguistas há mais este nome que se soma ao Querido Manhã, Rui Santos e outros tantos que optam por alinhar no "sistema" e bater em tudo o que é verde, sem dó nem piedade, nem imparcialidade. Saibamos distinguir o trigo do joio e não contribuir para as audiências de entretenimento quando não fazemos parte do "target".

O grupo da fase final do Euro 2012 onde ficou Portugal é só o mais forte da competição, olhando os rankings mundiais:

Grupo B- Holanda (2º), Alemanha (3º), Portugal (7º), Dinamarca (11º)
Grupo A- Rússia (12º), Grécia (14º), Rep. Checa (33º), Polónia (66º)
Grupo C - Espanha (1º), Croácia (8º), Itália (9º), Irlanda (21º)
Grupo D - Inglaterra (5º), França (15º), Suécia (18º), Ucrânia (55º)

Na verdade o péssimo sorteio pode ser bom. Talvez enfrentando duas grandes favoritas como a Alemanha e a Holanda e revisitando a nossa "conhecida" Dinamarca seja o melhor para recuperar a identidade e dinâmica de selecção de top mundial que já tivemos, até há bem pouco tempo, neste grupo, poderíamos até ser considerados favoritos.

Até breve.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Zurich e Soluções


Previa-se um jogo de dificuldade mais reduzida e foi isso mesmo que aconteceu. É verdade que já não há jogos fáceis, qualquer equipa razoável que conte com a passividade de uma formação superior pode arrancar uma surpresa. Isso foi válido para o Vaslui, era válido para o Zurich e será também para o Belenenses. Mesmo com muitas ausências (Patrício, Rodriguez, Rinaudo, Elias, Fernandez, Carrilho, Jeffren e Izmailov) o Sporting entrou em campo com a firme disposição de resolver o jogo cedo. E foi mais ou menos aproximando esse desígnio, até que Wolfswinkel materializou o caudal ofensivo numa bola dentro das redes. Muitos outros ficaram por marcar, até que Bojinov fechou o jogo, sem grande história para contar.

Ressalta à vista a solução André Martins, Boeck e Bojinov, já Pereirinha e Rubio fizeram sempre tudo bem menos…ser eficaz. Será talvez injusto pedir mais neste tipo de partidas, especialmente quando o resto da equipa já está a “arrumar” a loja. Mas nesta época vai ser assim, o nível de exigência está bem mais elevado e espera-se de um suplente o mesmo dos titulares. A Boeck grandes defesas, a Carriço uma permanente movimentação e pressão sobre o portador da bola, a Pereirinha grandes arrancadas e assistências para golo, a Rubio bolas no fundo da baliza. Se não o fizerem não estarão tão cedo nas escolhas do treinador. É a eficácia.

Primeiro lugar alcançado num grupo acessível. O último jogo em Itália será para cumprir calendário e dar minutos aos menos usados, se é que isso ainda é possível de conjecturar. Com 8 a 9 lesionados por partida, algum castigo ou impedimento (Elias na Europa por exemplo) o plantel de 27 jogadores fica facilmente com 17 ou 18 disponíveis, precisamente o número que pode constar da ficha de jogo. Essa é uma questão que não está em vias de ser resolvida, continuam a surgir muitas lesões musculares e nem se pode dizer que seja por intensa utilização, o plantel tem rodado permanentemente…graças às lesões.

Como não se pode garantir que estes surtos desapareçam magicamente, deve-se encarar Janeiro como uma oportunidade única de cobrir algumas lacunas da equipa. Já todos o afirmaram e parece quase óbvio o que se tem de fazer. Um central, um médio defensivo e um ala direito. Um central porque Onyewu, Rodriguez e Polga já deram provas de grande propensão para lesões e Carriço está a ser chamado a vário papéis na equipa. Um médio defensivo porque Rinaudo só regressa em Fevereiro (com condição plena talvez em Março) e André Santos tarda em afirmar-se como 6, André Martins e Carriço são adaptações. Um ala direito porque mesmo com Jeffren recuperado, à excepção de Pereirinha e Carrilho (soluções de recurso), não há um dextro para flanquear e Izmailov traz mais dúvidas que certezas na sua utilização.

Não sou ingénuo. Sei perfeitamente que o Sporting não contratará 3 jogadores em Janeiro. Pelo menos não gastará o mesmo que por exemplo fez com Capel, Jeffren, Elias, Wolfswinkel ou Bojinov. Esses foram investimentos prioritários que dificilmente poderemos ver repetidos no mercado de inverno. Acredito sim numa ordem de prioridades, onde provavelmente a questão do médio defensivo terá ultrapassado a do central desde que Rinaudo se lesionou (ainda ninguém conseguirá prever se o Argentino terá um resto de época ao nível do seu início). De qualquer forma é certo que o plantel tem de crescer em número, por cada vez que se chama um júnior aos 18 convocados é uma prova de falta de soluções no plantel principal, mais do que uma opção para motivar ou iniciar jogadores da formação.

Até breve.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Sporting TV ou Sporting na TV


A ideia já foi lançada por Rui Calafate (se o homem político me levanta algumas dúvidas, o sportinguista acerta quase sempre nos seus raciocínios - o que me leva a dizer que está ali o melhor director de comunicação para o Sporting). Se não há dinheiro para construir um canal de TV de raiz (como fez o Benfica), se não há dinheiro para comprar um já existente (como fez o Porto), porque não “alugar” espaço num canal já existente, um desses canais com poucas audiências a precisar urgentemente de espectadores.

Mal ou bem, existem inúmeros canais que veriam no Sporting a tábua de salvação para a sua sobrevivência. Era um negócio onde todos ganhariam, especialmente os adeptos do clube e os gestores financeiros do canal escolhido. Nem tinha de ser tudo feito de uma vez. Podia começar por algumas horas num dia do fim-de-semana e crescer progressivamente à medida da capacidade de retorno do próprio investimento. Se não resultasse…paciência, o prejuízo seria bem menor do que o valor que o Benfica deposita diariamente na conta da PT para estar no Meo (ou será que é mais uma daquelas permutas imaginárias?).

