quinta-feira, 30 de junho de 2011

4-0

Quem ler o que muitos bloggers escreveram no anterior defeso sobre o caminho que o Sporting devia tomar, irá reparar que muito está ser feito este ano. Ainda não ganhámos nada, excepto a vontade de acreditar. Nada seria mais importante depois de 2 épocas a exibir uma fraqueza e desorientação desoladora.

Primeiro, a primazia à condição de sócio, que se nota por diversas iniciativas, aguarda-se que assim que a bola comece a rolar não passe para segundo plano. Existem muitas promessas por cumprir, especialmente transformar o clube no que os sócios querem. Transformando o Estádio, a Academia, o plantel, o equipamento, as parcerias e as alianças no que os sócios desejam. Não era segredo para ninguém e nem é preciso referendos ou inquéritos, basta perguntar a 10 sócios anónimos. As respostas serão essencialmente as mesmas.

Segundo, a politica de risco. Sem risco não há prémio. Sem apostar forte não se projectam metas ambiciosas. Durante quase 10 anos vivemos sobre a apologia da poupança, do racional, da depressão auto-imposta de discursos de dívidas e compromissos financeiros. Esta época é notório que finalmente o Sporting acordou. Entendeu que é um clube desportivo e não uma “empresa” financeira. Rigor e racionalidade sim. Desistência e desculpabilização não.

Terceiro, os recursos humanos. Apesar de alguma convulsão e muitos nomes de ex-jogadores a pairar sem funções aparentes pelos corredores do clube, o Sporting entendeu que “inventar” treinadores ou jogadores é tarefa para clubes com barriga cheia de títulos e de dinheiro. O Sporting parou de andar atrás de “ilusões” e concentrou-se em procurar competência. Domingos é a expressão mais pura da recente capacidade para distinguir onde está o valor e onde se escondem as verdadeiras “maçãs podres”.
Esgotou-se também a paciência com o scouting (miserável nas últimas 2 épocas). Cabeças rolaram. Já era hora.

Quarto, a independência. Pela primeira vez desde há alguns anos, o Sporting contrata os jogadores que quer (ou pode) e não o que os empresários querem que contrate. Pela primeira vez não estamos a atirar-nos de cabeça para a vertigem de “nomes” e não estamos preocupados com o final do prazo de transferências. A coisa está a decorrer num um bom timing, com a paciência necessária para esperar pelas surpresas do mercado. Aos que acham que já devia estar tudo tratado e plantel fechado, dou só um 2 exemplos: 1- o clube A tem um jogador B extracomunitário emprestado e o lote desse contingente está completo, o jogador B deseja uma solução definitiva e o clube A precisa de dinheiro para contratar uma estrela de passaporte europeu; 2- o clube C está à espera de vender o jogador D, mas nenhuma proposta foi de encontro ao esperado pelo jogador. Há que saber distinguir entre o incompleto deliberado e não deliberado.

Até breve.

2 comentários:

  1. Completamente de acordo! Gosto muito da sua escrita sr violino. Já há uns meses que visito este blog e os posts sao pertinentes, bem escritos e bem pensados.

    Existem poucos comentários, mas eu mesmo não sou de comentar, prefiro só ler, e hoje em dia já nao se comenta tanto aposta-se mais em chats.

    de qualquer maneira, continue o bom trabalho sem olhar a nr de comentarios, essencialmente continue a pensar SPORTING como tem feito até aqui...terá sempre aqui um leitor e fã assiduo.

    Viva o SPORTING!

    SL

    Lione

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  2. Caro Violino,

    Os meus parabéns pelo post.
    SL

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