quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Ah...Sportinguista!

Ter meia casa (previsão dos media) frente aos belgas hoje em Alvalade só vem mais uma vez provar que o Sporting é mesmo um clube muito grande. Pelo meio de uma crise de organização que dura há pelo menos 4 épocas e resultados desportivos humilhantes, o que se mantém sempre a um nível muito alto é o sportinguismo. Esse que é o maior bem activo do clube e nunca deixou de estar em alta.


Pena que permanentes más decisões não permitam o desenvolvimento desportivo evidente, mas não é um argumento honesto culpar os adeptos pelas derrotas ou pela falta de capacidade financeira do clube. Um aproveitamento razoável e mais equilibrado das receitas do clube poderá não ser suficiente para fazer frente aos orçamentos (por agora) bastante superiores dos rivais Porto e Benfica, mas tem de dar para muito mais do que está a ser conseguido.

Hoje o argumento, que vingou na era de Paulo Bento, de que o problema do clube era a juventude e inexperiência dos atletas da formação não colhe mais. Olhar para o rendimento competitivo de Veloso, Moutinho ou André Santos e olhar para o nosso meio campo hoje, de repente, passou a ser uma aspiração, por mais que se advogue que os resultados são semelhantes (sem títulos) a viabilidade económica é bem diferente.

Se o produto “made in” Alcochete tem procura, o que se pode dizer das aquisições internacionais do clube, que por exemplo, vende dois internacionais chilenos por menos de 4 milhões de euros. A prova é que não é o Sporting que valoriza o atletas, é a Selecção. O Sporting, neste momento, desvaloriza os seus atletas, única e exclusivamente porque perde e/ou joga um futebol sem brilho.

Paulo Sérgio, Couceiro, Domingos, Sá Pinto e Oceano têm uma coisa em comum, nunca foram capazes de substituir o “resultadismo” de Paulo Bento por um atributo de igual valia. E se culpo os treinadores por não terem definido o que queriam em campo, culpo as direcções por contratarem treinadores sem qualquer noção do que esses técnicos podem trazer (ou tirar) à equipa.

No final das contas é mais ou menos óbvio que o clube tem sido governado numa lógica de mercearia, acorrendo aos problemas de forma pontual, com amadorismo profundo nas grandes decisões estratégicas. Tantas e tantas vezes seguindo supostos “projectos” que não passam de ideias a vulso, prontas a cair ao primeiro desaire.
A paixão exacerbada (quero pensar que é por isso) com que são tomadas decisões com graves implicações financeiras e desportivas não pode continuar.

O sucesso do clube começa pelo respeito que tem pelo “Sportinguismo”. O respeito pelos sócios, praticantes, ex-praticantes, ex-sócios, ex-dirigentes tem sido, desde há muito enormemente deficitário. Porquê? Todos nós sabemos a resposta. Há falta de ser firme e lutador com os “inimigos externos”, o Sporting instituição tem assumido várias posições de força com as suas próprias massas, tantas vezes votando elementos dissonantes ou apenas pessoas que não tiveram sucesso no clube a um exílio profundamente infantil.

Não vou dar exemplos, mas as relações entre as pessoas do Sporting que gravitam ou já gravitaram em volta do clube são absurdamente tensas e conflituosas, numa guerra suja e surda e invisível, que está a contaminar o Sportinguismo.
A afluência ao jogo na Liga Europa é apenas mais um capítulo em que se nota claramente que o Sportinguismo é a força mais viva do clube, quem dera que as Direcções, Jogadores e Treinadores aprendessem com ele.

Até breve.

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