É certo que nunca seria uma Sporting TV, pelo menos não no nome. Mas seria-a de facto e isso é a única coisa que interessa. Preferiria mil vezes poucas horas de excelente programação num espaço que não tem o nome do clube a uma tv ordinária e entediante com 24 horas de emissão diária. É que o objectivo é comunicar com os adeptos e não mostrar aos “amigos” que se tem um canal com o nome do clube. Já várias vezes escrevi neste blog que se for para termos algo aproximado ao Benfica TV, mais vale que o projecto não passe do papel, pois “aquilo” é tudo menos um canal de televisão. Colocar amadores em frente a câmaras de tv a debitar conteúdos programáticos da agenda política da direcção é tão interessante como o PCP criar um canal que só passa as suas intervenções na Assembleia da Republica, comentado por jovens de gorro, barba “guevara” e charro na boca da juventude comunista.

Em resumo, aplaudo a ideia de Calafate, esperando ver na direcção o ressoar prático de mais uma excelente alternativa, em tudo elogiosa de uma capacidade criativa de fazer “mais com menos”.

Até breve.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Expectativas


Com Jeffren e Izma a poucos jogos de regressar, Domingos ganha dois jogadores essenciais à sua táctica de flancos bem activos. O espanhol será talvez mais importante nessa missão já que é um flanqueador de origem. Já Izmailov, um ala muito interior (nunca se posiciona junto à linha) será uma boa hipótese no centro do ataque, numa boa alternativa a Fernandez (que ainda se espera por saber o tempo de paragem).

A grande expectativa deste ano sempre foi saber o que Capel e Jeffren podiam fazer juntos nas alas. A boa campanha “quase” nos fez esquecer aquele que foi a contratação mais sonante do verão, pois não é todos os dias que se contrata um jogador ao Barcelona, mesmo que seja suplente. Pode-se argumentar a surpresa que foi a chegada de Elias, mas Jeffren é daqueles jogadores que “traz” gente aos estádios, que põe o público expectante jogada a jogada, um pouco do suspense que Quaresma e Ronaldo
tão bem provocavam no nosso público e nos defesas adversários.

A imprevisibilidade é um dom raro e muito poucos jogadores conseguem neste momento provocá-la. Rentabilidade não é o “negócio” deste tipo de jogadores, por cada jogada magistral há uma recepção falhada, um pique inconsequente, mas quando sai bem…senta os defesas e marca golo. É curioso que desde que Nani saiu nunca mais o Sporting tinha tido um jogador com estas características, este ano chegaram 2, pois com Jeffren chegou também Carrilho, um peruano tímido que promete ser dos jogadores mais talentosos que já alguma vez vestiram a camisola verde e branca.

O plantel de 2011/12 pode ficar na história, talvez não pelos títulos, mas pelo início de leão ao peito de grande jogadores, futuras estrelas do futebol mundial. Aos mencionados junto obviamente Rinaudo, Rubio e Wolfswinkel. Serão jogadores que estarão por pouco em Alvalade, jogadores que mostraram muito mais que o que se esperava na 1ª época e que estão a tirar todas as dúvidas junto dos observadores dos emblemas mais endinheirados da Europa. Schaars, Capel, Patrício, Pereira e Fernandez há muito estão (até já estiveram) na calha para um boa transferência.

O valor de uma equipa ou de jogadores também se mede pelo interesse de outros clubes e esta equipa já tem demasiados scouts presentes nas suas partidas para que se ignore esse significado. E ainda há 3 ou 4 jogadores juniores que podem fazer a sua estreia. Há muito futuro.

Até breve.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A guerra das gaiolas


Sempre escrevi neste blog sobre a falência da ideia de que associados a um rival (seja Porto ou Benfica) o Sporting fica mais forte. É verdade num plano teórico, mas falha sempre na transposição para a realidade. Nunca vi nenhuma vantagem de nos metermos nas guerras sujas entre vermelhos e azuis. Já o oposto, ou seja, num plano de combate político com ambos, me parece mais verdadeiro e honesto não só para o Sporting, mas para qualquer clube que se paute pela verdade desportiva.

Se o Porto é rei do submundo da arbitragem e observadores da mesma, também não menos verdade que o Benfica é dono e senhor do submundo dos gabinetes e da imprensa. Se dragões prometem dinheiro, águias prometem fama. Quem é o mais corrupto? Quem causa mais dano ao futebol? Estar associado com estas lógicas beneficia o Sporting em quê? São questões que ninguém conseguirá responder. Os sportinguistas mais conservadores receiam a ira dos 2 rivais simultaneamente. Porquê? Seremos mais prejudicados na arbitragem? Seremos mais castigados nas comissões? Seremos mais difamados na imprensa?

A resposta é não. Se somos o “saco de pancada” e “cobaias” de tudo o que é mau, ao menos que vejamos isso com clareza e usemos o argumento em nosso favor, nomeadamente para deixar a falar sozinhos os presidentes dos que nunca sofrem na pele as consequências das suas manobras políticas. A expressão de LFV “Reavaliar a relação com o Sporting” dá entender que os dois clubes lisboetas viviam tempos de concordância e boa convivência. Se tal é verdade, o que dizer da “gaiola” propositadamente acabada em tempos de derby. Não será essa a primeira “pedrada” nas relações entre os dois clubes?

A hipocrisia é algo que me enoja, especialmente quando desnecessária. No ano anterior também adeptos do Benfica queimaram cadeiras em Alvalade, ouvimos algum responsável leonino referir-se ao facto? Enviámos a conta para a Luz? Não. Porquê? Porque nenhuma direcção do Sporting vive de populismo de rua, nem pretende armar-se da valentia de arruaceiro para impor seja o que for. Se LFV acha que o seu clube é maior, mais forte que o Sporting pois que a ideia o aqueça em noites de Inverno, mas não tente passar das ideias às palavras nem aos actos. É que se isso acontecer, vamos ter sérios problemas.

O anti-benfiquismo é inato a muitos sportinguistas, um pouco como a relação que os Portugueses têm com os Espanhóis…vive latente…mas à mínima provocação emerge com uma violência desmesurada. Se o presidente do Benfica está tão preocupado com a segurança e a manutenção da paz desportiva entre o seu clube e o Sporting, a melhor opção é estar sossegado e especialmente calado, pois apenas ele (e um assessor para a comunicação que tem o dom que querer provocar tudo e todos) tem incendiado esta polémica.

