quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Das tripas...reflexão

Dois pensamentos me ocorrem depois do jogo com o Légia.

1/ O Sporting de Sá Pinto empenha-se, por vezes com uma genica que não aguenta, em vaga após vaga, sprint após sprint conter e superar o adversário. Deixando para já a técnica em prejuízo da força, tentando que as peças estejam sempre no sítio certo. É mais organizado por via do esforço e menos da inteligência. O recém treinador do Sporting cumpriu com o que prometeu - este Sporting é, à sua semelhança. mais combativo e sério nas abordagens aos jogos.

2/O problema de estabelecer o pensamento anterior é que se torna notório que a equipa se esvai no vai e vem das jogadas, deixando pouca inspiração e pernas para criar desequilíbrios no adversário. Ou seja "prendendo" a equipa a um jogo mais posicional, o Sporting estagnou criativamente. Não há oportunidades e jogadores como Wolfswinkel, Capel, Carrilho ou Matias acabam partidas sem remates à baliza. O que é curioso é que os mesmos estão bem mais efectivos na missão defensiva.

Entendo que a reflexão nasça a partir destes dois pressupostos. Adivinho a análise de Sá Pinto à equipa de Domingos:

- uma equipa algo desorganizada com papéis equívocos face às capacidades de alguns jogadores;
- dificuldade em suster os ataques entre linhas dos adversários (ausência de jogadores posicionais no meio-campo);
- um prejuízo moral enorme face a um final de 2011 e início de 2012 sempre a perder pontos;
- muitos jogadores à beira do colapso motivacional (André Santos, Polga, Pereirinha, Carriço, Izmailov, Jeffren);
- muitos jogadores a "medo" depois de complicações físicas.

A solução, pelos vistos, aos olhos de RSP foi:

- injectar um discurso de confiança e total cumplicidade com os jogadores;
- usar um critério uniforme e equidistante "todos atacam, todos defendem";
- exigir aos jogadores mais talentosos e experientes a responsabilidade de "darem mais que" os restantes (é notória a assunção de jogo de Matias, Schaars, Pereira e Elias);
- preparar lances de bola parada usando melhor as forças e fraquezas do plantel;
- correr mais que os adversários e lutar muito mais pela posse de bola.

Estas medidas eu consigo ver, acredito que sejam muitas mais, mas será ainda cedo para o treinador implementar diferentes tipos de jogo, mantendo-se para já o "laboratório" fechado e usando-se a preparação táctica de Domingos. De facto com 2 jogos por semana, é quase impossível, com as ausências por lesão actuais, mudar o que quer que seja. É esse o problema maior de RSP e do Sporting.

Com lesões sucessivas e numa fase decisiva da época, este Sporting será muito mais o que resta de Domingos, do que uma nova versão de Sá Pinto - responsabilidade primária da direcção que acreditou, talvez em demasia no efeito positivo da chicotada psicológica. Aposto que o clube ganharia bem mais com uma chicotada na preparação física e recuperação dos jogadores.

Na próxima partida é possível partir do principio que Patricio, Onyewu, Rodriguez, Rinaudo, Izmailov, Jeffren e Carrilho estejam indisponíveis...é absurdo. É quase óbvio o onze que sobra: Boeck, Pereira, Insua, Polga, Xandão, Carriço ou André Santos, Schaars, Elias, Matias, Wolfswinkel e Capel.

Até breve.

1 comentário:

  1. Ricardo Almeida, Vila Real24 de fevereiro de 2012 às 11:39

    A equipa está toda partida, culpa da deficiente preparação física do Paciência. E agora, parece que estamos em início de época após umas férias desregradas. Em princípio, daqui a um mês estamos a jogar bem e embalamos em velocidade para a Taçã que espero ganhar!

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