terça-feira, 20 de março de 2012

O meu manifesto


Quando nos perguntamos tantas vezes como funciona o sistema a favor ou contra um determinado clube, eis aqui uma resposta. Para quem viu o jogo Gil Vicente – Sporting há a extrair, de forma isenta, que:

1/ O Sporting entrou mal na partida. Não é novo e a desculpa do cansaço e dos jogos de 3 em 3 dias não explica tudo. Quanto muito existiria uma quebra a meio da segunda parte e não uma dificuldade absoluta em iniciar o jogo.

2/ O Gil soube usar uma táctica que já levou mais de 15 pontos ao Sporting esta época. Há pelo menos 4 meses que os “pequenos” repetem exactamente o mesmo modelo de jogo e é inacreditável que nenhum membro das duas equipas técnicas tenha preparado sequer um esboço de reacção. É como se começassem já a vencer as partidas.

3/ O plantel tem 27 jogadores. É verdade que não valem todos o mesmo, mas também não deixa de ser real a falta de rotatividade. A continuarmos assim, chegaremos aos momentos de decisão que ainda sobram completamente de rastos, o fulgor do Gil ontem só mostra o quão impreparados estão os leões para repetir 3 jogos por semana em doses regulares. Izmailov, Capel, Matias e Wolfs estiveram completamente ausentes da partida. Seria difícil que Jeffren, Ribas, Carrilho e Neto fizessem menos.

4/ Quando olhamos para o banco e temos Ribas como avançado para fazer subir a equipa, ficamos elucidados quanto aos erros de construção do plantel. Saiu Postiga, Djaló e Bojinov e não entrou uma única alternativa a Wolfswinkel. O jovem holandês é bom, mas não é assim tão bom. Sugiro que se termine mais cedo o empréstimo do uruguaio e se inicie uma nova digressão em busca de um avançado a custo reduzido...existem alguns aí à espera (porque não Rubio ou Betinho?).

5/ Vejo tantos elogios à prestação do Gil Vicente que me questiono se ao glorificar tanto o futebol defensivo não estamos continuamente a estimular o mau espectáculo nos nossos estádios. Há pouca gente preocupada com a questão da qualidade das partidas e demasiado entretida a evidenciar riquezas tácticas que fizeram, por exemplo, do campeonato italiano uma das ligas mais desinteressantes do mundo.
Contra um grande funciona, porque há uma equipa preocupada em vencer a partida, mas quando são as duas formações a desenvolver este tipo de jogo....não admira que Portugal tenha tão poucos espectadores nos estádios.

6/ Perante tudo isto é justo dizer que temos os árbitros que queremos ter. Se tudo o resto funciona mal é apenas normal que a arbitragem seja apenas mais um interveniente que erra. Mas a questão é menos esbatida quando é por demais evidente que para uns erra mais do que para outros. Aqui há matéria urgente para trabalhar.
Que o senhor Bruno Paixão é um mau árbitro é unânime. Mas isso não consta das classificações finais das avaliações. Porquê?

6.1/ A explicação mais óbvia é provavelmente a mais correcta. Porque interessa a muita gente ter árbitros maus. Assim que soube que era Paixão o juiz da partida tive a certeza que o Sporting iria ter mais dificuldade em conquistar os 3 pontos. Mais uma vez (é a 4ª ou 5ª consecutiva) o lisboeta “inventou” casos e materializou na sua prestação o ódio que tem pelo Sporting.

6.2/ Existem hoje pelo menos 6 árbitros incompatíveis com boas arbitragens no jogos do leão. Isto só é possível porque não existe a coragem de quem chefia os árbitros de assumir que não tem qualquer tipo de autoridade sobre grande parte dos mesmos. Todos sabemos que Vítor Pereira controla apenas uma facção na APAF, a outra, opositora não sabe bem do quê, ao abrigo de outros ex-árbitros que fizeram carreiras históricas pelo emblema do sistema (Paraty é o bastião máximo) insiste em repetir “gracinhas” particularmente frente ao Sporting, talvez tentando fazer de nós um exemplo para recolher o respeito de Porto e Benfica. Não só não o consegue, como acaba permanentemente por prejudicar a equipa que mais tem lutado pela sua profissionalização.

6.3/ Ao ignorar a falta de isenção de Paixão no último jogo, a imprensa e os analistas estão a dar mais uma carta branca ao sistema, confundindo erros técnicos com premeditação, fingindo percepcionar sem surpresa a má prestação do  juiz da partida. Mas foi surpreendente! Passar ao lado do que foi um nítido “ajuste de contas” pela indignação do clube face a outras exibições do mesmo árbitro é enfurecer um clube até à sua perda de discernimento total. O sistema na verdade pouco se preocupa com o Sporting ou as consequências  reais de constantes injustiças desportivas. É apenas mais uma sucessão de erros, ou seja, luz verde para mais impunidade no futuro.

6.4/ Concordo com a ideia que os adeptos do Sporting devem ser mais exigentes. Mais exigentes com a direcção que deve ser mais incisiva na resolução deste problema que se arrasta. Mais exigentes com a preparação física, motivacional e táctica da equipa. Mais exigentes com um plantel com internacionais de muitos países, que ganham muitos milhões de euros por época. Mais exigentes com as estruturas que dirigem o futebol nacional. Mais exigentes com os árbitros.

6.5/ Sempre achei que agredir ou denegrir alguém não é forma de resolver nenhum problema. De facto é patética a ideia de que recorrer a expedientes ilegais para conseguir isenção e justiça é um conceito que tenho dificuldade em racionalizar. Mas os senhores árbitros tem de nos ajudar nesta matéria. Ao não assumir os seus erros, a sua falta de condições para apitar as nossas partidas, a sua vontade de pegar no Sporting e exibir  a sua “força”, estão a caminhar para um antagonismo que pode ser incontrolável. Pois um árbitro está sozinho frente a uma massa anónima de milhares de pessoas, que não são conhecidas pela sua disciplina cívica.

6.6/ Quando algo de verdadeiramente mau acontecer, não venham advogar incompatibilidades com o clube pois durante anos “pisaram” sobre a nossa indignação com a ideia mais inocente e ingénua de impunidade. A incompatibilidade está presente há muitas épocas e nunca ninguém se interessou muito com os caminhos que percorreu.

Até breve.

1 comentário:

  1. Já fui mais apologista do ponto 6.5... hoje em dia, já não acho que a gente lá vá sem primeira aviar num ou dois...
    É o chamado escrever direito por linhas tortas.

    SL

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