terça-feira, 7 de junho de 2011

Abrir os olhos

Witsel, Guardado, Alex Silva, Garay, Rodriguez, Artur, Torres foram, estão ou serão negociados com Sporting e Benfica, por vezes um a seguir ao outro, por vezes simultaneamente. São demasiadas coincidências. A razão é simples: os empresários que trazem jogadores para Portugal são sempre os mesmos. Vendo a questão por outro prisma, as pesquisas dos clubes lisboetas são sempre “encomendadas” aos mesmos empresários.

Não existe de facto nenhum conflito de interesses, um jogador e o seu empresário são livres de negociar com clubes rivais e da mesma forma os clubes são livres de negociar jogadores seja qual for o “outro” clube interessado. O problema é a origem e o tipo de jogadores que tem vindo para Sporting e Benfica. Especialmente quando recrutados fora da nossa Liga.

O Benfica está atolhado de jovens brasileiros que não servem para coisa nenhuma, o Sporting apesar de variar nos mercados alvos também não tem sido muito feliz. Mais um facto curioso – sempre que o Benfica ou o Sporting estão realmente próximos de garantir um reforço interessante, o negócio falha e o atleta acaba no Porto. Alguns são públicos, outros nem por isso. Quem sabe do assunto garante que Helton, Álvaro Pereira, James Rodriguez, Falcão e Hulk foram negociados com o Benfica, Otamendi e Rubem Micael pelo Sporting.

O Porto saiu sempre a ganhar, muitas vezes (como vimos à pouco tempo com Djalma e Kleber) pagando menos que os rivais lisboetas. A inocência foi atroz durante anos. Digo “foi” porque penso ter acabado. A mesma coincidência de Sporting e Benfica disputarem os mesmos jogadores estende-se ao facto de o Porto não estar incluído. Isso prova que estão à procura de outros sectores de mercado, fugindo à malha (apetecia-me escrever outra coisa) de interesses do Porto.

Van Wolfswinkel, supreendeu o mercado nacional, acrescento os empresários também, pois foi à revelia destes que o negócio se concretizou rapidamente, sem questões complexas e no anonimato. Freitas move-se bem sem precisar dos Figgers e Mendes desta vida, ainda bem. O plantel agradece a vinda de outro tipo de profissionais, não contaminados pelas negociatas à portuguesa onde os clubes de Lisboa parecem “vendados” em contraste com a precisão milimétrica do seu rival nortenho.

A “guerra” dos defesos esteve inquinada durante demasiado tempo. Com Pinto da Costa a deixar as migalhas passar. Os empresários foram o “braço silencioso” desta operação. Digo foram porque acredito que finalmente abrimos os olhos. Finalmente.

Até breve. 

Sem comentários:

Enviar um comentário