quinta-feira, 23 de junho de 2011

Engenharia e Ousadia

Na savana, os leões caçam em grupo, melhor dizer, as leoas (os machos são "policias" de território). A analogia transposta para o futebol é bastante válida. Para escolher melhor as "presas" durante o defeso será melhor que várias pessoas (com aptidões técnicas e financeiras) avalizem os negócios. Para que não se sucedam Pongolles, Grimis e Maniches tão depressa é necessário reunir 3 a 4 pessoas (não mais) que pesquisem, referenciem, sondem, negoceiem e fechem as melhores contratações segundo uma tríade de ouro (valor, potencial, rentabilidade).

Se Freitas, Domingos e Duque são peças fundamentais, na vertente desportiva, faltará um executor de experiência mais financeira, alguém que crie com alguma criatividade e geometria, o melhor preço e condições de pagamento para o clube. Hoje em dia é comum investir faseadamente num jogador. Dois exemplos: Hulk e Torsiglieri. O clube compra parte do passe do jogador sob uma cláusula que prevê o valor de aquisição total. Os direitos desportivos do jogador são cedidos parcialmente e por um período de tempo previsto. Dizem muitos bloggers que Ricky Alvarez é demasiado caro e inacessível ao Sporting. Será mesmo?

O Velez recusou uma transferência de 15me. Mas recusaria uma proposta de 8me por 50% do passe com o acordo de compra total por 18me ao final de dois anos? Reparem que é o mesmo clube de Torsiglieiri e a engenharia de transacção muito semelhante. É muito caro? Pois é. Mas investir 18me para poder receber 30me vale a pena e não tenho por garantido que a proposta do Arsenal fosse tão elevada. Existem muitos exemplos deste tipo de "riscos" no mercado. O Porto tem comprado a esmagadora maioria de grandes jogadores através deste sistema e digam lá que não tem compensado.

Já o Benfica, seguiu outro caminho, a meu ver menos arriscado e menos compensador. Sálvio e Reyes são demonstrativos de apostas em jogadores que precisavam de mais empenho. Resultado - os jogadores não ficaram no plantel apesar de terem sido bem sucedidos. No caso do espanhol o clube da Luz chegou mesmo a investir numa percentagem do passe, mas sem ter recebido nenhum direito desportivo, o que é o mesmo que "comprar" o empréstimo, semelhante ao que fez com o argentino.

Existem amplas possibilidades de ir buscar um jogador de valor elevado, é preciso é apostar com ambição e certeza, uma vez que serão negócios demasiado elevados para poder falhar. No caso de Ricky Alvarez, como noutros nomes (Quaresma, Garay, Savic) essa margem será sempre menor tendo em consideração o valor desportivo actual do atleta. Nada é impossível. Em tempos tivemos a ousadia de ir buscar um tal de Jardel ao Galatasaray e um João Pinto ao Benfica. Também foram caros. Deram-nos um título e uma taça.

Até breve.

1 comentário:

  1. Caro Violino,
    Não resisto a dar-lhe os parabéns pelo post.
    Não envergonha ninguém, copiar métodos alheios, quando se revelam eficazes.
    Talvez falte mais uma peça na nossa tríade. Talvez pudesse ou devesse ser o Presidente, mas não o sinto com essa sagacidade. Ou talvez ainda venhamos a ter uma surpresa que assente nos pressupostos que aponta. De qualquer modo é hora de pensarem seriamente em todos os caminhos que conduzam a Roma.
    Saudações Leoninas

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