terça-feira, 27 de abril de 2010

O segredo















Todos sabemos quantas contratações são viáveis ou inviáveis consoante a descrição e não publicitação de negociações pela imprensa. Todas as épocas acontece, a avidez pela capa, por anunciar em 1ª mão, pelo
exclusivo leva à "denuncia" prematura de desejos e possibilidades dos clubes em vender e comprar determinados jogadores. Ontem e hoje Luis Aguiar é anunciado como estando na iminência de começar a ser negociado por Sporting junto do Dinamo de Moscovo.

Existe neste momento um triângulo que em nada beneficia destas noticias, curioso serem "apenas" todos os interessados. Normalmente o clube vendedor sai beneficiado, mas o clube moscovita neste particular é também ele "arrastado" para a mesa de negociações por um jogador que com dois amores portugueses dificilmente quererá regressar às estepes frias.

Pelo Sporting e pelo Braga o caso também teria ficado no segredo dos deuses, uma vez que o interesse partilhado só poderá inflacionar o valor da transferência.

Não questiono a liberdade de imprensa, ao escrever aqui também eu beneficio da mesma liberdade de expressão, questiono sim a oportunidade e a razoabilidade de um jornalismo que há muito deixou de se valer de factos comprovados e tende a "regurgitar" todos os "ses" e "talvezes" que podem ou não (isso verdadeiramente não interessa) vir a concluir-se numa noticia.

Mau serviço prestado ao desporto, aos clubes e aos jogadores que são, bem vistas as coisas, o ganha-pão exclusivo de vários jornais diários. No mínimo é cuidar pouco da "matéria-prima". Penso aliás que uma imprensa que tolera black-out´s é uma imprensa que sabe que não é parte inocente do problema. A verdade é que várias direcções dos 3 maiores clubes portugueses tentaram em vão encontrar formas de "castigar" a imprensa desportiva, na esperança de estancar em modo "vendetta" os excessos desta liberdade essencial.

Não há soluções, pactos ou regras que protejam as movimentações no mercado e isso só por si é um obstáculo idiota. Mesmo que se fechem as portas de balneários, de escritórios ou de automóveis, neste país onde tudo se escuta, não é nenhum absurdo que se fale em falta de liberdade negocial ou direito ao sigilo.

Por mim, agradeço aos jornais que provavelmente "enterraram" uma negócio à nascença. Não que seja parte muito interessada já que, gostando do jogador, até nem acho que para a sua posição estejamos assim tão carenciados (Matias, Moutinho....a não ser que a venda de Moutinho esteja segura). Mesmo assim penso ser urgente um novo diálogo e relação entre clubes e imprensa. Ambos terão vantagens noutro tipo de conceito de informação.

Até breve

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