A tentativa de fazer passar a mensagem de que é ele LFV quem decide o estado da relação entre os 2 emblemas é apenas o reflexo de uma miragem romântica que os adeptos encarnados mais primários acarinham de que o Sporting é um clube empobrecido e enfraquecido. Uma miragem perigosa quando expressa por atitudes de desrespeito óbvias.

Peço à direcção do Sporting que se mantenha firme nas suas posições e que em nenhuma altura se silencie perante o “lixo argumentativo” que de 3 em 3 horas é difundido pelo Record e pela Bola, espaços onde uma guerra de palavras (e não só) é sempre bem-vinda. Mas peço também que a defesa do Sporting e dos seus adeptos se faça com critério e inteligência nunca baixando ao nível “feirante” de LFV e de outros papagaios vermelhos.

domingo, 27 de novembro de 2011

5 Notas de um Violino


Gostei que algumas pessoas sóbrias tenham reconhecido que o Sporting jogou tão bem ou melhor que o Benfica. É o mínimo de respeito que se pode evidenciar pelo trabalho de Domingos e pelo talento dos jogadores. Chamou-me a atenção que fosse também reconhecido que este Sporting leva 4 meses de trabalho, enquanto o seu adversário de ontem leva…3 anos. Não chegou para ganhar, nem para empatar, mas esteve muito perto disso. É caso para pensar que daqui a mais 4 meses será possível até (porque não?) estar melhor que os directos rivais.

Tenho cada vez mais certo que os calcanhares de Aquiles deste Sporting são neste momento o centro da defesa (constantes lesões não permitiram ainda a estabilização de uma dupla) papel de médio defensivo (por ocupar desde a lesão de Fito) e a ala direita (que desespera pelo regresso de Jeffren ou Izma. As soluções têm sido satisfatórias, mas para ganhar títulos não chegarão.
Contratar um central ou chamar Nuno Reis é uma prioridade. Não esperar por Março e por Rinaudo também. Adrien tem crescido na Académica portanto só resta a hipótese de ir ao mercado. Quanto à ala direita existe a opção de deixar evoluir Carrilho ou procurar um ala que dê garantias. Tudo vai depender do grau de ambição e se o Sporting fez algum preparo nas finanças para ajustar o plantel em Janeiro.

Queimar cadeiras na Luz não só é inútil como contraproducente. Ver LFV a fazer o papel de justa vitima é ignóbil, uma caricatura só permitida pelo péssimo comportamento das claques leoninas. Mais uma vez. É falta de inteligência, no mínimo.

Seguem-se 3 jogos em casa. 3 vitórias serão mais que suficientes para colocar a equipa mais uma vez nos carris onde seguia tranquila. O fim do ano está próximo e talvez até lá consigamos recuperar alguns dos pontos perdidos para o Benfica. Na próxima jornada os encarnados vão à Madeira defrontar o Marítimo, que já provou (em Alvalade por exemplo) que deve ser levado a sério.

Assistir à queda meteórica de Kleber no Porto (quase tão grande como a sua ascensão) e depois de saber o quanto custou… fico ainda mais contente por termos preferido Wolfswinkel.

Até breve.

sábado, 26 de novembro de 2011

Rés vés

Sentiu-se que a equipa podia ter sido mais feliz. Perdemos o derby e não vale a pena tapar o sol com a peneira, são menos 3 pontos e um forte empurrão no Benfica. Só o tempo dirá se vamos ser capazes de "usar" bem ou mal este resultado. A confiança deve ser mantida, tanto dentro da equipa como a dos adeptos para com a mesma. É essencial não deixar que um mau resultado nos engane criando algum complexo de inferioridade.

O Sporting esteve (frente a 11 como frente a 10) no mesmo patamar exibicional do Benfica, na casa deste, na semana em que carimba o apuramento para os oitavos da Champions em Old Trafford. O mesmo é dizer que seria difícil ir à Luz num pior momento. E só posso dizer que não vi razão para tanta festa benfiquista, o Sporting provou durante 94 minutos que ainda vai dar muitas dores de cabeça a quem quiser fechar as contas do título.

Perdemos sim. Mas jogámos bem. Não houve medo, não houve sorte também. Como diz Domingos, a sorte trabalha-se e há que trabalhar mais para vencer muitos outros derbies e clássicos.

Até breve.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Ser Grande

Enquanto vamos somando essencialmente vitórias e muita moral, vamo-nos distanciando do passado recente, vamos esquecendo a depressão profunda que era ver um Sporting errático e frágil semana após semana. Hoje encaramos derbies com confiança, imaginamos menos provável a derrota, mais lógica uma boa exibição. Muito se deve a duas pessoas. A Freitas e Domingos. Se o primeiro "comprou" as ferramentas, o segundo está a usá-las na perfeição.

É importante reconhecer isto, de forma a que ambos sintam o apreço pelo seu trabalho, por aquilo que já conseguiram. E não deve ter sido fácil. Limpar todo um plantel de equívocos bastante dispendiosos, intervir no mercado quase sem margem de manobra e dar fio de jogo a dezenas de culturas de jogo diferentes pareceu complexo (ainda parece) mas valha a justiça, houve coragem, inteligência e pela primeira vez há muito tempo, uma cultura de gestão desportiva a sério.

Quis escrever este post antes do derby, antes de uma derrota ou vitória parecerem um apoio ou uma consolação. Não, apenas tenho gratidão pois poucas coisas fora da família e amigos me dão tanto prazer como ver o Sporting a jogar bem e a ganhar jogos. Este ano prometeu-se menos aos adeptos, mas estamos a receber muito mais. É neste espírito de humildade e ambição (não são contraditórias), que se mistura desejo e cautela, sonho e realidade.

Domingos tem sido o símbolo da sobriedade, da lucidez, não tem tentado brilhar na imprensa e nota-se que as grandes mensagens ficam no balneário. A intelectualidade de Mourinho não é uma obrigação, cada treinador pode ter um estilo diferente e o nosso tem o seu. Não faz "mindgames", tenta concentrar-se na sua esfera de acção, não tem reservas em falar de jogadores individualmente e no sentido inverso preocupa-se sempre numa mensagem colectiva.

