sábado, 1 de outubro de 2011

Passos seguros

Ultimamente tenho ouvido muitas cautelas por parte dos adeptos rivais. A mais recente onda de optimismo e bons resultados tem provocado uma sensação de "falsas expectativas" nos adeptos que olham o Sporting como rivais. Tenho bem noção do síndroma que sofre o Benfica por exemplo, que na terceira vitória já é dado como campeão provável. Sinceramente não vejo nenhum sportinguista a clamar favoritismo em nenhuma competição, muito menos a achar a equipa num nível superior aos rivais.

O que vejo é uma onda de contentamento geral e escalada de confiança que talvez resista a um ou outro resultado negativo que é apenas normal. Nunca achei, apesar da minha grande alegria, que esteja o trabalho todo feito. Existe muito a construir e solidificar, mas quando até Onyewu é constantemente aplaudido a cada intervenção vejo apoio e orgulho, não detecto fanfarronice ou soberba. O perigo é olhar para o central americano como algo melhor do que verdadeiramente é. Isso sim seria mergulhar de cabeça, na preparação para uma grande desilusão.

Quando por exemplo olho para as equipas de Mourinho no Porto, vejo muitos jogadores que excederam claramente o seu valor médio, repletos de confiança estes atletas (Nuno Valente, Derlei, Maniche, Costinha, e muitos outros) produziram feitos impossíveis à partida. Tudo porque as dinâmicas de vitórias com base no colectivo fazem crescer os jogadores e fazem-nos acreditar que nada está fora do seu alcance. Onyewu fazer um jogo limpo, sem falhas de bradar, é um sintoma de enorme confiança, coisa que nunca lhe fará nenhum mal.
A alegria recente leonina assenta na produção dos jogadores e não na injecção de confiança dos media, de facto a produção da equipa de Domingos não é (ainda) um sinal de que podemos ir ao Dragão vencer por 4-0, mas é sem dúvida um sinal que não devemos temer sair derrotados pelo mesmo resultado.

O entendimento de crescimento jogo a jogo tem sido levado a sério por todos e no geral concentra-se o horizonte somente na próxima partida. Em Guimarães não estará decerto uma equipa sobrevalorizada, nem adeptos "enganados" quanto ao que irão ver. Tal como frente à Lázio ninguém espera um jogo tranquilo, sobretudo quando um Paixão tiver o apito na boca. Será assim este ano, passo a passo, devagar, em direcção a qualquer coisa que ninguém está preocupado em saber o que será.

Agora, não desejar o melhor, é esquizofrénico. Até o Rio Ave com o número de vitórias necessárias acreditaria num título (o que não quer dizer que esteja obcecado com o mesmo) quanto mais os adeptos de clube com a nossa dimensão.

Até breve.

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