segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Abanar...sem cair

A vaga de lesões que afecta o plantel do Sporting já vai longa. Espero que isso seja o reflexo de uma preparação exigente, um "puxão" pela capacidade aeróbica de principio de época. Se isso se confirmar, esta praga diminuirá e Domingos terá à sua disposição a totalidade do plantel com alguma frequência. Se o pior cenário for uma realidade...bom...aí o treinador leonino vai ter muitas dores de cabeça para repetir um onze, sinal também da pouca resistência de certas figuras importantes do plantel.

Especialmente o 2º cenário obrigará à total concentração e aplicação nos treinos de todos os atletas, pois de um jogo para o outro, a menos provável das soluções pode ser fundamental. Muito por força destas circunstâncias, o Sporting deve ser o clube da I Liga com o uso mais alargado do plantel. Esse facto não deixará de favorecer pelo menos o sentido de valorização dos jogadores, pois ninguém está esquecido no banco, nem mesmo Carriço, Pereirinha ou Polga, que pareciam escorraçados das opções de um qualquer novo técnico que chegasse. Este factor pode até favorecer um ambiente de união na equipa, onde não há "favoritos" mas sim "disponíveis".

É certo que ao não conseguir estabilizar numa equipa tipo, tardam os entendimentos, tarda também a definição de apoios tácticos individuais, só possíveis quando um jogador joga e está mais do que familiarizado com os que com ele partilham missões defensivas ou ofensivas. Mas é neste campo que podemos observar o melhor do trabalho de Domingos, ou seja, a instrução colectiva. A preparação táctica do Sporting foi, pelos motivos acima descritos, forçadamente genérica numa primeira fase. Só agora começamos a verificar ajustamentos individuais, como por exemplo o posicionamento de Fernandez ou Carrilho, as movimentações de Schaars ou Capel. Mas para trás ficou muito trabalho com todo o plantel que agora começa a dar os seus frutos.

Se a onda de lesões que afecta o Sporting acontecesse no Benfica ou no Porto, tenho grandes dúvidas que estivessem com a nossa pontuação actual. Jesus é sabido que prefere modelos tácticos fechados a um lote bem restrito de atletas (vendo bem...em muitas posições o plantel também não dá para mais) e Vitor Pereira, por mais que tente passar imagem do contrário, não tem a capacidade de motivar as segundas linhas como fez Villas Boas. Walter e Sousa são provas de uma falta de opções e não de rotatividade no plantel. Até Fernando, de "castigo", foi recuperado passando-se uma esponja sobre as polémicas da sua possível transferência. Facto nada habitual nos procedimentos de Pinto da Costa que explica de modo claro como se encontram as diferenças entre titulares e suplentes no FC Porto.

O essencial é mesmo abanar (porque nada é inflexível e imutável) mas sem cair. Contra o Vaslui é possível que Domingos tenha que "inventar" uma nova defesa, tal como foi obrigado a fazer em Famalicão, mas, é bom que tenhamos esta lição bem clara: existem oportunidades ao largo de cada mudança e o mais importante são as necessidades da equipa. Com estas bem vincadas na atitude, o Vaslui não vai dar pela diferença. Nós também não.

Até breve.

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