Todas as semanas vejo algum tipo de melhoria, embora nem sempre os jogadores brilhem individualmente, como equipa, o plantel tem crescido imenso. No regresso de jogadores chave, na estabilização de um onze sem lesões, nos retoques normais de Janeiro, o Sporting será ainda mais forte e há todas as razões para acreditar num 2012 com sucesso. Eu pelo menos acredito nisso e agradeço a quem tornou possível este caminho.

Seja qual for o resultado do jogo de amanhã, eu estou com o treinador e com a equipa. Ganha-se e perde-se mas a confiança e a ambição não pode quebrar. Chama-se a isso..."ser grande".

Até breve.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Oportunidades


No dia 1 de Janeiro os clubes poderão começar a transaccionar passes de jogadores, reequilibrando os seus plantéis. Nesta dança, os jogadores mais procurados são sempre os que finalizam contrato no Verão seguinte, o seu valor é obviamente condicionado pela necessidade do clube vender o atleta antes que este possa sair a custo zero ou acertar um pré-acordo válido a 6 meses. O Sporting, como todos os clubes não foge à regra e aqui estão alguns jogadores (acabam contrato a 30.06.12) que encaixariam numa possível reestruturação.

Caso João Pereira seja vendido:

Srna – Shaktar D. – 29 anos – Lat. Direito – 16me (possível por 3.5me)
Gaspar – Villareal – 20 anos - Lat. Direito – 4me (possível por 1.5me)
Cáceres – Racing – 25 anos – Lat. Direito – 1.0me (possível por 0.4me)

Passando Carriço a medio defensivo:

Douglas – Twente – 23 anos – Defesa Central – 8.5me (possível por 3me)
Xandão – São Paulo – 23 anos – Defesa Central – 2.8me (possível por 1.5me)
Botinelli – San Lorenzo – 27 anos – Defesa Central – 2.0me (possível por 1.0me)
Tiago Heleno – Palmeiras – 23 anos – Defesa Central – 1.5me (possível por 1.0me)

Para colmatar a lesão de Rinaudo:

Muntari – Inter – 27 anos – Médio Defensivo – 8.0me (possível por 4me)
Maduro – Valência – 26 anos - Médio Defensivo – 4.0me (possível por 2.2me)
Ponzio – Saragoça – 29 anos - Médio Defensivo – 3.0me (possível por 1.0me)
Dudka – Auxerre – 27 anos – Médio Defensivo – 2.5me (possível por 1.0me)
Toszer – Genk – 26 anos – Médio Defensivo – 3.0me (possível por 0.8 me)
Ledesma – Catania – 27 anos – Médio Defensivo – 2.0me (possível por 1.0me)

Caso Matias seja vendido:

Ederson – Lyon – 25 anos – Médio Ofensivo – 5.5me (possível por 2.5me)

Para colmatar a não recuperação de Jeffren:

Pranjic – B.Munique – 29 anos - Ala Esquerdo – 4.5me (possível por 1.5me)
Obraniak – Lille – 27 anos – Ala esquerdo – 4.0me (possível por 2.0 me)
Drenthe – Real Madrid – 24 anos - Ala Esquerdo 3.5me (possível por 1.5me)
D.Larsson – Malmoe – 24 anos – Ala Esquerdo/ Direito– 2.0me (possível por 1.5me)
Biseswar – Feyenoord – 23 anos – Ala Direito – 2.8me (possível por 1.5me)

Para preencher as saídas de Postiga e Djaló:

Rodallega – Wigan – 26 anos – Avançado – 8me (possível por 3.0me)
Amauri – Juventus – 31 anos – Avançado – 6.0me (possível por 0me)
Rosengerg – W.Bremen – 29 anos – Avançado – 3.0me (possível por 1.0me)
Dagoberto – São Paulo – 28 anos – Avançado – 2.5me (possível por 1.0me)
Zidan – Dortmund 29 anos – Avançado – 2.0me (possível por 0.5me)

Olhando a todas esta hipóteses, a entrada de Xandão, Dudka e Dagoberto não ultrapassaria os 4 milhões de euros e teriam uma palavra a dizer na luta pela titularidade. Se o bolso fosse mais largo então Douglas, Muntari e Rodallega…mas para isso seriam precisos mais de 10 me…o que é impossível a não ser que João Pereira seja mesmo vendido para o PSG (que quer um internacional A português para mais uma vez capitalizar a preferência da comunidade lusa de Paris) por 8me, aí talvez recuperasse o grande lateral Srna e apostasse em trazer Douglas e Muntari, deixando o sector atacante para futuras oportunidades.

Palavra agora para Freitas.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A história da sorte














Quem afirmou que o Sporting teve sorte frente ao Braga deveria ver os 92 minutos do jogo do Manchester frente ao Benfica e redefinir o significado da palavra. Não quero dizer que os encarnados fizeram um mau jogo, nada disso, sair de Old Trafford com um empate 2-2 é sempre um bom resultado, numa Liga dos Campeões é excelente. O que quero dizer é, os melhores avançados do Benfica foram...os centrais ingleses.

Imagino só o "tratamento" que o Ferguson deu aos seus "meninos" no final do encontro. É que para uma equipa com aquele tipo de jogadores, fazer aquele tipo de jogo...é mau demais. Fica a ideia que sem Rooney, sem Anderson, com Ferdinand "parado", Chicharrito no banco e com um Berbatov a rastejar "psicologicamente" este United é...sofrível, Nani é muito bom...mas não dá para tudo.

O Benfica consegue assim o apuramento, os meus parabéns, e consegue provavelmente ficar em 1º...valha a verdade não servirá de muito, evita apenas Barcelona, R.Madrid, Bayern....mas terá pela frente AC Milan, Chelsea ou Marselha, é diferente, mas sinceramente...dará tudo ao mesmo, o nível de superação para seguir em frente será sempre o máximo.

Nota para a lesão de Luisão, será uma pena se perder o derby, pelo menos para as ideias de Jesus que terá de fazer de Jardel ou Miguel Vitor o companheiro para Garay...o que não é bem a mesma coisa.

Agora só falta a vitória do Porto para fechar uma semana europeia positiva. Os pontos na Europa são decisivos, que o diga o 3º classificado desta época.

Até breve.

