quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

2012

Olhar este novo ano do Sporting não pode deixar de ser, ao contrário de outras realidades, um exercício de confiança e esperança. Confiança no bom trabalho que está e promete continuar a ser feito. Esperança que esse empenho e talento seja recompensado com sucessos. No ano que passou aconteceram factos que de alguma forma inverteram a tendência suicida que o clube mergulhou. Saber se inverter a tendência é o mesmo que garantir a sua anulação definitiva é por agora um mistério. O passado é ainda recente, a má gestão desportiva ainda causa espasmos de dificuldade financeira e outros problemas herdados.

Antevê-se que será difícil uma equipa ainda a estabelecer a sua força superar rivais há muito "agarrados" intimamente aos poderes decisores do nosso futebol. Com orçamentos largamente superiores, com projectos desportivos já consolidados e especialmente com equipas de espinha dorsal adquirida, Porto e Benfica terão a maior responsabilidade na conquista do título. Separam-nos para já 6 pontos. Resta a esperança. Não é de todo impossível vencer a Liga, mas será preciso uma estabilidade que parece ter sido esquecida com a interrupção de vitórias consecutivas na Luz.

Mas à parte da probabilidades, existe uma realidade mais colorida para os adeptos leoninos. A qualidade. O Sporting pratica bom futebol na maioria do tempo de jogo e na maioria das partidas que disputa. Uns bons furos acima dos seus rivais. Não sendo tão eficaz, Domingos montou uma equipa, o que é desde logo um grande diferencial relativo aos últimos 3 ou 4 anos. Uma equipa com grandes jogadores que equivaleram a boas contratações. Uma equipa com jovens que podem valer muito no futuro. Uma equipa solidária e combativa. Se dúvidas havia que o treinador seria capaz de repetir Académica e Braga num clube de maior dimensão, elas estão dissipadas.

Neste próximo ano é mais ou menos lógico que possamos conquistar 1 ou 2 troféus. Taça de Portugal e Taça da Liga estão ao alcance. Liga e Liga Europa não sendo de descartar (são de facto os mais importantes) serão à vez bons medidores de evolução e é preciso não esquecer que o 3º classificado pode apurar-se para a Champions. Desistir não é uma boa palavra e este ano está ausente do vocabulário da equipa de futebol. Porquê? Porque o treinador no ano que vem será o mesmo, o presidente também e é essencial continuar a chamar mais adeptos ao estádio.

As derrotas são más, as vitórias são boas. Não há moralidade nem virtualidade no insucesso. Este novo Sporting encaixou esse chip. Tanto o fez que há indícios que, depois de investir em 17 jogadores novos e investir na saída de uma boa dezena de outros, Freitas pode estar a poucos dias de garantir mais jogadores para os lugares onde visivelmente há espaço para melhorar. Não havendo dinheiro, há imaginação e sagacidade para saber jogar o jogo do mercado. O Milan não quis Onyewu, o Liverpool não quis Insua e poucos saberiam quem era Rinaudo, Schaars, Wolfswinkel, foi com estes que se montou uma equipa. Neste mês de Janeiro será o mesmo esquema, recorrendo a empréstimos com opções de compra realistas, eu aprovo e aplaudo a solução.

2012 será pois um ano de caminho, de ensaios, de preparação. Nada impede que uma equipa em construção tenha sucesso durante o primeiro estádio de crescimento, nada impede que os sportinguistas se orgulhem da sua equipa mesmo que não ganhe, nada impede que se sonhe com futuros êxitos. Nada excepto a nossa própria relação com o clube. Por cada cadeira vazia no estádio existe um ponto de interrogação. Por cada uma ocupada, um ponto de exclamação. A frase entre pontos é sempre a mesma: O Sporting está de volta. De certeza que também e cada vez mais mais neste novo ano.

Até breve.

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