terça-feira, 19 de abril de 2011

Uma lição "preciosa"

19 de Novembro de 2006, foi há quase 5 anos. Nessa noite um miúdo chamado Rui Patrício era chamado à titularidade e pareceu convencer muitos, logo na primeira partida que havia ali qualquer coisa de valor e talento. Nessa altura apenas mostrou alguns reflexos, altura e um jeito especial para defender penalties. Mas parecia um Ceh em potência.

Depois de 4 épocas a experimentar tudo o que pode acontecer de errado a um guarda-redes, Rui Patrício devolve hoje em pontos a confiança que ao longo de todo este tempo foi merecendo. Isto é formar um jogador. Dar tempo e acreditar no talento. Mesmo assobiado e “re-baptizado” por muitos adeptos, Patrício nunca pareceu realmente quebrar. Cometeu erros, muitos, mas não se pode afirmar honestamente que o Sporting alguma vez tenha perdido ou empatado um jogo por sua acção exclusiva.

Na época em que foi chamado à Selecção por um treinador que o conhece bem, Patrício desenvolveu uma atitude diferente, mais presente no jogo, mais interventivo. A confiança pode ter vindo de muitos sítios, mas deixar Hildebrand no banco uma época inteira e tornar-se internacional A por Portugal decerto ajudou.

Fica a prova de que existindo alguma paciência no crescimento de um atleta com potencial evidente, o acto trará algo que dificilmente um clube com as finanças do Sporting pode almejar, um guarda-redes internacional de uma Selecção de topo do futebol mundial.

Tenhamos nós a mesma paciência com jogadores como Golas, Nuno Reis, Cedric, Wilson Eduardo, Bruma, Renato Neto, Kikas, Eric Dyer e outros e pode ser que os títulos ou os milhões surjam mais vezes. O que não pode certamente acontecer é dispensar-se um jogador com imensa margem de progressão apenas porque não corresponde ao perfil mágico que se notou em Quaresma, Figo ou Ronaldo. Nem tudo o que brilha é ouro, e Rui Patrício em muitas ocasiões foi confundido com tudo menos com algum tipo de metal precioso.

Até breve. 

3 comentários:

  1. Excelente Lição.
    No entanto, urge criar uma equipa B e uma equipa C.

    Equipa B:

    Seria para jogadores na casa dos 19 a 22 anos, e começaria a competir na 2ªB, para os jogadores terem tempo de crescer e serem integrados mais calmamente na equipa A.

    Equipa C:

    Seria para que os nossos miúdos de 16 aos 18, Juniores A e B, pudessem ir participando à vez, num campeonato de jogadores amadores mas adultos (2ª Distrital de Lisboa), para irem ganhando estaleca.
    As 3 equipas de Juniores A e B, têm aí uns 80 jogadores(no mínimo), que poderiam ter uma oportunidade de jogar todos os fins-de-semana. Estes jogadores, quando subissem à equipa B, teriam muito mais facilidade em competir e talvez entrar logo na equipa A.
    Os títulos na formação são bons, mas é bem melhor formar os miúdos para poderem ser bons na equipa principal.

    Saudações leoninas.
    Miguel Lopes

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  2. Caro, permita-me uma chamada de atenção: a paci~encia de que fala deve ser em primeiro lugar a quem dela precisa há mais tempo como por exemplo o André Marques, o Adrien, o Pereirinha, p.ex.

    SL

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  3. Leão de Alvalade, Violino,

    talvez seja (mais) importante referir que o Kikas já não é do Sporting (nem o Diogo Amado, que estava num "jogo" que até era engraçado se não fossem os erros).

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