segunda-feira, 3 de outubro de 2011

As contas e os euros

Com um quarto da Liga cumprida, temos mais 5 pontos que na época passada. Mais 7 golos marcados, mais 2 sofridos. 3 pontos de distância para o líder, quando em 2010/11 a diferença já se situava em 12 pontos. Factos são factos. O Porto não está tão bem? Ainda bem. Espero que assim continue.

Se os números não convencerem, então vamos ao espectáculo. O início de Paulo Sérgio foi tão constrangedor nesta fase da época, que nem as goleadas europeias evitaram os pedidos de alguns bloggers para que se substituísse o técnico. A razão era simples e nunca se resumiu à diferença pontual, o jogo colectivo do Sporting era inexistente, sem fio de jogo, ideia de construção ofensiva ou defensiva.

As vitórias obtidas foram-no sempre por clara mais valia individual e nunca por uma solidez de jogo envolvente, algo que começamos agora a verificar na versão de Domingos. É óbvio que a valia das contratações tem um peso fundamental. Mas só agora começa a ser um ponto de diferencial, pois nas primeiras partidas a obrigatoriedade de um onze repleto de novos atletas, foi talvez o maior handicap.

No deve e no haver, estamos mais fortes, mais unidos e mais moralizados. A equipa joga melhor, temos individualidades mais influentes (esperem ainda por Jeffren) e sobretudo existem muitas soluções para Domingos usar. Demo-nos ao luxo de prescindir de Postiga, Djaló e Luis Aguiar sem que o plantel pareça (apenas pareça) ter ficado mais fraco.

Ainda é cedo para fazer contas ou agradecer a quem quer que seja, mas é tão evidente que algo mudou para melhor, que qualquer sportinguista se sente neste momento muito feliz com todas as mudanças efectuadas no futebol. Contraíram-se bastantes dívidas, mas não havia outra solução, atletas como Ínsua, Rinaudo, Schaars, Elias, Capel, Wolfswinkel e Carrilho estão a valorizar a cada jogo que passa, o que pode significar um ou dois encaixes no final da época. Encaixes que talvez dêem para pagar o total do investimento leonino.

O futebol é negócio e sobreviver é valorizar atletas. Quem não vende, se quiser comprar só pode endividar-se e uma vez que os plantéis não podem estagnar…é um caminho com apenas uma direcção. Nesta equipa da “construção” pode de repente vir a faltar alguns pilares, mas são as regras do jogo e há quem o jogue muito bem. Freitas já evidenciou este ano capacidade para encontrar soluções ambiciosas. É uma questão de ter uma prospecção de mercado atenta a atletas capazes de substituir os que se estão agora a valorizar.

Até breve.

2 comentários:

  1. É uma visão interessante.
    Relativamente à construção do plantel, concordo que assistimos a uma abordagem bastante ambiciosa ao mercado, e que o equilíbrio para essa ambição foi afinado ao milímetro.
    De que outra forma se conseguiriam manter no plantel alguns jogadores que jogavam sobre brasas, na esperança de os valorizar para uma venda interessante, em parte comprometendo a afirmação de algumas das contratações mais sonantes?

    Isto é naturalmente uma suposição, mas de facto os primeiros onzes iniciais oficiais da época parecem ter demonstrado não só a tentativa do técnico de manter alguma estabilidade de entrosamento e conhecimento prévio mas também os planos de vender para comprar da direcção desportiva.

    A entrada tardia em cena dos fundos de investimento parece apontar no mesmo sentido: como não conseguimos colocar Yannick, Postiga, Carriço ou até André Santos em condições de poder amortizar os investimentos feitos e planeados, tivemos que recorrer aos investidores da moda. Falo nestes quatro jogadores porque me pareceram os mais desenquadrados nos onzes iniciais do início da época.

    A aposta correu bem (e ainda bem!), agora resta-nos torcer para que os resultados desportivos se mantenham!

    SL

    ResponderEliminar
  2. Caro Violino,
    Gostei do seu post e partilho as suas linhas mestras. Vai-nos custar muito ver partir no final da época um, dois ou três jogadores que já não conseguimos ver com outras cores. Mas é a vida!... E concordo que Carlos Freitas já terá começado a prevenir essa possibilidade. Mas se isso vier a acontecer, será um sinal inequívoco do acerto nas contratações dos jogadores e, muito especialmente do treinador.
    Até lá - enquanto o pau vai e vem folgam as costas! - estou certo de que as alegrias que havemos de viver serão muitas e isso ninguém nos conseguirá tirar.
    Aproveito para lhe recomendar a actualização do "Campeonato do Apito"!... Nada de descuidos, se fizer o favor...
    SL

    ResponderEliminar