Pequenos Oásis


Existem muito poucos jogadores nas equipas “pequenas” realmente interessantes aos olhos dos grandes, mas entre o deserto de má gestão desportiva existem raridades que não estando ainda a um nível competitivo capaz de assegurar entrada no onze dos 3 maiores da nossa Liga, são óptimas aquisições de futuro. Para o Sporting interessará chegar primeiro a boas possibilidades de negócio e embora não possa contratar tudo o que é promessa, existem carências na 2ª linha do plantel que podem abrir vagas num futuro muito próximo.

A saber:

Hugo Vieira – Gil Vicente – Avançado (POR)
23 anos, 1.78m – Valor Aprox. 1.0 me














Ludovic – Feirense – Médio Centro / Ala Esquerdo (POR)
21 anos, 1.68m – Valor Aprox. 1.1 me
















Caetano – P. Ferreira – Ala Esquerdo (POR)
20 anos, 1.65m – Valor Aprox. 1.2 me

















Josué – P.Ferreira – Médio Ofensivo Centro (POR)
21 anos, 1.72m - Valor Aprox. 0.7 me

















Yohan Tavares – Beira Mar – Defesa Central (POR)
23 anos, 1.88m – Valor Aprox. 0.5 me














Ismaily – Olhanense – Lateral Esquerdo / Médio Esquerdo / Médio Centro (BRA)
21 anos, 1.76m – Valor Aprox. 0.6 me














Sissoko – Académica – Avançado (C.MAR)
19 anos, 1.77m – Valor Apróx. 0.4 me















João Silva – Setúbal / Everton – Avançado (POR)
21 anos, 1.89m – Valor Aprox. 1.4 me














Ruben Ferreira – Marítimo – Lateral Esquerdo / Defesa Central (POR)
21 anos, 1.83m - Valor Aprox. 0.4 me



João Aurélio – Nacional – Médio Centro / Médio Direito (POR)
23 anos, 1.85m – Valor Aprox. 0.8 me














Fran Mérida – Braga / Atl.Madrid – Médio Ofensivo Centro / Ala Esquerdo (ESP)
21 anos, 1.75m – Valor Aprox. 2.0 me













Qualquer destes jogadores seria uma boa aquisição, os valores de referência nem serão os valores reais de uma transferência, a necessidade profunda de encaixar verbas levaria a maioria (excluo Braga e Beira Mar) dos clubes a negociar por bem menos.

Até breve.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ganhar...mas a que custo?

Não parece uma pergunta a que Pinto da Costa se tenha colocado alguma vez. Na sua óptica qualquer expediente é válido desde que sirva o fim isolado de beneficiar o FC Porto. Não vou aqui enumerar sobre a longa lista de meios pouco lícitos usados nos vários mandatos da sua presidência, seria exaustivo e deprimente, o que me faz perder o tempo em falar desta personagem do nosso futebol é a notória oligarquia criada no maior clube da cidade do Porto.

Quando um presidente, usa o líder (mais que associado a redes de crime organizado) da principal claque do clube para "controlar" a revolta dos adeptos a seguir a um mau resultado...a ideia de clube, associação de adeptos caiu. Faliu em algum momento entre as vitórias consecutivas e a ausência de ética de instituição plural. O FC Porto é neste momento um clube em que os sócios servem apenas como plumas decorativas, acessórios desconfortáveis à acção de uma direcção que espelha apenas o que o seu líder permite.

Esta ditadura, pelos vistos "militarizada", cairá um dia. Talvez apenas quando o seu Generalíssimo já não conseguir desempenhar o cargo, mas nesse momento já existirá um percurso largamente decadente, que julgo inclusive já ter sido iniciado. No dia em que o clube nortenho voltar a abrir portas à democracia isso não será uma prova de vitalidade, mas de queda absoluta, de fragilidade extrema perante a ausência de um todo-poderoso herdeiro da linha absoluta e marginal de Pinto da Costa.

A história desportiva julgará todo o passado de glória do FC Porto trazido por Pinto da Costa, mas não  duvido que a um preço muito alto, talvez o preço de não saber competir em pé de igualdade com os seus adversários, talvez pagando a factura de nunca ter crescido à medida do sucesso que conquistou.

Até breve.

Justiça e destques


O Sporting venceu 2-0 o Braga. Podia ter marcado mais 2, como também podia ter sofrido outros dois. Houve penalties por assinalar para os dois lados, um par de expulsões também. O Sporting continua em prova…o Braga não. Mas para os nossos queridos analistas, o Braga merece aquela “simpatia” de equipa brava que mesmo a perder e com menos um, mandou uma bola ao poste (ninguém viu mas o Paulo César não saltou…em cima e não por cima do defesa leonino).

Tenho pena que ninguém se tenha apercebido que o Sporting jogou muito mais do que o Braga e que tenha dominado (sim teve 2 ou 3 falhas defensivas…porque o adversário também joga à bola, nesse domínio o Braga teve quantas falhas defensivas? 12?...) quase toda partida, a segunda parte foi em slow motion, o que acho inteligente por 2 razões: 1 – A ganhar 2-0 e com mais um jogador…com um plantel cheio de lesões…poupou-se o esforço e amarelos; 2- Humilhar o Braga (o Sporting podia tê-lo feito…) só iria beneficiar o Porto.

Algo que também escapa normalmente às análises dos nossos jornalistas é a forma quase natural como este Sporting vence os seus obstáculos, uma vantagem que se começa a mostrar logo nos primeiros instantes da partida e se mantém regular por todo o jogo. À excepção do jogo fora frente ao Vaslui e no particular frente à Selecção Angolana, que coincide com onzes de circunstância, os leões com menor ou maior facilidade cumpriram com aquilo que se pedia.

