quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Os projectos


Durante o meu tempo de vida já muitos “projectos” no Sporting. Por vezes direcções com mais de um projecto e treinadores que transitaram de “projectos”. Na vocabulário dos sportinguistas palavras como projecto, plano ou modelo são sempre sinónimos da mesma coisa: Nada.

Num clube onde nas últimas duas décadas “dançaram” dezenas de treinadores, inúmeras direcções e várias centenas de jogadores na equipa principal é humorístico falar em projectos. No início existe sempre um plano muito bem alicerçado, pensado para colocar o clube numa rota evolutiva de bons resultados. Na primeira sucessão de desastres desportivos, perde-se a confiança nas pessoas que lideram o “projecto” e invariavelmente gera-se um ambiente insuportável à sua volta. Regra geral as pessoas demitem-se ou são demitidas, regra geral nunca mais ouvimos falar em projecto e entra-se na fase de recuperar os cacos e lutar pela dignidade do clube.

Todos conhecemos alguém na nossa vida que tem dificuldade em levar em frente os seus “projectos”. Ou empregos, ou negócios, ou relações, essa pessoa muito facilmente abdica dos seus projectos à primeira contrariedade. Nunca estabilizando, nunca tirando partida das oportunidades, nunca aceitando que mesmo o que é bom na vida dá muito trabalho, nunca entendendo que nada é permanentemente agradável e concordante. O Sporting é assim. Nunca luta pelos seus projectos e abdica facilmente daquilo que acredita ser o melhor para si, apenas porque não lhe oferece uma solução instantânea, uma garantia absoluta de sucesso.

Voltando ao nosso “conhecido”, normalmente estas pessoas acabam por passar dificuldades emocionais e materiais sem qualquer necessidade. Com o passar das oportunidades, passam também os melhores anos e as mazelas tendem a acumular-se. A personalidade perde coerência, as qualidades dão lugar a defeitos e com o tempo é cada vez mais difícil socializar com esta pessoa. Os “conhecidos”desaparecem, os amigos afastam-se e a família olha-a de forma diferente. Os “projectos” continuam a suceder-se, mas já ninguém tem paciência para os entender ou confiança para os apoiar.

É precisamente neste estado que se encontra o nosso clube. Somos uma sombra do nosso passado desportivo, somos um sucedâneo financeiro, humano e desportivo do grande clube que já fomos. Acima de tudo porque não acreditamos em nós próprios. Na nossa capacidade de gerir, treinar, jogar, comprar, vender, castigar, negociar, emprestar, todos os verbos que fazem parte da rotina de um clube de futebol. Este descrédito é tão grande que uma direcção leonina sabe que às primeiras derrotas no futebol, o seu “projecto” será posto em causa. Como se fosse humanamente possível algum plano assegurar sucesso desportivo imediato.

Como já escrevi neste blog, os sportinguistas “lavados” cerebralmente por uma imprensa que se delicia com “crises” pedem muitas vezes o impossível, exigem o improvável, tantas e tantas vezes levando os responsáveis a prometer em vão aquilo que nunca podem prometer como forma de “chamar” a família de volta, tal como o nosso “conhecido” que repete continuamente “desta vez é que é...”.

Pois se não queremos que o clube se torne num exemplo de retrocesso, num casestudy de falhanço desportivo e volte a ganhar, só podemos fazer uma coisa: acreditar. Levar um projecto adiante,

Até breve.

1 comentário:

  1. O Sporting apresenta sempre muitos jogadores pequeninos.
    Evidentemente que a altura não é tudo, mas no futebol moderno a compleição física tem atualmente bastante importância.
    Este ano contrataram-se aljuns jogadores altos, mas a estatura média continua baixa.

    Minha equipa para o próximo jogo, com os jogadores disponíveis, em 4-3-3:

    Patrício;
    João Pereira-Onyewu-Rodríguez-Insúa;
    Elias-Renato Neto-Matías Fernández;
    Carrillo-Seba-Capel

    Os jogadores andam a lesionar-se muito. Será que a preparação física é adequada?

    DUARTE

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