terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Big in Japan

Bettencourt lançou um novo paradigma de notoriedade Leonina, a partir de ontem o Sporting é uma sociedade Big in Servia. O que não se explica com réguas e balanças é dificilmente contestado. As grandezas, o mérito, a competência, são escalas de percepção muito mais subjectivas na Sérvia, do que no nosso país.

O Sporting é grande? Porquê? A resposta está na história? Não. Isso seria dizer que o Sporting foi grande. A grandeza actual de um clube está no que vale no momento e no que se espera que valha num futuro próximo. Há pelo menos 3 anos que o modelo de crescimento do Sporting é duvidoso. Não surgem resultados, as finanças definham e a base de adeptos desaparece a pouco e pouco numa base de dados cada vez mais envergonhada e especulativa.

Para ser grande, temos pelo menos que nos atrever a ser melhores do que os demais, mais inteligentes, rápidos nas decisões, certeiros nas escolhas, seguros no caminho. Bettencourt tem dado muitos sinais de ser um decidido capitão, mas um inseguro general. Falta-lhe a frieza de cortar a frio pelas emoções, de rasgar direito pelas relações humanas que partilha dentro do clube. As rupturas fazem parte do crescimento, mas este presidente enferma de uma necessidade grande de aceitação interna, que o impede de decidir até ao limite, e começando no limite.

O Sporting tem todas as bases para ser grande, aceitação popular, adeptos leais e preocupados, capacidade para gerar e gerir receitas, talento para explorar, mas o futebol não se faz de romantismos, de irmandades sagradas e batalhas com moinhos de vento.
Bettencourt devia deixar de se preocupar com a compreensão exterior da actual da dimensão do clube e lançar bases firmes para o futuro da instituição. Isso traduz-se em conquistas, vitórias, glória, festa, alegria e orgulho.

Os actos de gestão da actual direcção parecem mais um plano de sobrevivência do que as fundações para o sucesso dos amanhãs que inevitavelmente surgirão. Temos de garantir os Ronaldos e os Liedsons do futuro e para isso há que garantir boas estruturas, bons técnicos, financiamentos competitivos e uma imagem que inspire confiança, segurança e a lealdade dos seguidores.

Porque um general se constrói de batalhas ganhas, de escolher o menor dos males e não de carisma tecnocrático assente em curvas que se desviam das decisões difíceis e contestáveis. Porque um general que lidera à frente das tropas, é o primeiro a cair, mas tem a certeza de que a carga é feita como e quando deseja.

Bettencourt tem demasiado medo da queda, para cair nos braços da glória, só assim se entende a complacência com capitanias que falham repetidamente o assalto, que sofrem mais do que fazem sofrer.

O nosso general está a ficar sem tropas, sem carisma e sem reservas para colocar em campo. O nosso general já não está. As medalhas caem-lhe do peito e não há guarda de honra que o valha. Ninguém.

Até breve.

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