Faço aqui os destaques que ninguém fez, pelo menos de forma justa à equipa:

Patrício – Tirou 2 golos. Importantíssimo.
Polga- Seguro, para quem tanto pediu que saísse…ora se não é o melhor central, anda lá muito perto.
Onyewu- O espaço aéreo é dele. Não lhe peçam rapidez e grandes sprints atrás de avançados…o Americano faz o que pode com a sua constituição.
Carriço- Assim que entrou a equipa soltou-se mais e embora ache que a função de médio nunca lhe será natural…quem não tem Rinaudo, caça com Santos e Carriço.
Elias- Mais uma partida que mostrou a capacidade de estar em todo o lado, o brasileiro vale por 2, o mesmo é dizer que o Braga jogou sempre com 1 e depois 2 jogadores a menos.
Capel- Se levantasse a cabeça quando corre com a bola, seria um dos melhores extremos do futebol mundial, assim é só o melhor ala esquerdo a actuar em Portugal. Coisa pouca.
Carrilho- Quando jogar mais e se deixar de “esticar” demasiado a passada com bola será um portento. Se fosse scout de uma grande equipa europeia comprava-o já, antes que o preço subisse. E vai subir muito.
Wolfswinkel- A qualidade deste avançado vem muito para além dos golos. Sabe jogar “baixo”, abrir linhas de passe, servir de pivot atacante, sofre uma quantidade astronómica de faltas nas costas sem protestar e é incansável na pressão aos médios de construção adversários. Enfim…um achado, eu que pensava Liedson tão difícil de substituir.
Ínsua- Quase sem se dar por isso, o lugar mais problemático dos últimos anos ficou resolvido…o argentino não é espectacular em nenhum parâmetro do jogo, mas é muito bom em todos…mais um golo.
Evaldo- Posso levar uma multa dos “odiadores” deste jogador, mas ontem não há como não ter visto que entrou muito bem…fez lembrar o Evaldo…do Braga.

Até breve.

domingo, 20 de novembro de 2011

Meio caminho andado

Ainda é muito cedo, mas depois de hoje à noite, o Sporting pode ter meia taça nas mãos. Não é desconsideração pensar que fora Porto e Braga, Benfica é o único rival da mesma dimensão que resta na prova. Poderão haver outros jogos difíceis, principalmente fora e principalmente contra Guimarães, Marítimo, Nacional, Setúbal ou como está visto...Académica. Mas evitando esses confrontos e esperando por embates entre primo-divisionários, podemos ter caminho bem mais largo até à final no Jamor.

O problema é se o Porto fica excluído da Liga Europa. Num par de semanas podemos ter um rival directo sem 2 competições em cima, sem o treinador deficitário que tem e completamente concentrado na Liga, onde ainda segue em primeiro. Torço para uma vitória do Porto na Champions e pela permanência de VP, pelo menos até ao embate com o Braga. Uma vitória hoje do Sporting sobre a ex-equipa de Domingos, "picaria" Jardim para um bom resultado frente aos Dragões.

O Sporting, com alguma sorte e competência pode derrotar o Benfica na Luz, depois de ver os últimos jogos da equipa de Jesus não seria nada de transcendental, e pode (bem mais importante) acabar esta semana no topo da tabela da Liga, facto que seria impensável no início da época...diga-se até para os adeptos do Sporting. Mas isso são apenas conjecturas de vários resultados, com algum optimismo, a verdade desta época é que jogo a jogo os níveis de estabilidade e tranquilidade são mais fáceis de controlar.

Hoje em Alvalade não espero um jogo fácil, bem pelo contrário, a partida entre o Braga e o Benfica mostrou-nos uma equipa minhota nada amedrontada, com personalidade a jogar as suas melhores cartas para derrotar um dos principais candidatos ao título. A jogar fora, apostarão num jogo com mais segurança defensiva, à espera das jogadas de ataque que Lima, Barbosa e sobretudo Alan consigam criar. O ponto fraco será sempre as faixas laterais, onde Carrilho e Capel terão a hipótese de conduzir muito jogo, pelo menos até servir Wolfswinkel mais adiantado ou Schaars e Elias em linhas de passe na entrada da área.

Se fosse de apostar, jogava todas as fichas nos remates de meia-distância ou nas bolas paradas, parece-me que este Braga é algo "nervoso" em bolas bombeadas para a área. Afinar a pontaria nos cantos ou livres indirectos pode ser a chave para a nossa vitória. Muita atenção à condução de bola de Alan, se "fecharmos" este "caminho" o Braga deixa de conseguir pensar e apenas reage.

Mas faz-se tarde e há um lugar à minha espera em Alvalade.
Até breve.


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A geração diamante

Houve o tempo da Geração de Ouro do futebol português. O termo surge em meados dos anos 90 para classificar a abundância de excelentes jogadores, que na sua maioria haveriam de chegar aos maiores clubes da Europa, criando uma linha directa de grandes transferências entre os 3 grandes e os maiores tubarões europeus.

Vítor Baía, Fernando Couto, Paulo Sousa, Jorge Costa, Rui Costa, Figo, Sá Pinto, João Pinto, Capucho, Sérgio Conceição, Hélder, Pauleta, Nuno Gomes, Paulo Alves, Domingos, Rui Jorge, Paulo Bento, Rui Bento, são alguns dos maiores nomes que Juventus, Barcelona, Lazio, Dortmund, Fiorentina, Milan, Real Madrid, Atlético de Madrid, Parma, PSG acolheram e tornaram ainda mais célebres, ainda mais eficientes, sobretudo em termos de mentalidade, a Selecção ficaria com um lote de jogadores precocemente competitivos e maduros.

Não houve quebras dramáticas com a saída desta geração, embora se verifique um quebra de resultados. Muito por culpa de atletas como Pepe, Ricardo Carvalho, Ricardo, Bosingwa, Sabrosa, Ronaldo, Nani, Quaresma, Portugal viveu ainda uma ressaca áurea que começa agora a dar sinais de declínio. A prestação da Selecção de Sub20 no Mundial podia ter dado sinais de um rápido recobro, mas no panorama dos 3 grandes clubes não há espaço nem tempo para fazer crescer atletas. Como suplentes ou em clubes de menor dimensão, nunca atingirão o patamar dos anteriores e tardam numa afirmação que sempre foi pouco provável.

Mas há falta de um "laboratório" nacional, está a emergir um grande "superfície" de leão ao peito. A Academia de Alcochete / Puma, vista por muitos como um espaço asséptico e industrial onde o talento era refinado mecanicamente e onde haveria sérias dificuldades em criar um novo Ronaldo, Nani ou Figo, apresenta nos dias de hoje a sua mais recente fornada de talentos. A imprensa e os opinion leaders desportivos têm feito o máximo para passar ao lado da notória qualidade destes jogadores, mas uma nuance competitiva chamada Next Gen Series (desportivamente um sucesso, desconheço o lado financeiro) veio quebrar o anonimato e a "ideia" errada de a Academia passa por tempos menos inspirados.

