terça-feira, 27 de abril de 2010

Acordar
















A medicina, mais precisamente a neurologia, vem nos últimos anos desfazer a ideia de que os sonhos ou ou pesadelos não são parte fundamental da estruturação da psique humana. É cada vez mais precisa a analise que no principio do século não passava de vaga tradução simbólica. Hoje existem como que verdadeiros "dicionários" sobre as lógicas que obedecem ao conteúdo de cada sonho. Afinal os sonhos têm uma base perceptível e racional.

Depois de ler o artigo "Walk the Line" no blog "Centúria Leonina", que aliás recomendo a leitura na integra (http://www.centurialeonina.com/2010/04/walk-line.html) fico com a sensação que a massa adepta não se encontra desiludida com as derrotas, com a ausência de troféus ou o acesso às grandes competições europeias. Os verdadeiros sportinguistas têm levado com o discurso da "crise" ano após ano e sempre estiveram ao lado das equipas e direcções. Porquê? O discurso era consistente e marcava um rumo para o clube.

O que mudou?
Não tenho a arrogância de saber tudo, mas sei aquilo que sinto. O que mudou foi o conceito do "sonho". Quando alguém diz: "não se preocupem que nós temos a solução e em breve vão começar a vê-la" urge cumprir a promessa, de dar sinais claros que não são apenas palavras, de dar expressão ao novo "sonho" que se molda desde que se anuncia uma nova era, não de vitórias como o nosso "vizinho", mas de luta e inspiração.

A constatação depois de um época é:

- Os mesmos métodos financeiros
- A mesma estratégia, inconstante, de alianças
- Uma péssima gestão de comunicação
- Os mesmos mercados, agentes, jogadores
- Uma péssima avaliação de recursos-humanos
- O surgir de fenómenos de indisciplina e desobediência
- Uma imensa falta de criatividade que compense a falta de verbas.

O artigo em Centúria Leonina é o resultado de tudo isto, é a expressão de que não estamos a dormir, nem "murchos" o suficiente para ser cúmplices de asneiras atrás de asneiras. Confiámos em JEB para nos liderar e penso que ninguém deseja "revoluções", queremos ao invés muitas "evoluções" e que a direcção desempenhe mais coerentemente o seu papel, ou seja dirija o clube, num caminho de verdade com os sócios, custe o que custar. Não me compram com espelhos, botões e contas e muito menos vou entregar a minha "pele" por uma garrafa de whiskey com rótulo duvidoso. Quero entender. Quero ser inspirado. Não quero sardinhas e vinho tinto, quero o "sonho" de volta.

Até breve

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