domingo, 13 de novembro de 2011

A torneira seca

Fiquei com a sensação de que a Bósnia é ligeiramente superior que a Dinamarca. O problema é a consciência dos ex-jugoslavos de que Portugal é superior. Os nórdicos, mais maduros mas com muito menos talento individual interpretaram bastante melhor as lacunas dos portugueses. Resultado: Portugal podia ter resolvido bastante cedo o playoff. Mais uma vez pecámos na finalização.

Todos colocam o problema de marcar golos em cima dos ombros dos avançados, mas na verdade é um problema colectivo. Não vemos um Ronaldo com a veia goleadora do Real Madrid e isso só se deve seguramente aos restantes elementos, que não conseguem libertar o bota de ouro para decidir as partidas. O 7 português passa muito tempo à procura da bola e de espaços, perdendo fulgor na hora de partir para a baliza.

Já é fácil perceber que a linha média nacional perdeu valor. Com a saída de grandes médios defensivos e ofensivos como Rui Costa, Figo, Paulo Bento ou Paulo Sousa, e o eclipse de Tiago, Moutinho, Manuel Fernandes ou Meireles, tardam em surgir novos valores no centro do terreno. Miguel Veloso é um bom jogador, mas tal como Postiga e Almeida no centro do ataque, uns furos abaixo do resto da equipa.

Olhando o panorama de escolhas o cenário é desolador. As promessas mais óbvias têm à volta de 18 e 19 anos, subsistindo um fosso enorme de maturidade pronta a ser chamada a vestir as Quinas AA. Em Lisboa, a Selecção terá uma oportunidade clara de carimbar a presença no Euro, mas tal como no último Mundial muitos se interrogam das hipóteses de fazer boa figura na fase final. É que por muito optimistas que sejamos, não deixa de ser quase evidente a diferença entre Nani, Ronaldo, Pepe, Coentrão e o resto do elenco.

Jogadores como por exemplo Eliseu, Amorim, Micael, Dany ou Rolando são claramente aquém do que estamos habituados e nem a melhor disciplina táctica de Paulo Bento fará esquecer o tipo de jogo espectacular que já tivemos. Vamos tapando o sol com a peneira e imaginando que somos capazes de produzir gerações espontâneas, quando os 3 grandes estão repletos de estrangeiros. A selecção é a tradução do que Benfica, Porto e Sporting conseguem produzir, fazer nascer. Essa torneira está quase seca.

Até breve.

2 comentários:

  1. Concordo em tudo, de uma ponta à outra, menos num nome...Danny. Considero-o um grande jogador que em boa forma consegue estar ao nivel do Nani. De resto, tens razão, temos de ter muito cuidado..

    ResponderEliminar
  2. lol, o Danny é só considerado o melhor jogdor a actuar num dos mais ricos campeonatos do mundo...

    mostra o teu desconhecimento pôr um jogador do calibre de Danny ao nivel de micael ou amorim...

    ResponderEliminar