Nesta competição, uma verdadeira Champions League de equipas jovens que junta muitas das melhores formações europeias (não tenho dúvidas que em próximas edições, serão todas), o valor externo das escolas de futebol é posto à prova...e...só se pode dizer que na fase regular, o Sporting é o maior destaque da prova. O que era apelidado de provavelmente uma das melhores formações mundiais começa a assumir-se como provavelmente a melhor ou pelo menos, ou com alguma modéstia, uma do top 5 (Ajax, Barcelona, Man Utd e Juventus serão as restantes).

Mas esta não é uma nova Geração de Ouro. É mais uma geração de diamante. Com a lapidação certa chegarão ainda mais longe, com a errada, serão apenas mais uma fornada de jogadores sem continuidade na equipa principal do clube. À semelhança da NGS, é preciso encontrar novos espaços competitivos, onde em conjunto e sob o cuidado do clube de origem, jovens de grande valor possam continuar a evoluir sem quebras ou mudanças abruptas. Falo obviamente da equipa B.

A carreira notável da equipa comandada por Sá Pinto parece gritar-nos aos ouvidos a urgência da criação do Sporting B, uma verdadeira antecâmara onde ex-juniores podem iniciar o seu percurso profissional. Numa Orangina de pouco recorte técnico e muita exigência física, os franzinos e habilidosos leões ganhariam o poder de choque e a velocidade (motora e mental) que normalmente lhes falta, assumindo muito mais depressa candidaturas reais a um lugar na equipa sénior.

O Sporting é o mais interessado nesta solução, e será sem dúvida uma ferramenta essencial no futuro do clube. A recessão, as novas regras da utilização de estrangeiros e extra-formação fará da Academia e da Equipa B a principal fonte de talento e receitas da equipa principal...e neste campo estamos anos de luz à frente dos nossos rivais. A lógica do Campeonato de Júniores é construída para que clubes sem qualquer tipo de condições financeiras possam disputá-lo (sem encargos de viagens permanentes), o que distorce o valor real do campeão numa fase de playoff mais equilibrada. Uma bola no poste pode decidir um título...isto quando já houve uma época inteira de jogos.

Nenhuma outra medida será tão importante para o futuro do Sporting como a regulamentação das Equipas B e seria de todo interesse criar um lobbie suficientemente forte (internamente e com outros clubes) para que tal aconteça. Isso começa aqui na blogosfera.

Até breve.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

A verdade


A equipa do Sporting está mais forte. Não falo de espectáculo, de golos ou público. Não falo sequer em ânimo ou confiança, para quem gosta de números para justificar conceitos, esta é a prova:

Cristiano – Beira Mar – 6 jogos 1 golo 0 assistências (suplente) 2.0M
> A.Martins – 1 jogo 0 golos 0 assistências (suplente) 1.0M

Pedro Mendes – Guimarães – 10 jogos 0 golos 0 assistências (titular) 5.9M
> Schaars -  17 jogos 3 golos 3 assistências (titular) 5.5M

Saleiro – Servette – 4 jogos 0 golos 0 assistências (suplente) 1.2M
> Rubio – 7 jogos 0 golos 1 assistência (suplente) 1.5M

Zapater – Lokomotiv – 14 jogos 1 golo 2 assistências (titular) 7.5M
> Elias – 9 jogos 3 golos 3 assistências (titular) 7.0M

NAC – Braga – 2 jogos 0 golos 0 assistências (lesionado) 1.8M
> Rodriguez – 9 jogos 0 golos 0 assistências (titular) 5.8M

Vukcevic – Blackburn – 4 jogos 1 golo 0 assistências (suplente) 5.5M
> Capel -  16 jogos 3 golos 4 assistências (titular) 7.3M

Postiga – Saragoça - 10 jogos 4 golos 1 assistência (titular) 5.0M
> Wofswinkel – 14 jogos 11 golos 0 assistências (titular) 6.0M

Hildebrand – Sem clube – 1.7M
> Boeck – 2 jogos (suplente) 0.8M

Maniche – Sem clube – 0.7M
> Rinaudo – 14 jogos 0 golos 1 assistência (lesionado) 4.0M

Grimi – Genk - 0 jogos (Suplente) 3.0M   
> Ínsua – 9 jogos 2 golos 3 assistências (titular) 4.8M

Valdes – Parma – 4 jogos 1 golo 0 assistências (Suplente) – 4.0M
> Jeffren – 4 jogos 1 golo 0 assistências (lesionado) 5.0M

Torsiglieri – Metalist - 16 jogos 1 golo 0 assistências (titular) 2.5M
> Onyewu – 8 jogos 1 golo 0 assistências (titular) 5.0M

Abel -  Sem clube – 0M
> Árias – 1 jogo 0 golos 0 assistências (suplente) 1.0M

Salomão – Coruña – 11 jogos 3 golos 0 assistências (titular) 2.0M
> Carrilho – 11 jogos 0 golos 4 assistências (suplente) 1.1M

Djaló – Não inscrito – 5.2M
> Bojinov – 8 jogos 2 golos 1 assistência (suplente) 4.8M

Entre jogadores que saíram e que entraram (não foram contabilizados jogadores que não estiveram no plantel a época passada, nem contratados que entretanto saíram) a diferença de prestação é bastante grande o que ainda se torna mais significativo quando olharmos ao tipo de ligas e clubes a que foram cedidos (excepção de Valdez e Postiga).

Toda a estatística pode ser consultada em transfermakt.de e embora existam valores estranhos (Pedro Mendes vale 5.5 me, Grimi 3.0me, Zapater 7.5me e Hildebrand 1.7me em oposição a Carrilho que só vale 1.1me ou Wolfswinkel que só vale 6.0me) é possível ver que regra geral o valor do plantel subiu muito consideravelmente (+ 12.6 me) com os reforços desta época. Na verdade, corrigindo algumas desactualizações, facilmente podemos entender uma diferença de valor entre 20 a 25 me.

Contra factos…

Até breve.

