segunda-feira, 3 de maio de 2010

"If you build it, they will come"




















O nome do filme é Field of Dreams e conta a história de um pequeno proprietário (Kevin Costner) de uma quinta que ouvia incessantemente a frase “If you build it, he will come”. Lentamente vai percebendo que teria de construir um campo de basebol para que uma equipa de estrelas da sua infância pudesse jogar.
O que é que isto tem a ver com o que quer que seja? Na minha cabeça é muito simples e na vossa irá ser também.

Para que qualquer sonho se concretize é preciso dar passos, às vezes loucos na mente de outras pessoas, para chegar a um resultado. Chamam-lhe fé, crença, imaginação, delírio, mas na verdade para fazer acontecer algo mágico, muitas vezes a fé é a única força que nos move.

Desde o tão afamado Projecto Roquette que o Sporting deixou de “construir sonhos”, a gestão profissional e equilibrada é parte substancial da sobrevivência de uma qualquer sociedade comercial, mas no nosso caso tem vindo a travar algo que está na essência da paixão desportiva: o investimento subjectivo.
No futebol há dados certos e incertos. A maior parte dos dados certos relacionam-se com a despesa, a maioria dos incertos com o lucro. Quando falo de “lucro” refiro-me não a números financeiros mas a lucro desportivo. O Sporting não foi criado para ganhar dinheiro, mas para ganhar títulos competitivos, para crescer em base de adeptos e espalhar os seus valores sociais e desportivos.

Penso que será até impossível um clube ter lucros económicos se não tiver igual êxito desportivo. O problema está na forma de como o Sporting tem investido para virar a balança a seu favor. Nos últimos anos a preocupação com a saúde financeira do clube é tão exagerada que escapou um pequeno detalhe: o clube tem de ganhar provas!
Sem títulos não há público, não há publicidade, não há parceiros, não há merchandising, não há sócios, não há valorização na bolsa, não há aumento de património mobiliário.

O Benfica deu este ano um bom exemplo de como se deve investir para mudar o status quo de um momento de crise. O que disseram os media? Loucura, exagero, má gestão, endividamento, hipoteca do futuro, fraude financeira, especulação. Uma verdadeira campanha de intoxicação de um “sistema” que se dava bem com as eternas vitória do FC Porto. Pois muito bem, na próxima semana quando o Benfica se sagrar campeão, o que só uma catástrofe chamada Rio Ave poderá evitar, todas estas vozes agoirentas vão elogiar a direcção do Benfica como iluminada, inspirada, genial.

Como Sportinguista não me alegro nem me mordo com as derrotas ou vitórias dos nossos rivais, mas tenho uma grande lição a aprender este ano, quando se acredita totalmente num rumo esse gesto inspira e cria dinâmicas à volta de um grupo. Quando se age a medo, com vergonha a mensagem que passa é de pouca ambição e a entrega logo será muito mais pequena.

A próxima época do Sporting será decisiva em muitas coisas, a maior decisão em cima da mesa será mesmo o modelo económico “poupadinho” da SAD. Não tem servido os interesses do clube e limita à partida a criação de “energias” essenciais que os adeptos têm com o seu clube. É óbvio que nenhum sportinguista hoje acredita na sua equipa de futebol, é óbvio que nenhum sportinguista ficou inspirado na contratação dos últimos 4 ou 5 treinadores e também é bastante óbvio que apenas a contratação de Jardel, J.Pinto e M.Fernandez foram nos últimos anos sinais contraditórios de uma tendência de não apostar forte na equipa de futebol.

Pois fica aqui a minha mensagem a todos os adeptos, JEB por muito que diga e re-diga, não entende qual é o momento do clube que dirige, se o fizesse nunca teria escolhido P.Sérgio para treinador, saberia que esse é o maior sinal de desmotivação que poderia ter passado para os sócios e assim vamos iniciar uma temporada com o descrédito e pessimismo do ano desportivo que agora termina. Costuma-se dizer que “para grandes males, grandes remédios” mas JEB teima em repetir soluções esgotadas em Alvalade e lá vamos nós outra vez atacar uma época com “pequenos remédios” esperando que desta vez tenhamos descoberto mesmo a “pólvora”.

Existe uma grande diferença entre teimosia asna e atitude visionária.

Até breve

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