sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Algo ficou mal ro reino da Dinamarca


Tenho de admitir que o resultado (mais do que a exibição) da primeira mão frente a mais um conjunto de poucos créditos dinamarqueses, foi uma ligeira desilusão. É certo que se apenas 25% das oportunidades de golo tivessem sido concretizadas, estaríamos hoje a falar de uma prestação de gala, mas isso em si é a parte mais significativa do problema, por mais que valorizemos a criação de oportunidades.

A primeira condição para analisar um resultado será sempre a qualidade do adversário. Uma goleada imposta ao Varzim ou ao Benfica nunca serão a mesma coisa, tal como um empate fora a 1 golo com o Horsens nunca será o mesmo que igual resultado em Old Trafford frente ao Man United. Neste campo o Sporting, tal como na primeira jornada em Guimarães, desaproveitou.

Noutros anos uma igualdade na cidade berço podia ser visto como um marcador razoável, mas não nesta temporada e especialmente no início da época. Este Guimarães é uma equipa jovem, inexperiente, sem referências, que neste começo de época procura eliminar o estatuto de candidato à descida de divisão. Foi óbvio durante a partida que não há fio de jogo, não há qualquer sentido táctico que não passe por fechar os caminhos para a baliza, a prova mais cabal da insegurança de quem viu sair todas as figuras importantes da equipa.

Num certo sentido, os resultados obtidos pelos rivais (empates) ajudaram a que se perdoasse este resultado, mas ficou na retina uma dificuldade evidente em materializar em oportunidades e em golos o domínio da partida. Na Dinamarca, criámos muitas ocasiões para marcar, muito por culpa da qualidade do adversário que permitia o avanço em bloco do nosso meio-campo e trocas de bola em zonas perigosas, algo que o Guimarães nunca “autorizou”. É difícil imaginar quantos adversários enfrentará o Sporting esta época que se coloquem mais a jeito que o Horsens, para serem goleados.

Não explico tudo com a ineficácia de Wolfswinkel. É demasiado simplista e equivoco fazer esse exercício. Especialmente quando todos os companheiros pecam pelo mesmo defeito. Concordo que foram 2 jogos em que o holandês não esteve bem e até que se existisse neste momento uma alternativa equivalente ao valor do “jovem lobo” fosse preferível resguardar o atleta no próximo jogo. Mas não há. Viola (fechou a época na Argentina) ainda não estará sequer inscrito, além dos problemas de adaptação. Rubio, Etock, Betinho e Wilson Eduardo não terão ainda maturidade para serem a única referencia do ataque de um candidato ao título, o que deixa apenas uma solução – Labyad.

Pode parecer estranho encarar o Marroquino como avançado, mas a sua carreira tem oscilado entre 3 posições, 2º avançado, extremo e médio ofensivo. Curiosamente foi quando foi colocado como companhia de um avançado clássico que mais produziu. Tal como noutros momentos do nosso passado, urge encontrar uma disposição táctica que encontre espaço para dois avançados. Fez falta em Guimarães, fez muito mais falta da Dinamarca. Assim porque não testar Labyad e Wolfswinkel juntos frente ao Rio Ave? Dê por onde der, esta dificuldade em ganhar jogos que dominámos frente a adversários defensivos tem de ser contrariada e rezar pela santa dos golos para mim é apenas um sinal de falta de imaginação e coragem. Pelo menos a última sei que Sá Pinto nunca terá.

Até breve.

PS – Terei que tirar o meu chapéu a dois jogadores nestes dois primeiros jogos – Cedric e Carrilho. Se o primeiro realizou notas perfeitas, o segundo terá sido o mais criativo (pena as oportunidades falhadas). Falta muito pouco para serem certezas e tenho a certeza que esta época será de grande valorização. Um Carrilho menos perdulário seria  a coisa que mais parecida temos com um Ronaldo, Messi ou Rooney, ou seja, um desiquilibrador.

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