Parabéns Portugal

Os meus parabéns a Paulo Bento, a toda a equipa técnica e claro, aos jogadores da Selecção. Espero que finde a campanha anti-PB, principalmente na imprensa. Agora também gostava de ouvir as críticas de Bosingwa, ou outras insubordinações. Agora sim se reconheceria coragem a quem contestar o mérito do treinador em fazer as suas escolhas. Mas não, a cobardia de jornalistas, comentadores, empresários e jogadores só permite acusações em "maré baixa".

Deixando as tristezas para trás, este foi o melhor jogo que vi a Selecção fazer desde o particular frente à Espanha. Patrício não fez uma defesa e só um penalty muito forçado e um golo em fora de jogo destoaram na festa que foram estes 90 minutos. A Bósnia fica mais uma vez de fora, mais uma vez com um esquema táctico muito defensivo, o que só ajudou a nossa vitória. Portugal é incomparavelmente mais forte do meio campo para a frente que do meio campo para trás. Estamos de pleno direito no Euro 2012 e embora existam muitas dificuldades a ultrapassar, não seremos nem de perto nem de longe das equipas menos ambiciosas em prova.

A esta Selecção falta um grande ponta de lança (Liedson era assim tão descabido?), um bom trinco (será Veloso?) e o regresso de Ricardo Carvalho. Era bom que o jogador do Real Madrid pedisse desculpa pelo seu acto completamente descabido a um profissional, (o Ricardo sempre foi excelente nessa matéria) e dessa forma abrir espaço para a sua presença nos convocados. Estes 3 jogadores ou outros que surjam fazem falta. Já agora, os parabéns à formação do Sporting. Patrício, Moutinho, Miguel Veloso, Nani, Ronaldo, Quaresma e Carlos Martins são made in Alvalade e convém não esquecer de onde vêm os talentos que tornam toda esta alegria possível.

Até breve.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

O play em Off do nosso futebol

Logo à noite temos jogo. Temos também a obrigação de mostrar que somos alguma coisa de jeito, ver a Bósnia no Europeu será um trauma que dificilmente não levará o país futebolístico à histeria e a uma revolução prematura. É pena, mas uma vitória na Luz adirá montanhas de medidas que estão na gaveta há pelo menos 10 anos. Os campeonatos dos escalões jovens, o número de equipas nos escalões seniores, a limitação de jogadores estrangeiros nos escalões de formação e seniores, o quadro técnico das selecções, a regularização orçamental dos clubes profissionais, a negociação colectiva dos direitos de transmissão televisiva, etc.

Todas estas medidas são essenciais à sobrevivência do nosso futebol, que de outra forma continuará a ver clubes centenários fechar portas, os melhores jogadores vendidos todos os anos, 2 ou 3 clubes a disputar sempre os mesmos lugares e as selecções a perder estatuto europeu e mundial. Implementá-las quebrará todo o equilíbrio político do futebol luso, “arranjos” com décadas de validade terminarão em desuso, zangando-se muitas comadres. Uma reestruturação com as medidas que aponto, facilmente construiria uma valorização pelo mérito e competência, onde os clubes viveriam do que construíssem, onde a lógica actual, de 1 clube grande com 15 satélites que sobrevivem do empréstimo de “favorecimento”, de jogadores e da partilha de uma ideia de sobrevivência mendicante a quem prometer qualquer tipo de “ajuda”, terminaria.

Aflige-me clubes com a história do Beleneneses, Vitória de Setúbal, Académica e Leixões venderem tão facilmente o seu futuro, deixando-se apadrinhar por alguém que apenas os usa como “pesos mortos” e depois os abandona quando se tornam incontornavelmente ingovernáveis. A geminação de processos e amizades com os “padrinhos” do nosso futebol só traz ruína e a assunção de menoridade, ou seja, o fim do sonho de um clube em ser sempre maior.

AF do Porto tem na Liga ZonSagres e Orangina: FC Porto, Rio Ave, Paços de Ferreira, Feirense, Penafiel, Moreirense, Freamunde, Leixões, Desp. Aves, Oliveirense, Naval, Arouca, Trofense (14).

AF de Lisboa: Sporting, Benfica, Belenenses, Atlético e Estoril (5)

Esta diferença pouco se explica. Sporting e Benfica amealham quase todos os adeptos de Lisboa, tornando a Grande Lisboa um deserto para os pequenos clubes. O Alverca ou o Estrela da Amadora são só dois exemplos de clubes “artificiais” que viveram muito mais de habilidade política e apadrinhamento do que de excelência competitiva. Os clubes do Porto mantém-se apesar deste panorama, pelas mesmas vicissitudes, mas a concentração de poder de decidir quase tudo no futebol adia o inadiável, ou seja o eclipse (competitivo sobretudo porque a dimensão é sempre a mesma) da lógica de satélite político.

O paradigma “eu ganho e vocês sobrevivem” só é possível porque a independência dos clubes pequenos do Porto é ilusória, na verdade dependem das receitas de TV muito mais do que dos pouco sócios que possuem e a ameaça de descida de divisão é quase uma sentença de morte. Assim, colaboram num sistema viciado de manutenção de poder, que obriga a que nenhuma medida permita o crescimento do nosso futebol. Essa melhoria nunca conseguiriam acompanhar porque lhes falta o básico: adeptos, estádios, escolas de formação e sobretudo vontade de crescer.

Arrisco a dizer que soluções como as equipas B são completamente inversas aos interesses destes “mendigos” que substituem muita da sua incapacidade para ter bons jogadores com jovens valores dos 3 ou 4 grandes que precisam de minutos de jogo. O Sporting conseguir fazer aprovar a alteração estatutária que permita a inserção de equipas B até à permanência na Liga Orangina será para mim uma completa surpresa. Tal como todas as medidas que referi no 1º parágrafo deste post, esta medida decretará o fim do poder dos “pequenos”, o fim do futebolinho de estádios decrépitos, sem espectadores e sem espectáculo, sem cultura de mérito e sem dinheiro.

Olhar para um jogo da Eredivide, da Permier League Escocesa ou da Júpiter League com olhos de ver poder-nos-á dar um vislumbre do muito que falta fazer no nosso futebol. Certamente que o resultado de logo à noite pode acelerar esta compreensão, mas não o desejo. Gostava apenas que alguém com responsabilidades ou poder pudesse fazer cumprir os dois desígnios: estar no Euro 2012 e mudar tudo no nosso futebol. Certamente que em 2016 seríamos muito mais fortes.

Até breve.