segunda-feira, 6 de junho de 2011

O comércio de jogadores

Existem empresários de jogadores que procuram o melhor para os seus clientes e existem outros (a maioria) que procuram os melhores negócios para si próprios. O caso de Moreno é simbólico. De Lisboa para Tijuana e de um clube que luta por títulos para um clube que ascendeu à primeira divisão mexicana vai uma enorme distância. Não sei se no México Moreno vai ganhar o dinheiro que o seu empresário pediu ao Sporting, mas tenho por certo que o seu empresário vai evidentemente ganhar mais com o negócio.

Daqui por uns anos, senão agora mesmo, o colombiano deve estar a pensar se foi bem aconselhado neste passo da sua carreira. Hoje há mais uma notícia que dá conta da impaciência de Bobô com o seu empresário Figger. Ao que parece, o agente que deu um ultimato ao Sporting, recebeu agora outro, do seu próprio representado. O conteúdo do artigo releva que Figger anda pelo Brasil à procura de um clube que pague mais do que o Sporting, o que é estranho uma vez o jogador Brasileiro estaria satisfeito com a proposta e projecto leoninos.

Se a UEFA e a FIFA não começarem a preocupar-se mais com esta relação entre empresário e jogador, qualquer dia estamos de volta ao comércio de escravos, nem sempre a balança é justa entre a capacidade de um atleta saber o que é melhor para o seu futuro e a ganância do seu empresário. Se Moreno aceitou, Bobô já parece mais renitente. Os sacos azuis estão aí, as luvas começam a atingir proporções fabulosas e a verdade desportiva inquinada pela gestão mafiosa dos que querem ser mais “espertos” que os outros.

Até breve.

2 comentários:

  1. É a primeira vez que aqui escrevo, e antes demais, parabéns pelo blog, bem escrito e com rigor.

    Quanto à relação empresário-jogador, enquanto que jogadores que têm alguma educação conseguem entender as diferenças entre jogar no méxico ou em Portugal, a lutar pela manutenção ou por títulos, outros sem a mesma educação, tendo muitas vezes passado algumas carências na infância, confiam plenamente no seu agente, o que pode ser errado, e conduzir a situações de exploração..

    É o mundo capitalista em que vivemos..

    SL

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  2. Ora aí está uma questão que deveria ser debatida pelos próprios jogadores. Devido a este negócio "escravo", como bem dizes, orientado pelos seus empresários, só estes e gente menos escrupulosa dentro dos clubes ganham dinheiro. Se os clubes não estiverem pelos ajustes de puxar pelos cordões à bolsa os pobres jogadores que, esses sim são parte interessada, muitas vezes passam ao lado de grandes carreiras.
    Quando se dão conta já nada podem fazer.

    Este assunto de "negócios" dos jogadores cheira-me tão mal como todos aqueles que são aconselhados pelos seus advogados a colocar as suas fortunas em "off-shores" para não terem que pagar ao fisco, sabendo nós que desse dinheiro depende a economia dos países que os ajudaram a enriquecer.

    Moral da história... quem ganha mesmo é quem não trabalha.

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