terça-feira, 18 de outubro de 2011

A evolução natural de uma espécie especial

Ao ler a última entrevista de Sá Pinto sobre a carreira dos sub19 na Next Gen Series e mesmo antes que se consiga entender o sucesso da campanha dos juniores nesta 1ª edição e no campeonato nacional da categoria, fico com a clara sensação que o Ricardo foi uma escolha muito feliz para técnico e muito menos interessa o escalão que treina.

Quando se falou tanto na campanha eleitoral da aproximação aos símbolos do clube, dificilmente se encontraria um exemplo tão óbvio de alguém que é parte do clube mesmo quando está fora do mesmo. Ex-atletas devem ser a fonte de recrutamento ideal para equipas técnicas, não de uma forma exclusiva (não se pode fechar portas a grandes promessas que não tenham passado de futebolistas).

Há mais de 10 anos em alguns países europeus é prática comum, jogadores de 31 e 32 anos começarem a formar-se tecnicamente junto das Associações de Treinadores de cada país. Em Portugal a tendência é mais recente, mas é cada vez mais a saída profissional eleita por jogadores com alguma notoriedade na primeira liga, com forte preponderância de jogadores com carreiras longas ao serviço dos 3 grandes.

Obviamente nem todos encontrarão o seu “lugar ao sol”, nem todos serão comentadores de TV, ou representardes de clubes em sorteios, muito poucos chegarão a treinar clubes de topo. Mas, em alguns atletas é possível “ler” a capacidade de ver mais do que apenas o chuto na bola e na recta final das carreiras acabam por ser valorizados como verdadeiros líderes de balneário, “integradores” de novos jogadores, exemplos de conduta e ligação ao valores do clube. Esses são pré-treinadores por excelência.

Não é fácil encontrar Sá Pintos no Sporting, tal como é difícil encontrar jogadores no plantel com mais de 6 épocas realizadas de leão ao peito. É uma tendência que deve ser invertida. Por mais que tenhamos de vender os que mais brilham, existem outros que não sendo tão talentosos ou habituais na titularidade, devem ser valorizados e preservados numa carreira de afirmação paralela às grandes explosões mediáticas como a de Wolfswinkel ou Rinaudo.

A ênfase que Sá Pinto dá à criação da equipa B é só a confirmação do que todos os Sportinguistas sentem, ou seja, uma enorme vantagem por parte de quem tantos jovens de valor forma, que sem uma “ponte” apropriada para os seniores acabam perdidos nas poucas equipas que preferem a qualidade made in Alcochete aos alinhamentos de subserviência com Porto e Benfica.

Por mim a equipa B pode ainda não passar de uma boa ideia, mas já tem treinador.

Até breve.

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