quinta-feira, 26 de julho de 2012

Razão, ela existe?


Valor de Mercado

1/ Wolfswinkel 15M
2/ Patrício 14M
3/ Elias 9M
4/ Capel 8M
5/ Ínsua 7M
6/ Matias 6.5M
7/ Jeffren 5.5M
8/ Izmailov 5M
9/ Rinaudo 4.5M
10/ Schaars 4M

Valor Desportivo / Desempenho (época 11-12)

1/ Patrício
2/ Wolfswinkel
3/ Ínsua
4/ Capel
5/ Schaars
6/ Elias
7/ Matias
8/ Izmailov
9/ Rinaudo
10/ Jeffren


Utilização na posição (época 11-12)

1/ Matias Fernandes
2/ André Martins
3/ Elias
4/ Izmailov

Com capacidade para actuar na posição (alternativas)

1/ André Martins
2/ Izmailov
3/ Elias
4/ Labyad
5/ Adrien

Estas enumerações servem para ilustrar o meu raciocínio quanto à hipotética venda de Matias Fernandes. Se do ponto de vista desportivo a venda se aceita visto existirem alternativas no plantel, do ponto de vista económico o negocio, pelas verbas indicadas (entre 4 e 4.5 M), é péssimo.

Matias é o sexto jogador mais valioso do plantel, aceitar vendê-lo (mesmo que pressionados pelo fim do contrato) por cerca de metade de um valor que fosse considerado bom para o Sporting não é uma boa notícia por várias razões:

-       desvaloriza (comparativamente) os restantes passes do plantel;
-       diminui o papel de “negociador” do clube;
-       alimenta uma sensação de urgência na venda de activos na imprensa;
-       retira aos adeptos um dos seus jogadores preferidos;
-       interrompe a subida de forma do desempenho/ valorização do jogador;
-       é o jogador do plantel com mais internacionalizações/ visibilidade exterior;
-       a alternativa mais competente será Izmailov, mas face às suas fragilidades caberá muitas vezes
    (senão quase sempre) a André Martins fazer a posição;

Estas são as razões principais para quem advoga que neste suposto negocio, o clube não actuou da melhor forma. De facto substituir Matias por André Martins, apesar da validade na aposta de um jovem com muito talento, é um risco. Sobretudo em jogos com equipas de nível superior, é natural que o médio da cantera ainda não exiba a assertividade e maturidade necessária. É muito diferente ter o estatuto de promessa emergente e sentir que se é o plano A, a responsabilidade pesa toneladas.

Apenas num cenário esta operação (ainda não confirmada por nenhum dos clubes) seria razoável: a aquisição de um substituto de valia semelhante ou superior. É desconhecida qualquer movimentação do Sporting por um médio ofensivo e Pranjic ou Labyad não têm capacidade de transporte de bola pelo centro do terreno.

Concluindo, dependeremos da táctica de Sá Pinto para anular a posição e papel de Matias, recuando o pivot ofensivo do centro para uma das alas, assumindo um clássico 4-3-3 ou num formato mais ofensivo desenhar um esquema com dois avançados, dois extremos com capacidade interior e dois médios (um trinco e um de distribuição) o velho 4-4-2 que desapareceu de Alvalade há quase 10 anos.

Mas nada disto anulará uma venda bastante abaixo do razoável. Quantos internacionais de nações de top, a actuar na Europa, com passe Comunitário e habituais titulares alguém consegue adquirir por 4 milhões de euros?

Até breve.

7 comentários:

  1. Discordo.
    Que tal pesar também a idade do jogador, a sua irregularidade e lesões, o seu ordenado, a sobrelotação do nosso meio-campo, e já agora a crise?
    Eu gosto do Matias, tenho pena que saia, mas acho uma decisão acertada, e que ainda gera uma mais-valia relativamente ao valor de compra (no Sporting o historial de tais negócios é muito curto).
    É um belo jogador, mas não fez história em Alvalade.
    Com igual pena e igual compreensão veria sair Izmailov por negócio semelhante (o que talvez ainda venha a acontecer, digo eu).
    SL, MTP

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    1. Caro Violino,
      São muito poucas as vezes que discordo da suas posições. O caso em apreço será uma delas.
      Concordo em absoluto com o comentário do "Anónimo"(MTP) anterior.
      SL

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  2. Tenho uma pergunta sobre este post.

    De onde vieram esses valores de mercado? Foi voce que os inventou, ou sabe onde estao essas pessoas que estao dispostas a pagar esse dinheiro pelos passes desses jogadores?

    E' que se sabe por onde andam, devia ir avisar o clube lhes vender o Matias por esse preco.

    E' que nao sei se sabe, "Valor de Mercado" e' quanto alguem esta disposto a pagar. Se ninguem esta disposto a pagar esse valor, os numeros que tem ai nao passam de ficcao cientifica.

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  3. Caro J,

    Tem toda a razão. Não são os valores "de Mercado" reais. É uma conjectura da minha autoria sobre os valores a partir dos quais as vendas entrariam na categoria de "bons negócios". Mas apesar de estar sozinho no meu julgamento, continuo a acreditar que a minha linha de raciocinio é razoável, ou não acham?

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  4. Numa altura em que não há dinheiro nem para vencimentos, a palavra de ordem é vender, ainda que por preço baixo. Só que quem vende esquece que com esta desvalorização de um jogador está a ser desvalorizado o plantel inteiro.
    Veremos onde isto tudo vai parar!...

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  5. Caro Violino,

    se você estiver numa situação financeira delicada e decidir vender a sua casa (da qual tem uma noção de valor subjectiva) pode fazer o negócio por um valor inferior ao que tinha em mente e ficar com a ideia - "fiz um mau negócio". Mas na realidade fez o negócio possível ao preço real de mercado no momento em que decidiu vender. Nesse momento "descobriu" o valor do seu imóvel. Por isso os valores contabilizados nos balanços dos clubes e sad's dos activos desportivos são pura ficção, bem como as mirabolantes cláusulas de rescisão. Na hipotética venda da sua casa, tudo o que tinha como referência de bom negócio é uma ilusão que lhe causa um sentimento de perda (ou de ganho caso a situação seja inversa), mas não se trata de algo objectivo e real, mas sim de algo emocional e subjectivo. Do foro psicológico e não do foro contabilístico e consequentemente revelador de uma qualquer realidade económico-financeira. Logo, como base irreal, não serve como linha de raciocínio sólido e válido, mas sim como base de "conversa de café". As circunstâncias obrigaram ao negócio possível que ao nível subjectivo parece ter sido mau. Mas não foi...não realmente.

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  6. Subsistem no entanto criticas a fazer à Administração do Sporting que se podem resumir pela situação de subordinação a circunstâncias às quais não se pode obviar. Numa linguagem mais corrente "ficar num beco sem saída". Que foi o que ocorreu no caso Matias. Um jogador à beira do fim do contrato e um clube sem capacidade financeira para negociar de forma alternativa, ditaram um negócio que nos parece mau. Mas que foi, talvez, o melhor negócio possível.

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