segunda-feira, 11 de abril de 2011

Exigência não é Impaciência

A relação dos adeptos leoninos com a qualidade da sua equipa de futebol oscila. Quando perde não vale nada e é preciso contratar muitos jogadores. Quando ganha não é assim tão má, sendo apenas precisos pequenos acertos. Diz o ditado popular que no meio é que está a virtude. Entre mudar tudo (algo que será impossível financeiramente) e não mudar nada, o Sporting precisa de mudar…o que puder. E pode muito pouco como sabemos.

Falam-se de 6, 7, 8, 9 ou 10 reforços. Acredito que aqui a humildade será mais válida que o meio-termo, mesmo em final de contrato os bons jogadores custam bastante em ordenados e prémios de assinatura. Acresce o facto de muitos dos jogadores “proscritos” em Alvalade não terem mercado, pelo menos uma procura que os faça abdicar dos contratos de sonho que assinaram.

A história do cheque e da vassoura sempre foi uma ilusão eleitoral, o cheque sobretudo, já que a vassoura essa está à espera à muitas épocas para ser ver livre de suplentes e lesionados crónicos que não acrescentam nada à equipa. Todos sabemos que 25% deste plantel não tem categoria técnica ou mental para representar um clube com as aspirações do Sporting. Outros 25% já ultrapassaram o seu prazo de validade e acomodaram-se com épocas de pouca luta e muito insucesso.

Valha-nos 50% que consiste em jogadores de grande margem de progressão, valores fiáveis e que têm aguentado este clube com dirigentes, directores e treinadores de produtividade e opções medíocres. O Sporting é como um F1 desactualizado. Precisa de motor novo, de chassis mais aerodinâmico, de um piloto melhor e de pneus mais resistentes. Sabemos que a nossa squadra apenas terá orçamento para um piloto novo e talvez um chassis mais actualizado, mas o resto será sempre uma operação de remendos…à espera que se aguente.

O sucesso da próxima época não depende assim da qualidade dos reforços, mas muito mais da evolução e melhoria dos que já cá estão. Esperar que 4 ou 5 jogadores transformem 100% a equipa, é, esperar por um daqueles milagres do futebol, que não sendo tão raros, são na mesma improváveis. O que se pode esperar e exigir é uma equipa mais competitiva, que não fique a 40 pontos do líder, ou que não tenha de lutar até à última jornada pelo apuramento para a Liga Europa. O que se exige é uma equipa que seja dominadora e superior ao adversário, pelo menos em 95% dos jogos da época.

Sem um Matias aguerrido, sem um Valdes desenbaraçado, sem um Carriço sólido, sem um Patrício providencial, sem um Postiga eficiente, sem um Pereira energético, sem um André Santos atrevido, sem um Pedro Mendes e um Izmailov aptos fisicamente, sem um Vukcevic motivado, a época será muito mais parecida com as últimas do que todos nós desejamos.

Por isso, cabe a Duque, Manuel Fernandes, Freitas e ao próximo treinador preparar o caminho para que isto aconteça. Antes dos que vêem interessa cuidar e ajudar os que estão já de camisola vestida, pois serão estes a base da próxima equipa. As aquisições falham, lesionam-se, desmotivam e preciso suporte para que uma compra não seja uma questão de tudo ou nada.

Os que tanto clamam pelas fracas exibições de Torsiglieri, terão de no futuro, talvez noutro clube, de o elogiar, talvez nessa altura digam “que pena o Sporting não ter aproveitado este jogador”. A hipocrisia dos “analistas” chega ao ponto de quando nunca reparam em Varela, Gimenez, Heinze, Nuno Assis ou Caicedo, afirmarem mais tarde que o clube se tinha enganado. Quem perdeu foi o Sporting. O defesa central argentino é só um exemplo de como se é impaciente no Sporting.

Até breve.

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