sábado, 18 de fevereiro de 2012

Ao sabor das vitórias

Ao despedir Domingos, o Sporting cedeu. Cedeu na coerência, cedeu na concretização de uma ideia. Se Domingos até Dezembro era um grande treinador, não era pelos maus resultados que de repente o teria deixado de ser. Compreendo que não foi isto que o empurrou para a porta de saída, mas sim a dificuldade da equipa em sair de um buraco exibicional em que não dava sinais de conseguir inverter a tendência de arruinar mais uma época.

Mas até que ponto o Sporting resolveu o problema? Se quisermos pensar que Sá Pinto tem um modo de operar capaz de recuperar o animo dos jogadores bastante superior a Domingos estaremos, de facto, a estabelecer uma comparação entre os dois, baseada mais num palpite do que em provas dadas em campo. A experiência de Sá Pinto no banco, como treinador de uma equipa profissional é zero. Isso não pode ser tido em conta, tal como não foi com Paulo Bento, de forma a negar para já a sua possibilidade de melhorar a equipa, mas não será até mais difícil para RSP fazer o que não fez DP?

3º lugar na Liga, a Taça de Portugal e fazer boa figura frente ao Man City. Estes são os pressupostos colocados a RSP. Algo menos que isto e ninguém levantará a cabeça por muito tempo no Sporting. Cabe portanto ao treinador recuperar 8 pontos ao Braga, deixar o Marítimo para trás, vencer no Jamor à Académica e aguentar a baliza de Patricio frente a Aguero, Bollateli, Silva, Dzeko e companhia. Com alguma sinceridade posso dizer que será complicado não ficar fora da Liga Europa já na próxima eliminatória e terá de surgir um novo Braga muito mais perdulário que este, para perder os mesmos pontos que o Sporting...mais 8.

Realisticamente, a RSP só deverá ter sido pedido o 4º lugar e a Taça. Mais do que isto é injusto, especialmente quando olhamos para o estado deplorável em que se encontra animicamente o plantel, para além das lesões crónicas de Jeffren, Izmailov e Rodriguez, para além das lesões sistemáticas em quase todos os outros atletas.

O corpo técnico que acompanha Sá Pinto é, teremos que o assumir, low cost. Por vezes o mais barato serve para o objectivo, mas no futuro terá se ser dado ao treinador do Sporting companhia bem mais competente para o ajudar.

O que fará o Sporting no futuro é um grande mistério, mas tenho muita pena que se tenha optado pelo "momento" em prejuizo de uma ideia. É uma forma de gerir mais populista, mas perigosa, insegura para todos e no longo prazo muito danosa para os cofres do clube. Por mais que me custe a admitir, estamos no principio da década 90 do Benfica. Repetimos exactamente os mesmos erros, com a desvantagem de ser com 20 anos de diferença. Conseguiremos ficar a salvo de um qualquer Luis Filipe Vieira que surja no futuro?

Até breve.

1 comentário:

  1. quem nos dera a nós ter um Vieira como presidente, por muito brugesso que seja recuperou o slb em TODAS as vertents, financeira, desportiva, credibilidade, modalidades, TUDO.

    ridicula a ultima frase do teu texto, de resto, no geral, de acordo.

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