segunda-feira, 4 de julho de 2011

A frieza da razão

Neste princípio de defeso, que o Sporting, finalmente, entendeu que termina quando se começa a treinar (e não a 31 de Agosto como em outras épocas), as surpresas são quase diárias e apesar de alguns ameaços de “contratações pesadelo” como Trezeguet, Nuno Gomes, Zé Castro ou Hugo Almeida, a verdade é que ainda não senti daqueles amargos de boca tão habituais no passado. Cada nome que é apresentado tem a sua lógica, uma certa dose de risco e sobretudo num processo de transferência calmo, sem as “festas” e “novelas” de imprensa (assentaram arraiais na Luz este ano).

A última surpresa dá conta da troca de Valdês por Bojinov. Confesso que nunca entendi o porquê da vinda de Luis Aguiar, quando, principalmente os dois chilenos (além Carrilho e Izma) poderem muito bem assegurar a função de pivot ofensivo. Agora começa a fazer sentido. Como muitos outros olharemos para esta operação com alguma desconfiança, uma vez que Valdês já nos é conhecido e o búlgaro não. O chileno teve bons momentos na época, chegou mesmo a ser o melhor jogador durante 3 ou 4 partidas consecutivas, mas resumo final ficou aquém do esperado. É bom jogador, apesar dos apesares e ninguém sabe o que poderia alcançar jogando na posição certa, com uma boa linha média atrás de si e especialmente boas soluções nas alas ou na frente.

Mas no futebol, os gostos ou preferências devem sempre dar lugar à razão e facto é que Luis Aguiar é uma aquisição a baixo custo, o jogador é mais jovem, em termos salariais quiçá mais racional e (aqui reside grande razão) o Sporting precisa de alas, muito mais do que precisa de médios ofensivos. Bojinov não é uma garantia de golos, mas de muita dinâmica pelas linhas e podendo actuar também como ponta de lança fecha  o ataque do plantel, juntando-se às opções Wolfswinkel, Postiga e Rubio. Não há como negar a racionalidade da troca.

Bojinov não é o atleta que em tempos se perspectivava, mas mesmo assim é um habitué nas tardes desportivas do Calccio, um jogador experiente que tem passado ao lado do estrelato, muito por culpa de um Parma a jogar para não descer. Só para se ter uma referência do apagamento do búlgaro, a Fiorentina pagou 14 milhões de euros há 6 anos pelo jogador e mais tarde o Man City 8 milhões de euros. Juventus e Lecce também se contam entre as equipas que já representou. Mais de 50 golos na Série A é mesmo assim um registo muito positivo para quem raramente foi primeira opção.

Até breve.

3 comentários:

  1. Não quero ser "chato" mas a informação que possuo é de que o búlgaro marcou 33 golos na Liga Italiana.

    SL

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  2. Caro Leão de Alvalade:

    24 golos pelo Lecce
    12 golos pela Fiorentina
    08 golos pela Juventus
    08 golos pelo Parma

    = 52 golos. Talvez a diferença seja que nem todos estes golos sejam de facto na Liga Italiana, mas sim com a contabilização das provas europeias.

    Obrigado pela correcção.

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  3. O De Franceschi também não prestava...

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