quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

A estocada (quase) final

Com o alargamento da Liga a 18 clubes, com o possível regresso do Boavista, com a cúpula do futebol português a ser dominada pelos clubes "sobreviventes", penso que se dará o golpe final no descrédito do dirigismo do desporto-rei em Portugal, com sinais claros para todos de que o crime aqui compensa largamente.

Não me admirava mesmo nada que alguns patrocinadores não queiram estar associados a esta gentalha e sobretudo a uma Liga cada vez mais "aberta" ao não espectáculo, ao mau futebol, ao anti-jogo e à contestação permanente. Os árbitros são cada vez mais incompetentes, e ninguém pode censurar uma classe a que ninguém no seu perfeito juízo adere facilmente.

A crise de receitas já é o que é, será em diante agravada por uma quantidade de jogos não rentáveis e pela extinção da Taça da Liga que para o modelo de participação que continha até estava financeiramente atractiva. Na Liga dos Campeões será cada vez mais difícil amealhar vitórias (a ascensão dos clubes de Leste, germânicos e franceses é óbvia) e os milhões de euros serão cada vez menos.

Os clubes vão rapando o tacho da Olivedesportos e os atletas de algum valor passam cada vez menos pelo burgo, até pela tributação que é bastante mais elevada que nos restantes países europeus.

As equipas B serão um custo adicional, mas é mesmo o único facto positivo que se desenha para as próximas épocas. Virá mesmo a tempo de no futuro colmatar algumas vagas, deixando os investimentos "pesados" para um nível de atletas superior. A ver vamos se os "sobreviventes" e decrépitos clubes da Orangina não acabam por legalmente descobrir um caminho para boicotar o processo. Nada que me espantasse.

Até breve.

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