quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Onde comprar golos


Com a saída de Pongolle, com o empréstimo de Wilson Eduardo à Académica, Balde no Guimarães e com o provável ingresso de Bojinov no Verona, o Sporting fica apenas com Viola e Wolfswinkel como avançados puros no plantel. Rubio fará muitas vezes a viagem entre a equipa A e a B e como tal não será uma opção a full time no plantel.

Com 2 avançados e por melhores que eles sejam, não é possível encarar uma época de 4 competições de clubes e um apuramento para o Campeonato do Mundo (o Sporting tem cada vez mais seleccionáveis no plantel) com a certeza de que nunca faltarão homens para atacar a baliza. É certo que o recém-chegado argentino e o holandês são ambos bastante jovens, mas no futebol moderno, o desgaste de jogos acumulados faz-se sentir independentemente da idade.

É pois quase certo que irá chegar mais uma opção para o ataque leonino. Ao contrario de Titin Viola, este futuro jogador deverá ser um avançado de área, como muitos já o afirmaram, um jogador mais posicional, que dê a Sá Pinto uma presença física mais regular na zona de finalização. As deslocações de Ricky (que procura muitas vezes receber a bola no meio campo) aliado à tendência natural de Viola de procurar as alas abrem no plantel do Sporting uma nova necessidade. E não vai ser fácil supri-la.

Hoje em dia, encontrar um sucessor moderno de Ian Rush, Manuel Fernandes ou (mais recente) Pipo Inzaghi é uma tarefa árdua. Estes “killers” são cada vez mais raros e quando encontrados cedo se tornam tesouros difíceis de resgatar. O próprio Diego Rubio é um “projecto” incerto que poderá vir um dia a cumprir o desígnio para o qual foi contratado, mas que para já não confirmou aquilo que os mais optimistas pensariam ser um rato-de-área pronto a revelar-se ao mundo do futebol de topo.

Os Diego Rubios mais experientes com currículos já comprovados de elevada materialização de golos, são, infelizmente areia de mais para o camião de contenção financeira do Sporting. A pergunta que se coloca é então: onde encontrar e como pagar este novo reforço.
É muito mais fácil responder à primeira parte da questão. No mercado nacional jogadores deste tipo são quase inexistentes, nenhum com o calibre que nos faz falta.
Existem alguns valores emergentes na Liga Argentina, mas com os olhos da Espanha, Itália e França sempre apontados aos Torneios Apertura e Clausura é cada vez mais raro um bom ponta de lança a jogar na Argentina passar despercebido.

O mercado brasileiro é abundante e vasto em soluções. Mas com a recuperação económica fulgurante do país irmão, os clubes outrora carenciados de vendas a qualquer preço, fazem hoje muita questão em exportar caro, muito caro. Os exemplos de Damião ou Neymar são um retrato do que esperam outras possíveis aquisições.

Ainda na América do Sul, Chile, Colômbia e Uruguai são mercados economicamente interessantes, mas os seus melhores valores não jogam lá, são rapidamente exportados para o México, Argentina e Itália, lugar de onde só costumam sair a troco de verbas já incomportáveis.

Ultimamente o Sporting tem optado por explorar o mercado Holandês, onde os atletas tem uma óptima formação competitiva e uma tendência para querer abandonar a Eredivise bem no início. Ajax, PSV e Feyenoord outrora grandes exportadores de jogadores para os “tubarões” da Europa, perderam a ligação directa. Salvo poucas excepções,  um avançado holandês para chegar ao um clube do top 10 europeu, terá de provar numa liga mais defensiva que rende o mesmo que na profícua liga holandesa. Mas mesmo assim, o recente poderio económico dos clubes alemães, está a desviar o que melhor se forma nas excelente escola de avançados holandesa.

O mercado africano é bem explorado pela Ligue1, o de leste pelas ligas Russas, Ucranianas e Turca.

O que sobra?

Existe um mercado onde nascem habitualmente bons avançados, que tem sido muito pouco valorizado pelos clubes portugueses. O nórdico. Na Noruega, na Suécia, na Dinamarca e até na Finlândia e Islândia formam-se bons pontas-de-lança, normalmente com poderosos remates e jogo de cabeça, normalmente altos e atleticamente robustos. Não estão a um nível de transferência incomportável e apesar da ponte com a Liga Inglesa ser tradicionalmente forte, há muito que os clubes da Premier League apontaram o foco a avançados mais “latinos” procurando a criatividade que não encontram nas ligas nórdicas.

Mas ao Sporting não faz falta um avançado criativo e no Norte da Europa pode muito bem estar o tal “homem” de área que nós procuramos.
Talvez não exista nenhum Ibrahimovic por resgatar, mas se o que buscamos é um suplente a Wolfswinkel não vejo porque razão desperdiçar uma oportunidade de abrir horizontes no que diz respeito a formatos de jogadores que não formamos.

A criatividade na procura gera normalmente bons resultados.

Até breve.

Sem comentários:

Enviar um comentário