segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ganhar...mas a que custo?

Não parece uma pergunta a que Pinto da Costa se tenha colocado alguma vez. Na sua óptica qualquer expediente é válido desde que sirva o fim isolado de beneficiar o FC Porto. Não vou aqui enumerar sobre a longa lista de meios pouco lícitos usados nos vários mandatos da sua presidência, seria exaustivo e deprimente, o que me faz perder o tempo em falar desta personagem do nosso futebol é a notória oligarquia criada no maior clube da cidade do Porto.

Quando um presidente, usa o líder (mais que associado a redes de crime organizado) da principal claque do clube para "controlar" a revolta dos adeptos a seguir a um mau resultado...a ideia de clube, associação de adeptos caiu. Faliu em algum momento entre as vitórias consecutivas e a ausência de ética de instituição plural. O FC Porto é neste momento um clube em que os sócios servem apenas como plumas decorativas, acessórios desconfortáveis à acção de uma direcção que espelha apenas o que o seu líder permite.

Esta ditadura, pelos vistos "militarizada", cairá um dia. Talvez apenas quando o seu Generalíssimo já não conseguir desempenhar o cargo, mas nesse momento já existirá um percurso largamente decadente, que julgo inclusive já ter sido iniciado. No dia em que o clube nortenho voltar a abrir portas à democracia isso não será uma prova de vitalidade, mas de queda absoluta, de fragilidade extrema perante a ausência de um todo-poderoso herdeiro da linha absoluta e marginal de Pinto da Costa.

A história desportiva julgará todo o passado de glória do FC Porto trazido por Pinto da Costa, mas não  duvido que a um preço muito alto, talvez o preço de não saber competir em pé de igualdade com os seus adversários, talvez pagando a factura de nunca ter crescido à medida do sucesso que conquistou.

Até breve.

2 comentários:

  1. Muito bem dito! Realmente é vergonhoso que ninguém investigue mais sobre este caso! O puerto não é um clube, é mesmo uma ditadura militar...

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  2. Excelente!

    O problema é que existe uma rede de pessoas, com influência (políticos, juízes, polícia, jornalistas, etc.)para investigar e castigar isto, que já comeu dessa Máfia. Num determinado momento da sua vida, ganhou com a amizade a essa Máfia. Ao aceitarem, uma vez, uma prenda (bilhetes, viagens ao estrangeiro com o FCP, convites para a tribuna de honra, dragões de ouro e outros regalos que nós nem sabemos), estão a ser corrompidos e a corromper. Ficam de "rabo preso"... Depois há o dia em que têm de retribuir. E aí, estão calados, não investigam, não denunciam, não actuam.

    E depois há outro pormenor. Mesmo sabendo que a base das conquistas está no Crime e na Corrupção (e eu digo BASE, pois é aí que tudo começa. Não me falem em Mourinho ou Deco, ou Falcão, etc, eu sei que isso é importante, mas para os colocar lá houve muita coisa por detrás), haverá algum adepto que renuncie às (maravilhosas) conquistas que festejou? Haverá algum que dia "não festejo porque não foi honesto"? Claro que não. Porque, acima de tudo, não se gosta do Desporto e do seu conceito em si. Gosta-se do clube. E não importa como ganha, desde que ganhe. Não importa que, para ganhar, se estrague carreiras de outros seres humanos (os que perdem, embora tenham trabalhado muito). É preciso é ganhar, a todo o custo, como bem explica este post.

    Ele é Papa mas não é Imortal. E aí se verá que tipo de Futebol queremos.

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